terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Agência de emigração para professores




Passos Coelho é o presidente


Quando perguntaram ao Primeiro-Ministro o que aconselharia aos professores excedentários que temos e que irão aumentar para o próximo ano, Passos Coelho admitiu que os professores portugueses podem olhar para o mercado da língua portuguesa, principalmente para o Brasil e Angola, como uma alternativa ao desemprego que afeta a classe em Portugal.

Mas então o que é que ele está ali fazer?
Então os portugueses até já são aconselhados a viver fora do seu país?
Portugal fica para quem?


O ministro dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, em defesa a Passos Coelho afirmou o seu "orgulho" nos portugueses que "em dificuldades" partiram para Moçambique e "agora estão a ter sucesso na construção do país", "demonstram que sempre que os portugueses têm uma visão universalista têm sempre sucesso".
Por esta conversa fico com a sensação de que este senhor tem também uma “visão universalista” e para ele ter o sucesso desses portugueses talvez fosse aconselhável ele também pensar em emigrar, já que aqui neste país o seu sucesso não vai ser nenhum. Já agora aproveitava para o aconselhar a levar toda a sua família também para o Brasil, Angola ou Moçambique!!!

Também em defesa de Passos Coelho, apareceu Raquel Abecassis, outra candidata à emigração, que pediu desculpa pelo seu “mau jeito”, por dizer que estava inteiramente de acordo com o primeiro-ministro quando aconselhava aos professores excedentários a irem procurar emprego onde ele existe: fora de Portugal. Só que se esqueceu de dizer que lá fora ela também arranjaria um ótimo emprego. Pois por ser tão ingénua como Passos Coelho deveria também ser uma pessoa verdadeiramente preocupada com o desemprego. Porque o primeiro-ministro não é “seguramente um político experiente nem habilidoso no discurso político”, nem a governar o país de modo a fomentar a esperança no futuro, nem a mobilizar os portugueses e também a criar empregos, aconselhava a senhora a procurar emprego noutro país. Talvez num dos países sugeridos pelos seus correligionários.
Mas esta senhora tem razão quando diz que Passos Coelho “tem a vantagem de estar a governar o país numa época em que não há tempo para perder com parvoíces”.

É verdade! Mas ele só faz e diz parvoíces! Em que ficamos????

Entretanto vem Marcelo Rebelo de Sousa que critica Passos por ter sugerido emigração dos professores, dizendo que os portugueses gostariam de ter um primeiro-ministro que resolvesse o problema do desemprego.
Gostariam de ter um primeiro-ministro que lhes dissesse: “Eu vou governar de tal maneira que não será preciso emigrar para o estrangeiro”, e não de um primeiro-ministro que diz: “Não consigo resolver o problema, emigrem para o estrangeiro'”.

Por sua vez vem Helena Roseta considerar “bastante infelizes” declarações de Passos Coelho aconselhando a emigração de professores desempregados. A vereadora da câmara de Lisboa diz que primeiro-ministro “tem que pensar bem no que diz e na maneira como se dirige aos portugueses”.
Diz ainda ela: “Penso que fica muito mal a qualquer membro do Governo, seja ele primeiro-ministro ou secretário de Estado, colocar como alternativa aos portugueses a emigração. Nenhum governante pode colocar essa alternativa. Todos os governantes têm que ter o dever de fazer com que Portugal seja um dia bom para vivermos. Dizer ‘vão embora’ não é solução. Foram declarações bastante infelizes”.

Mais contundente é Carvalho da Silva, secretário-geral da CGTP, que considera "criminosa" afirmação de Passos sugerindo a emigração como saída para os professores sem colocação, e que é um atentado "contra os direitos das pessoas". “Uma coisa é tratar-se da emigração com todas as hipóteses e também com as sensibilidades que o problema tem, à luz de uma realidade que é o país viver numa situação difícil e com muito desemprego. Outra coisa é a ligeireza e a forma simplista como se diz: ‘Vão por aí fora’. Isto está a criar uma desvalorização muito significativa da força de trabalho portuguesa no estrangeiro.

Mário Nogueira, o secretário-geral da Fenprof, considerou lamentável a sugestão de emigração que o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, fez aos professores desempregados. Mário Nogueira lembrou que os professores fazem falta ao país e diz que devia ser o chefe de Governo a dar o exemplo e a emigrar.

Esta é a minha opinião. Senhor Primeiro-Ministro emigre.


Mário Nogueira disse ainda: “Um governante entender que o futuro dos jovens e dos professores, que são tão necessários ao país…, isto não é uma forma correta para se dirigir aos professores, ao país, à escola, ao futuro”.

António José Seguro, secretário-geral do PS, diz-se "profundamente chocado" com as afirmações de Passos Coelho sobre docentes desempregados e lembra que é a segunda vez que um membro do Governo manda os portugueses emigrar. Primeiro, "foi um secretário de Estado que o disse", recordando uma declaração do secretário de Estado da Juventude, que também sugeriu aos jovens desempregados para procurarem trabalho no estrangeiro. Disse ainda: "Significa que é um primeiro-ministro que está demissionário, que está passivo e de braços caídos". E acrescentou: "Estamos a falar de professores, jovens nos quais o Estado investiu bastante na sua qualificação. Gente qualificada, com inteligência, que está disponível para dar o seu melhor ao país".

ÚLTIMA HORA:
Passos Coelho vai acumular funções como Presidente duma agência de emigração para professores e o Vice-Presidente irá ser Miguel Relvas. A restante direção será constituída pelos restantes ministros.Teria sido essa a razão do Conselho de Ministros informal, realizado no dia 18.12.2011, no Forte de São Julião da Barra, em Oeiras, que terminou ao fim de 11 horas, com algumas paragens pelo meio para o cafezinho da manhã, para um almocito ligeiro, para o lanchinho, para apreciar o pôr-do-sol e outros intervalitos para umas cigarradas?



Nota: Alguns textos e as fotos foram retiradas da net.

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