24 e 25 de Fevereiro de 2018
1º DIA
Eram
07H00 da manhã quando saímos num autocarro da AVIC, conduzido pelo motorista Freitas.
O
dia começa a amanhecer…
A
primeira paragem aconteceu em Fátima, numa rotunda que tinha a relva coberta de
gelo da noite. Fomos ali buscar o nosso Guia que nos acompanhou durante a viagem,
cujo nome era Vítor Paulo.
Pois é!...
A
segunda paragem foi para tomarmos o pequeno-almoço na área de serviço de
Abrantes.
Durante
o percurso até ao nosso destino, fomos acompanhados pelo nosso guia
Vítor,
que nos foi dando informações úteis acerca dos locais por onde passávamos com
muita sabedoria, com uma prosa muito fácil e correta.
Uma
boa mostra de conhecimentos sobre a história e a geografia locais.
Aqui
estávamos a passar ao lado de Castelo de
Vide.
Pois é!...
Logo
a seguir, alguns quilómetros percorridos e estávamos a atravessar a fronteira
para Espanha.
Mas
o madrugar muito cedo e os quilómetros que já tínhamos andado começava a dar os
seus frutos, ou seja, o cansaço já fazia algumas “vítimas”…
Cáceres, em Espanha, fica na comunidade autónoma da Extremadura
e é uma cidade muito bonita e interessante a nível da arquitetura e da sua
história.
Chegamos
pouco depois das 13H00, ao Hotel AHC, low cost, localizado na cidade de Cáceres, no Campus da Universidade, onde
tomámos o nosso almoço em regime de buffet. A comida que nos ofereceram
era diversa, o que nos facilitou a escolha para melhor nos adaptarmos aos
nossos hábitos alimentares.
De
seguida seguimos para Guadalupe, cuja
distância demorou a percorrer cerca de 01H30.
O
nosso guia Vítor nunca deixou de nos
ajudar em todas as situações que apareciam e informar em todas as dúvidas que
lhe eram colocadas.
Pois é!...
Guadalupe é um município situado na
província de Cáceres, comunidade autónoma
da Estremadura, com casario histórico de
origem medieval com vestígios renascentistas, ruas empedradas, arcadas e
fontes. Guadalupe significa "rio escondido". A sua história
remonta ao ano de 1389 quando o rei João I de Castela outorga um privilégio
pelo qual entrega à ordem dos Jerónimos a igreja do santuário de Nossa
Senhora de Guadalupe, lugar no qual fora achada uma imagem da Virgem em
finais do século XIII ou princípios do XIV por um camponês de nome Gil Cordero.
A imagem tinha estado séculos junto ao corpo de São Lucas, exposta em Roma e em
Sevilha, até que no ano 714, em plena invasão muçulmana, a imagem foi escondida
junto ao rio Guadalupe, onde permaneceu até ser descoberta. Neste local foi
construída uma ermida, onde uma pequena comunidade se começou a estabelecer. Os
primeiros relatos são de 1340, quando Alfonso XI fez concessões de terras, e em
1347 mencionou o nome "daquele lugar
Puebla de Santa Maria de Guadalupe."
Nossa
Senhora de Guadalupe é uma
advocação mariana e é padroeira da Estremadura desde 1907, sendo assim uma das
sete padroeiras das comunidades autônomas da Espanha. A sua festa celebra-se em
8 de setembro. Em 1928 foi coroada canonicamente como "Rainha da
Hispanidade" pelo primado da Espanha na presença do rei Afonso XIII. Colombo
batizou uma ilha com este nome em 1493 e, desde o século XVI, espalhou a devoção
católica na América Latina. Em 1464, o rei Henrique IV de Castela, acompanha
até ali a sua meia-irmã a infanta Isabel (Isabel a Católica), para acordar o
seu casamento com Afonso V de Portugal. A infanta recusa o pretendente, mas
fica rendida com a beleza do lugar, passando a chamar-lhe "o meu paraíso".
Assim, é
sabido que Isabel a Católica visitou este Mosteiro:
- Em 1477 em
agradecimento à vitória de Toro, com a que se proclamava vitoriosa frente à sua
rival no trono Joana a Beltraneja. Foi realizado um solene funeral, em memória
do rei falecido, Henrique IV, a quem lhe foi construído um mausoléu que
concluiu em 1485.
- Em 1492,
veio para dar as graças pela rendição de Granada. Aqui se ditaram duas cartas
dirigidas ao alcaide de Palos de la Frontera, com a ordem de fazer entrega de
duas caravelas a Cristóvão Colombo.
- Cristóvão
Colombo, durante a Semana Santa de 1486 veio a este lugar, acompanhando a corte
dos Reis Católicos, para insistir em que financiassem a viagem às Índias.
Encomendou-se à Virgem e depois de conseguir realizar a sua primeira expedição
a América, voltou em sinal de agradecimento.
- O
testamento original de Isabel a Católica conservava-se aqui.
Logo que
chegamos somos “obrigados” a
encontrar a Praça de Santa Maria
sendo o epicentro de Guadalupe e é o
lugar mais visitado, já que é ali a entrada principal da Basílica e Mosteiro de Guadalupe.
A praça é
cercada por casas de arquitetura típica de montanha, com arcadas ocupados por lojas
de souvenirs e artesanato, restaurantes e bares com esplanadas.
No centro da
praça encontramos uma histórica fonte de pedra que serve de rotunda improvisada.
Esta fonte foi onde foram batizados os primeiros índios que Colombo trouxe para
o continente depois de sua primeira viagem de descoberta do continente
americano.
Visitamos
então o seu principal monumento o Mosteiro
de Santa Maria de Guadalupe, que se faz
exclusivamente com guia e que no ano de 1993 foi considerado Património
Mundial pela Unesco. É um templo que foi testemunha de momentos históricos de Espanha, como a audiência
em que os Reis Católicos ofereceram as caravelas a Colombo.
Mistura de estilos gótico, mudéjar,
renascentista, barroco e neoclássico, dos séculos XIII ao XVIII.
A
construção do mosteiro por parte dos jerónimos prolongou-se desde o século XIV até ao XVIII, ao longo do qual ficou
com um traçado irregular com aspeto de fortificação. Na sua construção
utilizou-se a alvenaria e o tijolo.
De referir que nas salas que se visitam na visita guiada é
proibido fotografar.
Iniciamos
então a visita pelo Claustro Mudéjar ou dos
Milagres, construído entre 1389 e 1405, em torno ao qual se situam os dormitórios e o refeitório. Tem
forma retangular com arcos
de ferradura
apontados ou túmidos de pilares quadrados com arestas em chanfro.
No centro
do pátio encontra-se um templete mudéjar
construído em 1405 e nas suas paredes expõe-se uma coleção de telas
relacionadas com os milagres da Virgem.
O antigo
refeitório do mosteiro é hoje o Museu de Bordados,
inaugurado em 1928 por Afonso XIII, onde se expõem mais de duzentas peças
elaboradas nas oficinas do mosteiro.
No mesmo
claustro mudéjar encontra-se o Museu de Miniados,
considerado entre os melhores do mundo, onde se expõem livros miniados de
grandes dimensões (73 x 90 cm) dos séculos XIV ao XVIII provenientes do scriptorium do mosteiro.
O camarim da virgem, em estilo barroco, contém pinturas
de Luca Giordano. Mas sobressai o conjunto
de pinturas de Zurbarán, único de toda a sua
carreira que subsiste atualmente no seu local original, a sacristia e uma sala anexa.
Entre os museus do mosteiro, salienta-se o Museu de Pintura e Escultura, situado na antiga
confeitaria do mesmo, e que conta com obras de Juan de Flandes, Zurbarán, Goya,
Juan Correa de Vivar, Nicolás Francés, Egas Cueman, Pedro de Mena e El Greco
entre outros.
A visita termina na igreja, sendo opcional subir ao altar da virgem
de Guadalupe.
Fizemos a visita com o nosso grupo dividido em dois, com um guia
obrigatório do Mosteiro que só falava espanhol.
É claro que nós os portugueses tivemos algum esforço em entender
muitas das explicações. Mas tive a sorte de calhar no grupo onde estava o nosso
guia Vítor,
que nos foi dando muita informação que de outro modo nos seria difícil obter.
Obrigado!
Pois é!...
Alguns
momentos de boa disposição e convívio.
No
final desta interessante visita, novamente depois de 01H30 aproximadamente de
viagem, regressamos ao hotel para acomodação, jantar e descanso.
Depois
de jantarmos por volta das 21H00, fomos para uma sala de convívio: Zé Manel e
Mirita, Rui e Isabel, Vítor e Madalena. Estivemos o resto da noite em amena
cavaqueira até às 24H00, hora local (mais 01H00 que em Portugal). Motivo dar os
parabéns ao Rui que fazia anos neste dia 25.
Pois é!...
2º DIA
Às
09H30, foi o despertar. Após pequeno-almoço, fizemos o chek-out no hotel e arrumamos
as malas no autocarro.
Pelas
10H30 seguimos até Cáceres para uma visita e conhecer a sua história e os seus
pontos turísticos mais importantes acompanhados de um Guia Local.
Cáceres
Cáceres foi palco de históricas batalhas
entre Mouros e Cristãos. Estas lutas e influências podem-se ver claramente na
arquitetura da cidade, uma mistura de estilos Romano, Islâmico, Gótico e de
Renascença Italiana.
A presença humana no território que hoje em dia
corresponde à cidade de Cáceres remonta à Pré-história. No século I a.C., foi a
fundação romana, era ali que ficava Castra Cecília, uma das bases de
Quinto Cecílio Metelo Pio durante a Guerra Sertoriana; no século V d.C., os visigodos
arrasaram a cidade; no
século XII, devido ao avanço dos cristãos, a cidade foi fortificada com uma
muralha de adobe, mas o rei Afonso IX, monarca do Reino de Leão, tomou a
cidade anos depois a 23 de Abril de 1229, dia de São Jorge, que desde então é o
padroeiro da cidade. Começa
então a transformação de
Cáceres, com a construção de igrejas no lugar das mesquitas e palácios cristãos
sobre os palácios muçulmanos. Com algumas modificações desde o século XVIII, a
cidade chega aos nossos dias quase sem alterações, sendo uma das cidades
monumentais mais bem conservadas do Mundo. O centro histórico da cidade foi incluído na lista do Património da
Humanidade pela UNESCO em 1986, sob o nome de “Cidade
antiga de Cáceres". Em 1968, a chamada "Cidade Monumental de
Cáceres" foi declarada o terceiro Conjunto Monumental Europeu, depois de Praga e Talim.
Sempre acompanhados pelo nosso guia Vítor, desembarcamos
em Cáceres e encaminhamo-nos até à Plaza Mayor.
Como acontece em todas as cidades espanholas a Plaza Mayor é o ponto
de entrada para a zona histórica. Foi por aqui que começou a nossa visita.
A Plaza Mayor
é um dos principais símbolos de Cáceres, bem como a
entrada para a cidade monumental. Desde o século XIV, são organizados aqui
feiras, mercados e eventos. A beleza da praça, de forma retangular, encontra-se
nos edifícios que a cercam: instalações residenciais, edifícios religiosos como
a Ermita de la Paz (Capela da Paz) de 700 ou institucionais, como o município,
hotéis e monumentos. Entre eles, os mais importantes são o Arco da Estrela, a Torre de
Bujaco e a de los Pulpitos. Sob
as arcadas da praça há bares, lojas e restaurantes.
Como tínhamos obrigatoriamente de ser acompanhados por um guia
local o nosso guia Vítor propôs-nos dar uma volta pela zona histórica não
aprofundando muito essa visita, embora ele pudesse ir dando algumas informações
como se fosse um de nós.
Guia
Vítor Paulo
Deambulamos por algumas das ruelas estreitas e tomamos o
primeiro contato com a parte velha da cidade.
Na passagem pelo cruzamento da Calle del Mono e a Calle
Cuesta de Aldana encontramos a Casa do Macaco que me despertou interesse por já ter lido anteriormente a sua história.
Conta a
lenda que um conquistador aventureiro já com alguma idade se tinha casado com
uma jovem dama muito bela e que viviam num palácio. Ele era ciumento e para guardar
a sua mulher, decidiu que quando estivesse ausente, que a manteria fechada no
palácio. Numa das suas viagens, e farto das queixas da mulher, comprou-lhe um
macaco para que não se sentisse tão só. Mas a mulher já tinha encontrado outras
maneiras de passar o tempo na casa, com as portas fechadas com chave de volta
dupla. Assim lá lhe trouxe o macaco que tinha a tarefa de entreter a senhora e
um criado. Mas numa das muitas longas ausências do marido, a dama teve um lindo
bebé que despertou a ira e ciúme do macaco. Num ataque de raiva, pegou
no bebé e matou-o, fazendo o mesmo a todos os habitantes da casa, menos à dama,
que, entretanto, morreu de aflição. O senhor conquistador, quando regressou e
viu tamanha tragédia mandou esculpir em forma de gárgula a sua própria imagem,
a da sua mulher enlouquecida e a do macaco, mas este acorrentado à escada.
Podemos
ver suspenso na parede da casa um macaco com uma corrente.
Foi uma fascinação percorrer as ruas e praças, perdermo-nos por
ruelas estreitas, de chão empedrado, ladeadas por monumentais edifícios de
pedra. Tudo à nossa volta é belo e harmonioso e por onde andamos e gostei.
Pois é!...
Depois daquela visita rápida voltamos à Plaza Mayor onde esperamos até às 13H00 pelo tal Guia Local.
Esta espera foi um pouco longa, cerca de 01H00.
Finalmente, mais ou menos à hora combinada, lá apareceu o tal Guia
Local de nome Marco Rodriguez,
espanhol.
Iniciámos
então a visita entrando no bairro monumental através do Arco da Estrella onde se encontra a Torre do Bujaco e a de
los Pulpitos e caminhamos até encontrar a Concatedral de Santa Maria.
O
guia
Marco explicou que o Arco da Estrela servia para ligar a Plaza Mayor à Cidade Velha, ou
seja, à parte histórica de Cáceres e que a porta
principal da muralha de Cáceres tinha a forma obliqua para poderem entrar as
carruagens. Também nos informou de que o nome do Arco vinha da Virgem de la
Estrella, que se encontra na face interna do arco; no lado que dá para a praça
Mayor, podíamos ver o escudo de Cáceres. O Arco foi construído no século XV e
remodelado em 1726 a pedido de Bernardino de Carvajal Moctezuma. Por isso o
templo com a imagem de Nossa Senhora da Estrela que está no interior do arco
leva o escudo da Family Stone Carvajal e é iluminado por uma lanterna em forma
de estrela. No lado de fora do arco está a placa da UNESCO com a declaração a
cidade Património da Humanidade. Para além do Arco de la Estrella y
del Cristo há ainda outros quatro arcos que dão acesso à Cidade
Velha de Cáceres, o Arco de La Fuente ou Porta del Concejo, o Arco de Mérida, o
Arco del Socorro e o Arco del Postigo.
A Torre de Bujaco que era de vigia, é também o
símbolo da
cidade e foi construída pelos árabes no século XII, com uma altura de 25 metros
quadrados.
A Torre dos Púlpitos é outra das torres da muralha de
Cáceres, embora difere dos outros na medida em que é construído em alvenaria de
granito, em vez de lama como os outros. Assim, acredita-se que se fez após a
reconquista cristã, no século XV, para defender o New Gate. Tem uma altura de
14 metros e é a única torre com um arco ligado a um palácio, o Mayoralgo, comunicando-se por meio de
uma passarela elevada a uma altura de 4 metros, permitindo assim que os seus
proprietários a participar de eventos públicos na Plaza Mayor a partir da própria torre.
Para se conhecer a cidade, existem duas praças que nos podem servir de
partida: a Praça de Santa Maria e a Praça de San Mateo.
Chegámos
à Praça de Santa Maria. O nosso guia
Marco continuou a dar-nos uma lição de história. Apesar de ser
espanhol, falou exclusivamente em português, com uma prosa perfeita, sem
praticamente ter algum sotaque castelhano. Destaco também a sua simpatia e
disponibilidade para responder a qualquer dúvida que lhe era colocada.
Guia local Marco
Rodriguez (ao centro de boné)
A Praça de
Santa Maria é uma das
mais importantes no centro histórico de Cáceres e é uma praça pedonal de
calçada, cercada por edifícios antigos, mansões e palácios com escudos e
brasões nas suas fachadas.
Assim, nesta praça encontramos o Palácio
Episcopal, o dos Ovandos, o de Mayoralgo, o dos Duques de
Valência e o famoso de Los Golfines de Abajo, em estilo plateresco,
que foi residência dos Reis Católicos durante a visita à cidade.
Mas o
edifício mais importante desta praça e da cidade é a Concatedral de Santa Maria Mayor construída
entre o século XV e XVI, num estilo gótico tardio espanhol e é constituída por
três naves contendo ainda alguns vestígios do estilo românico de uma construção
anterior. Tem três pórticos góticos, sendo a parte do Evangelho a mais antiga,
pois remonta ao edifício românico anterior.
O
destaque no exterior é a sua alta torre de sino de três corpos, visível de
várias partes da cidade. Ao lado da torre na Praça de Santa Maria, podemos ver a estátua de bronze de São Pedro de Alcântara, trabalho do escultor Enrique Pérez
Comendador e diz-se que quem lhe tocar os pés trará sorte!
Praticamente
ligado à Plaza de Santa María
encontramos a Plaza de los Golfines
uma das praças emblemáticas do centro histórico de Cáceres, localizado entre as
praças de Santa Maria e São Jorge. Nesta praça há também duas
outras casas interessantes: o Palácio do
Conselho Provincial e o Ministério
da Construção de Obras Públicas.
Continuando
a nossa visita encontramos o Palácio de
los Golfines de Abajo. Foi mais uma oportunidade para o nosso guia Marco, contar mais um pouco de história
agora em relação a este palácio que era uma casa-fortaleza, com uma torre que
serviria de proteção, onde se situavam os homens com arcos e setas para
combaterem os inimigos. O
Palácio foi
construído por um ramo da família Golfín que se instalou na cidade
imediatamente após a sua reconquista. Podemos distinguir dois
estilos: a casa-fortaleza do século XV e o gosto humanista
do século XVI. A denominação "de abaixo" serve para diferenciá-los
do outro ramo da família, "de
acima", por estarem esses situados na parte baixa do recinto
amuralhado. Em agradecimento aos numerosos serviços da família aos Reis
Católicos, estes permitiram colocar o seu escudo,
único em Cáceres, na fachada do seu palácio.
O palácio albergou os Reis Católicos nas duas vezes que visitaram a cidade.
Passámos por
uma rua estreita que passa ao lado da torre do Palácio e vemos a imponente Igreja de San Francisco de Javier, templo
jesuíta construído no século XVIII, em estilo barroco. Destacam-se as duas
torres brancas com uma base quadrada. A igreja é dedicada a San Francisco
Javier, um missionário jesuíta espanhol em 1500.
Dali fomos
explorar as várias ruas do casco antigo de Cáceres, ver os vários palácios de famílias
importantes que aqui se instalavam e algumas igrejas mais pequenas.
Chegamos à Praça de San Mateo, onde deparamos com
a Igreja de San Mateo, construída sobre as ruínas de uma mesquita árabe, entre os séculos XIV e XVIII, com portada
Plateresca e um retábulo do século XVIII.
As
explicações dadas pelo nosso guia
Marco continuaram, ao longo do nosso passeio, passamos por alguns
monumentos dos quais destaco:
- o Palácio
dos Ulloa,
muito perto da Igreja de San Mateo, mantém uma fachada gótica do século XV. A
partir de sua fachada destacam-se várias janelas e varandas, bem como os seus
cantos decorados com grandes brasões da família. Diego Garcia de Ulloa "El
Rico" era um personagem muito importante em Cáceres desde que ele é o
fundador do Mosteiro de San Francisco e teve a honra de entregar as chaves da
cidade à rainha Isabel a Católica quando ele veio para Cáceres no ano de 1477.
- o Convento de San Pablo, fundado no século XV, sendo agora um convento
de clausura da Ordem de Santa Clara, Clarissas que se dedicam ao fabrico de doces
típicos artesanais. Na sua fachada de granito domina o estilo gótico.
- a Casa del Sol, casa tipo fortaleza estilo gótico construída no século XV e reformada no século XVI. Salta à vista o escudo na fachada, um sol com um rosto humano cujos raios superiores aparecem mordidos por cabeças de dragão.
Atualmente
é um centro de interpretação e documentação das diversas regiões de Cáceres.
- a Casa
Mudéjar,
estilo Mudéjar é uma amostra da influência de Toledo na cidade de Cáceres,
remonta ao século XIV e sua característica de fachada consiste de duas partes:
a parte inferior é de tijolo e a parte superior é de tijolo vermelho. Esta parte
da fachada é decorada com padrões geométricos, disponibilizados pelos tijolos,
então vemos decorações em zig-zag e janelas pequenas.
- a Casa de Los Golfines de Arriba, um dos mais imponentes do conjunto, e que nos recorda
a ideia original de casa-fortaleza, com um forte carácter defensivo, com as
suas torres desmochadas nas esquinas e a grande torre de menagem ao centro. Na
fachada principal encontramos uma placa que indica que esteve nele Francisco
Franco, onde foi proclamado Chefe de Estado e Generalíssimo dos exércitos
espanhóis.
- a Casa e a Torre dos Sande,
a torre foi construída em estilo gótico no século XIV e é anexada para a casa
de Saavedra. Existem duas janelas góticas: a primeira apresenta um arco apoiado
em colunas e a segunda tem um arco semicircular e está decorado com o brasão de
armas da Sande. A fachada mostra um escudo com cinco flores de lis, pertencente
à família Aldana.
Começamos
a descer passando perto da porta de
Mérida, vimos o Arco de Santa Ana
que está localizado no centro histórico da cidade monumental de Cáceres.
Este
arco foi aberto para servir como um elo entre Postigo Street e Plaza de San
Juan, quando toda a cidade foi murada. Podemos apreciar a largura da parede. No
topo podemos ver um nicho com a imagem de Santa
Ana, a Virgem e o menino Jesus. É um dos mais vistos monumentos em Cáceres.
Continuamos
o nosso passeio, já próximo do final, com acompanhamento do guia local. Chegamos,
entretanto, à Plaza San Juan onde
podemos ver a Igreja de San Juan Bautista um templo
religioso de culto católico.
A Igreja de
estilo gótico foi construída durante o século XIII, embora tenha sido submetida
a grandes renovações nos séculos XIV, XV e XVI e não foi totalmente completada
até o décimo oitavo. Por sua vez, em meados do século XX foi restaurado em
grande medida, recuperando o seu estilo original.
A igreja
está localizada na periferia do cerco murado e na antiguidade foi o ponto onde
pecuaristas e pastores fizeram suas feiras de gado, que criou um assentamento
em seu ambiente e deu origem a popularmente conhecido como San Juan de los
Shepherds.
Ainda nesta
praça saltou à vista um edifício de três andares com as suas janelas e varandas
com gradeamentos caraterísticos desta região. Também a sua fachada está
revestida de lindos azulejos. É a Casa
Mirón. Uma arquitetura maravilhosa que merece ser apreciada.
Foi aqui que
depois de uma excelente apresentação da história da cidade, dos seus mais
importantes monumentos, ruas e acontecimentos, que nos despedimos do muito
competente guia local Marco
Rodriguez.
Entrou em novamente
em função o nosso guia Vítor.
Pois é!...
Encaminhamo-nos
para o local onde estava estacionado o nosso autocarro, ao lado do Parking Obispo Galarza, para o regresso
ao Hotel AHC para almoço. Eram cerca
das 14H00.
Depois
da refeição iniciamos o regresso a casa.
Decidimos
parar em Castelo de Vide para uma
visita à vila, situada no Distrito de Portalegre, região do Alto Alentejo.
O nosso guia
Vítor, levou-nos a visitar a Igreja
Matriz de Santa Maria da
Devesa, situada na Praça Dom Pedro V, datada dos séculos XVIII e XIX, e que apresenta os estilos
barroco e neoclássico.
A seguir percorremos
algumas ruas até que chegamos à Judiaria ou bairro judeu, uma
zona onde antigamente eram obrigados, por lei, a residir os judeus.
Ali fizemos uma visita à Sinagoga que está localizada na antiga judiaria, construída no século XIV, sofrendo
alterações no século XVIII, atualmente funciona como museu dedicado
à história da comunidade judaica em Castelo de Vide.
Acabamos de descer uma ruela estreita e
muito íngreme e deparamo-nos com a Fonte
da Vila situada em plena Judiaria.
Mas
não deixamos esta vila sem termos ainda a agradável surpresa de passarmos pela
casa onde nasceu o capitão de Abril
Salgueiro Maia.
Acabada
esta curta visita seguimos o nosso passeio de regresso às nossas casas.
Parámos,
entretanto, em Fátima para ali
deixarmos o nosso guia Vítor Paulo, que ali acabou o seu trabalho, despedindo-se
com palavras de agradecimento pela nossa companhia e de satisfação pelo trabalho
realizado.
Na
minha opinião o guia Vítor, conduziu o nosso grupo desde o início até ao fim,
com responsabilidade em todas as situações que surgiram e a sua presença foi
muito útil promovendo a nossa comodidade e garantiu sempre uma informação
turística com muita correção e mostrando ter formação e conhecimentos em
história, geografia e património cultural.
Soube-se
relacionar com todos os passageiros, o organizador deste passeio o Tó Simões, o
motorista e os funcionários do hotel e restaurante.
Desejamos-lhe
felicidades e sucessos no seu trabalho. Até provavelmente um dia.
Pois é!.... Pois é!... Pois é!...
Reiniciamos
novamente a nossa viagem de regresso às nossas casas, ou seja, a Tavarede.
Chegámos
às 20H30.
Até
à próxima!
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