sábado, 12 de abril de 2014

SOCIEDADE DE INSTRUÇÃO TAVAREDENSE

Auto da Serração da Velha
ou
“Auto do Violador no Telhado”

11 de Abril de 2014



Mais uma vez se cumpriu a tradição!
Realizou-se no dia 11 de Abril de 2014, pelas 21.30 horas, a tradicional Serração da Velha ou o “Auto do Violador no Telhado”, que como o nome indica, foi inspirado no musical ainda em cena “O Violinista no Telhado”.

Nota: Agradecemos aos artistas desta peça, a sua presença, os quais se disponibilizaram graciosamente (porque foram bem pagos), para abrilhantarem com grande “profissionalismo” este espectáculo muito cultural.

Como toda a tradição, esta actividade realiza-se em Tavarede, já há muitos anos. Mais uma vez notei que a comunicação social não esteve presente, para assim dar notícia à comunidade. Pode ser que para o ano… 


Mas como somos teimosos mais uma vez cumprimos a tradição e a velha foi serrada. A freguesia de Tavarede voltou a reunir-se, para ouvir o que este ano a “menina Tevyelina Castanha Pilada deixou em testamento”, aquecendo com o calor do convívio, esta noite já de Primavera. Aqueceu principalmente os ânimos das muitas pessoas que ouviram os “pertences” que a velha lhes deixou. É de recordar a essas pessoas que isto tudo não passa de uma brincadeira e que ao se sentirem “ofendidas”, mostram que a carapuça lhes assentou na perfeição.
Mas, como se costuma dizer: Siga o Cortejo!

Iniciámos esta função no Pavilhão da SIT (como todos os anos acontece) tendo seguido pela rua A Voz da Justiça, até ao Largo do Igreja Palácio de Tavarede, onde ali muito perto fica o “Retiro do Alfacevich”, onde se foi buscar (para passear!?) a “Menina Tevyelina” e foi terminar na Sala de “Audiências” do Teatro da SIT.
“EDITAL DE CONVOCAÇÃO DE TEVYELINA CASTANHA PILADA
Vimos através do presente edital,
……………………………………
Convocar Tevyelina Castanha Pilada,
…………………………………….
Rapariga, entraste na porta errada,
Mordahavik, o juiz vai dá-te sermão!
És uma “menina” chanfrada
Tens de tomar uma decisão…

O “palácio da justiça” não é aqui
Alfacevich, diz-se um grande amigo,
…………………………………….
Nesta noite em primeira convocação
Vens à bruta e de livre vontade,
Visando este passeio com abnegação
Até à nossa querida colectividade.”

O cortejo foi acompanhado com uma salada musical executada pela desafinadíssima Orquestra Sinfónica da Outra Banda, que se fez ouvir em dois minutos de silêncio, com a Mula da Cooperativa, em desrespeito da gozada “menina Tevyelina”.
Durante o tribunal as personagens foram desfilando, acusando ou defendendo a “menina”, sempre com a intenção de levarem alguma coisa…

Yentevina (Contra-Regra): João “Alface” Bastos
Mordahavik (Juiz): António Dinis
Mordechaivik (Regedor): José Alberto Cardoso
Tevyelina (Velha): João Miguel Amorim
Chavalehkina (Médica): Manuel Lontro
Hodelina (Enfermeira): Rui Branco
Goldeína (Sobrinha): Miguel Feteira
Mendelina (1ª Criança): Rafael Cardoso
Tzeitelina (2ª Criança): José Nuno Rodrigues
Bielkina (3ª Criança): Tiago Feteira
Avrahmovik (Advogado de Acusação): António Simões
Lazar Wolfinovik (Testemunha): António Barbosa
Perchikovik (Advogado de Defesa): António Bento
Fruma Sarahov (Primo de Cortegaça): Daniel Santos
Cossavich (Primo de Cortegaça): Mário Viana
Rabinovik (Escrivão): José Manuel
Motelovik (Ajudante de Escrivão): Vítor Azenha
Enrebanavik (1º Carrasco): Artur Correia
Fyedkavik (2º Carrasco): Luís Pires

Já perto do final o Mordahavik - Juiz dá a última palavra à Velha:

…………………..
MORDAHAVIK
TEVYELINA CASTANHA PILADA,
Julgada por avareza,
Antes de ser condenada,
Quer fazer a sua defesa?

TEVYELINA

Peço perdão, senhor Juiz.
Eu já estou arrependida
Pois durante a vida nada fiz
Mas tenho saudades da vida.

Antes da condenação,
Só peço mais um momento,
Para que Robinovik, o escrivão,
Leia o meu TESTAMENTO.”
No seu TESTAMENTO, a desditosa velhinha, espalhou pelas pessoas da sua "amizade" o seu “riquíssimo” espólio, esperando assim satisfazer (ou não) os desejos de alguns herdeiros. Assim e finalmente o Escrivão e o seu Ajudante leram o tão aguardado Testamento:
 “Aos 11 dias do mês de Abril,
Na presença do Mordahavik, o Juiz,
Eu, TEVYELINA CASTANHA PILADA,
Meu Testamento assim fiz:”
…………………….
Acabado de ler o testamento, então o Regedor pergunta, roncando, já meio fatigado de voz:
“Que castigo ela merece
Dizei-me, senhores, meus?
Rifamo-la na quermesse,
Ó pomo-la a encher pneus?

(Dizem todos os participantes:)

Serre-se a velha
Força no serrote
Serre-se a velha
Dentro do caixote!”

Na execução da infortunada menina, foi visto esta, heroicamente fazer a entrega do seu tão maravilhoso e apetecível corpo, às mãos mimosas dos piedosos e bondosos carrascos, que serraram a RÉ, LÁ ao SOL, sem DÓ, nem outra nota de qualquer piedade.
E assim mais um ano foi cumprida esta tradição já muito antiga em Tavarede.

Após o “Julgamento, morte e fuga… da menina TEVYELINA, todos os participantes se reuniram para conviver num animado repasto composto de um variado e abundante conjunto de artigos especialmente confeccionados para dar ao dente e regado com algumas bebidas vigorosas.

Só nos resta fazer desejos de para o ano cá estarmos para cumprir mais uma vez a tradição.
Esperamos por todos o que cá estiveram e também por quem esteve ausente.

ATÉ PARA O ANO!



PS: As fotos foram retiradas da net, mais precisamente do facebook. Quero agradecer ao autor, que pode e deve comentar aqui neste sítio…

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