24 a 26 de Setembro de 2019
2º Dia - 25
Os quartos
modernos e climatizados do Hotel Ibis Setúbal têm uma decoração simples
e contemporânea que nos ofereceram
uma noite descansada e relaxada. Decidimos fazer às 08H00 o check-out no Hotel IBIS Setúbal e depois tomar o
pequeno-almoço num supermercado existente ali perto.
O Zé Manel teve que se agarrar ao volante da carrinha.
Iniciámos o
nosso passeio passando pela rotunda das Fontaínhas, onde podemos
encontrar outra
das esculturas o “Choco Pessoa”, inspirada na escultura evocativa
de Fernando Pessoa existente no café “A Brasileira”, em Lisboa. Aproveitamos
para tirar umas fotos sentados na cadeira junto ao dito choco.
Como Setúbal
é uma cidade de pescadores,
nada melhor do que um passeio pelo Mercado do Livramento, na Avenida
Luísa Todi, para podermos sentir o ADN da cidade.
Este mercado é muito
movimentado e até já foi considerado dos melhores do mundo. Por lá encontramos
peixe, fruta, queijos, pão, flores… que enchem as bancas e são um espetáculo
digno de olhar. Valeu
apena visitar este Mercado do Livramento não só pelo
comércio variado que ali se realiza, mas também pelo edifício, inaugurado em
1930, com colunas em ferro fundido, enormes painéis de azulejos no interior das
décadas de 30 e 40.
Se a fachada não deixa ninguém
indiferente o interior impressiona ainda mais, sobretudo pela riqueza dos
retábulos trazidos do Convento de Jesus.
Também
ficamos muito admirados com algumas esculturas de figuras típicas do Mercado, representado o descarregador de
peixe, a vendedeira de galinhas e de ovos, o homem do talho e
a vendedeira de flores, peças oferecidas pela Fundação
Buehler-Brockhaus.
Mais uns
motivos para umas fotografias.
Depois desta
interessante e original visita, dirigimo-nos para o porto de Setúbal para fazermos
a travessia de ferry entre Setúbal e a península de Tróia, onde a nossa
carrinha entrou e foi divertido.
Durante o
trajeto podemos sair dos veículos, percorrendo quase todos os locais do barco,
incluindo até à zona mais alta para apreciar a paisagem. Durante o percurso, podemos apreciar o Rio Sado,
finalmente a Serra da Arrábida, embora ao longe, já que ontem por
impossibilidade atmosférica não nos foi possível e os contornos citadinos de
Setúbal ou Tróia. A península
de Tróia com
cerca de 17 quilómetros de comprimento e 1,5 de largura, situa-se no litoral da
freguesia de Carvalhal, no concelho de Grândola, entre o oceano Atlântico (a
oeste) e o estuário do rio Sado (a leste).
O
desembarque foi feito perto do Pestana Tróia Eco-Resort. Já dentro da nossa
carrinha fizemos um passeio por alguns dos locais mais procurados nesta
península: a
marina, o campo de golfe, o casino, alojamentos e restauração, praias e na
parte norte as ruínas romanas de Tróia.
Deixo
aqui um pouco da história deste local, apesar de termos decidido não o fazer
nesta altura. “Era conhecida por Ilha de Ácala, como era conhecida na
Roma antiga, a poucos minutos da zona central de Troia. É uma viagem no tempo até às
ruínas do maior centro industrial de salgas de peixe do Império Romano, ocupado
até ao séc. VI. Percam-se pelas habitações, túmulos e pelos banhos quentes e
frios. São seis séculos de história, entre o séc. I e o séc. VI d. C., num
espaço abençoado pela natureza. Troia, a “Pompeia de Setúbal”, conforme foi
referida por Hans Christian Andersen, foi pensada à escala do Império. Todos os
anos são descobertos vestígios, que podem conhecer nas exposições
arqueológicas, visitas guiadas e eventos temáticos que as Ruínas organizam. Comecem por se deixar levar pela
beleza natural do sítio, por entre dunas junto a uma laguna e se prolonga ao
longo da orla do estuário do Sado. O percurso de visita (podem optar por ir
sozinhos ou com guia) convida-vos a recuar até ao séc. I d.C. e a conhecer um
monumento nacional que sobreviveu mais de 2000 anos. As casas, fábricas, termas, mausoléu e
necrópole, construídas à imagem de Roma e que identificam claramente a
cidadania e forma de pensar romanas, são impressionantes e estão muito bem
conservadas. É impossível ficar indiferente à presença dominante das oficinas e
dos seus tanques onde era salgado o peixe e se faziam os emblemáticos molhos de
peixe vendidos por todo o Império. A sua quantidade faz-nos pensar na imensidão
de pessoas que trabalhavam o peixe, desde os pescadores aos escravos e seus
senhores.”
Aqui
fica um pouco da história sobre as ruínas romanas de Tróia.
Mas foi neste cenário idílico e
complementado por zonas naturais de excelência como a Reserva Botânica das
Dunas da Península de Tróia e o fantástico Estuário do Rio Sado, que fizemos
uma paragem para um ”lanche”, constituído por artigos adquiridos na região.
A nossa mesa foi na traseira da carrinha
que era enorme e ali dispusemos as nossas iguarias: Queijo de Azeitão, pão e
vinho setubalense…
E como servir o Queijo de Azeitão?
Segundo informação adquirida:
“Deve ser servido à temperatura ambiente. Colocar o
queijo numa base. O corte deve ser feito ao meio, para que possa apreciar a
pasta untuosa a deformar lentamente. Partir em pequenas fatias e servir.
Acompanhar com um bom
vinho tinto da região e pão caseiro.”
Garanto termos seguido a informação à risca!
De seguida
iniciamos o nosso passeio pela Costa
Alentejana.
Passamos pela região da Comporta,
freguesia do concelho de Alcácer do Sal. A Comporta
é famosa pelas suas praias de enorme qualidade e pelo clima ameno durante o
verão. A praia da Comporta tem areia branca e um mar azul,
conferindo-lhe um aspeto paradisíaco. Esta praia tem sido galardoada com a
Bandeira Azul ao longo dos anos, símbolo da qualidade que por aqui poderá
encontrar. A Comporta está integrada
na Reserva Natural do Estuário do Sado, conferindo-lhe as condições necessárias
para o desenvolvimento das mais de 200 espécies de aves que por aqui existem.
Seguimos para sul pelo
litoral alentejano.
Com uma localização
privilegiada, depois
de passarmos pela Comporta viramos em direção a Melides e depois
de passar Pinheiro da Cruz e alguns parques, existe um lugar excelente para se desfrutar
de uma boa refeição, à esquerda, Restaurante Tia Rosa, em Fontainhas Do Mar.
Os pratos principais são
de confeção caseira e raízes alentejanas. Iniciámos por:
- uma Canja de Pato
com um raminho de hortelã, que lhe deu um sabor rústico e bastante agradável;
- um dos pratos principais
que destaco é o Pato Assado no Forno, com laranja e batata assada com cebola;
o pato era macio por dentro e crocante por fora, uma verdadeira delícia; a
acompanhar o prato, pois fazia parte do mesmo, veio um Arroz de Miúdos de
Cabidela, com uma crosta de ovo que também foi ao forno, simplesmente
divinal;
- outro dos pratos
escolhidos foi o Borrego no Forno, acompanhado com legumes salteados com
batata doce, uma boa combinação;
- tudo acompanhado por
um bom vinho da casa, Breijinho da Costa;
- uma refeição desta
qualidade nunca estaria completa sem o degustar de uma boa sobremesa alentejana:
a Sericaia, claro acompanhada com uma boa e generosa ameixa em calda,
sem palavras…
Este é um conceito de
casa típica e modesta. O ambiente é muito acolhedor, com um staff muito
simpático e com serviço agradável e bastante eficiente.
Estávamos
na freguesia de Melides, uma freguesia do concelho de Grândola.
Decidimos conhecer a Praia
de Melides, situada no litoral alentejano é considerada a praia com a maior
extensão do país.
Fizemos apenas uma
visita, melhor ainda, uma passagem em andamento lento pois era nossa intensão
visitarmos e demorarmos mais um pouco na Praia e Lagoa da Costa de Santo André,
onde poderíamos fazer a nossa digestão ao saboroso almoço que tínhamos acabado de
fazer.
Lá fomos até
junto à Lagoa de Santo André, integrada na área de Reserva Natural, a Praia
da Costa de Santo André é um longo areal simultaneamente banhado pelo
Oceano Atlântico e pelas águas tranquilas da lagoa.
Estacionámos
a carrinha num parque de estacionamento que aquela hora se encontrava
praticamente vazio, mas rodeado por dunas, uma praia de mar agitado mas muito
procurada pelos veraneantes, pois podem optar pelas águas mais calmas da lagoa,
onde se pode praticar windsurf e canoagem ou simplesmente para passear e
observar uma belíssima paisagem, que foi aquilo que fizemos.
Confraternizamos
em alegre cavaqueira e amizade e não deixamos de tirar mais algumas (muitas)
fotografias e também as selfies da moda.
Voltamos à
nossa carrinha a caminho de Sines,
no litoral do sudoeste alentejano. Só por curiosidade e também com o intuito de
aprender ou recordar sempre alguma coisa, foi por volta de 1469, que nasceu em Sines,
Vasco da Gama, uma das maiores figuras da história portuguesa e
europeia, o descobridor do caminho marítimo para a Índia. É atualmente um importante centro de comércio e serviços, com
portos, produção de polímeros, produção elétrica, combustível, pesca e turismo. Tem como principais monumentos e
edifícios de interesse: o Castelo de Sines, Museu de Sines/ casa de Vasco da
Gama, Igreja de Nossa Senhora das Salas, Igreja Matriz e o Centro de Artes de
Sines.
A nossa
proximidade desta cidade, desta fez teve de ficar mesmo apenas pela passagem e
uma pequena e curta paragem na zona do porto. Ficará para outra altura uma
visita que de certeza não nos arrependeremos.
Continuamos
o nosso passeio para sul pois que a cerca de 16 km, encontra-se Porto
Covo, um dos nossos objetivos para o dia de hoje. É uma encantadora
aldeia de pescadores, como confirmámos, com um largo geométrico e regular das
suas casas brancas com barras azuis, sendo um testemunho vivo da arquitetura
popular do século XVIII.
Podemos admirar
as suas imponentes falésias, as diversas praias de águas cristalinas e a Ilha
do Pessegueiro ou a Albufeira de Morgavel. Daqui podemos olhar para norte e
vislumbrar ainda a Reserva Natural da Lagoa de Santo André, onde tínhamos
estado alguns minutos antes. Para Sul é já parte do Parque Natural do Sudoeste
Alentejano e Costa Vicentina.
Encontramos
uma enseada em forma de concha, a praia dos Buizinhos, que se chama
assim, dizem, porque o seu pequeníssimo areal está cheio de búzios.
Finalmente
estivemos a olhar, admirados, muito felizes e pela primeira vez A Ilha do
Pessegueiro (situada ao largo de Porto Covo), é um importante local a
nível paisagístico e histórico. Foi local onde na época romana existiu um
centro portuário e produtor de conserva de peixe, e refúgio de piratas durante
séculos. No século XVII foi construído um forte na época de D. Pedro II, onde
são visíveis à data atual o seu fosso e muralhas quase intactas.
Haverá algum texto sobre
Porto Covo e a Ilha do Pessegueiro que não faça referência à
canção de Rui Veloso? Em Portugal, a ilha ficou ainda mais conhecida
através do sucesso desta música:
“Roendo uma laranja na falésia
Olhando o mundo azul à minha frente,
Ouvindo um rouxinol na redondeza,
No calmo improviso do poente
Em baixo fogos trémulos nas tendas
Ao largo as águas brilham como pratas
E a brisa vai contando velhas lendas
De portos e baías de piratas
Havia um pessegueiro na ilha
Plantado por um Vizir de Odemira
Que dizem que por amor se matou novo
Aqui, no lugar de Porto Côvo”
Havia um pessegueiro na ilha
Plantado por um Vizir de Odemira
Que dizem que por amor se matou novo
Aqui, no lugar de Porto Côvo
A lua já desceu sobre esta paz
E reina sobre todo este luzeiro
Á volta toda a vida se compraz
Enquanto um sargo assa no braseiro
E reina sobre todo este luzeiro
Á volta toda a vida se compraz
Enquanto um sargo assa no braseiro
Ao longe a cidadela de um navio
Acende-se no mar como um desejo
Acende-se no mar como um desejo
Por trás de mim o bafo do destino
Devolve-me à lembrança do Alentejo
Devolve-me à lembrança do Alentejo
Havia um pessegueiro na ilha
Plantado por um Vizir de Odemira
Que dizem que por amor se matou novo
Aqui, no lugar de Porto Côvo
Que dizem que por amor se matou novo
Aqui, no lugar de Porto Côvo
Roendo uma laranja na falésia
Olhando à minha frente o azul escuro
Podia ser um peixe na maré
Nadando sem passado nem futuro
Olhando à minha frente o azul escuro
Podia ser um peixe na maré
Nadando sem passado nem futuro
Plantado por um Vizir de Odemira
Que dizem que por amor se matou novo
Aqui, no lugar de Porto Côvo
A seguir ainda parámos na
povoação de Porto Covo num café para nos refrescarmos, antes de nos
deslocarmos até Vila Nova de Milfontes.
Chegámos a Vila Nova de Milfontes, vila do concelho de Odemira, distrito de Beja, situada na
margem norte da foz do rio Mira. Encontra-se inserida no Parque Natural do
Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina. É conhecida por Princesa do Alentejo é uma pequena
vila pesqueira com uma forte ligação ao mar. No final da reconquista cristã, o
litoral alentejano era um território escassamente povoado e desorganizado, como
tal, o rei de Portugal D. Afonso III fez largas doações à Ordem de Santiago
como recompensas pelo seu importante papel na guerra contra os mouros. Por se
situar na costa, esta região era frequentemente assolada por piratas, que
pilhavam e assaltavam a população e as embarcações. Para sua defesa no final do
século XVI foi mandado edificar o Forte de São Clemente ou Castelo de
Vila Nova de Milfontes. Esta localidade está ligada ao grande feito da
aviação portuguesa que foi a primeira travessia área entre Portugal e Macau,
realizada por Brito Paes, Sarmento Beires e Manuel Gouveia.
Foi a 7 de Abril de 1924 que os pilotos partiram do Campo dos Coitos, junto a
Milfontes, rumo ao Oriente. Em homenagem aos aviadores e ao seu feito
histórico, foi erguido na Praça da Barbacã, junto ao forte, um monumento que
recorda a heroica viagem. Note-se que o Comandante Brito Paes era natural do concelho
de Odemira, mais concretamente de Colos.
O
nosso primeiro passo foi fazermos o check-in no Hotel Pátios da Vila, Rua Eira da Pedra Lote
1, situado a 50
metros do River Inn, hotel onde tínhamos reservado os nossos quartos com
varandas privadas.
Após recolhermos
as chaves dos aposentos, levamos as nossas bagagens para o River Inn by AC Hospitality
Management, situado na Rua D. João II. Situado numa área com uma excelente
localização: Foz do Rio Mira - 200 m; Forte de São Clemente - 200 m; Praia das
Furnas - 800 m; Praia do Farol Mar/oceano - 400 m; restaurantes entre os 200 e
os 600 m.
Depois
de já estarmos instalados e das informações recebidas pela simpática e muito
competente rececionista do Hotel Pátios da Vila, decidimos por sua
sugestão irmos jantar ao Restaurante A Choupana, que ficava a cerca de 600 m, mesmo
junto à Praia do Farol. Como já tinha anoitecido e a temperatura tinha
arrefecido um pouco, decidimos ir na carrinha.
O Restaurante A Choupana está instalado numa cabana de
madeira, montada em cima da areia, com janelas abertas para o mar e uma grelha
sempre acesa onde entram e saem peixes e carnes. Dali segundo informação
pode-se apreciar um espetacular pôr-do-sol do litoral alentejano. O espaço é
rústico. O menu é composto de peixes, bom bacalhau e ótimos frangos assados.
Como a noite já estava um pouco avançada já havia pouca variedade de pratos. Mas
ainda podemos apreciar uns bons robalos e sardinhas grelhadas na brasa, mesmo
ali à nossa frente.
Os pratos são bem confecionados. Como o Sol já se tinha posto
achei a iluminação insuficiente no interior do restaurante. Os funcionários
foram simpáticos q.b.
Aconchegados, mas um pouco desiludidos, pela fama que o
restaurante tinha, ficamos com um sentimento de que soube a pouco, que poderia
ter sido melhor.
Entramos novamente na carrinha para a estacionarmos junto ao
nosso hotel.
Acabou a condução do Zé Manel,
finalmente o descanso.
Como ainda tínhamos algum folgo e vontade de conhecer Vila
nova de Milfontes, fomos dar uma pequena volta pela vila. Mas estava tudo
fechado e a pouca iluminação das ruas não nos deixava ver nada de interesse.
Pensamos, então, ir tomar um drink num estabelecimento
hoteleiro que ainda se encontrava aberto e tinha uma esplanada, o HS Milfontes Beach - Duna Parque Hotel Group, na Avenida Marginal de Vila Nova de
Milfontes, junto à Baía do rio Mira, e que mesmo de noite tinha uma vista
lindíssima da sua foz. O HS Gin Bar foi uma excelente escolha para
desfrutarmos de uma bebida e conversarmos um pouco. Fizemos um apanhado do
nosso dia de viagem e combinámos o início do dia seguinte.
Mas o
cansaço já pedia para nos recolhermos ao Hotel River Inn By AC Hospitality Management
para um descanso bem merecido, ou seja, dormir.
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