segunda-feira, 18 de abril de 2016

Passeio à Região Oeste

Sábado, 16 de Abril de 2016

ITINERÁRIO: Tavarede, Nazaré, Alcobaça, Caldas da Rainha e Óbidos.

Distância entre Figueira da Foz e Óbidos: 91,63 km - Distância em linha reta; 116 km - Distância de condução; 1 hora 21 min. - Tempo de condução estimado.

Eram 09H30 e os Mosqueteiros, saíram mais uma vez em exploração, desta vez à Região Oeste.
No Oeste, não há monotonia porque há um bocadinho de tudo: praia e natureza, locais cheios de histórias para aprender, bom peixe e mariscos, legumes fresquíssimos, fruta maravilhosa, pão que sabe mesmo a pão. A herança gastronómica do Oeste remonta à fundação do reino, e à sabedoria ancestral dos monges dos conventos e mosteiros da região, de onde se destacou a presença tutelar de Alcobaça, cuja tradição da doçaria conventual é ainda hoje uma referência. No campo, da arte de “prantar” o pão, do cultivo do vinho e da pesca, nasceram algumas das tradições gastronómicas mais emblemáticas do Oeste, onde o peixe e os mariscos são reis. A gastronomia da região é variada: dos ricos pratos da “matança do porco”, ao cabrito no forno e ao coelho guisado com arroz, passando pelas célebres caldeiradas e os suculentos e fresquíssimos pargos e robalos de Peniche e da Nazaré cozidos ou no forno, as enguias e amêijoas da Lagoa de Óbidos e os mariscos dos viveiros de Porto de Barcas, onde, de entre outras iguarias, a lagosta da Costa Atlântica, “suada”, é um manjar único. Influência da cultura conventual, as trouxas, as lampreias de ovos e as cavacas das Caldas da Rainha, os pastéis de feijão de Torres Vedras ou os pães de Ló do Landal, Painho e Alfeizerão complementam os sabores da doçaria conventual de Alcobaça, que é a “jóia da coroa” deste paraíso gastronómico, herdeira milenar do centro cultural que foi, e é, o Mosteiro. A “Pêra Rocha do Oeste” e a “Maçã de Alcobaça” são ex-libris da região que alcançaram já certificação e prestígio internacional.

Nossa primeira paragem foi em Alcobaça.
Fica situada na confluência dos rios Alcoa e Baça, pertencente ao distrito de Leiria, o concelho de Alcobaça conta com 18 freguesias, sendo o segundo concelho mais industrializado do distrito e um dos mais populosos.
Aqui fomos em primeiro lugar recuperar as forças num café, mesmo em frente ao Mosteiro.
Durante o percurso fomos invadidos por um som celestial. Alguém cantava com uma voz fabulosa, um aglomerado de pessoas, quase na totalidade estrangeiros, estavam maravilhados com um jovem que ali mostrava os seus dotes vocais fantásticos. Ali ficamos também a desfrutar aquele momento. Eram dois contratenores: Luís Peças & João Paulo Ferreira.
É de realçar que o tempo estava ótimo, não chovia e a temperatura era amena.

Visitamos o célebre Mosteiro cisterciense de Santa Maria fundado em 1148 por D. Afonso Henriques. Neste mosteiro, encontram-se os túmulos de D. Pedro e D. Inês de Castro. Reconstruído diversas vezes em vários estilos, desde o gótico (primeira obra plenamente gótica erguida em solo português) ao manuelino, este mosteiro é um dos mais belos monumentos do mundo, começado pelos monges de Cister.
Está classificado como Património da Humanidade pela UNESCO e como Monumento Nacional, desde 1910, IPPAR. Em 7 de Julho de 2007, foi eleito como uma das sete maravilhas de Portugal. Os túmulos de D. Pedro I e de D. Inês de Castro encontram-se no Mosteiro de Alcobaça. São duas verdadeiras obras-primas da escultura gótica em Portugal, cuja construção se situa entre 1358 e 1367 e de autoria desconhecida. Inês de Castro está representada com a expressão tranquila, rodeada por anjos e coroada de rainha. A mão direita toca na ponta do colar que lhe cai do peito e a mão esquerda, enluvada, segura a outra luva. D. Pedro I está representado também com a expressão tranquila, coroado e rodeado por anjos. Segura o punho da espada na mão direita, enquanto com a esquerda agarra a bainha.
O Castelo de Alcobaça, encontra-se situado num outeiro onde os visitantes têm uma vista soberba sobre toda a cidade e terras vizinhas. Será provavelmente do período visigótico. No século VIII foi conquistado pelos mouros. Tomou-o D. Afonso Henriques em 1148 também aos mouros, que o voltaram a conquistar e destruir, sendo mais tarde reconquistado e reconstruído por El-Rei D. Sancho I. Devido aos grandes terramotos de 1563 e 1755, sofreu grandes estragos começando a degradar-se. Não tendo mais utilidade como castelo, passou a ser prisão. No séc. XIX o município de Alcobaça vendeu as pedras das suas muralhas à população para construção de habitações e outras foram roubadas. Neste momento encontra-se em completa destruição, podendo mesmo dizer-se em ruínas.
Já tendo visitado algumas vezes Alcobaça, não sabia que nesta cidade existia um castelo. Mas ali estava ele bem visível defronte ao mosteiro, por cima dos telhados das casas. Que me perdoem os alcobacenses pela minha ignorância, mas até aquele dia… foi assim.

O almoço estava a chegar e os Mosqueteiros já davam sinais de fraqueza.

Nazaré, foi o destino. A vila, é o atual espaço que aglutina três antigos povoados, Pederneira, Sítio da Nazaré e Praia da Nazaré e novos bairros da segunda metade do século XX, como a Urbisol ou o Rio Novo, surgidos em consequência da expansão natural dos três núcleos primitivos. Podem-se compram uns amendoins ou tremoços às senhoras que ainda usam as tradicionais sete saias e apregoam constantemente os quartos que têm para alugar ou, para quem goste, um peixe seco em cima de umas redes na areia. Há muitos restaurantes com peixe fresquíssimo, mas a nossa opção foi o Restaurante Marisqueira “O Luís”, fica no sítio da Nazaré em frente à praça de touros, no caminho para o farol.
É um espaço agradável com uma grande variedade de peixe fresco, de boa qualidade. Nas entradas  constavam percebes, camarão, e búzios.
Para os grandes apreciadores das variadas delícias que nos dá o mar, há o aprimorado Barco de Marisco que vem para a mesa recheado com Lagosta, Camarão Grelhado, Amêijoa, Sapateira, Ostras, Percebes, Canilhas e Camarão Cozido.
Nós pedimos uns fantásticos robalos grelhados.

Após o almoço, fomos ver a vista, do Sítio da Nazaré, que é simplesmente fantástica. Passamos pela Ermida da Memória - junto ao Miradouro do Suberco, no local onde, em 1182 e segundo a lenda, N.ª Sra. da Nazaré salvou a vida a D. Fuas Roupinho, ergue-se esta pequena Ermida mandada construir, em ação de graças, pelo nobre cavaleiro. Todo o interior é revestido de painéis de azulejos dos séculos XVII e XVIII, tendo a abóboda, ao centro, o pelicano, divisa de D. João II. À entrada, de ambos os lados, lápides em mármore contam a lenda do milagre, segundo a versão do cronista Frei Bernardo de Brito.


Mas a nossa principal visita foi ao Forte de S. Miguel (Farol da Nazaré), que se ergue em posição dominante sobre a praia da Nazaré, afamado e tradicional ponto de pesca, santuário e balneário. Trata-se de um notável monumento militar maneirista, característico da defesa da costa. Possui um baluarte em cada ângulo, ameias e frestas, dispondo de uma original Praça de Armas no 2º piso.
Ali disfrutamos das vistas para a Praia do Norte, onde o “Canhão da Nazaré” que canaliza a ondulação do oceano Atlântico para ali, praticamente sem obstáculos, proporcionando a criação de ondas com um tamanho fora do normal em comparação com a restante costa portuguesa.

Mas dali também avistamos uma praia espetacular, um casario branco dos pescadores e enormes penhascos sobre um mar de um azul intenso.
Estava uma tarde cheia de sol e uma temperatura muito boa para a época.
Os Mosqueteiros estavam adorar o passeio.

Mas o nosso itinerário ainda não tinha chegado ao fim e Óbidos esperava-nos.

Óbidos, é uma vila do distrito de Leiria, que guarda séculos de história entre as suas muralhas. Com um vasto património de arquitetura religiosa e vestígios histórico-monumentais, a vila de reis e rainhas foi, noutros tempos, local de preferência para descanso ou refúgio das desavenças da Corte. D. João IV e D. Luísa Guerra, D. Pedro II e D. Maria I, D. Leonor, D. Catarina de Áustria e D. Carlos, foram alguns dos monarcas que passaram por estas terras deixando, de uma forma ou de outra, marcas que a vila ainda hoje mantém. A origem da vila de Óbidos remonta ao século I, à cidade de Eburobrittium.


Património: Castelo de Óbidos; Porta da Vila; Praça de Santa Maria; Igreja de Santa Maria; Igreja da Misericórdia; Igreja de São Pedro; Igreja de Nossa Senhora de Monserrate; Santuário do Senhor Jesus da Pedra; Capela de S. Martinho; Igreja de S. Tiago; Aqueduto; Ermida de Nossa Senhora do Carmo; Porta do Vale; Casa do Arco da Cadeia.

O XIV Festival Internacional de Chocolate, estava a decorrer desde 31 de Março a 25 de Abril de 2016. O Festival traz este ano uma edição com sabores refrescantes inspirados na pureza da água. Numa incursão sobre o território, a Lagoa de Óbidos toma vida em chocolate para surpreender os visitantes e alia-se às novidades no mundo onde o cacau é ingrediente obrigatório, trazendo a mais uma edição mil e uma formas de degustar, trabalhar e apresentar esta iguaria, regressando ainda às suas origens de fusão de cacau e água como bebida de eleição.

Nós deliciámo-nos com uns pãezinhos com chouriço e uns fininhos para acalmar a sede que se fazia sentir. Estava uma temperatura que até já fazia sede…


Para finalizar o nosso lanche nada melhor que umas ginginhas em copos de chocolate, a “cereja no topo do bolo”.
Mas não quero deixar de sinalizar a Capinha d'Óbidos, que é um bolo com mais de 130 anos que aconselho a provar, uma receita partilhada na família Capinha entre gerações, um bolo  que segundo a tradição seria o bolo das noivas uma recordação de casamento, agora serve também para ser provado por todos turistas e embaixadores. Amassado e cozido no forno a lenha com carinho e entusiasmo pela ultima representante da família Capinha mesmo à entrada da vila de Óbidos.
E foi assim com esta iguaria “debaixo do braço” que abandonámos esta vila medieval rodeada de muralhas preservadas, com os seus monumentos, ruas tortuosas e pequenas casas brancas com janelas e varandas cheias de flores.


O seu encanto manteve-se ao longo dos séculos: já em 1282, a vila foi um dos presentes do rei Dom Dinis à sua noiva espanhola, Isabel de Aragão.

Apesar da tarde ainda estar com muito sol, ainda tínhamos de percorrer uns bons quilómetros até a nossa casa.
Passamos então pelas Caldas da Rainha, uma cidade conhecida pela sua relação com a Rainha Dona Leonor e pelo fabrico de inúmeras peças cerâmicas. Também conhecida por “termas da Rainha”, foi procurada pela Rainha Dona Leonor, mulher de D. Manuel I, no séc. XV, que ao usufruir das competências terapêuticas das águas termais viu sarada uma ferida que há muito não cicatrizava, mesmo após os mais diversos tratamentos. As Caldas da Rainha possui um rico património que vale a pena conhecer.

Com muita pena nossa já não visitamos esta cidade. Fica para uma próxima viagem.
Eram 21H30, chegámos à nossa Vila de Tavarede.
Este foi um grande passeio, digo eu!
Mas tenho a certeza que os outros 5 Mosqueteiros também o dizem!

Até à próxima viagem!

quarta-feira, 16 de março de 2016

PASSEIO À LOUSÃ

No rasto da Chanfana
16 de Março de 2016

Itinerário: distância entre Figueira da Foz e Lousã
(52,35 km - distância em linha reta 92 km - distância de condução)

Saída de Tavarede às 10H00; Montemor-o-Velho; Coimbra.

Lousã
A vila da Lousã conserva o encanto próprio das coisas simples. Hospitaleira, o seu ar é puro, a sua gente acolhedora e a sua gastronomia um eterno pretexto para festejar. Situada no sopé da montanha, a vila possui um charme muito próprio, com uma quantidade surpreendente de antigas casas nobres a integrar o cenário de várias das suas ruas. O Castelo Medieval, as Piscinas Naturais e as Ermidas da Sra. da Piedade seriam só por si razão suficiente para visitar esta vila tão acolhedora. A Lousã possui uma quantidade surpreendente de palácios e solares, sobretudo atendendo à sua pequena dimensão. A vila prosperou particularmente durante o séc. XVIII, época em que muitas famílias nobres edificaram as suas moradias no sopé ensolarado da serra; construções de traço fino em estilo barroco ou neoclássico, caraterizadas pelas amplas fachadas, com belas cantarias e portais trabalhados, onde se destacam os brasões de família. Estas quintas com solares, revelam a forma de vida adotada pela fidalguia rural da época. Marcam presença nos arredores da vila e em particular no seu centro histórico. Destacam-se entre elas o palácio dos Salazares ou do Visconde de Espinhal, o solar dos Montenegro, o palácio dos condes de Foz de Arouce, o solar dos Quaresma ou a Quinta de Sta. Rita entre tantas outras. A Capela da Misericórdia, é o edifício mais antigo do núcleo histórico remontando à era quinhentista.

O almoço foi na Churrasqueira Borges, Lda., na Lousã, onde o principal prato foi o motivo do nosso passeio a estas paragens: CHANFANA.

Receita de Chanfana
Ingredientes: 2K. Carne de Cabra; 1dl Azeite; 50 gr. Banha; 1 Cebola; 2 D. Alho; 6 Carvinhos; 1 F. Louro; 1,5 L. Vinho tinto maduro; Q.B sal e pimenta.
Preparação: 1º Cortar 2 Kg carne de cabra em pedaços; Colocar em tacho de barro típico; Juntar azeite, banha e cebola cortada em 1/2 luas, alho, carvinhos, louro, sal e pimenta; Deitar vinho tinto até cobrir; Tapar o tacho; Levar ao forno bem quente; Juntar mais vinho se necessário; Deixar cozer 3 a 4 horas; Servir com batata cozida em rodelas.
Depois do almoço subimos à Serra da Lousã.
A Serra da Lousã é um local mágico onde podemos aproveitar duma vegetação exuberante e uma paisagem deslumbrante, rica em vida selvagem e povoada de regatos e fontes. Ali também podemos descobrir as encantadoras aldeias de xisto que se escondem no seu interior. De fato, tal como alguns textos locais afirmam, na serra o tempo perde o seu valor e apenas o espaço impera. Existem inúmeros percursos pedestres que percorrem a serra fazendo a ligação às diversas aldeias. Desfrutamos de paisagens abertas e majestosas, sentido a brisa que atravessava as ramagens de Carvalhos e Castanheiros. Descobrimos o murmúrio dos ribeiros que saltitavam entre as pedras e serpenteavam pelas encostas.

O Castelo que se situa a poucos quilómetros do centro da vila, com mais de 2000 anos de história, é um dos mais belos de Portugal. Localiza-se num vale que se diz encantado, num cenário digno de um romance de cavalaria. Tem uma configuração de aspeto bélico, que se pode vislumbrar por entre arvoredos e que trazem à memória os primórdios da nacionalidade. As suas origens estão envoltas em lendas.

Lenda do Castelo da Lousã ou da princesa Peralta
Reinava em Conímbriga o rei mouro Arunce, rodeado por opulenta corte, na companhia de sua filha a princesa Peralta. O rei mandou construir, como refúgio, na serra da Lousã, um castelo embrenhado na floresta. O príncipe cristão Lausus invade Conímbriga e o Rei Arunce é obrigado a fugir para o castelo da Lousã, levando consigo a sua filha Peralta e todas as suas riquezas. No momento da retirada, a Princesa Peralta e o Príncipe Lausus entreolham-se por breves instantes e enamoram-se. Lausus procura desesperadamente a sua amada, percorrendo as serranias da região. O velho rei Arunce, sabendo das intenções do príncipe Lausus, parte ao seu encontro, deixando a princesa Peralta e as riquezas fechadas no Castelo da Lousã. Travam violento combate e acabam ambos por sucumbir. Não havendo ninguém conhecedor do refúgio da Princesa, esta fica aprisionada no castelo. Ainda hoje se ouve o soluçar apaixonado da jovem Peralta, aguardando pelo seu Príncipe.

Visitamos duas das Aldeias do Xisto, um conjunto constituído por pequenas aldeias onde predomina o xisto ou o quartzito: Aigra Nova - Aigra Velha - Candal - Casal de São Simão - Casal Novo - Cerdeira - Chiqueiro - Comareira - Ferraria de São João - Gondramaz - Pena – Talasnal.








A primeira visita foi à aldeia de Candal e que segundo a transcrição de alguns textos turísticos, “é um reconfortante porto de abrigo para quem sobe ou desce a serra. Na bacia hidrográfica da Ribeira de S. João encaixa, entre outros, este anfiteatro onde se alojou o Candal e a sua ribeira. Está aninhada na Serra da Lousã, numa colina voltada a Sul. Estrategicamente colocada junto à Estrada Nacional, que liga Lousã a Castanheira de Pera, esta aldeia está habituada a receber visitantes. Estes são recompensados por subir as suas ruas inclinadas pois, chegados ao miradouro, uma belíssima vista sobre o vale se apresenta, refrescada pela Ribeira do Candal. E quando voltam a descer, a Loja Aldeias do Xisto aguarda-os. Beneficiado pela acessibilidade privilegiada que lhe proporciona a Estrada Nacional, Candal é muitas vezes considerada a mais desenvolvida das aldeias serranas e uma das mais visitadas. Aos seus habitantes de sempre é comum juntarem-se ocupantes de férias e fins-de-semana que aqui acorrem em busca de ar puro e boa companhia.”





 
A segunda aldeia que visitamos foi a de Cerdeira, também transcrevo um texto turístico que a descreve na perfeição: “percorrer a aldeia é um exercício físico e sensorial. A cada passo há um recanto, um beco, um elemento que não se sabe se ali foi colocado pelo Homem ou pela Natureza. Não há dissonâncias. Há o som da tranquilidade. Ao entrarmos na Cerdeira, descendo até ao pequeno regato, deparamos com o perfil desalinhado das construções. O tom dominante do xisto sobrepõe-se ao verde das encostas, ao azul do céu ou ao branco das nuvens. Os habitantes desta e de outras aldeias deverão ter frequentado a universidade da serra. Os edifícios foram implantados sobre um morro rochoso, não ocupando as escassas áreas mais planas que dedicaram à agricultura. Uma obra de engenharia rodeou a aldeia com uma escadaria de socalcos que seguram a terra que as chuvas e a erosão levavam encosta abaixo. A implantação e a arquitetura das construções parece que obedeceu a um plano que teve como objetivo maravilhar os visitantes no séc. XXI. A Cerdeira é um local mágico. Logo à entrada, uma pequena ponte convida-nos a conhecer um punhado de casas que espreitam por entre a folhagem. Parece que atravessamos um portal para um mundo fantástico. Tudo parece perfeito neste cenário profundamente romântico. O chão de ardósia guia-nos por um caminho até uma fonte no meio de uma frondosa vegetação. Entre encostas declivosas rasgadas por linhas de água que se precipitam lá do cimo, a Cerdeira aninha-se, na mais bucólica envolvente. Esta é uma aldeia que a arte e a criatividade ajudaram a refundar. Aliás, em certos momentos do ano, esta aldeia é animada por encontros temáticos que juntam arte e botânica.
E assim passamos juntos um dia de convívio, desfrutando também de sítios cheios de romantismo e de paisagens deslumbrantes desta Serra da Lousã.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Natal em Lisboa

Ainda um pouco de Natal

21 a 23 de Dezembro de 2015

Dia 21
 “O prometido é devido”.
E tal como diz o provérbio, também nós fomos cumprir uma promessa feita ao nosso neto Tiago de visitarmos com ele Lisboa na época natalícia.
Com o Tiago feliz e contente, num autocarro da RedeExpressos, às 07H00 da manhã lá partimos rumo à capital.
Pelas 10H00 já nos encontrávamos a tomar conta do quarto nº 111, bem amplo e com uma área de estar e laser, na Residencial Florescente, onde somos clientes há já bastantes anos. Localizada no centro histórico, paredes meias com o Teatro Politeama e fazendo vizinhança frontal com o Coliseu de Lisboa, este é para nós o local ideal para uma estadia confortável e uma excelente escolha para nos podermos deslocar para todos os pontos da cidade, por meio dos mais diversos meios de transporte.
Não posso deixar de falar sobre os rececionistas (senhores Carlos, António, Nuno e Manuel), com um atendimento cordial, prestativo e sempre disponíveis para uma ajuda ou informação solicitada.
Mas devido aos diversos anos de cliente desta unidade hoteleira não posso de salientar os senhores Carlos e António, que foram os primeiros que conheci e por quem nutro uma especial simpatia, amizade e consideração. Uns mestres na arte de bem receber.

Mas como o tempo urge e tínhamos muito que mostrar ao nosso neto Tiago e foi por que viemos a Lisboa, fomos pelas ruas da Baixa à procura de locais de interesse para ele.
Começámos pela Rua Augusta, onde as ornamentações de Natal estavam em grande realce mas as quais só seriam visíveis na sua plenitude à noite.
A primeira visita que proporcionámos ao Tiago foi a visita ao Terraço do Arco da Rua Augusta.

Ficou muito contente e interessado nesta visita o que fez com muita animação, com a subida por aquelas longas escadas em caracol e as vistas do alto do Arco.
Lá do cimo do Arco, vimos a Pista de Gelo, montada cá em baixo no Terreiro Paço. Já cá em baixo estivemos junto à Pista, onde havia muitas pessoas a patinar.
Fomos até à Praça do Município onde estava instalado um “Mercado de Natal”.
Como estava na hora do almoço decidimos ir ao Restaurante “Churrasco”, situado na rua das Portas de Santo Antão. Um restaurante com uma história de mais de 70 anos, onde se pode encontrar uma grande variedade de grelhados, de onde escolhemos o frango de churrasco bem apaladado, acompanhado com batata frita tipo “palha” caseira e uma saborosa salada mista.
Depois do almoço fomos passear pelo Chiado, um local muito carismático, onde uma multidão de pessoas enchia as ruas e as lojas. Já pelo entardecer as luzes natalícias que enfeitavam as ruas começaram a acender proporcionando um espetáculo de luz e cor aos nossos olhos.
O Tiago estava muito contente.
Como estávamos um pouco cansados estivemos a descansar um pouco antes do jantar que aconteceu no próprio restaurante da Residencial com o nome de “Pérola”. Depois do jantar ainda fomos ver as ornamentações de Natal na Praça Pedro IV, no Rossio.





Finalmente fomos descansar para os nossos aposentos para retemperar as forças para a jornada do dia seguinte.

Dia 22
Iniciamos o dia com um bom pequeno-almoço.
Cerca das 10H30 apanhámos o metro para nos levar ao Centro Comercial Colombo. Lá fomos encontrar a Aldeia da Paz, que para além dos duendes, podemos apreciar no centro da praça central, uma Árvore de Natal com 18 metros de altura, e que está povoada com habitantes de todo o mundo: o Pedro, a Natasha, o Ali, a Débora, o Toshi e a Latifa, todos com diferentes histórias para contar sobre as suas culturas.
Como o Pai Natal é muito procurado pelas crianças tem horários para estar presente, ficamos na fila no horário das 14h00 às 17h00.





Como o Tiago foi dos primeiros a ser recebido pelo Pai Natal, fomos seguidamente almoçar pizza.
O nosso almoço foi um pouco mais tarde que o costume, pois que antes não conseguimos arranjar lugar em nenhum restaurante. Estava um movimento de loucos. Uma multidão de gente.
Com as barriguinhas já aconchegadas e após mais uma volta pelos corredores do Centro Colombo, chegou a altura de regressarmos à Baixa de Lisboa para nos recompormos de algum cansaço que já sentíamos, principalmente o Tiago.
O nosso jantar foi novamente no restaurante “Pérola”, pois que nem necessitamos de sair para o exterior da residencial. Estava muito frio e o que apetecia era recolhermo-nos aos nossos aposentos para uma noite reparadora.

Dia 23
O nosso pequeno-almoço foi um pouco mais cedo, pois tínhamos bilhetes para assistir ao Circo de Natal, no Coliseu de Lisboa, às 10H00. Estes bilhetes foram oferta do Senhor Carlos, rececionista da Residencial Florescente e um grande amigo, como já disse anteriormente. Durante a nossa permanência neste espetáculo, tiramos fotografias com palhaços. O Tiago estava muito contente.

Por volta das 12H00, saímos do Coliseu e ainda fomos até junto ao Arco da Rua Augusta, visitar a Feira dos Artesãos.
A hora do almoço chegou e aconteceu no restaurante “O Cesteiro”.
A seguir fomos buscar as nossas malas pois que a hora da nossa partida de Lisboa estava a chegar.
Às 15H45, o autocarro da RedeExpressos partiu na direção da Figueira da Foz, onde chegou perto das 19H00.
O Tiago estava muito contente por tudo o que viu em Lisboa nesta época natalícia, expressando o desejo de voltar à capital o mais breve possível.