25, 26 e 27 de Junho de
2019
DIA 26 - Às 09H00 descemos dos aposentos para tomarmos o
pequeno-almoço na Confeitaria de São Domingos: croissants, torradas,
sumos, chás e cafés.
Já
reconfortados começámos dia percorrendo a rua de Belomonte, subimos a rua
das Taipas, rua de São Miguel e rua de São bento da Vitória,
onde fomos visitar a Igreja e o Mosteiro de São Bento da Vitória, que hoje é um
espaço pertencente ao Teatro Nacional de São João e que recebe eventos e
apresentações.
A Igreja foi inaugurada
em 1707 e é um templo de grande monumentalidade, amplo e sumptuoso.
O interior é preenchido
por painéis de madeira e talha dourada.
O cadeiral do coro alto,
é um dos conjuntos mais representativos do país; possui nos espaldares painéis
narrativos da vida de S. Bento, em relevo.
O órgão verdadeiro, uma
das peças mais emblemáticas de organaria em Portugal, foi inaugurado em 2001,
após cuidadoso restauro.
O
Mosteiro é o primeiro mosteiro beneditino masculino do Porto
e, simultaneamente, o último desta antiga Congregação Portuguesa - instalou-se
junto à porta do Olival da muralha gótica, após autorização régia concedida em
1598. Durante
a Guerra Peninsular uma parte do mosteiro foi ocupada pelas tropas invasoras
francesas e posteriormente pelas portuguesas, tendo-se servido dele como Hospital
Militar, em 1835, após a expulsão das Ordens Religiosas,
foi tornado Tribunal Militar e Casa de Reclusão, bem como Aquartelamento da
Infantaria 31 e Engenharia.
Mais recentemente, o Mosteiro foi sujeito a obras
de reabilitação e da sua intervenção destaca-se a cobertura do claustro nobre -
uma concha acústica metálica, estrutura metálica em aço assente em quatro pilares, sendo-lhe também
colocado um soalho em madeira.
Em 2007, o
Estado atribui ao TNSJ parte significativa do edifício - ala nascente, parte da
ala sul e Claustro Nobre, espaço onde realiza espetáculos teatrais, concertos e
eventos especiais da sua programação.
O roteiro da visita
inclui o Centro de Documentação do TNSJ e a exposição Noites Brancas, que
explora - entre figurinos, adereços, projeções de vídeo, fotografias de cena e
cartazes - fragmentos cenográficos de espetáculos.
Uma visita muito rica em todos os aspetos, cuja
responsabilidade esteve na eficácia das explicações dadas pela nossa guia, com
um discurso fácil e muito competente.
Saímos para a Rua de São Bento da Vitória,
passamos pelo edifício da Cadeia da
Relação, onde funcionou o Tribunal da Relação do Porto e agora acolhe o Centro
Português de Fotografia.
Estávamos
em plena Praça da Cordoaria, o nosso passeio passou pela rua do Carmo,
Campo Mártires da Pátria, atravessámos o Jardim do Carregal para
chegarmos à Rua D. Manuel II. Estava o tempo muito agradável, quente sem
ser exagerado. Estávamos também na hora do almoço.
Decidimos
fazê-lo no Restaurante Assador Típico, uma casa com mais de 30 anos de
história, especializada em churrasco e comida portuguesa. A nossa escolha caiu
num arroz de tomate com carapauzinhos e pescadas fritas, não fosse esta uma
comida típica portuguesa…
A comida estava bem
preparada, em quantidade suficiente e com um bom ambiente. O funcionário que
nos atendeu era simpático e mostrou profissionalismo.
A escolha deste
restaurante foi positiva e está situado mesmo ao lado do Museu Nacional de
Soares dos Reis,
que está instalado no Palácio dos Carrancas, construção de finais do
séc. XVIII que sofreu várias adaptações para esta nova função.
Iniciámos
então a visita a Museu depois de passarmos pela Receção, onde adquirimos os
ingressos de entrada e também onde obtemos toda a informação necessária.
Subimos ao 1º piso, onde visitámos a Exposição permanente do Museu, seguindo um
percurso cronológico pela pintura e escultura portuguesa do século XIX e
primeira metade do século XX.
Iniciamos
com o Romantismo, com obras de Augusto Roquemont, Francisco José de Resende,
João António Correia, Luís Pereira de Meneses (Visconde de Meneses), Miguel
Ângelo Lupi, Caetano Moreira da Costa Lima, entre outros. Depois encontramos o
ciclo do Naturalismo, com uma seleção de obras de Silva Porto, Marques de
Oliveira, José Malhoa, Columbano, António Ramalho e João Vaz.
Na
Galeria de Escultura podemos apreciar a obra de António Soares dos Reis, o
artista que dá nome ao museu. Ao longo das 12 salas de exposição deste 1º andar
ainda estão representados pintores como Armando de Basto, Eduardo Viana, Dordio
Gomes, José Tagarro, Fernando Lanhas, Júlio Resende, Augusto Gomes e, entre
outros, os escultores Diogo de Macedo, Francisco Franco e Ernesto Canto da
Maya.
Subimos
ao 2º piso pela escada principal onde podemos apreciar os elementos decorativos
existentes, como os estuques e pinturas das paredes e tetos de algumas salas.
Entramos
nas salas dedicada à faiança portuguesa. A sala de jantar do palácio expõe
um serviço de porcelana chinesa, objetos de vidro e prata. Outras salas expõem
peças de mobiliário, pratas e têxteis. No salão nobre do palácio, enquanto
residência da Família Real no Porto, encontram-se agora expostas peças
relacionadas com a presença portuguesa no Oriente, onde se destaca um par de
biombos Namban -
japoneses - com cenas que representam a chegada de uma nau portuguesa ao
Japão.
Ainda
visitámos uma sala de música, uma sala com referências orientais, um outro
espaço com uma notável coleção de vidros dos séculos XVII e XVIII, a sala de
joalharia onde se expõem joias pré-históricas e de várias épocas.
O Museu
Nacional de Soares dos Reis é o primeiro museu público de arte do país,
tendo sido fundado em 1833. Destinou-se a recolher os bens confiscados aos
conventos abandonados do Porto e aos extintos de fora do Porto. Em 1932 o museu
centenário adquire o estatuto de Museu Nacional. A instalação no Palácio dos
Carrancas aconteceu em 1940. A diversidade das coleções deste museu é muito extensa, o
que torna impossível descrever o que vimos, aconselhamos fazer uma visita, na
certeza de que ninguém fica indiferente à riqueza e importância deste museu.
No
final desta importante visita ao Museu, o nosso passeio continuou nos Jardins
do Palácio de Cristal. Logo à entrada deparamo-nos com um ambiente de
obras, que decorriam não só no Palácio como também em zonas do jardim.
Fizemos então uma visita aos Jardins
Românticos do Palácio de Cristal que ocupam uma área de 8 hectares no
centro do Porto e conservam ainda o projeto original, o Jardim Émille David na
entrada principal, a Avenida das Tílias, o bosque e a conceção das varandas
sobre o Douro.
Este jardim chama-se de Palácio de Cristal, mas já não há lá
nenhum palácio para ser visitado. O edifício feito de ferro e vidro foi
construído e inaugurado em 1865, mas em meados do século XX foi desmantelado e originou
o atual pavilhão.
Passámos
pela Avenida das Tílias, que passa ao lado da Concha Acústica onde se realizam
espetáculos. Por aqui e por todos os outros jardins andam a passear várias
aves, incluindo pombos, gaivotas, patos e muitos pavões. Maravilhosos pavões.
Tão bonitos são que um deles até se aborreceu comigo, quando lhe estava a tirar
fotografias e ele começou a correr atrás mim.
Também
nos jardins encontramos a capela de Carlos Alberto da Sardenha, que foi mandada
construir pela princesa de Montléart e é lá que estão os restos mortais do
monarca, desde 1849.
Estes
jardins românticos foram projetados na década de 1860, mas mantêm-se bem
cuidados e bonitos com os seus diversos desenhos geométricos: o Jardim das
Plantas Aromáticas, o Jardim das Medicinais, o Jardim do Roseiral, o Jardim das
Cidades Geminadas e o Jardim dos Sentimentos onde está a estátua “Dor” de
Teixeira Lopes.
Pelos jardins há locais com mesas e bancos de pedra para relaxar e uma
zona de merendas.
E a vista?… Sem palavras… das mais bonitas que já admirei.
Podemos contemplar
dos miradouros estrategicamente posicionados, as mais belas panorâmicas sobre o
rio e sobre a cidade, com ambas as marginais do Porto e de Gaia, e o rio Douro a
correr para o mar.
O Parque e os Jardins do Palácio de Cristal são sem dúvida um
local de passagem obrigatória, donde saímos um pouco cansados, mas de coração e
alma cheios de alegria, não só pelas vistas maravilhosas que captamos como
também pelo companheirismo do nosso grupo.
Apanhámos um autocarro dos STCP, que nos deixou em Campo
Mártires da Pátria, mesmo junto à Torre dos Clérigos. Ali na esplanada da Casa
Portuguesa do Pastel de Bacalhau, degustámos um pastel de bacalhau com queijo da serra e como
bebida foi o vinho do Porto para quem quis ou um fininho para quem tinha muita
sede.
O sabor do pastel/ bolinho de bacalhau é maravilhoso apesar
dos preços serem um pouco altos, o ambiente é muito bom e isto vale como
experiência. O atendimento é ótimo, com colaboradores muito simpáticos e
bem-educados.
Já descansados e refrescados só nos faltava visitar o
interior deste prédio que também é muito bonito e valeu a pena conhecer!
Descemos novamente a nossa já mais que conhecida e percorrida
rua das Taipas, onde tivemos um jantar baseado em tapas no Taipas
Burgers, que optámos por partilhar: chouriço assado, bolinhos de bacalhau,
prego no pão, cachorro especial e pica-pau.
Foi uma surpresa agradável, demorou um pouco, mas não achámos
exagerado pois havia diversas confeções a fazer na hora. Valeu a pena.
Descemos até à Ribeira, a noite também é muito
bonita. Enquanto caminhámos fomos conversando e pensar no dia de amanhã. Combinámos
fazer um circuito
turístico no Yellow Bus, para conhecer de outra forma a cidade do
Porto.
A noite estava
agradável, mas já agradecíamos um descanso para recuperar as forças para o dia
de amanhã.
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