11, 12 e 13 de Fevereiro de 2011
Nada melhor que um passeio turístico para conhecer um pouco da cultura, da história, dos costumes e tradições e dos mitos e lendas dos lugares que visitamos.
Desde que o mundo é mundo que as lendas existem, não sendo por isso um privilégio da nossa época. Há muitos e muitos anos atrás elas já estavam por aí sendo divulgadas de boca em boca.
Na Primavera seguinte, o rei levou Gilda à janela do terraço do castelo e a princesa sentiu que as suas forças regressavam ao ver aquela visão indescritível das flores brancas que se estendiam sob o seu olhar. O rei mouro e a princesa viveram longos anos de um intenso amor esperando ansiosos, ano após ano, a Primavera que trazia o maravilhoso espectáculo das amendoeiras em flor.”
A Lenda das Amendoeiras em Flor foi o mote para fazermos este passeio a terras algarvias, que teve início pelas 08H00 no Largo da Igreja de Tavarede.
Mais uma viagem organizada e bem conseguida pelo Tó Simões, num autocarro da AVIC, que tivemos o privilégio de estrear.
Cerca das 10H00, fizemos uma paragem “técnica” para um pequeno-almoço e outros afazeres essenciais e por vezes obrigatórios…
Perto das 11H30, chegámos a Santo Isidro de Pegões é uma freguesia do concelho de Montijo, distrito de Setúbal. No século XX, os terrenos foram arroteados para darem lugar a um projecto de colonização interna elaborado entre 1937/1938, utilizando os terrenos pertencentes à Herdade de Pegões. A Herdade de Pegões, foi então dividida em três núcleos, Pegões Velhos, Faias e Figueiras. Em cada um deles foram construídos casais agrícolas com uma área média de dezoito hectares, dotados de habitação e instalações agrícolas, beneficiando ainda de sistemas de captação de águas subterrâneas e de superfície. A cada casal correspondiam onze hectares de sequeiro, quatro de vinha, um de regadio e dois de pinhal, tendo ainda direito, por parte da Junta de Colonização, a uma vaca, uma vitela, uma égua, uma carroça com alfaias e um empréstimo de seis mil escudos.
Por volta das 12H00 na povoação de Fernando Pó fizemos uma visita com prova de vinhos na Casa Ermelinda Freitas, onde também alguns dos nossos companheiros de viagem tiveram a oportunidade de comprar algumas garrafas. Marateca é uma freguesia do concelho de Palmela, distrito de Setúbal, com mais de 500 anos de história, abrangendo as localidades de Águas de Moura, Margaça, Cajados, Fernando Pó, Fonte da Barreira e Agualva de Cima. O povoamento da freguesia remonta à época da colonização romana, século XII, existindo uma lenda popular que conta “ que um cavaleiro português se apaixonou por uma bela mourisca. Este cavaleiro residia no local onde hoje em dia é a Marateca. Para ficar com a sua amada, raptou-a e entregou-a aos de sua confiança, para que estes a entregassem, sem que fosse encontrada, a sua família. A bela muçulmana fez a viagem por mar e depois pelo Rio Sado, até chegar ao destino. Como não dominava a língua portuguesa, quando lhe perguntavam como tinha ali chegado, ela respondia “Mar até cá”. Actualmente esta designação dá o nome à freguesia de Marateca.
Dia 12
Saímos do Hotel às 09H00 para visitar Albufeira.
Já a hora do almoço estava a chegar quando chegamos a Lagos e onde a primeira prioridade foi encontrar onde comer. A escolha foi numa tasquinha comesplanada “Casa do Zé”, junto ao Mercado. Ali entre outros pratos escolhemos “lulas fritas”. Todos os dias estamos de facto a aprender. As lulas apareceram, mas eram estufadas… questionada a senhora que nos atendia nas mesas, a D. Fernanda, nos informou de que na realidade eram “lulas fritas à moda do Algarve”. Esta troca de nomenclatura não nos convenceu e até nos divertimos, levando esta “trapalhada” na brincadeira.
Às 15H00 saímos desta cidade na direcção de Silves.
Silves - é uma cidade no Distrito de Faro. Silves já foi capital do Algarve, mas perdeu esse estatuto, em parte, devido ao assoreamento do rio Arade. As freguesias de Silves são as seguintes: Alcantarilha, Algoz, Armação de Pêra, Pêra, São Bartolomeu de Messines, São Marcos da Serra, Silves e Tunes. Xelb era o nome dado à cidade de Silves durante o domínio muçulmano. Anteriormente, durante o domínio Romano, chamar-se-ia Cilpes, nome que surge em algumas moedas Romanas batidas nesse local no Século I a.C.. Um dos espécimes encontrados apresenta no obverso o nome CILPES entre duas espigas deitadas e no reverso um cavalo a galope, para a esquerda. Como Património destaca-se: Castelo de Silves, em posição dominante sobre a foz do rio Arade, constitui-se no maior castelo da região algarvia, sendo considerado como o mais belo exemplo da arquitectura militar islâmica no país; Castelo de Alcantarilha e Sé Catedral de Silves, situada no Largo da Sé, apresenta uma estrutura com um cunho principalmente gótico, mas também elementos de outras épocas, visto ter vindo a sofrer alterações ao longo dos séculos.
Fizemos uma visita guiada ao Castelo de Silves. Situado numa posição dominante sobre a foz do rio Arade, é o maior castelo da região algarvia, sendo considerado como o mais belo exemplo da arquitectura militar islâmica no país.
Para nos receber ergue-se a estátua de D. Sancho I à entrada do castelo.
No século VIII, com a Invasão muçulmana da Península Ibérica, iniciaram a fortificação de Silves, como o confirmam as recentes escavações. Foi por volta do século XI, que foi construída a configuração genérica do perímetro muralhado do castelo. A muralha ameada, rasgada por três portas, era reforçada por torres de planta quadrangular. Internamente a povoação era definida por duas ruas principais, constituindo dois eixos. Junto à porta principal (Porta de Almedina, Porta de Loulé) erguia-se o vasto Palácio da Varandas, hoje desaparecido, mas conhecido pela poesia de Al-Mu'tamid.
À época da Reconquista cristã da península Ibérica, o monarca português D. Sancho I (1185-1211) também foi atraído pela prosperidade deste enclave. No Verão do ano de 1189, com um auxílio de uma nova frota de cruzados de Ingleses e Alemães, intenta a conquista de Silves, a quem impôs uma dura derrota.
A povoação e seu castelo mantiveram-se na posse de Portugal até à contra-ofensiva Almóada sob o comando do califa Abu Yusuf Ya'qub al-Mansur, em 1191.
Foi apenas no início do século XIII a reforma Almóada das defesas do castelo, empreendida pelo último rei muçulmano, Ibn al-Mahfur, que lhe conferiu as linhas gerais que, com alterações, chegaram aos nossos dias.
A reconquista de Silves só retornou definitivamente às mãos de Portugal sob o reinado de D. Afonso III (1248-1279), em 1253, o soberano concedeu à povoação o seu Foral (1266), quando terá também determinado a recuperação e reforço das suas defesas. Posteriormente, D. Fernando (1367-1383) e D. João I (1385-1433) promoveram reparos nessas defesas. Quando do terramoto de 1755, a sua estrutura foi severamente danificada. Desde 1984 que decorrem escavações arqueológicas no interior do castelo. Actualmente, este castelo constitui um dos maiores e mais bem conservados monumentos do país. A fortificação é constituída por um típico exemplar da arquitectura militar islâmica, erguida com o emprego de taipa, revestida com grés (arenito), material abundante na região e que lhe confere uma tonalidade avermelhada.
A fortificação islâmica ordenava dois grandes espaços: a alcáçova e a almedina. Na alcáçova destacam-se ainda, as cisternas:
- a Mourisca, de dimensões monumentais, com abóbadaapoiada por cinco arcos de volta inteira assentes em colunas quadradas. Segundo a tradição, a sua capacidade era suficiente para abastecer a povoação durante todo um ano;
- a Cisterna dos Cães, com cerca de 70 metros de profundidade, ao que se crê, aproveitamento um antigo poço de exploração de cobre da época romana.
Ao longo deste nosso passeio por terras algarvias, sempre rodeados por lendas, não poderia deixar recordar uma das mais belas, que o guia desta visita nos contou:
Lenda da Moura Encantada
Depois da conquista cristã formou-se no povo de Silves uma lenda que ainda hoje perdura. Na noite de S. João, à meia-noite, aparece na Cisterna Grande do Castelo (Cisterna chamada Mourisca) uma moura encantada, navegando sobre as águas numa barca de prata com remos de ouro e entoando hinos da sua raça. É uma princesa encantada que aguarda a chegada de um príncipe da sua fé que pronuncie as palavras necessárias para o desencanto.
E assim aconteceu a nossa viagem de regresso a Vilamoura, onde o jantar se realizou no mesmo restaurante da noite anterior.
Dia 13
Saímos do Hotel Luna Olympus de 4 estrelas pelas 08H00.
Por volta das 10H00, aconteceu a paragem técnica do costume para o café e etc., numa área de serviço antes de Ourique.
Perto das 13H00, tal como já tinha ficado marcado na sexta-feira passada, o almoço foi no Restaurante “O Coradinho”, em Pegões. Agora foram escolhidos dois pratos: Bacalhau cozido e Feijoada de Chocos.
Desiludidos e com um tempo muito desagradável, começámos o nosso regresso a casa. Antes porém, parámos no Restaurante Snack-Bar “O Bigodes” para aconchegar as barrigas até à nossa chegada a Tavarede, o que aconteceu por volta das 21H00.
O próximo passeio já está na “forja”.
Então até à próxima…
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