terça-feira, 24 de abril de 2012

25 de Abril de 2012

38º Aniversário da Revolução de Abril


Há 38 anos estava eu a cumprir o serviço militar.
Foi um processo histórico que aconteceu numa determinada época.
Vivemos em democracia e em liberdade!

Mas hoje precisamos de outro 25 de Abril!
Sim, é preciso um novo 25 de Abril, mas não como há 38 anos.
É urgente uma procura na dinamização das pessoas poderem lutar democraticamente para que renasça a esperança e não se perder o que foi conquistado e que agora está a ser posto em causa:
- o direito ao voto e à liberdade de expressão;
- o direito ao trabalho, à saúde e à educação.
É urgente preparar novos políticos para governar o país.
Não são estes meninos saídos das juventudes partidárias, que nunca sentiram as necessidades da população e que estudaram em universidades particulares e que agora aparecem como um piscar de olhos para serem os salvadores da pátria.
Tal como os governantes anteriores, estes também deveriam ser obrigados a sentir o peso da responsabilidade do cargo que ocupam e das asneiras que fazem. Se prevaricam deveriam ser castigados.
O 25 de Abril precisa do espírito que o orientou e dos seus valores: democracia, seriedade, honradez, justiça social e solidariedade.
Esta sociedade democrática tem que ter respostas para as crianças e jovens em risco, idosos, deficientes, minorias e imigrantes.
É preciso tornar a criar uma confiança no futuro.
Relembro aqui o poema de José Carlos Ary dos Santos, 1975 – para que o 25 de Abril de 1974 não cai no esquecimento:

As Portas que Abril Abriu

Era uma vez um país
onde entre o mar e a guerra
vivia o mais infeliz
dos povos à beira-terra
Onde entre vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
um povo se debruçava
como um vime de tristeza
sobre um rio onde mirava
a sua própria pobreza.

Era uma vez um país
onde o pão era contado
onde quem tinha a raiz
tinha o fruto arrecadado
onde quem tinha o dinheiro
tinha o operário algemado
onde suava o ceifeiro
que dormia com o gado
onde tossia o mineiro
em Aljustrel ajustado
onde morria primeiro
quem nascia desgraçado.

Era uma vez um país
de tal maneira explorado
pelos consórcios fabris
pelo mando acumulado
pelas ideias nazis
pelo dinheiro estragado
pelo dobrar da cerviz
pelo trabalho amarrado
que até hoje já se diz
que nos tempos do passado
se chamava esse país
Portugal suicidado.

Ali nas vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
vivia um povo tão pobre
que partia para a guerra
para encher quem estava podre
de comer a sua terra.

Um povo que era levado
para Angola nos porões
um povo que era tratado
como a arma dos patrões
um povo que era obrigado
a matar por suas mãos
sem saber que um bom soldado
nunca fere os seus irmãos.

Ora passou-se porém
que dentro de um povo escravo
alguém que lhe queria bem
um dia plantou um cravo.

Era a semente da esperança
feita de força e vontade
era ainda uma criança
mas já era a liberdade.

Era já uma promessa
era a força da razão
do coração à cabeça
da cabeça ao coração.
Quem o fez era soldado
homem novo capitão
mas também tinha a seu lado
muitos homens na prisão.

Esses que tinham lutado
a defender um irmão
esses que tinham passado
o horror da solidão
esses que tinham jurado
sobre uma côdea de pão
ver o povo libertado
do terror da opressão.

Não tinham armas é certo
mas tinham toda a razão
quando um homem morre perto
tem de haver distanciação

uma pistola guardada
nas dobras da sua opção
uma bala disparada
contra a sua própria mão
e uma força perseguida
que na escolha do mais forte
faz com que a força da vida
seja maior do que a morte.

Quem o fez era soldado
homem novo capitão
mas também tinha a seu lado
muitos homens na prisão.

Posta a semente do cravo
começou a floração
do capitão ao soldado
do soldado ao capitão.

Foi então que o povo armado
percebeu qual a razão
porque o povo despojado
lhe punha as armas na mão.

Pois também ele humilhado
em sua própria grandeza
era soldado forçado
contra a pátria portuguesa.

Era preso e exilado
e no seu próprio país
muitas vezes estrangulado
pelos generais senis.

Capitão que não comanda
não pode ficar calado
é o povo que lhe manda
ser capitão revoltado
é o povo que lhe diz
que não ceda e não hesite
– pode nascer um país
do ventre duma chaimite.

Porque a força bem empregue
contra a posição contrária
nunca oprime nem persegue
– é força revolucionária!

Foi então que Abril abriu
as portas da claridade
e a nossa gente invadiu
a sua própria cidade.

Disse a primeira palavra
na madrugada serena
um poeta que cantava
o povo é quem mais ordena.

E então por vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
desceram homens sem medo
marujos soldados «páras»
que não queriam o degredo
dum povo que se separa.
E chegaram à cidade
onde os monstros se acoitavam
era a hora da verdade
para as hienas que mandavam
a hora da claridade
para os sóis que despontavam
e a hora da vontade
para os homens que lutavam.

Em idas vindas esperas
encontros esquinas e praças
não se pouparam as feras
arrancaram-se as mordaças
e o povo saiu à rua
com sete pedras na mão
e uma pedra de lua
no lugar do coração.

Dizia soldado amigo
meu camarada e irmão
este povo está contigo
nascemos do mesmo chão
trazemos a mesma chama
temos a mesma ração
dormimos na mesma cama
comendo do mesmo pão.
Camarada e meu amigo
soldadinho ou capitão
este povo está contigo
a malta dá-te razão.

Foi esta força sem tiros
de antes quebrar que torcer
esta ausência de suspiros
esta fúria de viver
este mar de vozes livres
sempre a crescer a crescer
que das espingardas fez livros
para aprendermos a ler
que dos canhões fez enxadas
para lavrarmos a terra
e das balas disparadas
apenas o fim da guerra.

Foi esta força viril
de antes quebrar que torcer
que em vinte e cinco de Abril
fez Portugal renascer.

E em Lisboa capital
dos novos mestres de Aviz
o povo de Portugal
deu o poder a quem quis.

Mesmo que tenha passado
às vezes por mãos estranhas
o poder que ali foi dado
saiu das nossas entranhas.
Saiu das vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
onde um povo se curvava
como um vime de tristeza
sobre um rio onde mirava
a sua própria pobreza.

E se esse poder um dia
o quiser roubar alguém
não fica na burguesia
volta à barriga da mãe.
Volta à barriga da terra
que em boa hora o pariu
agora ninguém mais cerra
as portas que Abril abriu.

Essas portas que em Caxias
se escancararam de vez
essas janelas vazias
que se encheram outra vez
e essas celas tão frias
tão cheias de sordidez
que espreitavam como espias
todo o povo português.

Agora que já floriu
a esperança na nossa terra
as portas que Abril abriu
nunca mais ninguém as cerra.

Contra tudo o que era velho
levantado como um punho
em Maio surgiu vermelho
o cravo do mês de Junho.

Quando o povo desfilou
nas ruas em procissão
de novo se processou
a própria revolução.

Mas eram olhos as balas
abraços punhais e lanças
enamoradas as alas
dos soldados e crianças.

E o grito que foi ouvido
tantas vezes repetido
dizia que o povo unido
jamais seria vencido.

Contra tudo o que era velho
levantado como um punho
em Maio surgiu vermelho
o cravo do mês de Junho.

E então operários mineiros
pescadores e ganhões
marçanos e carpinteiros
empregados dos balcões
mulheres a dias pedreiros
reformados sem pensões
dactilógrafos carteiros
e outras muitas profissões
souberam que o seu dinheiro
era presa dos patrões.

A seu lado também estavam
jornalistas que escreviam
actores que se desdobravam
cientistas que aprendiam
poetas que estrebuchavam
cantores que não se vendiam
mas enquanto estes lutavam
é certo que não sentiam
a fome com que apertavam
os cintos dos que os ouviam.

Porém cantar é ternura
escrever constrói liberdade
e não há coisa mais pura
do que dizer a verdade.

E uns e outros irmanados
na mesma luta de ideais
ambos sectores explorados
ficaram partes iguais.

Entanto não descansavam
entre pragas e perjúrios
agulhas que se espetavam
silêncios boatos murmúrios
risinhos que se calavam
palácios contra tugúrios
fortunas que levantavam
promessas de maus augúrios
os que em vida se enterravam
por serem falsos e espúrios
maiorais da minoria
que diziam silenciosa
e que em silêncio fazia
a coisa mais horrorosa:
minar como um sinapismo
e com ordenados régios
o alvor do socialismo
e o fim dos privilégios.

Foi então se bem vos lembro
que sucedeu a vindima
quando pisámos Setembro
a verdade veio acima.

E foi um mosto tão forte
que sabia tanto a Abril
que nem o medo da morte
nos fez voltar ao redil.

Ali ficámos de pé
juntos soldados e povo
para mostrarmos como é
que se faz um país novo.

Ali dissemos não passa!
E a reacção não passou.
Quem já viveu a desgraça
odeia a quem desgraçou.

Foi a força do Outono
mais forte que a Primavera
que trouxe os homens sem dono
de que o povo estava à espera.

Foi a força dos mineiros
pescadores e ganhões
operários e carpinteiros
empregados dos balcões
mulheres a dias pedreiros
reformados sem pensões
dactilógrafos carteiros
e outras muitas profissões
que deu o poder cimeiro
a quem não queria patrões.

Desde esse dia em que todos
nós repartimos o pão
é que acabaram os bodos
— cumpriu-se a revolução.

Porém em quintas vivendas
palácios e palacetes
os generais com prebendas
caciques e cacetetes
os que montavam cavalos
para caçarem veados
os que davam dois estalos
na cara dos empregados
os que tinham bons amigos
no consórcio dos sabões
e coçavam os umbigos
como quem coça os galões
os generais subalternos
que aceitavam os patrões
os generais inimigos
os generais garanhões
teciam teias de aranha
e eram mais camaleões
que a lombriga que se amanha
com os próprios cagalhões.
Com generais desta apanha
já não há revoluções.

Por isso o onze de Março
foi um baile de Tartufos
uma alternância de terços
entre ricaços e bufos.

E tivemos de pagar
com o sangue de um soldado
o preço de já não estar
Portugal suicidado.

Fugiram como cobardes
e para terras de Espanha
os que faziam alardes
dos combates em campanha.

E aqui ficaram de pé
capitães de pedra e cal
os homens que na Guiné
aprenderam Portugal.

Os tais homens que sentiram
que um animal racional
opõe àqueles que o firam
consciência nacional.

Os tais homens que souberam
fazer a revolução
porque na guerra entenderam
o que era a libertação.

Os que viram claramente
e com os cinco sentidos
morrer tanta tanta gente
que todos ficaram vivos.

Os tais homens feitos de aço
temperado com a tristeza
que envolveram num abraço
toda a história portuguesa.

Essa história tão bonita
e depois tão maltratada
por quem herdou a desdita
da história colonizada.

Dai ao povo o que é do povo
pois o mar não tem patrões.
– Não havia estado novo
nos poemas de Camões!

Havia sim a lonjura
e uma vela desfraldada
para levar a ternura
à distância imaginada.

Foi este lado da história
que os capitães descobriram
que ficará na memória
das naus que de Abril partiram

das naves que transportaram
o nosso abraço profundo
aos povos que agora deram
novos países ao mundo.

Por saberem como é
ficaram de pedra e cal
capitães que na Guiné
descobriram Portugal.

E em sua pátria fizeram
o que deviam fazer:
ao seu povo devolveram
o que o povo tinha a haver:
Bancos seguros petróleos
que ficarão a render
ao invés dos monopólios
para o trabalho crescer.
Guindastes portos navios
e outras coisas para erguer
antenas centrais e fios
dum país que vai nascer.

Mesmo que seja com frio
é preciso é aquecer
pensar que somos um rio
que vai dar onde quiser

pensar que somos um mar
que nunca mais tem fronteiras
e havemos de navegar
de muitíssimas maneiras.

No Minho com pés de linho
no Alentejo com pão
no Ribatejo com vinho
na Beira com requeijão
e trocando agora as voltas
ao vira da produção
no Alentejo bolotas
no Algarve maçapão
vindimas no Alto Douro
tomates em Azeitão
azeite da cor do ouro
que é verde ao pé do Fundão
e fica amarelo puro
nos campos do Baleizão.
Quando a terra for do povo
o povo deita-lhe a mão!

É isto a reforma agrária
em sua própria expressão:
a maneira mais primária
de que nós temos um quinhão
da semente proletária
da nossa revolução.

Quem a fez era soldado
homem novo capitão
mas também tinha a seu lado
muitos homens na prisão.

De tudo o que Abril abriu
ainda pouco se disse
um menino que sorriu
uma porta que se abrisse
um fruto que se expandiu
um pão que se repartisse
um capitão que seguiu
o que a história lhe predisse
e entre vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
um povo que levantava
sobre um rio de pobreza
a bandeira em que ondulava
a sua própria grandeza!
De tudo o que Abril abriu
ainda pouco se disse
e só nos faltava agora
que este Abril não se cumprisse.
Só nos faltava que os cães
viessem ferrar o dente
na carne dos capitães
que se arriscaram na frente

Na frente de todos nós
povo soberano e total
que ao mesmo tempo é a voz
e o braço de Portugal.

Ouvi banqueiros fascistas
agiotas do lazer
latifundiários machistas
balofos verbos de encher
e outras coisas em istas
que não cabe dizer aqui
que aos capitães progressistas
o povo deu o poder!
E se esse poder um dia
o quiser roubar alguém
não fica na burguesia
volta à barriga da mãe!
Volta à barriga da terra
que em boa hora o pariu
agora ninguém mais cerra
as portas que Abril abriu!
PS: Fotos retirados da net.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

ANDALUCÍA MONUMENTAL

Sevilla, Granada, Jaén, Guadix e Cordoba
31 de Março a 03 de Abril de 2012


Mais uma viagem organizada pelo Tó Simões, mas desta vez com a colaboração da agência de viagens, Lusitana Turismo, com sede em Valença, que nos proporcionaram um ótimo acompanhamento com uma muito competente guia, Márcia Cruz, que tornou a nossa viagem mais enriquecedora, interessante e que esteve sempre atenta e disponível para todas as necessidades do nosso grupo, tal como nos prometeram.

Também quero deixar a minha satisfação pela empresa que nos transportou, Foz do Cávado, disponibilizando conforto, segurança, qualidade no serviço e o profissionalismo demonstrado pelos dois motoristas que nos acompanharam, Mário Pedro e Luís Carlos.
Tenho a certeza de que esta minha satisfação pelo trabalho destes três profissionais é a mesma observada por todos os meus companheiros de viagem, cuja opinião geral pelo que me deu ouvir é muito positiva.


O 1º dia de viagem teve início à 1 hora da madrugada do dia 31 de Março, hora precisa da saída do autocarro, do Largo da Igreja de Tavarede em direção à Andalucía, mais precisamente Sevilha, Capital da Comunidade Autónoma da Andalucía, que é a quarta maior cidade espanhola, situada a sudoeste da Península Ibérica, nas margens do rio Guadalquivir e a capital da província homónima, na Comunidade Autónoma da Andaluzia. A sua catedral, considerado o maior edifício gótico do mundo, Alcazar e o Archivo de Indias foram classificados pela UNESCO Património Cultural da Humanidade em 1987. Passear em Sevilha, penetrando nos seus bairros e magníficos museus é um autêntico prazer. Sevilha é uma cidade viva, cheia de cor, alegre e sentida, que não pode ficar fechada em casa; diz-se que os sevilhanos vivem e convivem na rua e, de certa forma, isso é verdade.
Chegados a Sevilha ainda tivemos tempo, antes do almoço, para uma visita de autocarro pelo Parque de Maria Luísa, situado a sul da Plaza de España, um vasto espaço verde cheio de caminhos que se cruzam, aves a nadar nos lagos e palácios ocultos por detrás da folhagem das árvores. Recentemente, foi declarado de Interesse Cultural. Estes jardins de Maria Luisa, que fazem parte originalmente formada pelos jardins privados do Palácio de San Telmo, foram doados em 1893 pela Infanta María Luisa Fernanda de Borbón (Duquesa de Montpensier) para a cidade. Foram renovados pelo engenheiro francês Jean-Claude Nicolas Forestier, que deu um toque romântico, inspirado nos jardins do Generalife, o Alhambra e o Alcazar de Sevilha. O parque abriu as praças de Espanha e da América, que constituem uma de suas principais atrações. Foi inaugurado em 18 de abril de 1914. Só no início do século XX passou a ter verdadeira importância para Sevilha, quando foi sede da Exposição Ibero-Americana de 1929.


O Consulado de Portugal ocupa um Edifício “singular”, construído para esta Exposição, onde se assumiu como Pavilhão de Portugal, pelo que ostenta alguns dos símbolos mais emblemáticos do Estado português no primeiro quartel do séc. XX.
Em seguida o autocarro deixou-nos, com alguma chuva incómoda, para uma visita à Praça de Espanha, construída em estilo teatral para a Exposição Ibero-Americana de 1929. As obras de construção iniciaram-se em 1914, chegando a trabalhar mais de mil homens neste projeto. Foram levantados alguns obstáculos, nomeadamente o custo exagerado, em tempo de crise; a altura das torres, que tiveram de baixar em relação ao previsto para não rivalizar com a Giralda, e a construção da ria artificial que era uma afronta a uma cidade com tanta escassez de água. Constitui um conjunto arquitetónico enquadrado no Parque Maria Luísa. A Praça tem 200 metros de diâmetro, com uma forma semielíptica que simboliza o abraço de Espanha às suas antigas colónias e olha o Guadalquivir como caminho a seguir até à América. A sua superfície total é de 50.000 metros quadrados, dos quais apenas 19.000 estão edificados. Tem um canal a rodear a praça que percorre 515 metros e é atravessado por quatro pontes. A construção está realizada em ladrilho com ampla decoração cerâmica e ferro forjado.


Novamente de autocarro fizemos uma visita por alguns pontos de grande interesse da cidade e pelo recinto da Exposição Universal de Sevilha (Expo’92) situada na La Isla de La Cartuja (Ilha de Cartuja). O recinto ocupa um total de terras utilizadas de 215 hectares. Este evento foi organizado para comemorar os 500 anos do descobrimento das Américas por Cristóvão Colombo (1492-1992).
Durante o passeio ainda passámos por alguns dos pontos mais importantes de Sevilha, sempre acompanhados pelas explicações muito úteis da nossa guia Márcia, como a Casa de Pilatos que é o palácio dos Duques de Medina, ou melhor, dos Duques de Alcalá. Este palácio nasceu no último trimestre de séc. XV fruto da união das tribos de Enríquez e Ribera. Alterações ao gosto romântico, executadas em meados do séc. XIX, completaram sua aparência pitoresca, harmoniosa mistura de gótico-mudéjar, renascentista e romântica.


La Macarena é o nome tradicional e histórico de uma área de Sevilha, localizada a norte do centro da cidade. O bairro é conhecido por abrigar a Basílica de Nuestra Señora de la Esperanza Macarena. A procissão no início da manhã de Sexta-Feira Santa é um dos momentos mais fervorosos e mais popular, em toda a Espanha. A estátua de madeira de Nossa Senhora da Esperança Macarena data do séc. XVII. O neobarroco da Basílica foi construída por Aurelio Gómez Millán, no séc. XX. Ao lado da igreja está o Museu e Tesouro de La Macarena, onde o património artístico e sentimental enorme da fraternidade é exposto, funcionando como uma explicação completa sobre as famosas procissões da Semana Santa de Sevilha. A maior parte restante dos almóadas, muralhas da cidade persiste no bairro de La Macarena. Estende-se entre dois dos portões da cidade velha, a partir da monumental Puerta de la Macarena a oeste, ao lado da Basílica, até a Puerta de Córdoba no leste, anexo à igreja de San Hermenegildo.
No Bairro Santa Cruz pode-se saborear o contraste de culturas, onde o antigo bairro judeu (judiaria) tem imensas praças repletas das famosas laranjeiras de Sevilha. Este antigo bairro assistiu a muita miséria no passado, mas é hoje um excelente sítio para repousar ou passear.
O Bairro de Triana é um dos mais importantes bairros de Sevilha. Encontra-se junto ao Rio Guadalquivir, ao lado do Bairro de los Remédios. O seu nome vem do Imperador romano Trajano, que nasceu em Itálica. Desde sempre que o Bairro de Triana ocupou uma posição privilegiada, facto que lhe deu um estatuto muito particular, como cruzamento de caminhos e chave da cidade, embora esta proximidade ao rio tenha feito com que tenha sofrido inundações. Triana é um bairro de gentes ligadas ao mar, de toureiros, de cantores e autores, bem como de futebolistas. É um bairro no qual se destacam a Igreja de Santa Ana, o Convento de San Jacinto e a Calle Betis.


A Plaza de Toros de la Real Maestranza, construída por Vicente San Martin em 1761. É uma das praças mais antigas de Espanha. A praça de toiros e as edificações adoçadas formam um quarteirão quase triangular. O edifício da praça tem, tanto exterior como interiormente, a forma de um polígono irregular, consequência de uma obra realizada ao longo de 120 anos. Uma característica típica da arena da praça de toiros de Sevilha é que não é totalmente circular, mas ligeiramente oval. Dentro da praça encontra-se a Tribuna do Príncipe, criado por Cayetano de Acosta. A pequena capela dos toureiros está presidida por uma imagem da Virgem de los Dolores, atribuída a Juan de Astorga, que goza de uma devoção entre os toureiros e a quem doaram vários ex-votos. Contém um museu taurino com coleção de trajes, fotografias, quadros, etc., relacionados com o mundo dos toiros.
Entretanto o autocarro deixou-nos junto à margem leste do rio Guadalquivir (o maior rio de Sevilha), onde se situam dois dos monumentos mais famosos da cidade: o Alcázar Real e a Catedral de Sevilha, com a sua Torre Giralda.
O Palácio Real Alcázar é uma das residências da família real espanhola, o que faz dele o mais antigo em atividade na Europa. Tem mais de mil anos, apresentando uma diversidade de estilos arquitetónicos. Destacam-se os detalhes de influência islâmica, principalmente por causa de um rei cristão, Pedro I, que era aficionado à cultura do Islã. Os jardins são muito grandes e também são testemunhas dos vários estilos aplicados ali durante um milênio. São 170 espécies, vindas de diversas partes do planeta. Não é à toa, que o Real Alcázar é Património da Humanidade.


A Catedral de Sevilha, também conhecida como Catedral de Santa Maria de la Sede é a maior catedral gótica do mundo e o terceiro edifício religioso, depois da Basílica de São Pedro, no Vaticano e da Catedral de Saint Paul, em Londres. A construção iniciou-se em 1401 no local da antiga mesquita Aljama, da qual restam o pátio retangular, de onde se pode admirar um magnífico laranjal (a Andaluzia é famosa pelas suas laranjas amargas que produzem uma deliciosa geleia). A catedral possui uma das três tumbas de Cristóvão Colombo. As outras duas encontram-se em Santo Domingo e na Itália. A Giralda, apesar da sua autonomia, funcionava como torre campanária da Catedral de Sevilha desde 1897. A sua base encontra-se a 7,12 metros acima do nível do mar, tem 13,61 metros de lado e 104,06 metros de altura. É importante recordar que esta torre de tijolos brancos começou por ser um minarete. A Giralda foi construída tendo como referência o minarete da Mesquita Kutubia de Marrakech, em Marrocos.

Após esta visita aconteceu o nosso almoço. Depois, a viagem continuou na direção a Granada, para acomodação no hotel e jantar.


HOTEL CITYMAR TORREÓN *** - O El Torréon situa-se junto da Auto-estrada A92, apenas a 5 km de Granada e a 12 km do Aeroporto Federico Garcia Lorca de Granada. Este hotel dispõe de 2 suites e 142 quartos duplos. Todos os quartos do Hotel são climatizados, têm televisão e rádio com canais por satélite/cabo, aparelho de som, telefone direto, ar condicionado e casa de banho privada, com banheira. Tem wi-fi à Internet por todo o hotel. O restaurante do Torreón serve refeições buffet e também existe um bar e uma ampla área de jardim. A receção 24 horas pode reservar bilhetes e dar informações turísticas. O El Torreón está apenas a 800 metros da conexão com a N323 e a 42 km da Estância de Esqui Sierra Nevada.


A Universidade de Granada, fundada por Carlos V em 1531, é uma das mais prestigiadas de Espanha, e confere à cidade um ambiente estudantil e variedade de vida noturna. Foram alguns elementos desta Tuna que nos proporcionaram ao jantar agradáveis momentos de entretenimento.

No 2º dia o despertar foi às 08H00, o pequeno-almoço às 08H30 e a saída no autocarro às 09H00 para uma visita a Granada, cidade majestosa onde o Romantismo Andaluz era a presença destacada dos Árabes, Judeus e Cristãos que se harmonizavam na perfeição.
Granada é a cidade capital da província homónima. Está situada no sopé da Serra Nevada, na confluência dos rios Genil, Darro e Beiro, a uma altitude média de 700 m. Junto a uma fértil planície, rodeada por três maciços montanhosos. Em Granada encontra-se a famosa Alhambra, fortaleza e palácio de nasrida, declarada Património da Humanidade pela UNESCO em 1984, e também o Generalife e o bairro de Albaicín.


Sempre acompanhados pela nossa guia Márcia dirigimo-nos para o Generalife que é uma vila com jardins utilizada pelos nasridas muçulmanos do Reino de Granada como lugar de descanso. Foi concebida como vila rural, onde jardins ornamentais, hortos e arquitetura se integravam. Generalife encontra-se aos pés da cadeia montanhosa de Serra Nevada, de onde se pode ver toda a cidade. Pelos seus antigos elementos decorativos, o palácio deve ter sido construído no séc. XIII pelo sultão da dinastia Nasrid, Muhammad II (1273-1302). Foi declarado Património Mundial pela Unesco em 1984. O Generalife está situado fora das muralhas da Alhambra, a leste, nas encostas do Cerro del Sol.


A Alhambra localiza-se em Granada em posição dominante no alto duma elevação arborizada a sudeste da cidade. Trata-se dum rico complexo palaciano e fortaleza que alojava o monarca da Dinastia Nasrida e a corte do Reino de Granada. O seu verdadeiro atrativo, como noutras obras muçulmanas da época, são os interiores, cuja decoração está no cume da arte islâmica. Esta importante atração turística espanhola exibe os mais famosos elementos da arquitetura islâmica no país, juntamente com estruturas cristãs do séc. XVI e intervenções posteriores em edifícios e jardins que marcam a sua imagem tal como pode ser vista na atualidade. No interior do recinto da Alhambra fica o Palácio de Carlos V, um palácio erguido pelo Imperador Carlos V do Sacro Império Romano Germânico em 1527.

Bairro Albaicín é de origem andaluza, entre os 700 a 800 m de altitude e numa colina vizinha à do Alhambra. Em 756 já estão os árabes na Península. É a época do Emirado Independente. A população árabe manifesta-se em dois núcleos: O Albaicín e O Alhambra. Este bairro teve a sua maior influência na época dos Nasridas. O Albaicín mantem o traço e padrão urbanos do período nasrida, com ruas estreitas, numa intrincada rede que se estende da parte mais alta (S. Nicolás) até ao rio Darro e rua Elvira, que se encontram na Plaza Nueva. O tipo tradicional de vivenda é chamado carmen, composto por uma moradia rodeada por um alto muro que a separa da rua e que inclui uma pequena horta ou jardim. Foi característico deste bairro a canalização e distribuição de água potável através de poços (aljubes); no total contam-se 28, dos quais uma grande maioria ainda está em uso. No Albaicín há numerosos monumentos de distintas épocas, fundamentalmente nasridas e renascentistas: Muralha Zirida, da Alcazaba Cadima. Arco de las Pesas ou Puerta Nueva; Muralha Nasrida, Puerta de Fajalauza, Torres de la Alhacaba, Puerta Monaita, Puerta de Elvira; Igreja de El Salvador (antiga mesquita maior), S. Cristóbal, S. Miguel Bajo, S. José, S. Gregorio, S. Ildefonso, San Juan de los Reyes (todas antigas mesquitas); Palácio de Dar-AlHorra, Bañuelo, Alminar de Almorabitun. Aljibe de Trillo, Casa de los Mascarones, Casa de Yanguas; Sta. Ana, S. Pedro, S. Cristóbal, S. Miguel alto; Casa de Porras, Casa del Almirante, Casa de Castril, Casa de la Lona, Casa de los Cordoba; Real Chancillería.

Fizemos a descida até ao centro de Granada onde visitámos La Alcaiceria, mercado localizado perto da Catedral, hoje é dedicada às lojas de souvenirs ou lembranças turísticas, venda de artesanato de Granada: o popular laje Fajalauza, capa de madeira ou marchetaria, lâmpadas e vidro colorido. Ali perto não deixámos de espreitar o Corral del Carbon, muito interessante com arquitetura moura que data do início do século 14. A fachada tem elaboradas decorações e quando os cristãos conquistaram Granada, foi usado para guardar carvão.

Em seguida fizemos uma visita à Catedral de la Encarnación de Granada (1528-1543) é um templo católico que representa o renascimento espanhol. A sua fachada é impressionante e um interior magnífico, com um magnífico retábulo e várias capelas. Na câmara funerária estão os túmulos de Fernando e Isabel. A primeira pedra (1523) foi colocada no local onde existia a antiga mesquita. Os corredores estão fechados em muitas capelas de diferentes períodos e estilos, entre os quais temos a mais notável de Nuestra Señora de la Antigua. A Catedral permaneceu incompleta na sua fachada. Das duas torres planejadas, apenas se levantou uma e a sua altura teve que ser reduzida, porque a fundação de um edifício gótico não podia suportar a massa pesada desta torre.





Depois do almoço, continuámos com a visita ao Mosteiro de la Cartuja, antigamente era um cemitério romano. Em 1506, o Grande Capitão doou terras aos monges para que eles pudessem construir o Mosteiro. A construção foi interrompida para que três séculos mais tarde ainda não estava concluída. O trabalho começou em 1506, mas três séculos se passariam antes do fim. Ele viveu até os monges cartuxos expulsos em 1835. A entrada para o Mosteiro de La Cartuja é através de uma porta Renascença dá acesso a um pátio. A partir daqui escadas permitem a passagem para a porta do convento. Seguem-se os vários departamentos: A igreja tem a planta típica e XVII decoração barroca. Dê uma olhada no altar, todas as pinturas policromadas e Bocanegra e "recuperado" Sanchez Cotán. Atrás do altar é o Santo dos Santos (1720), com uma cobertura no centro, uma obra concebida em mármore barroco Lanjarón, e um tecto pintado por Antonio Palomino e José Smiles. A sacristia impressionante, com paredes brancas, onde o gesso em perfeita harmonia com a cor avermelhada do altar de mármore, presidido por São Bruno. Olhe para as veias que faz mármore e buscar esses números: o peixe, o cachorro, a senhora espanhola. O claustro: em primeiro lugar havia dois, mas hoje é apenas o claustro, é o menor. Um refúgio de paz com as suas laranjeiras e ervas. Capítulo da casa: era o local de encontro dos Cartuxos, com proibição de falarem uns aos outros e, certamente, evitou as discussões. O mais interessante são as pinturas de Vincent Carducci. Capela Profundis: o lugar onde os monges fizeram penitência e onde há um altar pintado na parede e uma mesa, tanto de Sanchez Cotán. Refeitório: quarto dos frades para jantar, decorada com algumas pinturas mais do que tenebrista Sanchez Cotán. Olhe para o que representa a Última Ceia, com as expressões estranhas dos apóstolos, e dos Mártires da Inglaterra. Dependendo de onde você olhar para a foto, nesse sentido parecem cavalos.
Regresso ao hotel e jantar.

Depois do jantar, pelas 09H00, a nossa guia marcou uma ida a um espetáculo de flamengo. Granada é uma das principais referências do flamengo na Espanha e, mais concretamente, o Sacromonte é um dos seus berços. Este bairro cigano é o epicentro daquilo que os especialistas chamam a ‘jondura’ e ‘el duende’, e origem da zambra, uma festa de cante e baile flamengo que se remonta ao século XVI, e de forma particular, aos rituais nupciais dos mouriscos da cidade. Esta festa é rememorada todas as noites nas suas antigas cavernas, hoje convertidas em “tablaos” flamengos, onde se pode desfrutar de legítimos espetáculos protagonizados pelas famílias ciganas de maior tradição no bairro.
Pelas 23H00, regressámos ao hotel para alojamento.

O 3º dia teve o despertar às 07H45, o pequeno-almoço às 08H15 e às 09H00 já no autocarro saímos do hotel para a visita a JAÉN, cidade andaluza com um rico património histórico-monumental. Jaén ou Xaém é uma comunidade autónoma da Andaluzia. O nome é derivado da palavra árabe jayyan, (cruzamento de caravanas). Os habitantes da cidade são conhecidos como Jiennenses. Jaén é também conhecida como a Capital Mundial do Azeite, porque é o maior produtor desse ouro líquido. A disposição de Jaén é determinada por sua posição nas colinas das montanhas de Santa Catalina, com ruas íngremes e estreitas.

Visitámos o Castelo de Santa Catarina é uma antiga construção defensiva medieval cristã, coroando a colina de mesmo nome, num esporão da Serra Jabalcuz a 820 m de altitude. O nome vem da capela construída no castelo depois de sua conquista. A Capela de Santa Catarina de Alexandria estilo gótico e foi construída entre os séc. XIII e XIV. No lado oeste, fica a Torre de Menagem, uma torre quadrada, com 15,45 m de lado, e mais de 30 m de altura, com três andares e terraço com abóbada cruzada com arcos ogivais. Todo o perímetro do sul não tem torres, que estão sendo construídos numa escarpa vertical. No perímetro norte ficam três torres. Finalmente, uma quinta torre, pentagonal, no extremo leste do gabinete.
Destacam-se os seguintes monumentos, que não pudemos visitar: Palácio dos Condes de Villardompardo, construido no séc. XVI por Fernando Torres y Portugal, I Conde Villardompardo e vice-rei do Peru, estilo renascentista. No final do séc. XVIII, o edifício foi adquirido pela Junta Real de Hospice, instalada no Hospício das Mulheres. Hospice é expandida nos anos 1901 e 1903, com a demolição de algumas casas e construíram uma capela, que foi inaugurado com o título da Visitação. Em 1970, após a transferência do Hospício, o trabalho começou em restaurar os Banhos Árabes localizados no subsolo do Palácio e da reabilitação do edificio; e Catedral da Assunção, renascentista, é a sede do bispado de Jaén. Localizada na Piazza Santa Maria, contra a Câmara Municipal e o Palácio Episcopal. A atual catedral foi concebida no séc. XVI para substituir a antiga igreja gótica do séc. XV. Destaque para a sala do capítulo e a sacristia, que são a obra-prima de Andrés de Vandelvira, e uma das obras mais importantes do Renascimento español. Também é notável a fachada principal, uma das principais obras de Barroco espanhol, construído após a consagração do templo em 1660. Também se salienta o coro neoclássico por causa de sua beleza e do grande número de barracas, tornando-o um dos maiores da Espanha. Após o terramoto de Lisboa de 1755 foram necessários trabalhos de consolidação do lado norte e da construção da Igreja Tabernáculo. Dentro da custódia, entre outras obras de arte e objetos religiosos, a relíquia do Santo Rosto e "Veronica", considerado o verdadeiro rosto de Jesus Cristo, que teria sido capturado na tela com a qual Verónica limpou o rosto durante sua paixão. Está guardado na Capela, e exposta à veneração pública dos fiéis todas as sextas.

Junto à Catedral, marcado pela nossa guia Márcia, esperava-nos um comboio que nos transportou para uma visita às “Cuevas” - casas trogloditas de refúgio - escavadas nos cerros. A geologia da região de Guadix tem permitido o uso do homem durante séculos as cavernas, naturais e artificiais, o que levou a um dos recursos patrimoniais mais marcantes e mais sugestivos da nossa região. Este património é feito de cavernas em diferentes idades, tipos e uso. Notável é o bairro das cavernas de Guadix integrada no caminho de Guadix e é um dos maiores locais do gênero preservados na Europa, onde todas as casas são escavadas na rocha, dando-lhe um caráter bastante singular e peculiar. Também visitámos o interior duma destas “Cuevas”.
Regressámos ao hotel para o almoço.

De tarde visitámos GUADIX, que se encontra a norte da Sierra Nevada, também conhecida como “Accitania”. Guadix é um município da província de Granada, na margem esquerda do rio Guadix. Ocupa parte de um elevado planalto no sopé norte da Serra Nevada. A cidade já foi famosa por sua cutelaria, mas a sua moderna fábrica (principalmente de barro, os bens de cânhamo, e chapéus) são consideráveis. Tem algum comércio de lã, algodão, linho, milho e licores. As nascentes de água mineral quentes do Graena, muito frequentado durante o verão, são 6 km a oeste.
O Alcazaba de Guadix é uma fortaleza ou castelo de origem árabe, construida por volta do séc. XI. Após a conquista dos Reis Católicos em 1489, começou o abandono do forte. No séc. XVI, o edifício foi parcialmente destruído, perdeu grande parte das salas interiores. Mais tarde foi restaurado. Em 1931 foi declarado Monumento Nacional. Como em muitos dos edifícios de origem muçulmana, o principal material utilizado na torre era a lama, dando a aparência característica de fortaleza vermelha. No topo da torre há uma escultura do Sagrado Coração de Jesus.
A Catedral da Encarnação é um monumento arquitectónico localizado na cidade de Guadix. Sua construção começou no séc. XVI e terminou em meados do séc. XVIII. Es de estilo barroco. É barroco. Nesta igreja foi instalada uma mesquita a maior da cidade na época de domínio muçulmano. Após a reconquista da cidade em 1489, é restaurado Episcopal, chamada de Igreja de Santa Maria da Encarnação, localizada na mesma mesquita tornou-se uma catedral por Bula do Papa Inocêncio VIII.
Plaza de las Palomas ou Praça da Constituição é o monumento é mais conhecido e amado pelo povo de Guadix e da sua região. É um local de encontro de descanso e relaxamento, onde poderá saborear um bom vinho ou um doce. As proporções solenes e belas deste conjunto, a sua luz transparente e azul, envolvendo todos os perfis da cidade, os pores-do-sol de múltiplas cores são infinitas no horizonte da Sierra Nevada. A data de construção: 1606.
Regresso ao hotel para o jantar e alojamento.

E no 4º dia o despertar foi às 06H45, o pequeno-almoço às 07H15 e saímos no autocarro às 08H00 já com as nossas bagagens, pois que já não regressávamos ao hotel, começámos o regresso às nossas casas.

Visitámos Córdoba, cidade que há 10 séc. foi a Capital Muçulmana de Espanha e o maior centro cultural, sendo também classificada Património Mundial da Unesco. Aqui descobriremos os seus monumentos que abrigam uma riquíssima herança Cultural: Córdoba é uma cidade ibérica e romana na Antiguidade, na Idade Média tornou-se a capital de um califado islâmico. A cidade velha contém vários lembretes arquitetónicos quando Corduba era a capital da Hispania Ulterior durante a República Romana e capital da Hispania Baetica durante o Império Romano, e quando Qurṭuba foi a capital da República Islâmica do Califado de Córdoba, incluindo a maior parte do da Península Ibérica. Quando no séc. VIII os árabes entraram na Andaluzia, iniciaram em Córdoba a construção duma cidade que rivalizasse com as grandes metrópoles do mundo árabe: Bagdad, Damasco, Constantinopla e Cairo. Estima-se que, no séc. X e início do séc. XI, Córdoba foi a cidade mais populosa do mundo, e, durante esses séculos tornou-se o centro intelectual da Europa.

Mesquita-Catedral de Córdova, também conhecida apenas como Mesquita de Córdova ou Catedral de Córdova começou a ser construída no séc. VIII, mas a sua construção final teve lugar no século de ouro da cidade, durante o período do Califado de Córdoba, nos séc. X e XI. Este templo mudou-se de Mesquita para Catedral após a expulsão dos árabes e foi concluída a construção no séc. XVI, oito séculos depois da sua criação. O edifício sobre a qual começou a construção da Mesquita foi uma basílica na época dos visigodos, que representa a primeira fase de este edifício monumental. A segunda etapa tem lugar quando Abderraman III a tornou um símbolo de uma cidade que foi ombro a ombro com as mais importantes cidades do continente e de Al Andalus, e a terceira vem com os Reis católicos, quando estes a transformaram numa catedral. A mesquita conta com mais de 23 mil metros quadrados de superfície, o que a converte numa das maiores do mundo. É considerada como uma das maravilhas da Espanha. Dentro da mesquita, deve-se distinguir o Patio dos Naranjos, que mantém o seu estilo mourisco, a cúpula da catedral, do séc. XVI, e o tesouro da catedral. Foi com muita pena que já junto à entrada da Mesquita-Catedral, ficamos a saber que não se podia visitar, pois que por causa da Semana Santa, iriam acontecer no seu interior cerimónias religiosas.

O Pátio de los Naranjos é o maior e mais antigo pátio da cidade, porque sua origem está ligada ao próprio templo, no ano de 786. Este é um invólucro de 130 metros de comprimento e 50 metros de largura, que é dividido em três partes, cada uma com uma fonte no centro. Além disso, dentro do pátio estão localizadas a fonte de Santa María del Caño Olive e Fonte de Canela, do lado de fora, estão as fontes de Cano Gordo e Santa Catalina, para além da arca de água.
Visitámos então a Alcázar dos Reis Cristãos que é um dos edifícios mais importantes e emblemáticos de Córdoba. Trata-se de um edifício de carácter militar, construído a mando do Afonso XI de Castela, em 1328. Este era o lugar onde se hospedaram os Reis Católicos durante o séc. XV. Por cá têm passado os Reis, os exploradores como Cristóvão Colombo, a Inquisição, militares e atualmente quem quer, já que se tornou num órgão municipal de Córdoba, onde têm sido realizadas as diversas atividades locais.
Em 1987, a cidade de Córdoba, por iniciativa do escritor francês Roger Garaudy, deu administrativamente a Torre de Calahorra para Fundação de mesmo nome para formar o Museu Vivo do al-Andalus. Com o objetivo de difundir o esplendor de Córdoba e al-Andalus entre IX e XII, Calahorra é hoje um museu com três andares divididos em salas temáticas. O Museu é muito bem situado, porque a partir de sua localização através do rio Guadalquivir tem vista não só para o "grande rio", como para edifícios importantes, incluindo a Mesquita e a antiga fortaleza, ligando o passado ao presente, tentando não esquecer os seus traços de identidade históricos.
A Ponte Romana está localizada no rio Guadalquivir que atravessa Córdoba. Também conhecida como "Ponte Velha" era a única ponte da cidade há 20 séculos atrás, até à construção da Ponte de San Rafael, em meados dos séc. XX. Desde 1931, a ponte, juntamente com o Gate Bridge e a Torre de Calahorra é declarada um local de interesse cultural na categoria de monumento.

Medina Azahara é uma cidade palácio cortês ou edifício comandado por Rahman III, a cerca de 8 km nos arredores de Córdoba, no oeste, mais especificamente na Serra Morena. As principais razões para a sua construção são de caráter político-ideológico: a dignidade do califa exige a criação de uma nova cidade, um símbolo de seu poder, à imitação de outros califas orientais e, acima de tudo, para mostrar sua superioridade sobre o seu grande inimigo, o Fatimid Ifriqiya, no norte de África. A cultura popular também diz que foi construído como um tributo à favorita do califa: Azahara.
A Praça dos Abades é um cantinho muito charmoso perto da Catedral. Ao passearmos sem nenhum rumo pelas ruas do Bairro judeu de Córdoba chegamos até à praça dos Abades. Trata-se de uma pequena praça onde o que chama muito a atenção é a Hermida da Conceição, com as suas preciosas cores pastéis maravilhosamente restauradas.
Perto da catedral existe o antigo bairro judeu, que consiste em muitas ruas irregulares, tais como Calleja de las Flores e Calleja del Pañuelo, por ali existem muitas lojas de recordações e os muito floridos pátios andaluzes, locais que visitámos até ao almoço.

Após o almoço, demos início da viagem de regresso até aos nossos lugares de origem.
A nossa chegada a Tavarede ocorreu por volta das 24H00.

Chegou assim ao fim esta nossa visita à Andaluzia Monumental. Um passeio que ficará com certeza nas nossas memórias.

Despedimo-nos da nossa guia Márcia Cruz, que nos proporcionou visitas muito bem programadas e escolhidas com muito cuidado, boa organização, interessantes, prestando as informações solicitadas e que ela própria achava por bem transmitir, conhecedora do roteiro. Todos os nossos passeios foram acompanhados com muita simpatia, solicitude e com uma agradabilíssima conversa.

Também dissemos até à próxima aos dois motoristas que nos acompanharam, Mário Pedro e Luís Carlos, foram sempre pontuais, prestativos e impecáveis no seu comportamento, excederam as nossas expectativas. Procuraram sempre oferecer as condições necessárias para usufruirmos do melhor conforto, segurança e bem-estar. Até tínhamos no autocarro sempre que lhes pedíamos uma bela “bica” portuguesa com ou sem “cheirinho”, ou um saboroso chá, que nos retemperou por vezes durante a viagem. Trabalho impecável, atencioso e competente.

Agradecemos assim a esta equipa, toda a cordialidade, educação, competência, colaboração, simpatia, disponibilidade e profissionalismo que fez com que o nosso passeio fosse um sucesso.
Só me resta desejar felicidades para a sua vida profissional e particular.
E até qualquer dia…

Para nós companheiros de viagem, até à próxima!




Nota: para além de algumas fotografias pessoais, da Edite Condesso e outras retiradas da net, quero salientar que a sua grande maioria foram gentilmente cedidas pelo casal Madalena e Victor Azenha.