quinta-feira, 24 de abril de 2014

A minha Cronologia Militar e do 25 de Abril de 1974

O meu Serviço Militar.
Fui às inspecções em que fiquei apurado, como era norma acontecer e obrigatório no Exército.
Passados três dias tive de me apresentar no Centro de Recrutamento e Mobilização em Lisboa, para a inspecção para o Serviço Aeronáutico do qual fiquei apurado para todo o serviço.
Acabei assim por ser voluntário na Força Aérea, desde 21 de Junho de 1972 até 14 de Outubro de 1976.




Entrei na Base Aérea Nº 2 – Ota, no dia 21 de Junho de 1972, onde fiz a recruta e terminei esta no dia 10 de Setembro de 1972.
Na Escola Militar de Electromecânica de Paço de Arcos, iniciei o Curso de Formação de Mecânicos de Rádio de 11 de Setembro de 1972 e terminei a 04 de Maio de 1973.

Voltei novamente à Base Aérea Nº 2 – Ota, agora para ingressar no Curso de Subespecialização de Simuladores de Voo, em 14 de Abril de 1973.
Terminado aquele curso, cheguei finamente à Base Aérea Nº 5 – Monte Real em 28 de Novembro de 1973. Fiquei nesta unidade até passar à Disponibilidade em 15 de Outubro de 1976.
Respondendo à pergunta já habitual: Onde estava no 25 de Abril de 1974?
Como se pode constatar estava a cumprir o serviço militar no 25 de Abril de 1974.
Precisamente neste dia, estava em casa com uma dispensa de serviço, quando a minha mãe me deu a notícia de que havia uma revolução. Quem lhe tinha dado a informação foi a peixeira que naquela época vendia o pescado pelas portas e vinda da Figueira onde havia muita gente que andava pelas ruas a comemorar a dita revolução.
Entretanto é claro que fui de imediato para a minha unidade em Monte Real, onde cheguei com muita dificuldade visto quase não haver transportes.

Como se pode calcular dentro da Base era uma grande confusão.
Ficámos uns dias de prevenção, sem poder ir a casa, com muita indefinição e alguma preocupação.


Foi nessa altura que comecei o meu 25 de Abril de 1974.

sábado, 12 de abril de 2014

SOCIEDADE DE INSTRUÇÃO TAVAREDENSE

Auto da Serração da Velha
ou
“Auto do Violador no Telhado”

11 de Abril de 2014



Mais uma vez se cumpriu a tradição!
Realizou-se no dia 11 de Abril de 2014, pelas 21.30 horas, a tradicional Serração da Velha ou o “Auto do Violador no Telhado”, que como o nome indica, foi inspirado no musical ainda em cena “O Violinista no Telhado”.

Nota: Agradecemos aos artistas desta peça, a sua presença, os quais se disponibilizaram graciosamente (porque foram bem pagos), para abrilhantarem com grande “profissionalismo” este espectáculo muito cultural.

Como toda a tradição, esta actividade realiza-se em Tavarede, já há muitos anos. Mais uma vez notei que a comunicação social não esteve presente, para assim dar notícia à comunidade. Pode ser que para o ano… 


Mas como somos teimosos mais uma vez cumprimos a tradição e a velha foi serrada. A freguesia de Tavarede voltou a reunir-se, para ouvir o que este ano a “menina Tevyelina Castanha Pilada deixou em testamento”, aquecendo com o calor do convívio, esta noite já de Primavera. Aqueceu principalmente os ânimos das muitas pessoas que ouviram os “pertences” que a velha lhes deixou. É de recordar a essas pessoas que isto tudo não passa de uma brincadeira e que ao se sentirem “ofendidas”, mostram que a carapuça lhes assentou na perfeição.
Mas, como se costuma dizer: Siga o Cortejo!

Iniciámos esta função no Pavilhão da SIT (como todos os anos acontece) tendo seguido pela rua A Voz da Justiça, até ao Largo do Igreja Palácio de Tavarede, onde ali muito perto fica o “Retiro do Alfacevich”, onde se foi buscar (para passear!?) a “Menina Tevyelina” e foi terminar na Sala de “Audiências” do Teatro da SIT.
“EDITAL DE CONVOCAÇÃO DE TEVYELINA CASTANHA PILADA
Vimos através do presente edital,
……………………………………
Convocar Tevyelina Castanha Pilada,
…………………………………….
Rapariga, entraste na porta errada,
Mordahavik, o juiz vai dá-te sermão!
És uma “menina” chanfrada
Tens de tomar uma decisão…

O “palácio da justiça” não é aqui
Alfacevich, diz-se um grande amigo,
…………………………………….
Nesta noite em primeira convocação
Vens à bruta e de livre vontade,
Visando este passeio com abnegação
Até à nossa querida colectividade.”

O cortejo foi acompanhado com uma salada musical executada pela desafinadíssima Orquestra Sinfónica da Outra Banda, que se fez ouvir em dois minutos de silêncio, com a Mula da Cooperativa, em desrespeito da gozada “menina Tevyelina”.
Durante o tribunal as personagens foram desfilando, acusando ou defendendo a “menina”, sempre com a intenção de levarem alguma coisa…

Yentevina (Contra-Regra): João “Alface” Bastos
Mordahavik (Juiz): António Dinis
Mordechaivik (Regedor): José Alberto Cardoso
Tevyelina (Velha): João Miguel Amorim
Chavalehkina (Médica): Manuel Lontro
Hodelina (Enfermeira): Rui Branco
Goldeína (Sobrinha): Miguel Feteira
Mendelina (1ª Criança): Rafael Cardoso
Tzeitelina (2ª Criança): José Nuno Rodrigues
Bielkina (3ª Criança): Tiago Feteira
Avrahmovik (Advogado de Acusação): António Simões
Lazar Wolfinovik (Testemunha): António Barbosa
Perchikovik (Advogado de Defesa): António Bento
Fruma Sarahov (Primo de Cortegaça): Daniel Santos
Cossavich (Primo de Cortegaça): Mário Viana
Rabinovik (Escrivão): José Manuel
Motelovik (Ajudante de Escrivão): Vítor Azenha
Enrebanavik (1º Carrasco): Artur Correia
Fyedkavik (2º Carrasco): Luís Pires

Já perto do final o Mordahavik - Juiz dá a última palavra à Velha:

…………………..
MORDAHAVIK
TEVYELINA CASTANHA PILADA,
Julgada por avareza,
Antes de ser condenada,
Quer fazer a sua defesa?

TEVYELINA

Peço perdão, senhor Juiz.
Eu já estou arrependida
Pois durante a vida nada fiz
Mas tenho saudades da vida.

Antes da condenação,
Só peço mais um momento,
Para que Robinovik, o escrivão,
Leia o meu TESTAMENTO.”
No seu TESTAMENTO, a desditosa velhinha, espalhou pelas pessoas da sua "amizade" o seu “riquíssimo” espólio, esperando assim satisfazer (ou não) os desejos de alguns herdeiros. Assim e finalmente o Escrivão e o seu Ajudante leram o tão aguardado Testamento:
 “Aos 11 dias do mês de Abril,
Na presença do Mordahavik, o Juiz,
Eu, TEVYELINA CASTANHA PILADA,
Meu Testamento assim fiz:”
…………………….
Acabado de ler o testamento, então o Regedor pergunta, roncando, já meio fatigado de voz:
“Que castigo ela merece
Dizei-me, senhores, meus?
Rifamo-la na quermesse,
Ó pomo-la a encher pneus?

(Dizem todos os participantes:)

Serre-se a velha
Força no serrote
Serre-se a velha
Dentro do caixote!”

Na execução da infortunada menina, foi visto esta, heroicamente fazer a entrega do seu tão maravilhoso e apetecível corpo, às mãos mimosas dos piedosos e bondosos carrascos, que serraram a RÉ, LÁ ao SOL, sem DÓ, nem outra nota de qualquer piedade.
E assim mais um ano foi cumprida esta tradição já muito antiga em Tavarede.

Após o “Julgamento, morte e fuga… da menina TEVYELINA, todos os participantes se reuniram para conviver num animado repasto composto de um variado e abundante conjunto de artigos especialmente confeccionados para dar ao dente e regado com algumas bebidas vigorosas.

Só nos resta fazer desejos de para o ano cá estarmos para cumprir mais uma vez a tradição.
Esperamos por todos o que cá estiveram e também por quem esteve ausente.

ATÉ PARA O ANO!



PS: As fotos foram retiradas da net, mais precisamente do facebook. Quero agradecer ao autor, que pode e deve comentar aqui neste sítio…

sábado, 29 de março de 2014

Aí vem a hora de Verão

É já amanhã, dia 30 de Março, que os relógios vão adiantar uma hora às 01h00 em Portugal.

A hora portuguesa será adiantada na madrugada do próximo domingo, 30 de Março, para entrar no regime de Verão, segundo o Observatório Astronómico de Lisboa.

Em Portugal Continental e na Região Autónoma da Madeira à 01h00 da manhã de domingo, os relógios portugueses adiantarão para as 02h00.

Na Região Autónoma dos Açores, a mudança horária ocorre à meia-noite (hora local, mais uma no continente) e adianta para a 01h00.

Com o horário de verão os dias tornam-se mais longos, devido à posição da Terra em relação ao Sol.



A Primavera já chegou mas com um tempo de Inverno.
A hora de Verão que vai chegar, traz-nos a esperança do bom tempo.
Ele que venha, ficamos à espera.



Nota: informações e ilustração retirados da net.

quinta-feira, 27 de março de 2014

Passeio ao Museu da Chanfana e ao Parque Biológico da Serra da Lousã

23 de Março de 2014

Pelas 09H00 da manhã saímos do Largo da Igreja de Tavarede, ponto de encontro e de início dos nossos passeios.
A nossa primeira paragem aconteceu para uma confraternização entre todos os companheiros de viagem e para mais algumas necessidades pessoais, em Montemor-o-Velho.
Seguimos entretanto até Penela onde fizemos uma visita.
Penela é uma vila localizada na encosta poente de um monte, na estrada romana que ligava Coimbra a Tomar. Etimologicamente, o termo "penela" é um diminutivo de "peña", "pena" ou "penha", e significava, em baixo latim, cabeço, monte ou rochedo. Tendo em atenção estudos feitos aos vestígios existentes, é de crer que na origem do Castelo de Penela estivesse um primitivo castro lusitano, aproveitado quando da invasão romana da península Ibérica, às passagens sucessivas dos Vândalos, destruidores da fortificação construída pelos Romanos, dos muçulmanos, que tomaram o castelo no século VIII, e das tropas de Fernando I de Leão, tendo a fortificação ficado sob a responsabilidade do conde Sesnando Davides, após a conquista de Coimbra (1064). A povoação recebeu o seu primeiro foral em julho de 1137, concedido por D. Afonso Henriques, constituindo-se portanto num dos Municípios mais antigos do país. O seu castelo é, depois do Castelo de Montemor-o-Velho, o mais amplo e forte que atualmente nos resta da linha defensiva do Mondego.
Património - Castelo de Penela, Castelo de Germanelo, Igreja de S. Miguel, Pelourinho de Penela, Igreja da Misericórdia, Igreja de Santa Eufémia, Igreja Matriz de Podentes, Pelourinho de Podentes, Igreja Matriz do Rabaçal, Villa Romana do Rabaçal, Convento de Santo António, Igreja Matriz da Cumieira, Igreja Matriz do Espinhal, Aldeias Típicas, entre outros.
Em seguida, passámos por Espinhal, uma das freguesias do concelho de Penela. Esta freguesia ocupou um lugar de destaque na História de Portugal, onde encontramos diversas referências, sobretudo devido à importância da estrada que por ali passava fazendo a ligação norte-sul. Desde o século XVI que o Espinhal se encontra ligado a atividades como a fundição do ferro e do cobre e do fabrico do papel.
Atividades estas que desempenharam um papel determinante no desenvolvimento da freguesia. O Espinhal tem também algo para contar no que se refere à passagem das tropas francesas e portuguesas pela vila durante as Invasões Francesas no séc. XIX. A importância desta vila é facilmente comprovada pela existência de várias famílias nobres e das suas residências senhoriais.
Visitámos um dos edifícios mais importantes da freguesia do Espinhal, a Igreja Matriz datada do séc. XVI, a qual se destaca pela sua arquitetura e pela sua escultura.

A hora do almoço estava a aproximar-se e por isso o nosso passeio foi direcionado para o Museu da Chanfana. O Restaurante Museu da Chanfana é uma merecida homenagem à gastronomia tradicional assente na carne de cabra velha, de porco e ainda na caça e pesca. É conhecida Miranda do Corvo como Capital e Berço da Chanfana.
O Museu da Chanfana aparece associado a um conjunto de factos históricos, práticas ancestrais e artes e ofícios artesanais. O aproveitamento integral da cabra reflete a pobreza, ruralidade e a pastorícia da região.
Pratos como a Chanfana, Negalhos e Sopa de Casamento confecionados seguindo a receita genuína e os métodos mais tradicionais, são algumas das experiências gustativas disponíveis. No Restaurante, museu vivo da gastronomia regional, é dada grande importância aos pratos tradicionais de carne de porco como o sarrabulho, o bucho e os enchidos.
Desta apetecida ementa foi escolhida pelo nosso organizador Tó Simões, os seguintes pratos principais:
- Sopa de Casamento: era tradição, no dia seguinte ao casamento, servir o almoço aos convidados. Como nas caçoilas já só havia molho e restos de Chanfana aproveitavam as sobras para fazer a Sopa de Casamento. Para a sopa utiliza-se o pão alternando em camadas com a couve da época, previamente cozida. Rega-se com o molho de chanfana bem aquecido e enfeita-se com os restantes pedaços de carne.  Tal como a chanfana, este prato é cozinhado em recipiente de barro, para depois ir ao forno apurar. Estava uma delícia.
- Chanfana: Miranda do Corvo é berço da chanfana. Crê-se que tenha nascido com as monjas do Mosteiro de Santa Maria de Semide, fundado no Séc XII. A sua difusão foi favorecida pelo facto do Santuário ao Divino Senhor da Serra ser local de peregrinação de toda a região centro, tendo perdido a sua importância no Séc. XX devido ao surgimento de Fátima.
É um prato ligado à vida agro pastoril. A cabra era utilizada para produzir leite e para gerar novos animais. Os cabritos, desnecessários aos rebanhos constituídos por bodes com harém de cabras, eram abatidos e utilizados como manjar dos nobres e famílias ricas. Chegadas ao fim da vida útil as cabras velhas eram cozinhadas nos fornos de lenha também utilizados para o pão e/ou broa. A utilização do vinho garante não só o seu excelente sabor como contribui, junto com a gordura do assado, para facilitar a conservação da chanfana, nas caves do Mosteiro ou nos locais mais frescos e escuros de cada casa. Julga-se que o facto da freguesia de Lamas ser local privilegiado de produção de vinho tenha facilitado o nascimento da Chanfana, também favorecido por Miranda ser terra de oleiros, fabricantes das caçoilas. A carne de cabra é cortada às postas, colocada com os temperos a marinar nas caçoilas e coberta de vinho. A chanfana é prato obrigatório nos dias de festa e imprescindível nas ementas dos casamentos.
- Bacalhau em crosta de broa de milho, para alguns companheiros, de entre os quais para mim e para a minha esposa.
- Nabada foi uma das sobremesas que alguns experimentaram. É um doce conventual originário do Mosteiro de Santa Maria de Semide, Miranda do Corvo. O Mosteiro de Semide, edificado na primeira metade do século XII e com Carta de Couto passada por D. Afonso Henriques em 1154, albergou monges durante três décadas e passou a convento até 1896, data de afastamento da última freira da Ordem Beneditina. A Nabada era servida em recipiente de barro feito nas olarias da região. Miranda do Corvo é considerado «Museu vivo da cerâmica do barro vermelho» com artesanato e indústria de olaria existente desde a Idade Média. O Convento de Semide é conhecido por ter popularizado a receita da Chanfana, Negalhos e Sopa de Casamento, receitas que permitem o aproveitamento integral da cabra velha.
Após este almoço que estava cinco estrelas e agradou a todos os companheiros de viagem, fizemos então a visita ao Parque Biológico da Serra da Lousã está nas proximidades da vila de Miranda, situado na Quinta da Paiva, é uma proposta multifacetada na oferta turística associando a educação ambiental ao enaltecimento de valores e tradições culturais da região. Possui 12 hectares, sendo 7 de área florestal e 5 de área agrícola e social. Dos 12 hectares, apenas 5 hectares são visitáveis pelo público. O Parque Biológico da Serra da Lousã integra um Centro de Informação / Bilheteira, Parque de Vida Selvagem, Quinta Pedagógica, Labirinto de Árvores de Fruto, Roseiral, Centro Hípico, Museu Vivo de Artes e Ofícios Tradicionais com Loja de Artesanato, Museu da Tanoaria e Restaurante Museu da Chanfana.





Geologicamente a Quinta da Paiva é predominantemente formada por arenitos, conglomerados, xistos e grauvaques e constituída por solos com pouca profundidade, denominados cambissolos, que se encontram ainda em processo de desenvolvimento, apresentando uma fertilidade natural mediana. A sua flora reúne um conjunto de 88 espécies, entre árvores, arbustos e herbáceas. De salientar a vegetação ribeirinha, nomeadamente a presença de amieiros, salgueiros e freixos. A Quinta foi palco de uma economia agro-pastoril que motivou, durante séculos, o modo de vida das populações desta região, com estruturas representativas dessa vida comunitária, nomeadamente caminhos vicinais, muros de pedra xistosa, casa do caseiro, rio, açude, levada, moinho de água e engenhos de rega. Neste sentido, o espaço contempla um ecomuseu onde exemplares de engenharia agrícola, hidráulica e eólica poderão funcionar como aulas vivas de etnofísica e etnomatemática, ligando a tecnologia à história. 
Esta visita foi muito interessante e rica em conhecimentos: houve um pouco de diversão, aprofundamento da biofilia, podemos apreciar a natureza e aprender a valorizar o ambiente.

No Santuário do Divino Senhor da Serra em Miranda do Corvo, foi a nossa próxima paragem. A capela primitiva foi construída nos finais do séc. XVII, sendo depois reformada nos sécs. XIX e XX. Destaque para os retábulos colaterais e a imagem do Cristo, comprados. As origens do Santuário estão intimamente relacionadas com a imagem do Santo Cristo colocada onde hoje se ergue a cruz da serra. Foi construída pelas freiras de Semide uma capelinha, mandada fazer entre 1653 e 1663, a qual serviu ainda para albergar a imagem do Santo Cristo, cada vez mais visitada devido à fama crescente de milagres.
Foi esta afluência de romeiros conjugada com o aumento do número de habitantes que impôs a construção do atual Santuário. A capela é uma obra produto das diversas atividades artesanais que se desenvolveram em Coimbra, no fim do século XIX e no princípio do XX, em redor da Escola Livre das Artes do Desenho. O traçado é, ele próprio, uma fusão de elementos neogóticos e românicos -, com predomínio destes, inspirados nos monumentos de Coimbra. Tem uma só nave. A torre ergue-se a meio da frontaria, rasgando-se na base o portal e rematando ela em pirâmide. A capela-mor, poligonal, é de tipo nitidamente românico. Lá dentro podemos apreciar o altar-mor dourado que foi executado pelos alunos da antiga Escola Industrial Brotero em Coimbra sob orientação de João Machado, tal como os belíssimos vitrais, estes sob a direção do prof. Lapierre. Outros pormenores de enorme interesse são os azulejos que revestem as paredes, os quais constituem representações de cenas da vida de Jesus, os altares laterais, provenientes Capela da Misericórdia de Coimbra, a pintura do Tecto, obra do pintor Eliseu de Coimbra e o púlpito de pau preto, que constitui uma obra do século XVII, originário da Sé Velha de Coimbra.
Infelizmente não tivemos a oportunidade de visitar este santuário, pois estava fechado e a pessoa que nos poderia abrir a porta não se encontrava presente. Fica para uma próxima vez.

Como ainda tínhamos algum tempo e um dos nossos companheiros é natura da povoação de Ançã, mostrou vontade de nos dar a conhecer esta localidade. Foi para lá que rumámos para uma pequena visita já tardia pelo adiantar do dia que já escurecia. Foi uma pena! Deixou-nos a todos com água na boca e com vontade de lá voltar noutra altura.
Ançã é uma vila do concelho de Cantanhede, foi elevada a vila em 12 de julho de 2001. O nome Ançã é de origem romana, teriam sido os monges italianos a atribuir-lhe esse nome devido à abundância de água e de caça. O nome de Ançã proveio do italiano abbondanza que etimologicamente deriva do termo latino Anzana cuja declinação passou pelas fases de Anzam, Anzaa, até à sua grafia actual.

A hora estava a aproximar-se para regressarmos a casa. Ainda parámos em Tentúgal, na Pousadinha, onde se petiscou e também levar para casa, algumas das iguarias que ali comercializam.

Pelas 21H15, chegámos a Tavarede.

VAMOS AOS FADOS A LISBOA

21 de Setembro de 2013

Às 08H30, partimos do Largo da Igreja de Tavarede, para Lisboa onde chegámos pelas, 11H30 à Praça do Comércio, o Terreiro do Paço. Demos uma volta por esta praça, visitamos sempre em andamento de passeio a baixa Pombalina.
O almoço foi livre. Nós e um pequeno grupo almoçámos no Restaurante o Churrasco, nas Portas de Santo Antão, o qual já visitei inúmeras vezes e recomendei aos meus companheiros de viagem. A especialidade da casa: Costeleta de Novilho e Frango no Churrasco. Conheço este restaurante há já alguns anos e quando vou a Lisboa vou lá regularmente. A qualidade do seu serviço, aliado aos excelentes pratos da cozinha Portuguesa, assados no carvão pelo senhor João, um mestre, a higiene e o nível profissional dos seus funcionários que são muito simpáticos.

Foi na “Ginjinha Sem Rival”, fundada mais tarde, entre 1890-1892, que bem almoçados e animados, saboreámos a famosa Ginjinha.
Nesta casa, para além da ginjinha, do antigo capilé ou do refresco de groselha servem também o famoso licor "Eduardino", um segredo da casa que tem este nome em homenagem a palhaço do vizinho Coliseu, é na Rua das Portas de Santo Antão, 7, pessoalmente a melhor ginjinha.

Chegou então a hora combinada para no Rossio apanharmos o autocarro, cerca das 15H00, para em seguida fazermos a visita ao Palácio Nacional da Ajuda ou Paço de Nossa Senhora da Ajuda é um monumento nacional situado na freguesia da Ajuda. Em 1726, D. João V (1689-1750) adquire três quintas na zona de Belém. A utilização da quinta da Ajuda como Paço Real deu-se no rescaldo do Terramoto de Lisboa a 1 de Novembro de 1755 já no reinado do Rei D. José. O terramoto destruiu praticamente toda a cidade de Lisboa, incluindo a residência do Rei, o velho Palácio da Ribeira, cujo complexo abraçava Terreiro do Paço, junto ao Rio Tejo. Este palácio neoclássico da primeira metade do séc. XIX, da autoria de Francisco Xavier Fabri e José da Costa Silva, foi residência oficial da família real portuguesa, desde o reinado de D. Luís I (1861-1889) até 1910, ano em que foi encerrado após a proclamação da república. Aberto ao público como museu em 1968, é especialmente expressivo como residência real da época, revelando ambientes oitocentistas e importantes coleções de artes decorativas dos séculos XVIII e XIX: dos têxteis ao mobiliário passando pela ourivesaria, e cerâmica, bem como de pintura, escultura e fotografia. A Presidência da República realiza aqui algumas das mais importantes cerimónias de Estado.

Ficámos todos maravilhados com a beleza e riqueza que este palácio encerra.




Pelas 17H00, fizemos a visita ao Museu Nacional de Arte Antiga, também conhecido por Museu das Janelas Verdes, é o mais importante museu de arte dos séc. XII a XIX em Portugal. Inclui coleções de pintura, escultura, desenho e artes decorativas, maioritariamente europeias, e também orientais representativas das relações que se estabeleceram entre a Europa e o Oriente na sequência das viagens dos descobrimentos iniciadas no século XV, de que Portugal foi nação pioneira. O museu encontra-se localizado num palácio dos finais do séc. XVII, mandado construir por D. Francisco de Távora, primeiro conde de Alvor, e confinando a poente com o Convento de Santo Alberto, primeiro mosteiro de freiras carmelitas descalças em Lisboa, cujo patrono era Santo Alberto, razão pela qual era também conhecido por Convento das Albertas.
O Palácio passou a ser conhecido como Palácio de Alvor-Pombal pois, em 1759, após o Processo dos Távoras, o edifício foi adquirido num leilão por Paulo de Carvalho e Mendonça, irmão de Marquês de Pombal que, por morte do primeiro, passou a ser proprietário do palácio tendo este ficado na posse da sua família por mais um século. Em 1879 o palácio foi alugado, e posteriormente adquirido, pelo estado para nele instalar o Museu Nacional de Bellas Artes e Arqueologia, inaugurado oficialmente em 11 de Maio de 1884. Em 1890, aquando da morte da última freira, o estado toma posse do Convento de Santo Alberto, entregando em 1891 a sua tutela ao museu pois já na altura era reconhecida a necessidade de aumentar o espaço físico do museu. Derrubado o Convento, no seu lugar foi construído o edifício poente, também conhecido como "anexo", inaugurado em 1940 com a exposição "Primitivos Portugueses".

Após esta visita também muito apreciada, tirei umas fotografias no exterior, não me esquecendo de ir ver o Chafariz das Janelas Verdes encontra-se situado no Largo Dr. José de Figueiredo, na freguesia dos Prazeres em Lisboa e fazia parte do conjunto de chafarizes ligados ao Aqueduto das Águas Livres. Foi edificado no ano de 1755 baseado no projeto do arquiteto Reinaldo Manuel dos Santos, tendo sido utilizado na sua construção mármore rosa e branco. Este chafariz de arquitetura barroca, apresenta diversas estátuas, esculpidas por António Machado. A bacia e a escadaria envolvente, apresentam uma planta circular. No meio da bacia, ergue-se uma urna de quatro faces que serve de suporte a uma estátua de Vénus e Adónis com um golfinho. Foi classificado pelo IPPAR, como Imóvel de Interesse Público em 10 de Agosto de 1998 pela portaria n.º 512/98 do Diário da República (I Série-B), n.º 183.
Fiquei dececionado com o estado de degradação em que se encontra este monumento, ligado ao Aqueduto das Águas Livres.
Como as nossas visitas demoraram menos do que o previsto, o autocarro deixou-nos junto ao Museu do Fado, em Alfama, onde também se encontra o restaurante onde vamos jantar e fomos dar uma volta e conhecer algumas ruas e vielas. Por ali também andavam muitas pessoas que vieram para assistir aos espetáculos de fado que durante este fim-de-semana (sexta-feira e sábado), ali se realizavam.
Pelas 20H00, entrámos para jantar com Fados no Restaurante Típico Taverna d`El Rey, está carregado de história e simbolismo.
O espaço foi há 50 anos uma tasca de venda de carvão e vinho, é hoje propriedade da fadista Maria Jô Jô, há mais de 30 anos. Maria Jô-Jô remodelou-a, decorando o teto com madeira a fazer lembrar as caravelas de antigamente e calcetando o pavimento com calçada portuguesa, com desenhos de grandes claves, que nos transportam imediatamente aos acordes do fado que aqui podemos ouvir.
É uma casa típica de fados, situada bem no coração de Lisboa, no bairro mais antigo - Alfama, um dos mais característicos bairros de Lisboa, oferece-lhe, um ambiente castiço da velha cidade, o fado, e as melhores especialidades da cozinha regional portuguesa. Por aqui passaram alguns dos maiores nomes do fado da época - anos 60 e que ainda hoje não deixa de ter um bom elenco privativo, com um acompanhamento gastronómico de qualidade e eficiência. Todas as noites das 18h às 3h da madrugada, num castiço espetáculo de Fado. O espetáculo de Fado é composto por Guitarra e Voz. Exemplos de fadistas: Maria Jô Jô, Lúcio Bamond, Cátia Garcia, Álvaro Alexandre, Tonia José, Carlos Maia, Cláudia Botas e Eduardo Tereso.


24H00 – Partida para Tavarede onde chegaremos cerca das 02H00.