quarta-feira, 7 de março de 2018

GUADALUPE & CÁCERES

24 e 25 de Fevereiro de 2018

1º DIA
Eram 07H00 da manhã quando saímos num autocarro da AVIC, conduzido pelo motorista Freitas.
O dia começa a amanhecer…
A primeira paragem aconteceu em Fátima, numa rotunda que tinha a relva coberta de gelo da noite. Fomos ali buscar o nosso Guia que nos acompanhou durante a viagem, cujo nome era Vítor Paulo.
Pois é!...
A segunda paragem foi para tomarmos o pequeno-almoço na área de serviço de Abrantes.

Durante o percurso até ao nosso destino, fomos acompanhados pelo nosso guia Vítor, que nos foi dando informações úteis acerca dos locais por onde passávamos com muita sabedoria, com uma prosa muito fácil e correta.

Uma boa mostra de conhecimentos sobre a história e a geografia locais.
Aqui estávamos a passar ao lado de Castelo de Vide.
Pois é!...

Logo a seguir, alguns quilómetros percorridos e estávamos a atravessar a fronteira para Espanha.
Mas o madrugar muito cedo e os quilómetros que já tínhamos andado começava a dar os seus frutos, ou seja, o cansaço já fazia algumas “vítimas”…
Cáceres, em Espanha, fica na comunidade autónoma da Extremadura e é uma cidade muito bonita e interessante a nível da arquitetura e da sua história.

Chegamos pouco depois das 13H00, ao Hotel AHC, low cost, localizado na cidade de Cáceres, no Campus da Universidade, onde tomámos o nosso almoço em regime de buffet. A comida que nos ofereceram era diversa, o que nos facilitou a escolha para melhor nos adaptarmos aos nossos hábitos alimentares.

De seguida seguimos para Guadalupe, cuja distância demorou a percorrer cerca de 01H30.
O nosso guia Vítor nunca deixou de nos ajudar em todas as situações que apareciam e informar em todas as dúvidas que lhe eram colocadas.
Pois é!...

Guadalupe é um município situado na província de Cáceres, comunidade autónoma da Estremadura, com casario histórico de origem medieval com vestígios renascentistas, ruas empedradas, arcadas e fontes. Guadalupe significa "rio escondido". A sua história remonta ao ano de 1389 quando o rei João I de Castela outorga um privilégio pelo qual entrega à ordem dos Jerónimos a igreja do santuário de Nossa Senhora de Guadalupe, lugar no qual fora achada uma imagem da Virgem em finais do século XIII ou princípios do XIV por um camponês de nome Gil Cordero. A imagem tinha estado séculos junto ao corpo de São Lucas, exposta em Roma e em Sevilha, até que no ano 714, em plena invasão muçulmana, a imagem foi escondida junto ao rio Guadalupe, onde permaneceu até ser descoberta. Neste local foi construída uma ermida, onde uma pequena comunidade se começou a estabelecer. Os primeiros relatos são de 1340, quando Alfonso XI fez concessões de terras, e em 1347 mencionou o nome "daquele lugar Puebla de Santa Maria de Guadalupe."
Nossa Senhora de Guadalupe é uma advocação mariana e é padroeira da Estremadura desde 1907, sendo assim uma das sete padroeiras das comunidades autônomas da Espanha. A sua festa celebra-se em 8 de setembro. Em 1928 foi coroada canonicamente como "Rainha da Hispanidade" pelo primado da Espanha na presença do rei Afonso XIII. Colombo batizou uma ilha com este nome em 1493 e, desde o século XVI, espalhou a devoção católica na América Latina. Em 1464, o rei Henrique IV de Castela, acompanha até ali a sua meia-irmã a infanta Isabel (Isabel a Católica), para acordar o seu casamento com Afonso V de Portugal. A infanta recusa o pretendente, mas fica rendida com a beleza do lugar, passando a chamar-lhe "o meu paraíso".
Assim, é sabido que Isabel a Católica visitou este Mosteiro:
- Em 1477 em agradecimento à vitória de Toro, com a que se proclamava vitoriosa frente à sua rival no trono Joana a Beltraneja. Foi realizado um solene funeral, em memória do rei falecido, Henrique IV, a quem lhe foi construído um mausoléu que concluiu em 1485.
- Em 1492, veio para dar as graças pela rendição de Granada. Aqui se ditaram duas cartas dirigidas ao alcaide de Palos de la Frontera, com a ordem de fazer entrega de duas caravelas a Cristóvão Colombo.
- Cristóvão Colombo, durante a Semana Santa de 1486 veio a este lugar, acompanhando a corte dos Reis Católicos, para insistir em que financiassem a viagem às Índias. Encomendou-se à Virgem e depois de conseguir realizar a sua primeira expedição a América, voltou em sinal de agradecimento.
- O testamento original de Isabel a Católica conservava-se aqui.
Logo que chegamos somos “obrigados” a encontrar a Praça de Santa Maria sendo o epicentro de Guadalupe e é o lugar mais visitado, já que é ali a entrada principal da Basílica e Mosteiro de Guadalupe.
A praça é cercada por casas de arquitetura típica de montanha, com arcadas ocupados por lojas de souvenirs e artesanato, restaurantes e bares com esplanadas.
No centro da praça encontramos uma histórica fonte de pedra que serve de rotunda improvisada. Esta fonte foi onde foram batizados os primeiros índios que Colombo trouxe para o continente depois de sua primeira viagem de descoberta do continente americano.
Visitamos então o seu principal monumento o Mosteiro de Santa Maria de Guadalupe, que se faz exclusivamente com guia e que no ano de 1993 foi considerado Património Mundial pela Unesco. É um templo que foi testemunha de momentos históricos de Espanha, como a audiência em que os Reis Católicos ofereceram as caravelas a Colombo.
Mistura de estilos gótico, mudéjar, renascentista, barroco e neoclássico, dos séculos XIII ao XVIII.
A construção do mosteiro por parte dos jerónimos prolongou-se desde o século XIV até ao XVIII, ao longo do qual ficou com um traçado irregular com aspeto de fortificação. Na sua construção utilizou-se a alvenaria e o tijolo.
De referir que nas salas que se visitam na visita guiada é proibido fotografar.
Iniciamos então a visita pelo Claustro Mudéjar ou dos Milagres, construído entre 1389 e 1405, em torno ao qual se situam os dormitórios e o refeitório. Tem forma retangular com arcos de ferradura apontados ou túmidos de pilares quadrados com arestas em chanfro.
No centro do pátio encontra-se um templete mudéjar construído em 1405 e nas suas paredes expõe-se uma coleção de telas relacionadas com os milagres da Virgem.

O antigo refeitório do mosteiro é hoje o Museu de Bordados, inaugurado em 1928 por Afonso XIII, onde se expõem mais de duzentas peças elaboradas nas oficinas do mosteiro.
No mesmo claustro mudéjar encontra-se o Museu de Miniados, considerado entre os melhores do mundo, onde se expõem livros miniados de grandes dimensões (73 x 90 cm) dos séculos XIV ao XVIII provenientes do scriptorium do mosteiro.
O camarim da virgem, em estilo barroco, contém pinturas de Luca Giordano. Mas sobressai o conjunto de pinturas de Zurbarán, único de toda a sua carreira que subsiste atualmente no seu local original, a sacristia e uma sala anexa.
Entre os museus do mosteiro, salienta-se o Museu de Pintura e Escultura, situado na antiga confeitaria do mesmo, e que conta com obras de Juan de Flandes, Zurbarán, Goya, Juan Correa de Vivar, Nicolás Francés, Egas Cueman, Pedro de Mena e El Greco entre outros.

A visita termina na igreja, sendo opcional subir ao altar da virgem de Guadalupe.
Fizemos a visita com o nosso grupo dividido em dois, com um guia obrigatório do Mosteiro que só falava espanhol.
É claro que nós os portugueses tivemos algum esforço em entender muitas das explicações. Mas tive a sorte de calhar no grupo onde estava o nosso guia Vítor, que nos foi dando muita informação que de outro modo nos seria difícil obter. Obrigado!
Pois é!...

Alguns momentos de boa disposição e convívio.
No final desta interessante visita, novamente depois de 01H30 aproximadamente de viagem, regressamos ao hotel para acomodação, jantar e descanso.
Depois de jantarmos por volta das 21H00, fomos para uma sala de convívio: Zé Manel e Mirita, Rui e Isabel, Vítor e Madalena. Estivemos o resto da noite em amena cavaqueira até às 24H00, hora local (mais 01H00 que em Portugal). Motivo dar os parabéns ao Rui que fazia anos neste dia 25.
Pois é!...

2º DIA
Às 09H30, foi o despertar. Após pequeno-almoço, fizemos o chek-out no hotel e arrumamos as malas no autocarro.

Pelas 10H30 seguimos até Cáceres para uma visita e conhecer a sua história e os seus pontos turísticos mais importantes acompanhados de um Guia Local.

Cáceres
Cáceres foi palco de históricas batalhas entre Mouros e Cristãos. Estas lutas e influências podem-se ver claramente na arquitetura da cidade, uma mistura de estilos Romano, Islâmico, Gótico e de Renascença Italiana.
A presença humana no território que hoje em dia corresponde à cidade de Cáceres remonta à Pré-história. No século I a.C., foi a fundação romana, era ali que ficava Castra Cecília, uma das bases de Quinto Cecílio Metelo Pio durante a Guerra Sertoriana; no século V d.C., os visigodos arrasaram a cidade; no século XII, devido ao avanço dos cristãos, a cidade foi fortificada com uma muralha de adobe, mas o rei Afonso IX, monarca do Reino de Leão, tomou a cidade anos depois a 23 de Abril de 1229, dia de São Jorge, que desde então é o padroeiro da cidade. Começa então a transformação de Cáceres, com a construção de igrejas no lugar das mesquitas e palácios cristãos sobre os palácios muçulmanos. Com algumas modificações desde o século XVIII, a cidade chega aos nossos dias quase sem alterações, sendo uma das cidades monumentais mais bem conservadas do Mundo. O centro histórico da cidade foi incluído na lista do Património da Humanidade pela UNESCO em 1986, sob o nome de “Cidade antiga de Cáceres". Em 1968, a chamada "Cidade Monumental de Cáceres" foi declarada o terceiro Conjunto Monumental Europeu, depois de Praga e Talim.

Sempre acompanhados pelo nosso guia Vítor, desembarcamos em Cáceres e encaminhamo-nos até à Plaza Mayor.
Como acontece em todas as cidades espanholas a Plaza Mayor é o ponto de entrada para a zona histórica. Foi por aqui que começou a nossa visita.

A Plaza Mayor é um dos principais símbolos de Cáceres, bem como a entrada para a cidade monumental. Desde o século XIV, são organizados aqui feiras, mercados e eventos. A beleza da praça, de forma retangular, encontra-se nos edifícios que a cercam: instalações residenciais, edifícios religiosos como a Ermita de la Paz (Capela da Paz) de 700 ou institucionais, como o município, hotéis e monumentos. Entre eles, os mais importantes são o Arco da Estrela, a Torre de Bujaco e a de los Pulpitos. Sob as arcadas da praça há bares, lojas e restaurantes.
Como tínhamos obrigatoriamente de ser acompanhados por um guia local o nosso guia Vítor propôs-nos dar uma volta pela zona histórica não aprofundando muito essa visita, embora ele pudesse ir dando algumas informações como se fosse um de nós.
Guia Vítor Paulo

Deambulamos por algumas das ruelas estreitas e tomamos o primeiro contato com a parte velha da cidade.
Na passagem pelo cruzamento da Calle del Mono e a Calle Cuesta de Aldana encontramos a Casa do Macaco que me despertou interesse por já ter lido anteriormente a sua história. Conta a lenda que um conquistador aventureiro já com alguma idade se tinha casado com uma jovem dama muito bela e que viviam num palácio. Ele era ciumento e para guardar a sua mulher, decidiu que quando estivesse ausente, que a manteria fechada no palácio. Numa das suas viagens, e farto das queixas da mulher, comprou-lhe um macaco para que não se sentisse tão só. Mas a mulher já tinha encontrado outras maneiras de passar o tempo na casa, com as portas fechadas com chave de volta dupla. Assim lá lhe trouxe o macaco que tinha a tarefa de entreter a senhora e um criado. Mas numa das muitas longas ausências do marido, a dama teve um lindo bebé que despertou a ira e ciúme do macaco. Num ataque de raiva, pegou no bebé e matou-o, fazendo o mesmo a todos os habitantes da casa, menos à dama, que, entretanto, morreu de aflição. O senhor conquistador, quando regressou e viu tamanha tragédia mandou esculpir em forma de gárgula a sua própria imagem, a da sua mulher enlouquecida e a do macaco, mas este acorrentado à escada.
Podemos ver suspenso na parede da casa um macaco com uma corrente.
Foi uma fascinação percorrer as ruas e praças, perdermo-nos por ruelas estreitas, de chão empedrado, ladeadas por monumentais edifícios de pedra. Tudo à nossa volta é belo e harmonioso e por onde andamos e gostei.
Pois é!...

Depois daquela visita rápida voltamos à Plaza Mayor onde esperamos até às 13H00 pelo tal Guia Local. Esta espera foi um pouco longa, cerca de 01H00.

Finalmente, mais ou menos à hora combinada, lá apareceu o tal Guia Local de nome Marco Rodriguez, espanhol.

Iniciámos então a visita entrando no bairro monumental através do Arco da Estrella onde se encontra a Torre do Bujaco e a de los Pulpitos e caminhamos até encontrar a Concatedral de Santa Maria.
O guia Marco explicou que o Arco da Estrela servia para ligar a Plaza Mayor à Cidade Velha, ou seja, à parte histórica de Cáceres e que a porta principal da muralha de Cáceres tinha a forma obliqua para poderem entrar as carruagens. Também nos informou de que o nome do Arco vinha da Virgem de la Estrella, que se encontra na face interna do arco; no lado que dá para a praça Mayor, podíamos ver o escudo de Cáceres. O Arco foi construído no século XV e remodelado em 1726 a pedido de Bernardino de Carvajal Moctezuma. Por isso o templo com a imagem de Nossa Senhora da Estrela que está no interior do arco leva o escudo da Family Stone Carvajal e é iluminado por uma lanterna em forma de estrela. No lado de fora do arco está a placa da UNESCO com a declaração a cidade Património da Humanidade. Para além do Arco de la Estrella y del Cristo há ainda outros quatro arcos que dão acesso à Cidade Velha de Cáceres, o Arco de La Fuente ou Porta del Concejo, o Arco de Mérida, o Arco del Socorro e o Arco del Postigo.

A Torre de Bujaco que era de vigia, é também o símbolo da cidade e foi construída pelos árabes no século XII, com uma altura de 25 metros quadrados.
A Torre dos Púlpitos é outra das torres da muralha de Cáceres, embora difere dos outros na medida em que é construído em alvenaria de granito, em vez de lama como os outros. Assim, acredita-se que se fez após a reconquista cristã, no século XV, para defender o New Gate. Tem uma altura de 14 metros e é a única torre com um arco ligado a um palácio, o Mayoralgo, comunicando-se por meio de uma passarela elevada a uma altura de 4 metros, permitindo assim que os seus proprietários a participar de eventos públicos na Plaza Mayor a partir da própria torre.

Para se conhecer a cidade, existem duas praças que nos podem servir de partida: a Praça de Santa Maria e a Praça de San Mateo.
Chegámos à Praça de Santa Maria. O nosso guia Marco continuou a dar-nos uma lição de história. Apesar de ser espanhol, falou exclusivamente em português, com uma prosa perfeita, sem praticamente ter algum sotaque castelhano. Destaco também a sua simpatia e disponibilidade para responder a qualquer dúvida que lhe era colocada.
Guia local Marco Rodriguez (ao centro de boné)

A Praça de Santa Maria é uma das mais importantes no centro histórico de Cáceres e é uma praça pedonal de calçada, cercada por edifícios antigos, mansões e palácios com escudos e brasões nas suas fachadas.
Assim, nesta praça encontramos o Palácio Episcopal, o dos Ovandos, o de Mayoralgo, o dos Duques de Valência e o famoso de Los Golfines de Abajo, em estilo plateresco, que foi residência dos Reis Católicos durante a visita à cidade.
Mas o edifício mais importante desta praça e da cidade é a Concatedral de Santa Maria Mayor construída entre o século XV e XVI, num estilo gótico tardio espanhol e é constituída por três naves contendo ainda alguns vestígios do estilo românico de uma construção anterior. Tem três pórticos góticos, sendo a parte do Evangelho a mais antiga, pois remonta ao edifício românico anterior.
O destaque no exterior é a sua alta torre de sino de três corpos, visível de várias partes da cidade. Ao lado da torre na Praça de Santa Maria, podemos ver a estátua de bronze de São Pedro de Alcântara, trabalho do escultor Enrique Pérez Comendador e diz-se que quem lhe tocar os pés trará sorte!
Praticamente ligado à Plaza de Santa María encontramos a Plaza de los Golfines uma das praças emblemáticas do centro histórico de Cáceres, localizado entre as praças de Santa Maria e São Jorge. Nesta praça há também duas outras casas interessantes: o Palácio do Conselho Provincial e o Ministério da Construção de Obras Públicas.
Continuando a nossa visita encontramos o Palácio de los Golfines de Abajo. Foi mais uma oportunidade para o nosso guia Marco, contar mais um pouco de história agora em relação a este palácio que era uma casa-fortaleza, com uma torre que serviria de proteção, onde se situavam os homens com arcos e setas para combaterem os inimigos. O Palácio foi construído por um ramo da família Golfín que se instalou na cidade imediatamente após a sua reconquista. Podemos distinguir dois estilos: a casa-fortaleza do século XV e o gosto humanista do século XVI. A denominação "de abaixo" serve para diferenciá-los do outro ramo da família, "de acima", por estarem esses situados na parte baixa do recinto amuralhado. Em agradecimento aos numerosos serviços da família aos Reis Católicos, estes permitiram colocar o seu escudo, único em Cáceres, na fachada do seu palácio. O palácio albergou os Reis Católicos nas duas vezes que visitaram a cidade.
Passámos por uma rua estreita que passa ao lado da torre do Palácio e vemos a imponente Igreja de San Francisco de Javier, templo jesuíta construído no século XVIII, em estilo barroco. Destacam-se as duas torres brancas com uma base quadrada. A igreja é dedicada a San Francisco Javier, um missionário jesuíta espanhol em 1500.
Dali fomos explorar as várias ruas do casco antigo de Cáceres, ver os vários palácios de famílias importantes que aqui se instalavam e algumas igrejas mais pequenas.

Chegamos à Praça de San Mateo, onde deparamos com a Igreja de San Mateo, construída sobre as ruínas de uma mesquita árabe, entre os séculos XIV e XVIII, com portada Plateresca e um retábulo do século XVIII.
As explicações dadas pelo nosso guia Marco continuaram, ao longo do nosso passeio, passamos por alguns monumentos dos quais destaco:

- o Palácio dos Ulloa, muito perto da Igreja de San Mateo, mantém uma fachada gótica do século XV. A partir de sua fachada destacam-se várias janelas e varandas, bem como os seus cantos decorados com grandes brasões da família. Diego Garcia de Ulloa "El Rico" era um personagem muito importante em Cáceres desde que ele é o fundador do Mosteiro de San Francisco e teve a honra de entregar as chaves da cidade à rainha Isabel a Católica quando ele veio para Cáceres no ano de 1477.

- o Convento de San Pablo, fundado no século XV, sendo agora um convento de clausura da Ordem de Santa Clara, Clarissas que se dedicam ao fabrico de doces típicos artesanais. Na sua fachada de granito domina o estilo gótico.

- a Casa del Sol, casa tipo fortaleza estilo gótico construída no século XV e reformada no século XVI. Salta à vista o escudo na fachada, um sol com um rosto humano cujos raios superiores aparecem mordidos por cabeças de dragão.

Atualmente é um centro de interpretação e documentação das diversas regiões de Cáceres.

- a Casa Mudéjar, estilo Mudéjar é uma amostra da influência de Toledo na cidade de Cáceres, remonta ao século XIV e sua característica de fachada consiste de duas partes: a parte inferior é de tijolo e a parte superior é de tijolo vermelho. Esta parte da fachada é decorada com padrões geométricos, disponibilizados pelos tijolos, então vemos decorações em zig-zag e janelas pequenas.

- a Casa de Los Golfines de Arriba, um dos mais imponentes do conjunto, e que nos recorda a ideia original de casa-fortaleza, com um forte carácter defensivo, com as suas torres desmochadas nas esquinas e a grande torre de menagem ao centro. Na fachada principal encontramos uma placa que indica que esteve nele Francisco Franco, onde foi proclamado Chefe de Estado e Generalíssimo dos exércitos espanhóis.

- a Casa e a Torre dos Sande, a torre foi construída em estilo gótico no século XIV e é anexada para a casa de Saavedra. Existem duas janelas góticas: a primeira apresenta um arco apoiado em colunas e a segunda tem um arco semicircular e está decorado com o brasão de armas da Sande. A fachada mostra um escudo com cinco flores de lis, pertencente à família Aldana.

Começamos a descer passando perto da porta de Mérida, vimos o Arco de Santa Ana que está localizado no centro histórico da cidade monumental de Cáceres.

Este arco foi aberto para servir como um elo entre Postigo Street e Plaza de San Juan, quando toda a cidade foi murada. Podemos apreciar a largura da parede. No topo podemos ver um nicho com a imagem de Santa Ana, a Virgem e o menino Jesus. É um dos mais vistos monumentos em Cáceres.

Continuamos o nosso passeio, já próximo do final, com acompanhamento do guia local. Chegamos, entretanto, à Plaza San Juan onde podemos ver a Igreja de San Juan Bautista um templo religioso de culto católico.
A Igreja de estilo gótico foi construída durante o século XIII, embora tenha sido submetida a grandes renovações nos séculos XIV, XV e XVI e não foi totalmente completada até o décimo oitavo. Por sua vez, em meados do século XX foi restaurado em grande medida, recuperando o seu estilo original.
A igreja está localizada na periferia do cerco murado e na antiguidade foi o ponto onde pecuaristas e pastores fizeram suas feiras de gado, que criou um assentamento em seu ambiente e deu origem a popularmente conhecido como San Juan de los Shepherds.
Ainda nesta praça saltou à vista um edifício de três andares com as suas janelas e varandas com gradeamentos caraterísticos desta região. Também a sua fachada está revestida de lindos azulejos. É a Casa Mirón. Uma arquitetura maravilhosa que merece ser apreciada.
Foi aqui que depois de uma excelente apresentação da história da cidade, dos seus mais importantes monumentos, ruas e acontecimentos, que nos despedimos do muito competente guia local Marco Rodriguez.
Entrou em novamente em função o nosso guia Vítor.
Pois é!...

Encaminhamo-nos para o local onde estava estacionado o nosso autocarro, ao lado do Parking Obispo Galarza, para o regresso ao Hotel AHC para almoço. Eram cerca das 14H00.
Depois da refeição iniciamos o regresso a casa.
Decidimos parar em Castelo de Vide para uma visita à vila, situada no Distrito de Portalegre, região do Alto Alentejo.
O nosso guia Vítor, levou-nos a visitar a Igreja Matriz de Santa Maria da Devesa, situada na Praça Dom Pedro V, datada dos séculos XVIII e XIX, e que apresenta os estilos barroco e neoclássico.
A seguir percorremos algumas ruas até que chegamos à Judiaria ou bairro judeu, uma zona onde antigamente eram obrigados, por lei, a residir os judeus.

Ali fizemos uma visita à Sinagoga que está localizada na antiga judiaria, construída no século XIV, sofrendo alterações no século XVIII, atualmente funciona como museu dedicado à história da comunidade judaica em Castelo de Vide.

Acabamos de descer uma ruela estreita e muito íngreme e deparamo-nos com a Fonte da Vila situada em plena Judiaria.
Mas não deixamos esta vila sem termos ainda a agradável surpresa de passarmos pela casa onde nasceu o capitão de Abril Salgueiro Maia.

Acabada esta curta visita seguimos o nosso passeio de regresso às nossas casas.

Parámos, entretanto, em Fátima para ali deixarmos o nosso guia Vítor Paulo, que ali acabou o seu trabalho, despedindo-se com palavras de agradecimento pela nossa companhia e de satisfação pelo trabalho realizado.

Na minha opinião o guia Vítor, conduziu o nosso grupo desde o início até ao fim, com responsabilidade em todas as situações que surgiram e a sua presença foi muito útil promovendo a nossa comodidade e garantiu sempre uma informação turística com muita correção e mostrando ter formação e conhecimentos em história, geografia e património cultural.
Soube-se relacionar com todos os passageiros, o organizador deste passeio o Tó Simões, o motorista e os funcionários do hotel e restaurante.
Desejamos-lhe felicidades e sucessos no seu trabalho. Até provavelmente um dia.
Pois é!.... Pois é!... Pois é!...

Reiniciamos novamente a nossa viagem de regresso às nossas casas, ou seja, a Tavarede.

Chegámos às 20H30.

Até à próxima!

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