“A SEVERA” DE FILIPE LA
FÉRIA
TEATRO POLITEAMA
21 de Março de 2019
Olhar Preambular ao
Passeio
“Segundo o programa
deste passeio, o autocarro sairia do largo
da Igreja de Tavarede. Segundo a minha ótica, desde que se deu a
requalificação da rua A Voz da Justiça, o largo da Igreja deixou de existir
como tal, passando a ser uma simples via rodoviária, com estacionamento de
automóveis em local proibido que as autoridades permitem. E repito, que permitem, porque diariamente
esta situação acontece aos olhos de todos, inclusive das próprias autoridades
que por ali passam, julgo eu. A não ser que ninguém com autoridade por ali não
circule?!”
Sendo
assim, a partir de agora a minha redação será a seguinte:
Pelas
13H00 deveríamos partir junto à Igreja
de Tavarede, em autocarro em direção a Lisboa (o que só aconteceu pelas
13H20), para assistirmos ao novo espetáculo de Filipe La Féria, o musical “A
Severa”.
Por
volta das 16H00 deveríamos ter tido uma visita ao Museu de Lisboa / Teatro Romano.
Já
não faltava muito das 16H30, quando o autocarro nos deixou em frente ao Museu
do Fado, no Largo do Chafariz de Dentro. Dali iniciámos a subida até ao
princípio da Rua de São Mamede, que já não tem o significado religioso
nem espiritual que então significava uma ida ao teatro. Mas certamente é um bom
local para descobrir algumas das páginas da história da cidade, ali
apresentadas em camadas (como se fosse uma cebola), tal como disse a guia que
nos acompanhou na visita.
Localizado na zona histórica da cidade, na colina do
Castelo, este núcleo do Museu de Lisboa
pretende revelar o que foi um dos monumentos mais importantes de Olisipo.
A visita a este espaço proporcionou-nos uma viagem no tempo até
ao início do século I d.C., tentando descobrir e compreender as ruínas do Teatro Romano abandonado no século IV
d.C., e descoberto após o terramoto de 1755 durante a reconstrução pombalina. A
visita iniciou-se com o percurso descendente que nos foi revelando as ruínas
romanas e outros espaços, como um edifício do século XVII e um espaço
industrial dos finais do século XIX. A seguir fizemos a visita ascendente e terminamos
num terraço com uma vista surpreendente da cidade ribeirinha, com o rio em todo
o seu esplendor.
O museu encontra-se assim instalado em dois edifícios
de distintas épocas, um setecentista e outro dos finais do séc. XIX, exemplar
da arquitetura industrial e onde funcionou uma tipografia e uma fábrica de
malas.
Esta construção foi recuperada e adaptada para
a instalação do anterior Museu do Teatro Romano. O Museu de Lisboa – Teatro
Romano compreende área de exposição de longa duração e campo arqueológico.
Depois desta visita regressamos pelas mesmas ruelas do
bairro de Alfama, onde podemos apreciar as caraterísticas deste local com os
seus muitos restaurantes e casas de fado. O autocarro estava à nossa espera
perto do Museu do Fado.
Dali fomos até aos Restauradores onde nos apeámos.
Dirigimo-nos até junto ao Politeama onde foram distribuídos os bilhetes para
assistirmos ao espetáculo “A Severa”.
Como ainda faltava algum tempo para o jantar, fomos
até Confeitaria Nacional, um estabelecimento muito antigo no centro histórico
da cidade, na Praça da Figueira, com uma fantástica arquitetura e design
interior. Ali podemos encontrar uma grande variedade de pastelaria. Optámos por
comer um salgadinho e beber uma imperial, para aconchegar o estômago.
Voltámos nas calmas às Portas de Santo Antão, onde
escolhemos jantar no Restaurante O
Churrasco, com um ambiente rústico e simples, onde se pode apreciar o
melhor franguinho da capital. Escolhemos umas batatas às rodelas, sempre
quentes e acabadas de fritar, e uma salada mista muito bem temperada, foram o
acompanhamento perfeito. Regámos este repasto com um bom vinho branco João
Pires Região da Península de Setúbal. Para terminar a opção foram saladinhas de
fruta, cafés e as célebres ginjinhas.
Estávamos prontos para assistir ao espetáculo que nos
trouxe a Lisboa. Mas antes ainda tivemos tempo de dar um pequeno passeio até à
Praça do Rossio, Restauradores, terminando novamente nas Portas de Santo Antão,
em frente ao Teatro Politeama. Eram 21H15, hora de entrarmos para assistirmos
ao espetáculo.
Às 21H30, começou o Musical Severa, “sobre a mítica fundadora da Canção Nacional, a fadista que ficou na
História como a primeira cantadeira de Fado narrativa imortal de amor e paixão
entre o Conde de Marialva e a célebre fadista, Maria Severa Onofriana
(1820-1840), meretriz, cigana e cantadeira, marginal e transgressora,
unanimemente considerada a criadora e fundadora do fado. Vinda com o seu cantar das ruas e vielas, das tabernas, das
esperas de touros, das casas de meia-porta, das esferas mais desfavorecidas da
Lisboa oitocentista, a sua história evoca os amores do Conde Vimioso,
aristocrata marialva e boémio, com a célebre cantadeira, referência e símbolo
da mitologia fadista cantada em poema de fados, no Teatro, no Cinema, nas artes
visuais.
Severa, transportou-nos ao século XIX em
Portugal, às esperas de touros, às tabernas da Mouraria, aos salões da
aristocracia, à guerra entre liberais e absolutistas e à vida da criadora do
Fado, num espetáculo glamoroso, romântico e pleno de emoção e aventura. Severa, é a alegoria perfeita do
labirinto de paixões e conflitos que marcou o Fado.”
Assistimos a um espantoso espetáculo com um grande elenco de artistas, cujos protagonistas
foram Carlos Quintas, Filipa Cardoso e Dora, entre mais de 30 atores, cantores
e bailarinos.
Saliento
ainda as interpretações fantásticas dos artistas menos conhecidos, mas não
menos importantes no desenrolar desta história, que Carlos Quintas, o Almeida
Garrett, nos conta cantando.
É-nos
permitido descobrir o amor de Custódia,
um mendigo da Mouraria, por Severa, interpretado por Filipe de Albuquerque. Quero aqui destacar este jovem que foi
simplesmente espantoso. A sua expressão corporal e facial, aleadas a uma bonita
voz, levou-nos a sentir emoções intensas.
Sem
dúvida não me vou esquecer tão depressa desta extraordinária interpretação.
A
Severa e o Conde de Vimioso destacam-se como personagens desta história:
Mas
não podemos esquecer de Mangerona e da Marcolina, os donos da taberna:
Romão,
um alentejano negociador de cavalos:
Malhada
e Gabriel, ela uma empregada com tuberculose e ele um escravo negro:
Timpanas,
o cocheiro mais famoso de Lisboa:
D.
José, amigo das noites boémias do Conde de Vimioso:
Marquesa
de Seide, que tem adúltero caso com o Conde de Vimioso:
D.
Maria II, rainha de Portugal:
Marquês
de Seide e Cónego:
Personagens
e elenco:
Severa –
Anabela e Filipa Cardoso;
Marialva –
Bruno Xavier;
Custódia –
Filipe de Albuquerque;
Almeida
Garrett – Carlos Quintas;
Mangerona –
João Frizza;
Marcolina e
Rainha – Yola Dinis e Carla Vasconcelos;
Marquesa de
Seide – Dora;
Marquês de
Seide e Cónego – Fernando Gomes;
Tia Macheta
– Cristina Oliveira;
Romão –
Francisco Sobral;
Timpanas:
Rui Vaz;
D. José –
Ricardo Soler;
Malhada –
Carina Leitão;
Gabriel-David
Gomes;
Chica Russa
e Baronesa – Rosa Areia;
Intendente e
Cego – Paulo Ferreira;
Cabo e Faia
– João Albuquerque Alves;
Camareira e
Dama – Catarina Pereira, Paula Ribas, Catarina David, Fabiana Sousa e Leida
Fernandes;
Faia, Cigano
e Fidalgo – Augusto Gonçalves, Hanler Gutierrez, Jorge Michael e Luís
Silvestre;
João
Ninguém: João Pereira, Salvador Pires, Santiago André e Tomás Esteves.
Direção
Musical e Orquestração: Miguel Amorim; Músicos: Miguel Amorim, Jorge Fernando,
André Dias, Miguel Camilo, António Barbosa, Sofia Azevedo, Guilherme Banza,
Rogério Ferreira, Pedro Azevedo, João Núncio e colaboração do Mestre Arménio
Melo. Produção Musical Miguel Camilo; Direção Vocal: Tiago Isidro, com
colaboração de Dale Chappel;
Música: Miguel Amorim e Filipe La Féria. Dois Fados de Jorge Fernando.
Figurinos: José Costa Reis; Coreografia: Marco Mercier;
Dramaturgia: Helena Rocha, João Frizza e Filipe Albuquerque; Desenho Cenográfico: Bruno Guerra; Desenho de Luz: João Fontes; Desenho de Som: Jorge Pires.
Reportagem webtvp realizada por Nunes Forte para divulgação promocional na internet.
Música: Miguel Amorim e Filipe La Féria. Dois Fados de Jorge Fernando.
Figurinos: José Costa Reis; Coreografia: Marco Mercier;
Dramaturgia: Helena Rocha, João Frizza e Filipe Albuquerque; Desenho Cenográfico: Bruno Guerra; Desenho de Luz: João Fontes; Desenho de Som: Jorge Pires.
Reportagem webtvp realizada por Nunes Forte para divulgação promocional na internet.
Por ser
proibido tirar fotos durante o espetáculo, e para enriquecer esta minha
publicação utilizei as Fotografias
da Severa: Arlindo Homem - https://infocul.pt/
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