domingo, 14 de julho de 2019

REVISITANDO O PORTO - II

25, 26 e 27 de Junho de 2019

DIA 26 - Às 09H00 descemos dos aposentos para tomarmos o pequeno-almoço na Confeitaria de São Domingos: croissants, torradas, sumos, chás e cafés.

Já reconfortados começámos dia percorrendo a rua de Belomonte, subimos a rua das Taipas, rua de São Miguel e rua de São bento da Vitória, onde fomos visitar a Igreja e o Mosteiro de São Bento da Vitória, que hoje é um espaço pertencente ao Teatro Nacional de São João e que recebe eventos e apresentações.

A Igreja foi inaugurada em 1707 e é um templo de grande monumentalidade, amplo e sumptuoso.

O interior é preenchido por painéis de madeira e talha dourada.

O cadeiral do coro alto, é um dos conjuntos mais representativos do país; possui nos espaldares painéis narrativos da vida de S. Bento, em relevo.

O órgão verdadeiro, uma das peças mais emblemáticas de organaria em Portugal, foi inaugurado em 2001, após cuidadoso restauro.

O Mosteiro é o primeiro mosteiro beneditino masculino do Porto e, simultaneamente, o último desta antiga Congregação Portuguesa - instalou-se junto à porta do Olival da muralha gótica, após autorização régia concedida em 1598. Durante a Guerra Peninsular uma parte do mosteiro foi ocupada pelas tropas invasoras francesas e posteriormente pelas portuguesas, tendo-se servido dele como Hospital Militar, em 1835, após a expulsão das Ordens Religiosas, foi tornado Tribunal Militar e Casa de Reclusão, bem como Aquartelamento da Infantaria 31 e Engenharia.

Mais recentemente, o Mosteiro foi sujeito a obras de reabilitação e da sua intervenção destaca-se a cobertura do claustro nobre - uma concha acústica metálica, estrutura metálica em aço assente em quatro pilares, sendo-lhe também colocado um soalho em madeira.

Em 2007, o Estado atribui ao TNSJ parte significativa do edifício - ala nascente, parte da ala sul e Claustro Nobre, espaço onde realiza espetáculos teatrais, concertos e eventos especiais da sua programação.

O roteiro da visita inclui o Centro de Documentação do TNSJ e a exposição Noites Brancas, que explora - entre figurinos, adereços, projeções de vídeo, fotografias de cena e cartazes - fragmentos cenográficos de espetáculos.
Uma visita muito rica em todos os aspetos, cuja responsabilidade esteve na eficácia das explicações dadas pela nossa guia, com um discurso fácil e muito competente.
Saímos para a Rua de São Bento da Vitória, passamos pelo edifício da Cadeia da Relação, onde funcionou o Tribunal da Relação do Porto e agora acolhe o Centro Português de Fotografia.

Estávamos em plena Praça da Cordoaria, o nosso passeio passou pela rua do Carmo, Campo Mártires da Pátria, atravessámos o Jardim do Carregal para chegarmos à Rua D. Manuel II. Estava o tempo muito agradável, quente sem ser exagerado. Estávamos também na hora do almoço.
Decidimos fazê-lo no Restaurante Assador Típico, uma casa com mais de 30 anos de história, especializada em churrasco e comida portuguesa. A nossa escolha caiu num arroz de tomate com carapauzinhos e pescadas fritas, não fosse esta uma comida típica portuguesa…

A comida estava bem preparada, em quantidade suficiente e com um bom ambiente. O funcionário que nos atendeu era simpático e mostrou profissionalismo.
A escolha deste restaurante foi positiva e está situado mesmo ao lado do Museu Nacional de Soares dos Reis, que está instalado no Palácio dos Carrancas, construção de finais do séc. XVIII que sofreu várias adaptações para esta nova função.
Iniciámos então a visita a Museu depois de passarmos pela Receção, onde adquirimos os ingressos de entrada e também onde obtemos toda a informação necessária. Subimos ao 1º piso, onde visitámos a Exposição permanente do Museu, seguindo um percurso cronológico pela pintura e escultura portuguesa do século XIX e primeira metade do século XX.
Iniciamos com o Romantismo, com obras de Augusto Roquemont, Francisco José de Resende, João António Correia, Luís Pereira de Meneses (Visconde de Meneses), Miguel Ângelo Lupi, Caetano Moreira da Costa Lima, entre outros. Depois encontramos o ciclo do Naturalismo, com uma seleção de obras de Silva Porto, Marques de Oliveira, José Malhoa, Columbano, António Ramalho e João Vaz.

Na Galeria de Escultura podemos apreciar a obra de António Soares dos Reis, o artista que dá nome ao museu. Ao longo das 12 salas de exposição deste 1º andar ainda estão representados pintores como Armando de Basto, Eduardo Viana, Dordio Gomes, José Tagarro, Fernando Lanhas, Júlio Resende, Augusto Gomes e, entre outros, os escultores Diogo de Macedo, Francisco Franco e Ernesto Canto da Maya.

Subimos ao 2º piso pela escada principal onde podemos apreciar os elementos decorativos existentes, como os estuques e pinturas das paredes e tetos de algumas salas.

Entramos nas salas dedicada à faiança portuguesa. A sala de jantar do palácio expõe um serviço de porcelana chinesa, objetos de vidro e prata. Outras salas expõem peças de mobiliário, pratas e têxteis. No salão nobre do palácio, enquanto residência da Família Real no Porto, encontram-se agora expostas peças relacionadas com a presença portuguesa no Oriente, onde se destaca um par de biombos Namban - japoneses - com cenas que representam a chegada de uma nau portuguesa ao Japão.
Ainda visitámos uma sala de música, uma sala com referências orientais, um outro espaço com uma notável coleção de vidros dos séculos XVII e XVIII, a sala de joalharia onde se expõem joias pré-históricas e de várias épocas.

O Museu Nacional de Soares dos Reis é o primeiro museu público de arte do país, tendo sido fundado em 1833. Destinou-se a recolher os bens confiscados aos conventos abandonados do Porto e aos extintos de fora do Porto. Em 1932 o museu centenário adquire o estatuto de Museu Nacional. A instalação no Palácio dos Carrancas aconteceu em 1940. A diversidade das coleções deste museu é muito extensa, o que torna impossível descrever o que vimos, aconselhamos fazer uma visita, na certeza de que ninguém fica indiferente à riqueza e importância deste museu.

No final desta importante visita ao Museu, o nosso passeio continuou nos Jardins do Palácio de Cristal. Logo à entrada deparamo-nos com um ambiente de obras, que decorriam não só no Palácio como também em zonas do jardim.
Fizemos então uma visita aos Jardins Românticos do Palácio de Cristal que ocupam uma área de 8 hectares no centro do Porto e conservam ainda o projeto original, o Jardim Émille David na entrada principal, a Avenida das Tílias, o bosque e a conceção das varandas sobre o Douro.
Este jardim chama-se de Palácio de Cristal, mas já não há lá nenhum palácio para ser visitado. O edifício feito de ferro e vidro foi construído e inaugurado em 1865, mas em meados do século XX foi desmantelado e originou o atual pavilhão.
Passámos pela Avenida das Tílias, que passa ao lado da Concha Acústica onde se realizam espetáculos. Por aqui e por todos os outros jardins andam a passear várias aves, incluindo pombos, gaivotas, patos e muitos pavões. Maravilhosos pavões. Tão bonitos são que um deles até se aborreceu comigo, quando lhe estava a tirar fotografias e ele começou a correr atrás mim.

Também nos jardins encontramos a capela de Carlos Alberto da Sardenha, que foi mandada construir pela princesa de Montléart e é lá que estão os restos mortais do monarca, desde 1849.
Estes jardins românticos foram projetados na década de 1860, mas mantêm-se bem cuidados e bonitos com os seus diversos desenhos geométricos: o Jardim das Plantas Aromáticas, o Jardim das Medicinais, o Jardim do Roseiral, o Jardim das Cidades Geminadas e o Jardim dos Sentimentos onde está a estátua “Dor” de Teixeira Lopes. Pelos jardins há locais com mesas e bancos de pedra para relaxar e uma zona de merendas.
E a vista?… Sem palavras… das mais bonitas que já admirei.
Podemos contemplar dos miradouros estrategicamente posicionados, as mais belas panorâmicas sobre o rio e sobre a cidade, com ambas as marginais do Porto e de Gaia, e o rio Douro a correr para o mar.
O Parque e os Jardins do Palácio de Cristal são sem dúvida um local de passagem obrigatória, donde saímos um pouco cansados, mas de coração e alma cheios de alegria, não só pelas vistas maravilhosas que captamos como também pelo companheirismo do nosso grupo.

Apanhámos um autocarro dos STCP, que nos deixou em Campo Mártires da Pátria, mesmo junto à Torre dos Clérigos. Ali na esplanada da Casa Portuguesa do Pastel de Bacalhau, degustámos um pastel de bacalhau com queijo da serra e como bebida foi o vinho do Porto para quem quis ou um fininho para quem tinha muita sede.
O sabor do pastel/ bolinho de bacalhau é maravilhoso apesar dos preços serem um pouco altos, o ambiente é muito bom e isto vale como experiência. O atendimento é ótimo, com colaboradores muito simpáticos e bem-educados.
Já descansados e refrescados só nos faltava visitar o interior deste prédio que também é muito bonito e valeu a pena conhecer!
Descemos novamente a nossa já mais que conhecida e percorrida rua das Taipas, onde tivemos um jantar baseado em tapas no Taipas Burgers, que optámos por partilhar: chouriço assado, bolinhos de bacalhau, prego no pão, cachorro especial e pica-pau.



Foi uma surpresa agradável, demorou um pouco, mas não achámos exagerado pois havia diversas confeções a fazer na hora. Valeu a pena.
Descemos até à Ribeira, a noite também é muito bonita. Enquanto caminhámos fomos conversando e pensar no dia de amanhã. Combinámos fazer um circuito turístico no Yellow Bus, para conhecer de outra forma a cidade do Porto.
A noite estava agradável, mas já agradecíamos um descanso para recuperar as forças para o dia de amanhã.

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