4º DIA - 5ª feira
O dia começou tranquilo, tomámos o pequeno-almoço pelas 09H00, sem pressa e
saímos do
hotel cerca das 09H30 na direção da Plaça
Sant Jaume.
Iniciámos o nosso passeio pelo bairro gótico, que é
o núcleo mais antigo da cidade, parte da Ciutat
Vella (Cidade Velha) e o seu centro histórico.
Passamos pelo Arco
Gótico, que é uma ponte de pedra em arco localizada na Carrer del Bisbe e une a Casa dos
Cónegos e o Palau de la Generalitat.
É um dos ex-libris deste local e pelo seu interesse
é bastante fotografada pelos turistas. A arquitetura da ponte e suas esculturas
são incríveis. Figuras encapuzadas, anjos e caveiras ornamentam o arco.
Pelo caminho passamos pelo Arcebispado de Barcelona
até ao largo onde se situa a Catedral de la Santa Cruz e Santa Eulalia, em
estilo gótico e sede do arcebispado. Não visitámos a Catedral porque já o
tínhamos feito no nosso primeiro dia em Barcelona.
Embrenhámo-nos por este bairro medieval pitoresco,
com suas ruas estreitas.
Foi uma viagem no tempo, um mergulho na história da capital catalã.
Dirigimo-nos então, para a Plaça del
Catalunya para comprar bilhetes do autocarro turístico, para o 3º dia de
visitas, especialmente para percorrermos a Rute Verde, para visitarmos a
Sagrada Família e o Tibidabo.
Eram perto das 11H00 da manhã, quando saímos no autocarro.
Por volta das 12H00, chegámos à paragem da Sagrada Família. Aproveitamos para tirar fotografias, muitas
fotografias, ao exterior.
Como tínhamos a entrada marcada para as 15H15/15H30, decidimos procurar um
local para almoçarmos.
A
nossa escolha recaiu no Restaurante
Aitor, na calle
Sardenya, bem perto da Sagrada Família.
Tradição
basca, no Restaurante Aitor!
Ótimo
ambiente com decoração agradável e acolhedora, menu tradicional e boa caña
(cerveja). Serviço simpático, rápido e educado. Almoçámos satisfeitos com a
escolha.
“Um pouco de história
O Temple
Expiatori de la Sagrada Família é uma das obras mais
emblemáticas do génio do modernismo catalão Antoni Gaudí. O projeto original da
Sagrada Família, no estilo neogótico, foi feito pelo arquiteto Francisco de
Paula del Villar (1828-1901). Em 1883, aos 31 anos, Gaudí assumiu a obra e
esteve a frente dela até a data da sua morte, em 1926. Gaudí não abandonou a
obra da Sagrada Família durante 43 anos, nos quais pensou e repensou o projeto
do templo. Gaudí queria que o templo fosse um grande monumento a Deus, mas
também um ponto de referência em Barcelona. Quando herdou o projeto original,
Gaudí construiu a cripta e começou o trabalho na abside e no claustro. Porém, a
chegada de uma grande doação anónima levou o arquiteto a abandonar o projeto
neogótico para criar um novo projeto, grandioso e inovador. Em 1892 Gaudí
começou a trabalhar na fachada do Naixement (Natividade).
Muito mais tarde, em 1911, elaborou o projeto da fachada da Passió
(Paixão). Em 1923, a solução definitiva para as naves e as cobertas ficou
pronta. Na verdade, só a partir de 1914, Gaudí passou a se dedicar por completo
ao templo. Essa dedicação total de Gaudí à Sagrada Família está presente no
fato de não existirem outras obras importantes de sua autoria nos últimos 12
anos de sua vida. Seu comprometimento com a obra foi tal que passou a morar no
templo, durante os últimos meses da sua vida. Gaudí morreu em 10 de junho de
1926, três dias depois de ter sido atropelado por um autocarro. Foi enterrado
na capela del Carme, na cripta do templo. Gaudí sabia que não veria a conclusão
da Sagrada Família. As obras avançavam muito devagar e o artista já tinha
afirmado “outros virão depois de mim. O que é necessário é conservar sempre o
espírito da obra.”
Após a morte
de Gaudí, a direção da obra foi transferida para Domènec Sugrañes, seu íntimo
colaborador, que tocou a construção até 1938. Depois vieram outros
colaboradores de Gaudí, que tiveram contato direto com o arquiteto. A partir de
1984 Jordi Bonet Armengol é o responsável pela obra, tentando respeitar sempre
a ideia original de Gaudí. Em 7 de novembro de 2010, o papa Bento XVI consagrou
o templo, que foi declarado Basílica menor.”
Às 15H00, dirigimo-nos para a entrada da Sagrada Família, onde tivemos acesso à hora marcada.
Fomos
visitar a Sagrada Família!
Entramos no
templo pela Fachada da Natividade,
que fica no Carrer de la Marina.
Podemos
observar formas orgânicas e também elementos como: folhas, animais e frutas.
Nas laterais da porta central, há tartarugas na base das colunas. Esta fachada
foi terminada ainda antes da morte de Gaudí e tem tem três portas:
1ª Porta de la Caritat
(da Caridade), no meio, estão representadas cenas do nascimento de Jesus. No
alto da coluna aparece a estrela do Natal, a Anunciação, e a coroação da virgem
em um nível superior;
2ª Porta de l’Esperança,
na esquerda, é dedicada a São José e aparece também a matança dos santos
inocentes e a fuga para Egito.
3ª Porta de la Fé, na
direita, aparece o jovem São José trabalhando, a visita de María a Isabel e a
apresentação de Jesus ao templo. A mão com o olho no meio representa a Divina
Providência, o Deus que tudo vê.
É
emocionante e surpreendente o exterior deste imponente templo da Sagrada
Família, mas o seu interior impressiona. Quando entramos ficámos maravilhados
com a quantidade, dimensão e colorido dos vitrais.
O
principal representa a ressurreição e os laterais simbolizam santos e
santuários. As colunas descomunais onde se apoia o templo são como troncos de
árvores, por onde os raios de sol se infiltram como numa floresta.
Gaudí
novamente se inspirou na natureza combinando harmoniosamente o estético e o
funcional. O claustro da Sagrada Família é diferente de todos os outros que já
vi.
Podia ficar horas na Catedral e penso
que não me cansava de admirar cada recanto, cada pormenor que aparece sempre
diferente dos outros. É impossível ver tudo. Tive a sensação que vi muito, mas
também que não vi quase nada. Não tive vontade de ir embora. Valeu cada minuto!
Saímos para o exterior, mas ainda dentro do recinto do
templo, pela Fachada da Paixão, que fica virada para
a Carrer Sardenya. Ela foi toda construída depois da morte de Gaudí, por Josep
Maria Subirachs (falecido em abril de 2014), no seu estilo pessoal, mas
inspirando em Gaudí.
Nesta fachada podemos ver guerreiros
cujas cabeças lembram muito as chaminés de La Pedrera e imagens
representando os últimos dias da vida de Jesus. As seis colunas onde se apoia a
fachada foram inspiradas nos troncos das gigantescas sequoias americanas. A Fachada da Glória fica no Carrer
Mallorca, ainda está em construção. As portas desta fachada já estão no lugar,
com frases do Pai Nosso em 50 idiomas diferentes.
Desta zona do exterior podemos contemplar e admirar as
torres existentes. Quando o templo estiver acabado haverá 18 torres: uma para cada apóstolo,
quatro para cada evangelista e os zimbórios de Jesus e da Virgem Maria. A torre
mais alta, a de Jesus, terá 172 metros de altura.
Saímos com muita pena do monumento, com a certeza de que visitar Barcelona e não ver a
Sagrada Família, seria um pecado imperdoável.
Apanhamos então o autocarro que nos levou até à paragem do Tibidabo.
Ali atravessamos a Pl. John F.
Kennedy, até Av. Tibidabo onde apanhamos o autocarro nº 196, até à entrada do Funicular del Tibidabo, datado de 1901.
Já estávamos dentro do funicular quando se começou a ouvir trovoada que trouxe
chuva em abundância. Dois funcionários vieram avisar-nos de que só podíamos
partir quando a “tormenta” parasse.
Passada cerca da meia hora, lá fomos montanha a cima a bordo do Funicular.
Tibidabo é uma montanha que domina a paisagem de
Barcelona, com 512 metros, o ponto mais alto da Serra de Collserola, também
conhecido por “montanha mágica”. Tem
uma encosta íngreme a noroeste que nos proporciona maravilhosas vistas sobre a
cidade e o litoral.
Ali existe um Parque de Diversões, uma Torre
de Collserola e uma Igreja
Católica, o Templo do Sagrado Coração,
no topo da montanha, todos os três visíveis de quase toda Barcelona.
O Parque
de Diversões, inaugurado em 1899, é o mais antigo da
cidade e tem a maior parte das atrações originais, muitos dos quais datam do
início do século XX, como: o Avião, um dos primeiros simuladores de voo impulsionado
pela própria hélice, o Museu dos Autômatos, com mais de 40 peças dos séculos
XIX e XX, o la Talaia, uma estrutura com mais de 90 anos que eleva seus
visitantes a 50 metros de altura e uma montanha-russa.
O Templo do Sagrado Coração é um edifício
monumental de estilo neogótico coroado por uma estátua de bronze do Sagrado
Coração, que levou 60 anos para ser construída. O templo é um conjunto de duas
partes: em baixo fica a capela da cripta e em cima a igreja principal.
Para entrar
tivemos que subir umas escadas.
No seu
interior podemos ver pinturas e murais decoram as paredes e as capelas, com
diversas cenas sobre a vida e morte de Jesus.
Em seguida
pela parte de fora do templo subimos mais umas escadas até ao miradouro, onde
tivemos uma vista fabulosa de Barcelona, das povoações próximas e da montanha
de Montserrat. Neste patamar ainda podemos visitar a Cripta.
A Torre
de Collserola forma o “nó” das telecomunicações da Catalunha,
reunindo 100% da televisão e 95% das emissoras de rádio de Barcelona.
Concluindo: o Tibidabo é um lugar agradável de visitar e admirar Barcelona, com
uma vista espetacular do mar, montanha e cidade.
Acabada a visita dirigimo-nos para o Funicular para fazer o percurso de
regresso. Engano
nosso. Veio um funcionário avisar-nos de que este meio de transporte se
encontrava avariado e para nos dirigirmos à bilheteira para sermos ressarcidos
da importância a que tínhamos direito, ou seja, 24,60€.
Por indicação de umas senhoras que ali trabalhavam,
apanhámos um autocarro até à Plaça
Catalunya que nos custou 18,00€. Poupámos assim 6,60€.
Da Plaça Catalunya passando pelas Ramblas até à Carrer
Ferran onde fica o nosso hotel foi rápido. Depois de descansarmos um pouco,
fomos jantar no Restaurante Miró,
existente no hotel.
Estava tudo muito bem confecionado e com
muito gosto.
O serviço foi muito eficiente e
simpático por parte dos dois funcionários presentes.
Em particular o senhor Fernando Fernandez, que foi muito amável e atencioso desde a
explicação dos pratos, da escolha do vinho, até a sobremesa. Impecável.
Esta foi a última noite que passámos em Barcelona.
Depois do jantar fomos passear pelas Ramblas, onde milhares de
turistas caminhavam, absorvendo a atmosfera e a desfrutar de atividades
dinâmicas e animadas. É
um lugar muito divertido, com muitos prédios históricos e lugares
interessantes. Esta é uma parte de Barcelona
que vale muito a pena conhecer.
Entretanto chegou a hora de descansarmos. O dia
seguinte previa-se ser muito cansativo. Era o dia da nossa viagem de regresso a
casa, onde iríamos chegar, provavelmente a uma tardia.
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