quinta-feira, 20 de março de 2008

SOBRE A “VILA” ALDEIA ONDE NASCI

HISTÓRIA DE TAVAREDE
O povoamento do território desta Freguesia fez-se antes do séc. XII.
Não longe ficava o notável castelo medieval de Santa Eulália (ou Santa Ovaia), que assentava sobre um fortíssimo castro da Idade do Ferro. A este castelo, ainda no séc. XII para o XIII, se chamava “civitas”, da qual foi domínio, sem dúvida, toda esta zona litoral onde se compreende Tavarede.
Em todo o caso, a população não existiu aqui sem interrupções, como leva a supor o estado local da actual Cidade da Figueira da Foz, na segunda metade do séc. XI, local esse que então parece ser um “logo” ou apêndice da própria “villa” alti-medieva de Tavarede.O despovoamento, evidentemente, deve-se à acção dos mouros, visto que se deu no local da actual Figueira, tão junto de Tavarede, como se sabe de afirmações documentais sobre ruína, por eles provocada, da Igreja de S. Julião da Foz do Mondego, e, depois, confiada, para restauração e repovoamento ao Abade Pedro, que viera da terra dos sarracenos e que era um moçárabe, como o conde D. Sisnando.Se o abade Pedro, como ele mesmo diz, estendeu a sua acção de presúria e povoação ao sul do rio, até à actual Lavos, não surpreenderia que igualmente fizesse para o norte do “logo” da Igreja de S. Julião, isto é, em Tavarede, por ser muito perto. Em 1092 D. Elvira e o seu marido, o governador do território de Coimbra, D. Martim Moniz, fazem doação “ de loco sancti Martini in villa Tavaredi” ao prócer D. João Gosendes, opulento senhor que era especialmente herdado na Beira Alta (actual Concelho de S. Pedro do Sul). Dos limites consignados no diploma vê-se que a doação abrangia pelo menos a actual Freguesia de Tavarede, com sua Igreja:”ao Oriente a Villa Várzea, que limita com Tavarede pela pena de Azambujeiro, e daí chega ao sovereiro curvo seguindo na direcção da mamoa; ao ocidente, a Villa Alamede; ao sul, é o local das salinas junto ao rio Mondego; ao norte a Villa de Quiaios”.Em 1406, D. Marinha Afonso, com o consentimento de seu marido, fez doação ao Mosteiro de Seiça dos seus bens móveis e de raiz em Tavarede e outros lugares, para ser “familiaira” do convento, ser participe das orações e boas obras deste e ser sepultada, se o viesse a requerer, no mosteiro.
Desde muito cedo foi Tavarede um couto e Concelho, a que D. Manuel I deu foral, em Lisboa, em 9 de Maio de 1516.
Por essa altura foi fundada por António Fernandes de Quadros a “Casa de Tavarede”, que seria titulada pela família Quadros até ao terceiro conde de Tavarede, extinguindo-se o título com o falecimento deste último em 1903.
No séc. XVIII havia aqui três ermidas do senhor do Areeiro, do senhor da Chã e de Santo Aleixo (esta, da Universidade), todas bem dotadas de rendas, por doações, mas das quais só havia ruínas nos fins do séc. passado, bem como do mosteiro de monjas Franciscanas de Santo António, de Nossa Senhora da Esperança, fundado em 1527, com protecção de D. João III.
O concelho de Tavarede acabou em 1834, extinto pelo Liberalismo. Já desde o decreto pombalino de 12 de Março de 1771, que criara a Comarca da Figueira da Foz, pertencia a esta, contrariamente ao privilégio antigo do couto.
A “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” registava para a freguesia de Tavarede os seguintes lugares: Azenhas, Caceira de Baixo, Carritos, Casal da Areia, Casal da Quinta e Casal da Robala, Chã, Condados, Esperança, Ferrugenta, Matioa, Peso, Saltadouro, Senhor da Areeira, Tavarede e Várzea.
A freguesia de Tavarede dista três quilómetros da Foz do Mondego e juntamente com São Julião, Buarcos, Vila Verde e São Pedro, está incluída na área urbana do concelho da Figueira da Foz.

FORAL DE TAVAREDE
TAVAREDE: "É palavra de origem latina, Tabes, significa humedecer, apodrecer, decompor. Tavarede são terras pantanosos, húmidas e doentias. Porventura a antiga Malinária, de que falam os antigos e situam no território de Montemor-o-Velho". (Album Figueirense - 1940).
"Assim o termo que o léxico hebraico nos oferece, com mais congruente é o Tavad, cujo significado é - Marco ou Limite - e mais ainda, como verbo, pôr um marco. Que tomando nesta acepção, o sentido da palavra não é nada forçado, comprova-se ainda pelo facto de se encontrar na Bíblia hebraica (duas vezes) um outro vocábulo de construção mais simples TAV, significando igualmente Marco. Perante tais evidências, sentimo-nos naturalmente compelidos a inferir que todos os topónimos começados por Tav, como os acima mencionados, se podem reportar a lugares que nos primeiros tempos da sua função serviam de extremas divisórias entre povos diferentes, separando os aborígenes dos forasteiros, ou ainda entre os que sendo da mesma origem, pertenciam a outros clans. Por motivos que se assemelham, não temos nós ainda hoje, no nosso vocabulário, os topónimos - Outeiro - Marco e Estremadura?... Sabe-se que como os cartaginenses e lusitanos, após um contacto de muitos séculos, viviam em certa conformidade, até ao ponto de juntamente combaterem as hostes romanas, quando estas, a princípio, pretendiam invadir o nosso actual território. Não é pois de admitir que, num tão longo intercurso, o vocabulário indígena retivesse um ou outro termo semita, cujo sentido se foi obliterando até nada mais traduzir do que uma simples designação toponímica. Quanto por fim os romanos aqui se fixaram, muitíssimos dos topónimos antigos foram conservados, sofrendo apenas, alguns, as alterações que a língua do Lácio lhes impunha. Eis a razão por que as radiais desses topónimos se mantinham, enquanto as suas desinências variavam conforme os dialectos, ou a índole da língua falada pelos novos dominadores. Foi o que sucedeu com o vocábulo - Tavarede - cuja hibridez se denota prontamente pela distenção nítida da sua radial semita Tavah e a desinência latina Etum, as quais, combinadas, produziam o Tavahetum - Tavaretum - Tavarede! Uma das caraterísticas da região tavaredense, são os numerosos outeiros e algumas interessantes mámoas, esses naturais tavah que se encontram dissemados por toda a área. Cada casal ou família dos seus antiquíssimos colonos, fenícios ou cartagineses, estabelecidos junto a um desses acidentes orográficos, não podia deixar de os utilizar, referindo-se-lhes como aos seus tavahs ou limites, como sendo as extremas divisórias das suas propriedades. Na leitura dos mais antigos documentos respeitantes a coutos, doações, escâmbios, testamentos, etc., vê-se bem a importância que esses acidentes tinham nas demarcações dos terrenos, pela sua fixidez, em contraposição dos artificiais que, na idade média ainda eram empregados com frequência e se designavam por terra tumeda, quifuit manum facta. A abundância de tais tavahs devia impressionar tantos os escribas romanos que entenderam por bem respeitá-los, mas reunindo-os num só topónimo. Para isso, bastava-lhes recorrer ao sufixo Etum, o qual em português deu Edo e Ede, empregado como se sabe, nos substantivos colectivos representando um Amontoado - Agregado - Conjunto, em fim, Uma Grande Porção ou Colecção de seres ou objectos idênticos, como mosquedo, arvoredo, vinhedo, etc.. Assim se explicam: Cantanhede, Murtede e outros de igual terminaçaõ, a cuja família o nosso Tavarede! Os topónimos acima mencionados são - Tavares - Taveiro e Távora". (Dr. João Oliveira Coelho - 1948).

A LENDA
Apelidada de terra dos cavadores, Tavarede tem uma estátua que lembra essa importante actividade. Tavarede é também conhecida pela “Terra do Limonete”, termo originado numa lenda que tem como protagonistas uma moura encantada e um cavaleiro cristão. Este último estava ao serviço de Cidel Pais, senhor que tinha Tavarede sob sua protecção. Segundo consta, ia o cavaleiro a caminho de Coimbra para participar na tomada desta cidade aos mouros quando, no monte de Santa Eulália, encontrou refugiadas numa gruta oito mouras encantadas, ali presas por um feitiço que seu pai, um chefe árabe, lhes havia lançado para não caírem em poder dos cristãos. Uma delas, de nome Kadija, explicou que o seu feitiço seria quebrado, assim que um príncipe lhe repetisse três vezes: “sois bela como o Sol”. O cavaleiro logo quebrou o feitiço, dizendo a frase, ao que adiantou: “A terra para onde te levar aquele que vier desencantar-te será uma terra aprazível, rica de plantas aromáticas entre as quais uma de cheiro rústico e agradável, persistente e suave, que lhe dará nome e alcançará fama”. Assim se associou Tavarede aos cheiros aromáticos do limonete.

Património de Tavarede

PAÇO DE TAVAREDE OU SOLAR DE TAVAREDE
O Paço de Tavarede é o ex-libris da freguesia. Mandado edificar no século XVI por António Fernandes de Quadros, 1º Morgado de Tavarede, um fidalgo de ascendência espanhola que prestou serviços distintos à coroa portuguesa, nomeadamente como Adail de Azamor, a quem foi confirmado por Carta de Cotta D'Armas o brazão que, ainda hoje, a frontaria do velho Paço ostenta. Ao longo dos anos, o edifício foi alvo de importantes alterações à sua arquitectura inicial. Em finais do século XVIII foi refundida a fachada norte e durante o século XIX as obras de restauro, em falso Manuelino, alteraram quase por completo a sua traça original, de que ficou apenas a fachada setentrional, a passagem para o pátio interior, a porta principal e uma janela Manuelina que se encontra à guarda do Museu Municipal. Já no Séc. XX, o Paço de Tavarede passou de mão para mão até que foi adquirido pela Câmara Municipal da Figueira da Foz em 1981. Foi classificado como imóvel de interesse público pelo Decreto 28/82 de 26 de Fevereiro. Após um longo período de lenta agonia que o levou à ruína, deu-se início à sua reconstrução, a qual só ficou concluída em princípios de 2006. Ali funcionam os serviços da DASE e Divisão da Juventude e Desporto da Câmara Municipal da Figueira da Foz e desde 17 de Novembro de 2006, também ali se encontra a funcionar a “Loja Ponto Já” do Concelho da Figueira. Estão previstas, para breve, neste local, outras valências ligadas à juventude.

FONTE DE TAVAREDE
Desce-se por uma rampa em degraus, com verdura e flores a ladeá-la. Ao fundo, um bonito alpendre alberga a linfa sussurante. Depois, é beber, mesmo sem sede. A Fonte de Tavarede é a menina dos olhos dos habitantes da povoação, a qual tem a fama de possuir a melhor água do concelho da Figueira. Digna de menção é ainda a magnífica fonte, construída em 1876, foi depois alvo de diversas alterações em 1927, 1954, 1955 e 1993. Ladeada por dois painéis de azulejos, onde é elogiada a qualidade da água e a beleza da localidade, em duas quadras da autoria do poeta Cardoso Martha, a Fonte é encimada por um outro painel, representando o baptismo de Jesus Cristo. Numa das paredes laterais, também em azulejaria, são homenageados "Aqueles que da morte se libertaram honrando e dignificando Tavarede" Podemos ler os nomes de Mestre José da Silva Ribeiro, Violinda Medina e Silva, João da Silva Cascão, António Jorge Silva e José Nunes Medina, os quais constituem o Quadro de Honra da Freguesia. Não admira que o fascínio por estas águas límpidas e acolhedoras, tantas vezes testemunhas e confidentes de namoricos, sobreviva até aos nossos dias. Era no primeiro de Maio, quando a Primavera floresce, que rapazes e raparigas ali se encontravam com o pretexto de beber água fresca. A fonte foi recuperada e a sua água é analisada mensalmente, continuando a ser de excelente qualidade e muito procurada.

LARGO D. MARIA AMÁLIA DE CARVALHO
No centro da povoação e no Largo com o seu nome é homenageada D. Maria Amália Vaz de Carvalho, a primeira professora primária do ensino oficial a leccionar em Tavarede. Além do seu busto, a placa toponímica tem os seguintes dizeres: ”Largo Dª Maria Amália de Carvalho, Professora ilustre que durante mais de 20 anos foi abnegada mãe espiritual de algumas gerações de tavaredenses. Homenagem de respeito e gratidão do povo de Tavarede. Primavera de 1947”.

IGREJA PAROQUIAL
A actual Igreja Paroquial S. Martinho de Tavarede já existia no séc. XI, sendo possível que fosse muito anterior (o santo bispo turonense é das mais remotas devoções hispânicas) e tivesse sido destruída pelos mouros e despovoado o seu aro, já que o foi a sua vizinha de S. Julião da Foz do Mondego. A Igreja de S. Martinho deve ter sido do conde D. Sisnando, pois à morte dele passou para a posse de sua filha D. Elvira. Por outro lado, não se fala da sua fundação, o que leva a supor, por certo, que era já antiga, mas fora presúria ou apropriação sisnandina, pois só assim se explica tê-la D. Elvira como sua “igreja própria”, sem a ter fundado ela ou o pai. No interior, existe uma pia de água benta datada do ano 1600.

CAPELA DE SANTO ALEIXO
A cerca de 50 metros da Igreja situa-se a Capela de Santo Aleixo. Funciona como Salão Paroquial e Sala para Catequese de Crianças. Na placa toponímica do Largo de Santo Aleixo pode ler-se que “A primitiva ermida local erecta pelo povo era sede duma irmandade que mantinha um hospital para agasalhar os peregrinos e pobres, SEC. XVI”. A imagem do seu padroeiro encontra-se no Museu Municipal.

BUSTO DE MESTRE JOSÉ DA SILVA RIBEIRO
O amor que Tavarede nutre pelo teatro tem no seu monumento mais representativo e querido de todos os tavaredenses o Busto de Mestre José da Silva Ribeiro, para homenagear este grande homem. Inaugurado em 1990, no largo fronteiro à Sociedade de Instrução Tavaredense, homenageia um grande homem daquela arte de palco, falecido em 1987. Com o seu desaparecimento, perde Tavarede e a Figueira um dos seus filhos mais ilustres. Empobrece a intelectualidade Figueirense. Perde-se o jornalista. Enlutece o Teatro. Desaparece o chefe de Família. Morre o vulto político que é um paradigma de coerência e de fidelidade às ideias que nunca traiu. Morre um Homem honrado.

ESTÁTUA DO CAVADOR
Já as tradições rurais e os seus trabalhadores estão imortalizados na Estátua do Cavador, situada na zona onde em tempos idos se situavam os campos mais produtivos da região, na rotunda da Rodovia Urbana, junto ao acesso sul da povoação.


Cultura

COLECTIVIDADES E ASSOCIAÇÕES DA FREGUESIA DE TAVAREDE

Sociedade de Instrução Tavaredense (SIT)
Obra fundada em 1904 por um grupo de humildes Tavaredenses, a S.I.T. tem como objectivos principais desenvolver a tradição local do teatro, assegurar a existência de uma escola de adultos, bem como a formação de uma Biblioteca. O primeiro Presidente da direcção desta colectividade foi “Fradique Baptisto Loureiro”. A fundação deste teatro não era, no entanto, novidade para Tavarede, visto que as tavaredenses já anteriormente faziam as sua próprias encenações nas suas casas. Em 15 de Janeiro de 1916 foi representada a primeira peça ensaiada por Mestre José da Silva Ribeiro: “Entre Duas Avé-Marias”. No final de 1931, com a representação da famosa peça, “Fidalgos da Casa Mourisca”, surgem dois lentos amadores valorizando assim o grupo: Violinda Medina e Silva e Manuel Nogueira e Silva. Ao chegar ao ano de 1953, o grupo cénico marcou mais uma vez a sua presença com a famosa e tradicional peça “Chá de Limonete”; este retratava a vida do povo da época.

Grupo Musical e de Instrução Tavaredense (GMIT)
No início da sua formação tinha sede no Paço de Tavarede, dispõe actualmente de sede própria, mas tem apenas como actividades o Rancho de Tavarede, que sai à rua somente no 1º de Maio, para desfilar pelas ruas da Figueira.

Grupo Desportivo Recreativo da Chã (GDRC)
Fundado em 01 de Maio de 1976, pelo imperativo da sua equipa de Futebol, que para disputar o campeonato do Inatel (ex FNAT) teria que pertencer a uma associação e filiar-se na referida instituição. Iniciando-se também no Teatro com um Grupo Cénico que, actualmente, participa nas Jornadas de Teatro Amador do Lions Clube da Figueira da Foz. Em 1985 foi fundado o Rancho Infantil Estrelinhas da Chã, que foi tomando outras dimensões, passando por Rancho Infantil e Juvenil e, desde 2001, assumiu-se com um grupo adulto. Em 1998 teve início mais uma vertente das actividades desta associação: o Grupo de Dança Nice Dance, seguindo-se a Escola de Música, a classe de Karaté, a classe de Ginástica e recentemente criada uma equipa de Paintball.

Grupo Musical Carritense (G.M.C)

Clube Desportivo Amigos do Saltadouro (CDAS)


FESTAS E ROMARIAS

SÃO MARTINHO
Em Novembro, Tavarede comemora o São Martinho, festa em honra do padroeiro da freguesia. Uma semana antes dos festejos religiosos, há um cortejo com carros a motor, burros e bois, decorados de acordo com o gosto de cada local da Freguesia. No fim há a venda dos produtos que cada carro transportava, num popular e ruidoso leilão, que se realiza no recinto situado no espaço fronteiro à Igreja. Os lucros obtidos revertem habitualmente em favor da igreja e das suas obras de caridade.

1º DE MAIO
É o caso do 1º de Maio, tradição principal em Tavarede. Este costume provém de há muitos séculos atrás, quando Vénus, coroada de rosas chegava à frente de uma procissão proclamando o reflorescer da natureza na Primavera. Esta festa, realizada anualmente, consiste no desfile do seu rancho etnográfico, com os potes enfeitados de flores, pelas localidades da freguesia e terminando o seu percurso na Figueira da Foz.

SÃO JOÃO
O São João também tem tradições em Tavarede. Enfeitava-se a rua principal (desde o Paço da Igreja) para a procissão; havia fogo de artifício, danças populares, música tocada pela filarmónica “Dez de Agosto”, que chamava a atenção, não só aos locais mas também à população em seu redor. Nos nossos dias, esta festa é bastante diferente. Ela “transferiu-se” para a sede de concelho, participando as colectividades no desfile das Marchas Populares que se realiza na Figueira na noite de 23 para 24 de Junho.



ACTIVIDADES DESAPARECIDAS

Houve em Tavarede alguma indústria, hoje desaparecida. É o caso das indústrias de conservas e de cerâmica. Curioso é o facto de existir a comercialização do sal, nos tempos em que as águas do rio ali chegavam. No entanto, a actividade predominante sempre foi a agricultura; exportava laranjas para Roma no Séc. XVI, daí o artesanato local estar ligado a esta actividade. Embora quase inexistente podem-se referir, por exemplo, as “ Tanocas” ou “Tanocarias” , pipas e vasilhas que eram utilizadas para guardar o vinho e os “Carreiros”, carros de bois conhecidos no local por “Toquins”(são os carreiros), utilizados na agricultura como um meio de transporte. Hoje em dia os Tavaredenses estão espalhados pelos diversos sectores económicos, fora da localidade, restando apenas algumas pessoas mais antigas que persistem na agricultura.