Partida do Largo da Igreja de Tavarede
Amanheceu um dia de céu um pouco nublado, com algumas nuvens e não fazia vento. Estava um bocado fresco.
Mais uma vez o nosso amigo Tó Simões decidiu organizar o passeio à Serra da Estrela, com almoço no Museu do Pão, em Seia, o que começa a ser um hábito todos os anos. Aconteceu este domingo, já no início da Primavera, para ver se ainda encontrávamos neve em quantidade suficiente para brincar, ou seja, escorregar no gelo e fazer buracos na neve. Isto salvo excepções onde me incluo, pois que apesar de gostar da neve, já não sou assim tão apreciador do frio que se faz sentir normalmente lá em cima na Torre.
Era para sairmos de Tavarede por volta das 08.00h, em direcção à A14 e depois IP3, o que não aconteceu. Pois esta madrugada os relógios entraram na hora de Verão, tendo os mesmos sendo adiantados uma hora. Havia algum receio de alguém se ter esquecido deste pormenor. Veio a acontecer apenas ao cunhado do Manuel Margato, o Ti “Feijão Verde”, alcunha porque ele é conhecido, que se esqueceu de acertar o relógio mas lá chegou ao autocarro, o que não prejudicou a partida para o nosso passeio. O autocarro era de 55 lugares, um óptimo (novo) autocarro da AVIC, cujo motorista excelente e bom profissional se chama Jesus.
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Cerca das 10H30 chegámos a Seia que é uma cidade do Distrito da Guarda, Região Centro. O município é limitado a norte pelos municípios de Nelas e Mangualde, a nordeste por Gouveia, a leste por Manteigas, a sueste pela Covilhã, a sudoeste por Arganil e a oeste por Oliveira do Hospital. Neste município está localizado o ponto mais alto de Portugal continental, a Torre, na Serra da Estrela, com 1 993 metros de altitude e é o segundo ponto mais alto de todo o país, apenas atrás da Montanha do Pico, nos Açores. O concelho de Seia abrange uma grande parte da Serra da Estrela e é também o único de Portugal onde existe uma estância de esqui natural, a Estância de Esqui Vodafone. Devido à sua localização privilegiada, na vertente ocidental da serra da Estrela, Seia é uma das suas entradas naturais e, por isso, um centro turístico de interesse, visitada anualmente por milhares de forasteiros. Possui instalações hoteleiras modernas, estabelecimentos de restauração e centros comerciais.
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Às 12H00 foi a hora que iniciou o nosso almoço no Museu do Pão, que é um complexo que engloba um museu, um bar/biblioteca, um restaurante, onde podemos ver as tradições e a história do nosso pão. Encontramos também uma mercearia à moda antiga, que vende os produtos da zona, inclusive diversas variedades de pão.
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O que não aconteceu. O nosso motorista Jesus, conhecia uma quinta onde se podia comprar queijo e outros artigos e sugeriu a sua visita, a qual foi aceite por todos.
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Fomos recebidos por um dos proprietários, o qual nos deu uma explicação sobre a história e as actividades da quinta, em simultâneo com a projecção de um pequeno filme, proporcionando-nos em seguida uma prova de queijo, doces e compotas.
Das explicações muito interessantes que ouvimos, transcrevo algumas frases que gravei do site da quinta. Tenho a certeza que melhor que as minhas palavras descreve os conhecimentos que nos foram transmitidos.
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Este é um queijo com Denominação de Origem Protegida (D.O.P) denominação que reconhece a origem e qualidade do leite (pelo exigente controlo da sanidade do rebanho);
... o controlo da produção (pelas análises periódicas ao leite e ao queijo);
... sendo o garante de todas as suas características (um painel de provadores confirmará o merecimento desta designação);
Não se recorrendo à compra de leite, obtém-se uma superior garantia de qualidade. Nasce como queijo fresco (será virado diariamente e lavado com frequência). A maturação transforma-o, podendo ser consumido passado cerca de 40 dias.
O Queijo Serra da Estrela caracteriza-se pela casca amarelo palha, pasta semi-mole, cor branco marfim, com poucos ou nenhuns olhos, de bouquet suave e limpo ou ligeiramente acidulado…
O tempo passa e ele fica velho... Quebradiço, untuoso e de sabor intenso. ...mas preferido por muitos… este é um queijo vegetariano, por ter como base um coagulante de origem vegetal.
O sabor e a consistência da massa podem variar ligeiramente entre queijos trabalhados lado a lado - é da natureza de um queijo não industrial.
Queijo Serra da Estrela deve consumir-se à temperatura ambiente, acompanhado por um vinho tinto maduro.
Tal como o vinho, também o queijo ganha em sabor se for aberto algum tempo antes de ser consumido.
Acompanham-no bem alguns doces caseiros, pão-de-ló ou simplesmente broa de milho ou pão de centeio.
Quando a cura do queijo se prolonga por muito tempo, a sua pasta semi-mole adquire maior consistência e designa-se por Queijo Serra da Estrela Velho caracterizando-o um paladar intenso e ligeiramente picante.
Os nossos Avós chamavam-lhe "corno" quando muito rijo e assavam-no nas brasas da fogueira, comendo-o com broa de milho.
O Requeijão Serra da Estrela D.O. é excelente acompanhado por diversos doces, mel ou simplesmente acompanhado por pão caseiro.”
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Também é dada grande importância aos doces e compotas feitas com as mais diversas frutas existentes na quinta. É considerada já a segunda produção mais importante.
Achei interessante e bastante sugestiva uma frase que predomina em várias situações da quinta como na publicidade e no site e que é a seguinte:
"Da mesma maneira que o vinho, o queijo nunca é igual a si próprio: é tão caprichoso como o amor."
Maurice d'Ombriaux
Não quero sair do ambiente desta Quinta sem lhe dar a nota de excelente.
Proponho a quem passar por aquela zona que não deixe de a visitar pois não se vai arrepender.
À guisa de despedida não vou deixar de homenagear o Cão da Serra da Estrela. Esta espécie que esteve à beira da extinção, mas que nos últimos anos tem sido bastante procurada. Nesta quinta encontrámos dois belos exemplares desta maravilhosa raça de cães natural de Portugal, que possui todas as qualidades requeridas nesta região agreste, é inteligente, leal e valente.
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Durante o percurso alguns companheiros ajudaram a passar o tempo contando anedotas e entoando alguns fados. Este final “artístico” é já hábito acontecer noutras viagens anteriores, pelo que não querendo colocar para segundo plano esta parte do passeio, não faço grande ênfase porque já noutros relatos lhe dei algum relevo.
Cerca das 21H30 chegámos a Tavarede.
Até à próxima viagem!