Já não me lembro da última vez que andei de comboio.
Penso que já foi há mais de 30 anos…, andava eu na vida militar.
Então não é que sem contar fui ao Porto e de comboio?
É verdade!
Já há alguns anos que não duvido da capacidade de Filipe La Féria idealizar e realizar os seus espectáculos no Politeama, em Lisboa (vi-os todos). Quando fui ver ao Rivoli, no Porto, Um Violino no Telhado nunca me passou pela cabeça que La Féria me desiludisse e não me enganei. Mas já tinha as minhas dúvidas com o protagonista deste espectáculo, José Raposo. Enganei-me completamente. José Raposo excedeu as minhas expectativas. Fiquei impressionado com a sua interpretação “Um Violino no Telhado”, do leiteiro judeu Tevye. Vi o filme e José Raposo não fica atrás do actor Chaim Topol, pelo contrário. Pensei então que José Raposo tinha chegado ao topo da sua carreira com esta interpretação. Mas felizmente de novo estava errado.
A Gaiola das Loucas é o novo musical de Filipe La Féria, no Teatro Rivoli, no Porto. É uma obra-prima da comédia que trata um tema sério como a xenofobia com um humor cheio de sabedoria.
Fui ver “A Gaiola das Loucas”, foi um espectáculo fantástico. Desde que me sentei até ao final foi impossível deixar de rir. Fiquei impressionado com a interpretação de todos os artistas. Mais de 120 pessoas, entre actores, cantores, bailarinos, músicos e técnicos. Mas José Raposo mais uma vez me deixou maravilhado. Já não sei quando este grande actor atingirá o topo da sua carreira. Ele é simplesmente espantoso. José Raposo no papel de Carlos Alberto/Zazá Napoli, um travesti, é fantástico. Ele ultrapassa tudo o que imaginava que ele pudesse fazer.
Parabéns José Raposo.
Parabéns José Raposo.
Por fim, mas não menos importante Filipe La Féria. Cada vez mais espantoso. Não sei se será o melhor de Filipe La Féria, mas ele garante que esta é uma das suas produções mais caras de sempre, com o contributo do guarda-roupa de João Rolo e do equipamento utilizado de alta tecnologia.
As coreografias são excelentes. Mais uma vez obrigado pelo espectáculo Filipe La Féria.
Sinopse de “A Gaiola das Loucas”
Armando del Carlo e Carlos Alberto são proprietários de uma discoteca em Cascais “A Gaiola das Loucas”. Carlos Alberto é o mais prestigiado transformista português rivalizando com todas as “vedetas” marginais da nossa cidade.
Armando Del Carlo tem um filho Ricardo, estudante universitário que está apaixonado por Barbara Alarcão, filha do Deputado portuense Arnaldo Alarcão, vice-presidente do Futebol Clube do Porto. A jovem Bárbara convence o seu pai conservador que Ricardo é filho de um Adido Cultural na Grécia. A família do Porto resolve ir a Lisboa conhecer a família do futuro genro o que obriga Armando del Carlo e o seu companheiro a passar por uma família tradicional e conservadora.
As situações de equívoco sucedem-se num ritmo vertiginoso e hilariante nesta adaptação de La Féria à tradição das melhores comédias portuguesas: a rivalidade Porto/Lisboa, a actualidade do nosso meio, a dualidade Conservadores/liberais, a rivalidade dos clubes desportivos, na linha dos filmes portugueses dos anos 40 que alcançam ainda hoje as maiores audiências nas reposições da televisão.
O Elenco:
Carlos Alberto/Zazá Napoli - José Raposo
Simone - Rita Ribeiro
Arnaldo Alarcão - Joel Branco
Maria do Céu Alarcão - Helena Rocha
Jacob - Filipe Albuquerque
Ricardo Del Carlo - Hugo Rendas
Bárbara Alarcão - Sara Lima
Francis - Alexandre Falcão
Mercedes Cristal - Rogério Costa
Maurício/Fedra/Belle Dominique - Pedro Xavier
Gaiolete/Jornalista/Guida Scarlatti - Ivo Dias
Gaiolete/ Lídia Barloff - Pedro Simões
Gaiolete/Ruth Briden - Aleksandr Aleksandrov
Gaiolete/Emp.Mesa/Jornalista - Luís David
As outras Gaioletes:
Rogério Costa
Aleksandr Karpets
Augusto Gonçalves
Constantino Dias
Daniel Santos
Gilberto Neto
Kleber Cândido
Sergey Sychuk
Ass. Camarim/Cantora - Carla Oliveira
Dolly/Secretária/Jornalista - Mirró Pereira
Dolly/Jornalista/Ass. Camarim - Ana Isabel
Emp. Mesa/Jornalista/Ass. Palco - Pedro Pires
Músicos:
Maestro/Piano - Artur Guimarães / Carlos Meireles
Violino - Flávio Azevedo / Carlos Pinto da Costa
Guitarra - Miguel Azevedo / António Pedro Neves
Bateria/Percussão - Emanuel Monteiro / Hugo Vieira
Baixo – Pedro Cravinho/Pedro Ferreira/André Vilar
Trompete - António Silva
Trompa - Hélder Vales
Trombone - Daniel Dias
Acordeão - Pedro Cunha / Ricardo Miguel
Violino - Flávio Azevedo / Carlos Pinto da Costa
Guitarra - Miguel Azevedo / António Pedro Neves
Bateria/Percussão - Emanuel Monteiro / Hugo Vieira
Baixo – Pedro Cravinho/Pedro Ferreira/André Vilar
Trompete - António Silva
Trompa - Hélder Vales
Trombone - Daniel Dias
Acordeão - Pedro Cunha / Ricardo Miguel
PS: Textos da Sinopse e do Elenco, assim como as fotos foram retirados da net.
Caro José Manuel:
ResponderEliminarIsto só vem comprovar a extraordinária perspicácia do La Féria. Adaptando o enredo original da peça (e filme) "La Gage aux Folles", de Jean Poiret - o filme de 1978 dirigido por Edouard Molinaro teve tamanho sucesso que foi nomeado para o Oscar de melhor filme estrangeiro e deu origem ao grande espectáculo da Broadway a que chamaram "Sunday in the park with George", que veio a ser adaptado ao cinema com um título que não consigo recordar. De notar que os americanos fizeram o mesmo que o La Féria: transpuseram a acção e os personagens para uma situação nacional. Você desculpe este comentário meio tolo, mas é que não consigo recordar o título do filme americano, que estava muito bom, e queria verificar se mantiveram a música da Broadway ou não. É que ela era do Stephen Sondheim, o mesmo compositor do "Violino no Telhado". Se, por acaso, você tiver visto o filme e recordar o título, por favor diga-me.
Um grande abraço e até quinta-feira.
J. Cascão
Maestro João Cascão
ResponderEliminarNão vi o filme e como tal não me recordo também do respectivo título.
Fui à procura de Sunday in the Park with George na Wikipedia e lá encontrei alguma informação.
Vou-lhe enviar por mail o que encontrei.
Um abraço
J. Manuel
Caro Amigo:
ResponderEliminarContinuei a minha investigação e as conclusões a que cheguei devem ser transpostas para aqui, e não por e-mail, para que possam ser lidas por todos. Isto porque o meu comentário prévio é mais que tolo, é ERRADO.
Acho, pois, que tenho o dever de o corrigir aqui.
Descobri o título e todas as outras informações disponíveis do tal filme a que me referi : chama-se "The Birdcage", é de 1996, foi protagonisado por Robin Williams e Nathan Lane nos papéis de Armando e Alberto. O pai da noiva é, no filme, um senador interpretado por Gene Hackman e o filme NÃO é, verdadeiramente, um "musical". Não tem absolutamente nada que ver com a produção da Broadway "Sunday in the park with George", mas está relacionado com o filme francês que referi "La cage aux folles", pois até algumas pessoas da produção são comuns.
Não há qualquer música do Sondheim, e é aqui que
eu fico às "escuras" : como é que o La Féria transformou o espectáculo num "Musical".
Fica aqui a correcção do meu comentário anterior, com as minhas mais humildes desculpas por ter induzido em erro não só o meu amigo, mas também os seus leitores.
Um grande abraço!
J. Cascão
Desculpe, esqueci-me de lhe deixar a indicação do site que lhe referi. É :
ResponderEliminarhttp://www.imdb.com
Mais uma achega, que talvez esclareça de vez o assunto. Em 1983 estreou-se na Broadway, sob o título "La Cage aux Folles", um espectáculo com músicas e letras de Jerry Herman e libreto de Harvey Fierstein. Esteve em cena até Novembro de 1987 e ainda foi reposto por duas vezes.
ResponderEliminarEstá, me parece, esclarecido o caso. Toda a relação com "Sunday in the park with George" é um equívoco.
Além do site que enviei ontem, anote também este, que é equivalente mas para a Broadway:
http://ibdb.com
Um abraço!
Caro Zé Manel.
ResponderEliminarSó hoje reparei no post, "A Gaiola das Loucas".
Mais um grande espectáculo do La Féria com um grande elenco.
Mas a parte mais louca do "espectáculo" foi o final: estarmos à espera em Coimbra B da ligação para a Figueira aonde chegámos depois da meia noite!...
Abraço.
Senhor Fadigas
ResponderEliminarConcordo consigo e em especial na parte final.
Mas mais vale a "parte" ser louca do que termos ficado nós loucos. De facto alguns horários não são muito convidativos e num país que discute um TGV.
Acho que primeiro dever-se-á melhorar e muito o que já temos e depois se houver condições é que se deve pensar em "voos mais altos".
Mas na cabeça dos nossos políticos há a tendência das grandezas.
Um abraço.