114º Aniversário
Teve
inicio no dia 06 de Janeiro as comemorações do 114º Aniversário da SIT e que se
vão estender até ao dia 03 de Fevereiro conforme o Programa seguinte:
Saliento
o dia 21 de Janeiro, em que aconteceu a Sessão Solene, na qual a SIT distinguiu
32 elementos que atingiram 50 anos de associados.
A
direção homenageou as seguintes colaboradoras: Maria da Conceição Caetano, Rosa
Cação e Augusta Marques; foi entregue também menções honrosas a duas entidades
externas à coletividade: ao Padre Matos e à Tuna de Tavarede.
O
momento alto desta sessão foi a entrega de Diplomas de Sócios Honorários a Ilda Simões, José Manuel Cordeiro Oliveira,
José Miguel Lontro e Nuno Pinto.
Ramo de flores entregue pelo meu neto mais novo Pedro
Tendo
sido eu, José Manuel Cordeiro Oliveira, um dos homenageados não posso deixar
passar o momento e este local sem deixar de dizer algumas palavras descrevendo
o que sinto pela honra concedida.
Em
primeiro lugar quero agradecer à Direção da SIT ter apreciado o trabalho que
realizei ao longo dos já muitos anos que frequento esta coletividade, tal como
dizem, com dedicação e amor e tenha proposto à Assembleia Geral conferir-me o
título de Sócio Honorário.
Sinto-me
honrado. Não é uma coisa que se recebe todos os dias.
Fiz
de alguma forma parte deste percurso histórico de 114 anos da SIT, que só tem
sido possível com trabalho voluntário, com a dedicação constante e abnegada dos
sócios.
De
facto, não existem coletividades sem sócios. Uma coletividade é feita de
sócios, para os sócios mas também com os sócios. Só assim se cumpre em pleno a
missão de uma coletividade. Pede-se, exige-se mais protagonismo aos sócios, com
uma participação ativa, sentida e com amor na vida da SIT.
São já muitos
os anos que colaboro nesta casa, tenho muitas recordações, da vivência no seio
desta grande família associativa.
E que honra e
orgulho eu tenho de pertencer a esta fascinante família! Com altos e baixos,
como em todas as famílias.
Há cerca de 60
anos que a SIT me traz ao colo e lembro-me que com os meus 6 anos, já começava
a querer imitar as pessoas que pisavam este palco e me marcaram de maneira
definitiva. Que prazer e orgulho eu tenho de ter convivido e contracenado com
eles.
Não posso
deixar de lembrar do Mestre José Ribeiro. Vai ficar para sempre comigo, envolto
em saudade e avalio aqueles momentos em que convivi com ele, como uma
oportunidade única para o aprendizado constante – pintei cenários e
apontamentos, fiz adereços, puxei cortinas e até cheguei a representar – sempre
debaixo da sua batuta. Em 1961, tinha eu os meus 14 anos, quando um certo dia
ao chegar a casa, vinha da escola, a minha mãe me disse que tinha de ir a casa
do senhor José Ribeiro. Ele queria falar comigo. Fiquei em pânico, mas lá fui,
não muito à vontade, não sabia o que é que ele queria. A irmã D. Teresa lá me
encaminhou até ao seu escritório. Saí de lá mais calmo, mas com uma tarefa:
pintar o Brasão de Tavarede. Foi o meu primeiro trabalho para o teatro da SIT.
São muitas
destas histórias, muitas mesmo, que jamais vou apagar da memória, para poder
reviver em cada dia um pedaço do passado – esse nosso velho hábito de dizer não
ao esquecimento.
É necessário
continuar na SIT a ter consciência plena do que é uma coletividade, do que é
trabalhar em grupo. E, embora hoje as “coisas” sejam um pouco diferentes do que
eram há alguns anos, o espírito terá que ser o mesmo, o de todos pretenderem
que todos se saiam bem, que tudo aconteça na hora certa e que o espetáculo seja
um êxito.
Esta riqueza
artística e humana, permite, ao privilegiar o coletivo, evidenciar que fazer teatro é muito mais que estar em cena.
Tem-se
revelado, também, que o princípio da divisão de tarefas e de responsabilidades
propiciam um universo de possibilidades e de perspetivas com ótimos resultados
finais.
Hoje como
ontem o bom Teatro em Tavarede é uma realidade.
Sou de outra
geração e vivo esta geração, é uma nova realidade.
Recordo assim todos os
atores e outros colaboradores que passaram por mim e pelo palco – música,
carpintaria, pintura e montagem de cenários, iluminação, guarda-roupa... –
legando à cena teatral um trabalho que conseguiu aliar criatividade, ousadia e
inteligência, mescladas ainda, com um singular talento, deixando uma história
repleta de inspiração e de amor ao teatro. A história da SIT.
Obrigado a todos eles.
Viva a SIT!
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