terça-feira, 25 de agosto de 2009

A Nova Peça de Teatro na SIT

A Nova peça de Teatro na SIT

O Início
Recebi a proposta da peça de teatro, do nosso director cénico Dr. Fernando Romeiro, para estrear no mês de Janeiro, como é tradição.
Também me fez o desafio de pensar no cenário, para o qual me enviou umas dicas, as quais foram muito úteis para a proposta que tenho para apresentar no próximo dia 2 de Setembro de 2009. Para este dia está marcada uma reunião com todos os amadores e técnicos que foram convidados a colaborar na nova peça a estrear no aniversário desta colectividade, em Janeiro de 2010.

A peça de Teatro que foi escolhida pelo nosso director cénico é “O Inspector-Geral” de Nikolai Gógol. Este consagrado texto é uma sátira bem-humorada e de imediata identificação social universal, leve, dinâmica. A linguagem é acessível e agrada todas as classes e idades. Embora o texto seja do século XVIII, a peça permanece actual. Os actos de corrupção e as jogadas políticas num vilarejo na Rússia antiga são facilmente reconhecíveis no contexto político contemporâneo português. Faz reflectir sobre o momento político utilizando-se da comédia-sátira, critica e denuncia as falcatruas políticas, fala sobre a corrupção dos governantes, a hipocrisia, o suborno, a impunidade, a desproporção, o medo da justiça, a má utilização do dinheiro público, a insensibilidade dos poderosos diante da fome e da miséria do povo, o qual aceita e, às vezes, até colabora com o sistema de corrupção.

(Aonde é que eu já ouvi isto?)

A Sinopse
Sátira implacável da relação dos habitantes de uma cidade provinciana com as autoridades, “O Inspector-Geral” é uma obra-prima dramática que retrata um mal-entendido. O governador de uma província da Rússia recebe uma carta de um amigo da capital, alertando-o sobre a possível visita de um Inspector-Geral para fazer uma fiscalização na administração pública. Esse inspector viajaria incógnito e em missão secreta, o que aterroriza o governador e seus assessores, administradores corruptos e exploradores, que tentam consertar de imediato a situação. Enquanto isto, um forasteiro se hospeda no hotel da cidade. Não diz a que veio nem segue viagem. A suposição de que seja o alto funcionário acaba por se transformar em certeza: ele é, de fato, o temido Inspector-Geral. Na verdade, trata-se de um pequeno funcionário público de passagem pela cidade que perdeu todo o dinheiro a jogar cartas e nada tem para pagar as despesas da hospedagem. O governador, confuso, pensa que ele é o tal inspector e proporciona-lhe grandes regalias. O farsante não só o engana, como também a todas as autoridades locais que descobrem que foram enganados apenas no final, quando o tratante foge depois de marcar casamento com a filha do governador.

O Autor
Nikolai Gógol nasceu no dia 20 de Março de 1809, na província de Poltava, na Ucrânia, no seio de uma família de médios proprietários rurais. Cresceu num ambiente rural, muito influenciado por tradições cossacas. Na escola destacou-se pela sua ironia, pelas caricaturas no teatro e pelas suas contribuições em prosa e em verso para uma revista.
Em 1828 parte para S. Petersburgo.
Depois de uma curta viagem pela Alemanha, Gógol regressa a S. Petersburgo e emprega-se como funcionário público. Começara a escrever narrativas para alguns jornais inspirando-se no folclore ucraniano. Foi assim que surgiram 8 narrativas que deram origem a dois volumes publicados em 1831-32 (Noites na Granja ao pé de Dikanka), responsáveis pelo sucesso repentino do escritor.Entre os seus admiradores e amigos contavam-se o poeta Aleksander Púshkin e o escritor Sergey Asakov.
Desistindo da carreira burocrática, Gógol torna-se professor de História num internato de raparigas e, mais tarde, dá aulas na Universidade de São Petersburgo.A actividade literária do escritor intensifica-se, surgindo livros como O Retrato, Diário de um Louco e O Nariz em 1835. A comédia O Inspector foi encenada pela primeira vez em 1836, a pedido especial do Czar, mas a sátira à corrupção burocrática levantou as vozes da imprensa reaccionária e dos burocratas, levando Gógol a viajar durante 4 anos. Aliás, grande parte do resto da sua vida é passada em viagens pelo estrangeiro e pela Rússia.
Com Almas Mortas, Gógol pretendia escrever uma epopeia da Rússia, à semelhança de A Divina Comédia. Contudo, sempre insatisfeito com o seu trabalho, reescreveu esta obra até à exaustão, só publicando o primeiro de três volumes (1842) e demorando dez anos a escrever apenas quatro capítulos do segundo tomo.
Frustrado e convencido de que Deus lhe retirara a veia criativa e artística, Gógol instala-se em Moscovo. Já nesta cidade, o escritor pede a um criado que queime o manuscrito completo do segundo volume da sua grande epopeia.
Nikolai Gógol foi consagrado ainda em vida como um dos mais importantes escritores da literatura russa. Os seus contos do fantástico-real (ou real-fantástico?), integrando o humor e a sátira inconfundíveis, tiveram grande influência no ulterior desenvolvimento da prosa literária russa e, também, no de todas as literaturas ocidentais. A modernidade das propostas de Gógol continua mais viva do que nunca.
No dia 4 de Março de 1852, quase com 43 anos morreu em Moscovo num estado de semi-loucura, sofrendo de um misticismo exagerado, reza e jejua de tal forma que acaba por entrar em lenta agonia, num estado de ascese e grande sofrimento.

As Obras:
Os Serões na Herdade perto de Dikanka (1831)
O Retrato (1835)
Tarass Bulba (1835)
O Diário de um Louco (1835)
Arabescos (1835)
O Nariz (1836)
O Revisor (O Inspector-Geral) (1836)
O Capote (1843)
Uma Terrível Vingança
Mírgorod
Almas Mortas (1843)
Trechos da Correspondência com os Amigos (1847)
Vij
A Magia das Máscaras

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Os Ensaios
Encaro com expectativa e grande entusiasmo a concretização desta peça, assim como com certeza todos os amadores que foram convidados para integrar o elenco.
É neste local que me encontrarão quando houver mais novidades e sempre que for pertinente, ao longo deste período de ensaios.
Mais tarde, lá para Janeiro contamos com a vossa presença!
Precisamos do vosso apoio e entusiasmo!
Sempre pela Arte e pelo Teatro!

24 DE AGOSTO

24 de Agosto
Junto ao monumento do ilustre figueirense Manuel Fernandes Tomás, principal obreiro da Revolução Liberal de 1820 e notável deputado constituinte, foi prestada, mais uma vez, à sua memória uma justa homenagem. Na Praça 8 de Maio os repuxos de água não estavam a funcionar como convinha, para não molhar as muitas pessoas que ali estavam a participar/assistir à efeméride.
Pois, para além de estarem presentes os representantes das entidades oficiais da nossa autarquia, também estavam os candidatos das forças políticas concorrentes às próximas eleições. Depois dos discursos de circunstância foram depostas coroas de flores, junto ao monumento daquela figura grande da História Pátria, que foi Manuel Fernandes Tomás.

Foi por um acaso que estive presente, pois estava por ali a passar no momento e gostei francamente de poder assistir a esta efeméride. É minha intenção com este apontamento apenas deixar uma marca aqui no meu blogue, desta figura da nossa terra, a mais importante do primeiro período liberal.Texto sobre Manuel Fernandes Tomás:
“Nasceu na Figueira da Foz, em 30 de Junho de 1771, e faleceu em Lisboa em 19 de Novembro de 1822.
De família burguesa, bacharelou-se em Direito em 1791, tendo ingressado na magistratura em 1801, sendo o seu primeiro cargo o de Juiz de Fora de Arganil.
Em 1805 é Superintendente das Alfândegas e dos Tabacos das comarcas de Aveiro, Coimbra e Leiria, o que é actualmente considerado a Beira Litoral, e durante as invasões francesas deu uma valiosa colaboração ao exército aliado, no serviço de abastecimentos, enquanto Deputado-Comissário do Exército português, cargo que acumulou com o provedor da comarca de Coimbra.
Em 1811 foi nomeado desembargador da Relação do Porto, posto que ocupará somente em 1817. Criador em 1818 do Sinédrio, com Ferreira Borges, Silva Carvalho e Ferreira Viana, é o motor do movimento de 24 de Agosto de 1820.
Figura primacial do liberalismo vintista, fez parte da Junta Provisional do Governo Supremo do Reino, criada no Porto, que administrou o Reino, após a revolução liberal, sendo encarregue dos negócios do Reino e da Fazenda.
Eleito deputado às Cortes Constituintes, pela Beira, elaborou as bases da Constituição que D. João VI jurou em 1821.
Publicou o Repertorio Geral, ou Indice Alphabetico das Leis Extravagantes do Reino de Portugal, impresso pela Universidade de Coimbra, entre 1815 e 1819.”

Fonte: Joel Serrão (dir.)
Pequeno Dicionário de História de Portugal,Lisboa, Iniciativas Editoriais, 1976

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

ESCAPADA PITURESCA

ESCAPADA PITORESCA
Na sequência da oferta da Vanda e do Miguel, de uma Escapada Pitoresca, da Smartbox com 60 estadias possíveis, eis que damos por nós a fazer uma “aterragem” na zona de Tancos.
Não, não voámos até estas paragens dentro de nenhuma aeronave, mas porque os encontros e desencontros que nos aconteceram pelo caminho, fez com que fossemos ter a estas paragens, tendo nesta altura constatado que nos tínhamos enganado no percurso. Ou melhor já tínhamos passado pelo nosso destino que era Atalaia, onde ficava a tal Escapada à Casa do Patriarca.
Durante alguns meses de consulta da brochura da Smartbox, fomos impondo determinadas prioridades as quais foram muito difíceis, mas que nos foram levando a abandonar as outras 59 possíveis escolhas.
Após termos lido o historial de algumas das que tinham ficado primeiramente escolhidas, sem dúvida que a história desta casa nos apaixonou, assim como a região onde está situada. Foi assim a eleita.
Não vou agora transcrever essa mesma história, mas prometo que o farei lá mais para o fim deste relato, pois queremos partilhá-la com outras pessoas.
Pois é esta a nossa aventura, minha e da minha esposa, que aqui vou descrever apenas com o intuito de ficar registado para nossa recordação e também para mais alguém que a queira partilhar connosco, lendo-a.
Bom, vamos lá começar que já se faz tarde.


Dia 17 de Agosto de 2009
Saímos de casa pelas 10 horas e 30 minutos da manhã. Lá fomos por várias curvas e contracurvas, rectas e mais ou menos rectas que eram feitas com alguma desconfiança, pois o GPS que levava ligado por vezes não coincidia com as estradas por onde passávamos. E assim foi por aí fora até ao nosso destino. A tal ponto que tendo a incerteza de que tínhamos chegado (?), ficámos isso sim, com a certeza de que já tínhamos passado o nosso objectivo. Por isso é que no início escrevi que tínhamos “aterrado” em Tancos, pois a pista da Base Aérea estava ao nosso lado. Tivemos assim que voltar para trás. E como já eram horas de almoçar, foi na povoação de Tancos que encontrámos o “Restaurante ALMOUROL”. Com um bom ambiente e um serviço de qualidade, apreciámos uma refeição com sabor local. Entre outros pratos aqui deixo alguns: Sopa de Peixes, Enguias, Sável e Lampreia (só na época), Couvada de Bacalhau à Ribatejana, Cabrito, Lombinhos de Porco em Vinha d’Alhos, Ensopado de Borrego c/Alecrim, … entre outros. Que tal para aperitivo? Aconselho muito sinceramente quem for para aquelas bandas experimentar este restaurante. Para comprovar o que digo sugiro uma visita ao site deste restaurante que é o seguinte: http://www.almourol.com/.
Após o almoço, cerva das 14H30, rumámos até à povoação de Atalaia onde finalmente encontrámos o nosso destino, a “Casa do Patriarca”.

Fomos recebidos num ambiente acolhedor por um rapaz, que nos recebeu com amabilidade e que nos indicou o nosso quarto. Soubemos depois que era um dos filhos da família. Esta unidade hoteleira de turismo rural é constituída por seis quartos com casa de banho privativa, televisão com recepção via satélite e equipada com aquecimento central. Cada quarto tem um nome com uma decoração relacionada com ele: Patriarca, Quinta, Namoradeiras, Saua Saua, Oriente, Almirante.
O quarto Patriarca encontra-se virado para o que já foi uma Igreja da Misericórdia. Tem duas camas com cabeceiras em ferro antigo, e a sua decoração baseou-se no nome (Patriarca D. José), tanto os cortinados, como o cadeirão são de cor púrpura, tendo quadros com motivos religiosos.
O quarto Quinta está virado para o jardim. A cama de casal é do século XIX, e como o nome do quarto indica a sua decoração é campestre sem, no entanto, perder o conforto.
O quarto das Namoradeiras obteve o seu nome em virtude de existirem duas namoradeiras de pedra junto à janela. Ora, como o nome bem indica, estas namoradeiras serviam para as meninas se sentarem da parte de dentro da janela (a fingir que bordavam), e os pretendentes a passarem (casualmente) rua acima, rua abaixo. No entanto, também tinha a função de pôr em dia os enredos que se passavam pela terra. É também diferente dos outros e tem duas camas com cabeceira de ferro antigo.
O quarto Saua Saua é um quarto com denominação e decoração moçambicanas, é também uma praia lindíssima, com mangais e uma água tépida e transparente. Situada no Norte de Moçambique, perto do Mossuril, Ilha de Moçambique, Saua Saua faz parte integrante de um conjunto de praias que só se podem definir como sendo o paraíso.
O quarto Oriente é um quarto que se encontra virado ao nascente. Há certos meses do ano em que a lua se vê nascer em todo o seu esplendor. É o único quarto em que a mobília, com cama de casal, é toda branca e ao qual houve o cuidado de se dar um certo ar oriental.
O quarto do Almirante é um quarto muito amplo e tem uma cama de dossel, porque uma das janelas que possui é pequena e funda, e através dela se pode ver o ondular das folhas das tamareiras, lembrando uma zona tropical a ser atravessada por um navio. Toda a sua decoração é em função da marinha, incluindo o friso de azulejos pintados à mão, com cordas manuelinas. Um dos quadros chama-se Joana Rosa e foi oferecido pelo autor João Luís Pereira de Castro.
Foi neste quarto que ficámos.
Há uma sala de estar, com mesa para os pequenos-almoços, onde se pode conversar, ler, jogar... O jardim é totalmente cuidado pelos proprietários, com especial relevo para o filho mais novo, Luís Filipe, e há um trabalho realizado sobre todas as espécies que ali se podem encontrar. Existem ainda diversos artefactos antigos, e um tanque convidativo a um mergulho bem refrescante, para os dias mais quentes. Foi para este local que nos deslocámos, após um breve repouso, e ali ficámos até à hora do jantar, no “Restaurante Stop”, situado a cerca de 100 metros do local onde estávamos.
Após o jantar, fomos passear a pé, pois a noite era convidativa.

Dia 18 de Agosto de 2009
A manhã estava linda e fomos acordados pelo arrulhar das pombas, rolas e o chilreio de outros pássaros. Depois do pequeno-almoço, saímos no carro para um passeio pelos arredores. O nosso destino foi uma pequena ilha do Tejo, entre a Vila Nova da Barquinha e a Praia do Ribatejo, ou seja, o Castelo de Almourol, o Castelo dos Templários. Após descermos a estrada secundária que apenas nos leva na direcção do rio, avistámos o castelo em toda a sua grandiosidade.
Um barqueiro levou-nos até à ilha em pouco minutos e lá chegados um pequeno caminho nos conduziu até à entrada principal. Atravessámos a porta flanqueada por dois torreões semi-circulares e a nossa vista deslumbra-se por este exemplo notável de arquitectura militar da Idade Média. É um castelo com 310 metros de comprimento, 75 de largura e 18 metros de altura acima das rochas escarpadas. Bem no seu interior, numa zona mais elevada rodeada por muralhas, ergue-se a torre de menagem de três pisos, da qual restam como elementos originais as sapatas onde assentava o vigamento. Aqui umas escadas em madeira nos levam até ao cimo desta torre, o que representa um bom exercício e também muito cansativo. Subi estas escadas até ao terraço e o olhar perde-se na deslumbrante paisagem, muito para além das margens do rio, de tal modo que o cansaço fica esquecido. Não tenho explicação para o que vi e penso que também não há máquina fotográfica ou de filmar que possam descrever. É preciso ir lá, estar lá e contemplar, saborear, beber....... Depois de tirar algumas (muitas) fotografias lá desci, com muita pena e com vontade de voltar atrás e tornar a contemplar, saborear, beber… Mas tinha alguém lá em baixo à minha espera e também à nossa espera estava o barqueiro, que os 30 minutos da visita se escoavam rápido. Embarcámos novamente no barco que nos levou para a outra margem.
Voltámos para o carro e saímos daquele lugar paradisíaco. Até à próxima! Logo que chegámos à IP6 e antes de voltarmos para Tancos, ainda fomos passar pelo Polígono de Tancos, que integra a Escola Prática de Engenharia (EPE), a Escola de Tropas Páraquedistas (ETP) e Aeródromo Militar de Tancos (Base Aérea nº3) onde estão aquartelados actualmente, o Comando da Brigada de Reacção Rápida.
A manhã estava a passar rapidamente e o tempo pedia para irmos até à vila de Tancos, que queríamos visitar. Lá chegados e depois de estacionar o carro no parque junto ao rio, percorremos as ruelas estreitas, floridas, e tentar ver a Igreja Matriz, mas não passou mesmo de tentativa pois estava fechada. Com o calor a apertar estivemos sentados num miradouro e depois no parque, onde umas árvores e a rega da relva criavam um ambiente fresco. A hora do almoço estava a chegar e como estávamos junto do tal “Restaurante Almourol”, onde tínhamos estado ontem, para lá nos encaminhámos.
De tal forma nos agradou que voltámos. A simpatia dos dois senhores que nos atendem é excelente, juntando ainda a eficiência do serviço, esteja a sala cheia ou com menos gente. Localizado à beira rio, piscando o olho para a povoação de Arrepiado e fazendo de mordomo de Tancos de quem vem da estrada de Vila Nova da Barquinha, tudo neste espaço é de sinal mais. A cozinha é regional. A entrada que nos puseram na mesa e que degustámos era a mesma de ontem, era à base de peixe do rio com coentros, uma espécie de “roupa velha”. Uma delícia!Optámos a seguir por umas enguias fritas acompanhadas com açorda de tomate. A sobremesa foi um doce tradicional de Tancos, um verdadeiro segredo o doce de pão e que, segundo nos disseram, não leva leite, só ovos. Consideramos este restaurante de cinco estrelas.
Após o almoço fomos buscar o automóvel ao parque, à sombra debaixo das árvores, mas já não estava pois o sol já o tinha descoberto. O calor era abrasador. Entrámos no carro e o termómetro marcava 42ºC, no exterior. Só paramos na sombra das árvores do jardim da Casa do Patriarca. Fomos descansar para o quarto. Era impossível andar na rua.
Pela fresca saímos a dar um passeio pela vila da Barquinha, onde jantámos no Restaurante “A Palmeira”. Voltámos à Casa do Patriarca, onde estacionámos o carro. Depois fomos passear a pé pela povoação, Atalaia.
A última noite nesta casa estava a decorrer.
Talvez não seja descabido nesta altura, que estamos a descansar, transcrever a História desta Casa, elaborada pelos seus actuais donos.

“A Casa do Patriarca é uma casa senhorial que pertence a família há cinco gerações.
Foi comprada aos Condes da Atalaia em 1892 por Dr. António Zagallo Gomes Coelho que era médico de Vila Nova da Barquinha, quando veio morar para a Atalaia com sua mulher Maria Luísa Covacich Lamas e alguns dos seus filhos, após a família da mulher ter vendido a Quinta da Cardiga.
A Casa do Patriarca desde a sua construção, que data de 1669: conforme o cronista Conde Lourenço Magalotti, a Atalaia e as suas cercanias mereceram esta descrição:” (...)Atalaia, fora da qual se vê por acabar um grande palácio quadrado de boa e nobre arquitectura, e que é do conde que tem por título o nome da dita povoação. Aqui os campos circunvizinhos não estão tão cultivados, mas em troca são maravilhosamente adequados a caçadas, sendo da esterilidade da terra abundante recompensa a multiplicidade dos animais que aí se encontram.” até à presente data sofreu muitas alterações. No entanto, a sua traça exterior manteve-se sempre inalterável.
Ao criar-se o Turismo Rural nesta casa, houve o cuidado de ter em atenção que ela continha toda uma história e tradição que não deveriam ser esquecidas, facto pelo qual os actuais proprietários têm vindo desde o início compilando toda a matéria referente ao historial, bem como de tudo o que com ela se relaciona.
Deste modo querendo homenagear o segundo Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José Manuel da Câmara, foi escolhido, aquando da criação do Turismo Rural o nome de Casa do Patriarca.O Cardeal Patriarca nasceu nesta casa no início do ano da graça de 1686, tendo sido baptizado no dia seis do mês de Janeiro do mesmo ano. Era filho do quarto Conde da Atalaia D. Luiz Manoel de Távora e de D. Francisca Leonor de Mendonça. Foi eleito Patriarca de Lisboa em 1754. e só voltou para a Atalaia para passar a última parte da sua vida com sua sobrinha, D. Constança Manuel, marquesa de Tancos, que na data do seu falecimento (1758) já herdara a Casa da Atalaia. Ficou a dever a sua sobrinha, a sua sumptuosa sepultura no lugar mais nobre da Igreja Matriz do seu senhorio, isto é, na parede do lado do Evangelho. Actualmente o seu túmulo encontra-se sob o altar-mor.
Foram o Cardeal Patriarca e o Marquês de Tancos Provedores alternativos da Casa de Misericórdia (1588), que tinha um hospital anexo para os caminheiros e uma Casa para todos os religiosos que iam de passagem e que ali quisessem pernoitar, e que se encontra face ao palácio.
Tendo sido uma casa brasonada, um dos brasões foi entregue a D. Duarte de Atalaya por volta de 1935, outro poder-se-á ver incrustado numa das paredes da junta de Freguesia da Atalaia, e outro ainda, pertença de um particular, que foi possível admirar no Museu Arqueológico de Vila Nova da Barquinha.
A Casa do Patriarca está inserida numa região privilegiada em belezas naturais e arquitectónicas, ou não se desse o caso de pertencer a uma zona templária, onde as demarcações dos terrenos eram feitas com marcos onde a cruz templária estava esculpida.
Lenda ou não, a única referência templária nesta vila, é uma mina que se encontra entre a Igreja Matriz da Atalaia e a Capela do Senhor Jesus da Ajuda, mais propriamente no alto do Picoto onde se julga ter existido a torre templária da Atalaia e que se diz estar ligada a Tomar (ao convento) e ao Castelo de Almourol. No entanto, e porque esta vila não é destituída de misticismo, por opção, aqui viveu durante alguns anos e aqui foi sepultado em 1997 um Grão-Mestre da Ordem do Templo, que dedicou a sua vida ao ideal templário.”

Dia 19 de Agosto de 2009
Agora que já descansámos e o novo dia já nasceu, preparámo-nos para a nossa viagem de regresso a casa.O dia apresentou-se solarengo mas, o calor não era tão forte como o do dia de ontem.
A estrada esperava-nos e a nossa direcção foi a da cidade de Tomar onde parámos para descansar e ao mesmo tempo visitar a cidade e o seu parque.
A manhã estava com uma temperatura agradável, não muito alta.
Novamente nos pusemos a caminho e só parámos para almoçar. O que aconteceu no Restaurante “O Paraíso”, na estrada entre a cidade de Pombal e a vila do Louriçal. A nossa “ESCAPADA” até à Região do Vale do Tejo estava a chegar ao fim. A estrada que nos ia levar até à cidade da Figueira da Foz e depois à Vila de Tavarede, cada vez estava a ficar mais pequena. A distância encurtava. Enfim, chegámos!