domingo, 17 de janeiro de 2010

SOCIEDADE DE INSTRUÇÃO TAVAREDENSE

JOGOS FLORAIS

Os Jogos Florais organizados pela Direcção da Sociedade de Instrução Tavaredense, na comemoração do seu 106º aniversário tiveram a participação dos sócios e amigos da Colectividade. Os textos a concurso tinham de se subordinar ao tema: “Caminhos do Teatro”.
Não tendo a pretensão e o formalismo de ser um concurso com uma carga competitiva, é porém uma tarefa que desempenho com muito empenho, alegria e alguma emoção.
A cerimónia de entrega dos prémios, teve lugar na Sessão Solene, do Aniversário da SIT, realizada no dia 17 de Janeiro de 2010.
Foi também com grande emoção e satisfação que recebi uma menção honrosa, pela minha produção literária, na modalidade de Poesia, no Escalão B, cujo título "Venho por aqui...".
Seguidamente à leitura do meu trabalho poético, foi-me entregue um troféu e certificado de participação.
A Presidente cessante da Direcção, Maria Clementina Reis Jorge da Silva no discurso final, salientou o significado desta iniciativa como forma de premiar a originalidade e a imaginação dos concorrentes, felicitando todos os participantes.

Em seguida transcrevo a minha poesia premiada para que conste aqui neste meu sítio e a possa assim partilhar com os meus amigos visitantes.

Venho por aqui…



Há caminhos que sigo,
Os do sonho da vida e do amor.
E o sonho fascina-me e prossigo…
São os caminhos onde dou cor
Com tintas de destino.
E tudo aquilo que imagino
É encontrar o meu caminho...

Venho por aqui…
Consigo ver nos teus olhos, cada cor do sentir,
Cada reflexo da tua máscara,
Cada sentido que pões em cena,
Somente contigo…
Vem comigo, basta persistir e seguir…
Eu sigo... Vem comigo…

Venho por aqui…
Vou sem destino, sem saber onde chegar.
Mas não me deixes sozinho, a esperar…
Bailamos no sonho assim como uma criança!
Mas o coração grita: – É mentira!
As interrogações que me perseguem,
Quantas delas são máscaras?

Venho por aqui…
Quem de nós tem a coragem
De aceitar a sua imagem?
Se eu ficar aqui só mais um pouco não dramatizo,

Não quero perder tempo a mentir.
As máscaras que ponho estão já sem cor...
E fico tentado a uma longa viagem…

Venho por aqui…
Não me reveles teus sentimentos.
Sei que preciso viver a intensidade de cada desejo.
Era eu uma criança há quantos anos?
Hoje, removo a máscara de mim,
Que querem que eu faça?
Vejo um rosto que não é meu, uma imagem sem graça…

Venho por aqui…
À noite a minha máscara é a do dia
E as estrelas no céu
Não significam nada para mim.
Pertenço a um teatro de máscaras e o meu palco é a roda do tempo.
Mas eu não lamento
Que a máscara possa ser eu!

Venho por aqui…
O tempo está a chegar ao fim e sou o actor principal.
Para ti, sou a máscara simples,
Para mim, a máscara da vida,
A da criança renascida,
Sem fascinação, feitiço e magia.
Aquela que um dia…

Talvez?...
Venha por aqui…




JOMACO

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