sábado, 26 de junho de 2010

CRUZEIRO NO RIO ZÊZERE

26 de Junho de 2010

Tal como estava programado às 08H30 o autocarro da AVIC “zarpou” para mais um dos já muitos passeios, organizados pelo amigo António Simões Baltazar. Passeios estes que já começam a ser bastante procurados e desejados, pois que a “chancela”, Tó Simões, prima pela boa organização, qualidade, boa disposição, respeito e amizade. Mais uma vez este passeio não deixou por créditos alheios o desejo de outro quando o último acaba. Assim, que venha o próximo!
Mas vou descrever muito resumidamente este nosso percurso que nos levou até ao rio Zêzere. Então foram percorridos alguns quilómetros, os suficientes para chegarmos ao nosso primeiro destino, Tomar. Aqui tivemos o primeiro contacto pessoal com todos os companheiros de viagem.
Esta cidade localizada nas margens do rio Nabão, foi conquistada ao Mouros por D. Afonso Henriques em 1147 sendo depois doada por este monarca aos Templários em 1159. D. Gualdim Pais concedeu-lhe foral em 1162. Com a extinção da Ordem do Templo em 1312 por decisão do Papa João XXII, que queria ver os templários banidos da Europa, foi fundada a Ordem de Militar de Cristo. Devido à necessidade de defender a fronteira algarvia, a sede desta Ordem transferiu-se para Castro Marim; 37 anos depois, voltou a fixar-se em Tomar mais concretamente no seu castelo. Assim Tomar viria a ser o centro originador e principal sustentador da epopeia dos Descobrimentos. O Infante D. Henrique, nomeado pelo Papa como Regedor da Ordem de Cristo, viria a instalar-se no castelo de Tomar. Foi elevada à categoria de cidade em 1844, tendo sido visitada pela Rainha D. Maria II no ano seguinte. Tomar é hoje conhecida não só pelos seus monumentos fabulosos, dos quais se destaca o Convento de Cristo, mas também pelas suas potencialidades turísticas que proporciona a visita de inúmeras edificações históricas, relíquias arqueológicas, passeios pelos seus frondosos e frescos jardins e também ao longo do rio Nabão.
De facto foi nestes esplendorosos jardins que saboreamos com delícia a luxuriante verdura, as flores, as árvores e a água que corre numa musicalidade refrescante, colhendo no seu seio uma quantidade de peixes e uma variedade de aves aquáticas. Um meio ambiente que todos desejamos repetido em inúmeros locais deste país e mais concretamente na nossa cidade da Figueira da Foz.

Que triste fiquei ao percorrer aquele jardim, que até tem um CORETO. Lindo!
Triste porque me lembrou do CORETO do jardim da Figueira.
O CORETO da minha juventude.
O CORETO que foi também da minha filha.
O CORETO que gostava que fosse também do meu neto.
Que saudades do CORETO da Figueira!
Onde estará o dito?
Quando é que é cumprida a promessa de o recolocar no lugar de onde nunca deveria ter saído?
Porque é que na Figueira só se fazem asneiras?
Estas perguntas foram feitas por nós enquanto percorríamos estes jardins e deu azo a alguma conversa sobre o assunto.
Mas o tempo passou bem depressa e embarcámos novamente no nosso “navio” da AVIC, que nos levou até às margens do rio Zêzere, onde nos esperava o barco para o cruzeiro.
Cerca das 11H30, chegámos ao cais de embarque, onde não foi preciso muito tempo para nos instalarmos confortavelmente nos nossos respectivos lugares no São Cristóvão.
Este passeio levou-nos a conhecer a paisagem natural das margens do rio Zêzere, partindo de Castanheira. Seguimos em cruzeiro nas águas serenas da Barragem do Castelo de Bode, famosa pelo seu caudal e pela captação da água que abastece Lisboa.
Foi-nos servido um almoço a bordo constituído por: caldo verde, bacalhau com natas e arroz de pato; frutas frescas, arroz doce, torta de laranja e toucinho-do-céu; vinho branco e tinto, águas, sumos e café.
O Barco São Cristóvão tem capacidade para 164 pessoas, dispondo de 2 pisos (nós ficámos no segundo piso) e permitiu-nos estar num ambiente calmo e de pura beleza natural desfrutando de um passeio turístico na Albufeira de Castelo de Bode. A barragem é um dos maiores lagos artificiais da Europa com 60 km de extensão.
Durante o percurso, sucedem-se a fauna e a flora do rio Zêzere, que nós aproveitámos para observar nas margens toda a variedade e beleza nos surpreendeu. Normalmente cruzámo-nos com pequenas embarcações diversas.
Deparámo-nos com a “famosa” ilha do Lombo, a qual circundámos e desfrutámos da vista da ponte que liga as Beiras e que nos poderá levar a locais de beleza simples como Constância, Vila de Rei (o centro geodésico do país) ou uma visita ao Castelo de Almourol.
Depois de circundarmos a ilha, iniciámos o nosso passeio de regresso, lentamente, e onde tivemos o privilégio de saborear as boas coisas da vida, tal como sentir a brisa, fotografar e guardar na nossa memória aquela calma que ali se vive. A natureza é um tesouro das terras templárias, cujo maior património existente é a qualidade do ar e água. É este o paraíso que nos foi oferecido para contemplarmos e saborearmos.
Na hora do desembarque, cerca das 16H30, fez-se notar já com alguma saudade a rapidez com que se passaram aquelas 5 horas. Mas depois desta experiência tivemos a certeza de que haveríamos de voltar a estas paragens o mais breve possível…

Pelas 17H00, chegámos a Fátima que é um dos santuários mais importantes do mundo dedicada à Virgem Maria. Este Santuário congratula-se com milhares de peregrinos e turistas de todo o mundo. A fama do lugar é o resultado das Aparições de Nossa Senhora do Rosário aos três pastorinhos Lúcia e seus primos, Francisco e Jacinta que, entre Maio e Outubro de 1917, testemunhou aparições sucessivas. A última, em 13 de Outubro, foi confirmada por um milagre presenciado por 70.000 pessoas "no dia que o sol dançou".
Esta nossa paragem fez-se com uma visita à Basílica, depois uma passagem pelo Recinto, Capela das Aparições e Azinheira Grande.
Seguidamente num dos bares/cafés do local, alguns de nós estivemos a refrescar as gargantas e aconchegar as barriguinhas, para que a viagem de regresso até Tavarede, fosse feita com descanso e satisfação.
Como já é normal nas nossas viagens o regresso é feito sempre ao som das gargantas presentes que nos cantam canções populares e fadinhos e até são contadas histórias e anedotas.
Pelas 19H30, saímos de Fátima.
A chegada a Tavarede aconteceu perto das 21H00, como estava previsto.
Parabéns amigo Tó Simões, por mais esta organização.

Até ao próximo passeio.

2 comentários:

  1. Caro Zé Manel:
    À pergunta "onde estará o dito Coreto do jardim?", também gostaria de saber a resposta.
    E o que mais custa aceitar é que foi precisamente um ex-presidente da CM que assinou a setença de morte do mesmo, o que revela alheamento dos sentimentos dos seus conterrâneos e uma falta de sensibilidade inacreditável para quem se diz figueirense. Felizmente já foi afastado dos destinos da Edilidade porque para mal chegou o que fez e, para bem, nada consta de relevante.
    Vamos esperar que alguém consiga ainda recolocar ou reconstruir o velho Coreto que já foi um ex-libris da nossa cidade.
    Fiz uma postagem sobre o mesmo tema com um link para o seu blogue porque o interesse é comum: o prestígio e o progresso da nossa terra.
    Parabéns pela antecipação do seu post sobre o cruzeiro ao Zêzere o que aliás eu já previa. Mas não levo a mal(nem tenho nada que levar). O historial está muito bom e ambas as postagens, com estilos diferentes, se completam.
    Abraço.

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  2. Amigo Fadigas
    A antecipação não tem nada de merecer os parabéns.
    Antes porém não entendo ser antecipação a ninguém a minha postagem.
    Como ainda ontem tive um pedaço de fôlego para fazer alguma coisa, aproveitei oportunidade antes que no dia seguinte algo mo impedisse…
    Já o ditado o diz “Não deixes para amanhã…”
    Também o relato deste nosso passeio não foi o primeiro. Já antes o tinha feito com outros passeios.
    Por isso não tem nada a levar a mal e vice-versa.
    Pelo contrário e como diz (e bem), ambos os trabalhos são úteis e se completam. É assim que deve ser…
    De futuro desejo continuar a relatar, à minha maneira, estas viagens desde que eu também participe nelas.
    E que haja outras pessoas que também o façam.
    Um Abraço

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