08 a 12 de Maio de
2015
1º DIA – Sexta-Feira - 08
de Maio de 2015
A saída
do Largo da Igreja de Tavarede estava programada para as 02H30, em autocarro de
TURISMO, em direção ao aeroporto, mas por um imprevisto já eram 03H17 quando
finalmente partimos em direção a Lisboa.
Chegámos
ao aeroporto da Portela já muito perto das 05H30, onde fizemos o chek-in para o
embarque. Segundo o bilhete tínhamos de estar junto à porta 18, às 07H20. Eram
08H05, estávamos dentro do avião Airbus A319, nesta altura dentro do horário
previsto para a partida.
O Airbus
A319-100: Comprimento: 33,84 m; Envergadura: 34,10
m; Altura: 12,17 m; Velocidade de cruzeiro: 900 km/h;
Altitude de cruzeiro: 11,900
m; Alcance: 5,700 km; Capacidade de combustível: 23,859
l; Número de passageiros: 132;
Número de aviões: 21.
Entretanto
fomos avisados pelo comandante de que teríamos que aguardar que retirassem uma
outra aeronave que se encontrava estacionada por de trás da nossa para assim
podermos partir. Aconteceu apenas às 08H55, ou seja com uma 1 hora de atraso. E
finalmente lá voamos até à Ilha de São
Miguel, Ponta Delgada, Aeroporto
de João Paulo II.
Às
11H20, hora do continente, aterrámos em Ponta Delgada.
Mas
na realidade eram 10H20, hora local, pois que nos Açores é 1 hora mais cedo que
em Portugal continental.
São Miguel é a maior das ilhas do arquipélago dos Açores,
composta pelos concelhos de Lagoa, Nordeste, Ponta
Delgada, Povoação, Ribeira Grande e Vila Franca do Campo. Acredita-se que a ilha tenha sido
descoberta entre 1426 e 1439 já se encontrando assinalada em meados
do séc. XIV como "Ilha Verde". À época de Albergaria,
anteriormente a 1472, receberam foral de vilas as localidades de Vila
do Porto e de Vila Franca do Campo, as mais antigas dos Açores. Vila Franca do Campo, mais importante porto comercial da ilha, considerada
sua primeira capital, e onde esteve localizada a alfândega até 1528, foi
arrasada pelo grande terramoto de 22 de outubro de 1522, em que se estima terem
perecido 4000 pessoas. Após a tragédia, os sobreviventes transferiram-se para a
povoação de Ponta Delgada que foi elevada a cidade por Carta-Régia passada em
1546, tornando-se capital da ilha. A ilha, de natureza
vulcânica, sujeita a atividade sísmica, apresenta relevo montanhoso, sobretudo
no seu interior, dominado pelo pico da Vara, sendo recortada por vales, grotas
e ribeiras - únicos cursos de água. A origem vulcânica é presente na tipologia
das rochas e terrenos de "biscoito" (produzidos por camadas onduladas
de lava) e "mistérios" (por lavas esponjosas, onde proliferam os
musgos e as ervas) - típicos no arquipélago -, e fumarolas-sulfataras
permanentes, como as do Vale das Furnas e na Ribeira Grande. O fundo de
crateras de antigos vulcões extintos servem de leito a belas lagoas como a
Lagoa das Sete Cidades, a Lagoa do Fogo, e a Lagoa das Furnas. Essa combinação
de fatores propicia a que no Vale das Furnas sejam reputadas as suas águas
minero-medicinais.
Após
o levantamento das nossas malas saímos do aeroporto onde já se encontrava um
autocarro à nossa espera com a nossa guia Daniela.
Partimos no autocarro na direção de Sete Cidades, passamos pelas povoações
de Relva, Feteiras, Ginetes e Ponta da
Ferraria, sempre explicações da nossa guia Daniela e nesta última parámos para
ver a vista.
A Ponta da Ferraria é um promontório localizado na freguesia dos Ginetes. Esta formação geológica única do seu género no mundo é
constituída por um promontório com origem em erupções
vulcânicas primordiais na
formação geológica da ilha, mas também por manifestações vulcânicas recentes
que deram origem a novos fenómenos. Entre esses fenómenos encontra-se uma pseudo-cratera vulcânica que se originou em consequência de
pequenas explosões de vapor, resultante do contacto da lava quente
com a água do mar e a existência de um complexo termal e piscinas naturais onde é possível
nadar no mar em água quente de origem vulcânica.
O almoço
chegou e aconteceu no Restaurante Lagoa
Azul, em Sete Cidades, situado numa das mais
belas maravilhas naturais, que nos brindou com uma excelente ementa e
serviço buffet constituído por uma variedade de alimentos locais
açorianas.
A seguir ao
almoço fomos visitar a Igreja de São Nicolau, templo mandado erigir
em cumprimento de um voto feito em 1849 pelo coronel Nicolau Maria
Raposo de Amaral (1770-1865) e sua esposa, Teresa Ermelinda Rebelo (1797-1895).
No
seguimento da tarde visitamos a Lagoa
das Sete Cidades, que é um fenómeno paisagístico que se transforma em duas
lagoas “Lagoa Azul – Lagoa Verde”.
A Lagoa das Sete Cidades localiza-se no fundo da caldeira
das Sete Cidades, na freguesia de mesmo
nome. A caldeira foi formada por colapsos
sucessivos de dois relevos que a circundam, ocupando uma vasta área que chega
aos 4,35 quilómetros quadrados, com uma profundidade de 33 metros. A lagoa das
Sete Cidades constitui-se no maior reservatório natural de água doce de
superfície dos Açores. O Pico das Éguas,
com 873 metros de altitude, é a maior elevação desta zona. Caracteriza-se pela
dupla coloração das suas águas, sendo dividida por um canal pouco profundo,
atravessado por uma ponte baixa que separa de um lado um espelho de águas de
tom verde e, do outro, um espelho de tom azul. Essas características, e
a beleza da paisagem envolvente, deram lugar a que surgissem belas lendas sobre
a sua origem e formação, inclusive a que a liga ao mito da Atlântida.
Lenda
da Lagoa das Sete Cidades: no local onde hoje se situa a bonita freguesia das
Sete Cidades, existia um reino, onde habitava a bela e jovem Princesa Antília,
de lindos olhos azuis. Certo dia, num passeio pelos prados maravilhosos da
região, a Princesa apaixona-se por um Pastor de olhos verdes, que por ali
passeava o seu rebanho. Dias passaram, e em todos eles os dois apaixonados
se encontraram no mesmo local, à sombra de uma velha árvore, cada vez mais
próximos e apaixonados. O Rei, que desejava a sua filha casada com um Príncipe
do reino vizinho, ao tomar conhecimento da paixão que crescia, proibiu o amor
da Princesa e do Pastor. Desesperada, Antília pediu o seu último encontro com o
seu amor, que aconteceu no local habitual. Enquanto falavam o seu triste
destino, os dois choraram em tamanha quantidade que, dos olhos azuis da
Princesa se formou a Lagoa Azul, e dos olhos verdes do Pastor, se formou a Lagoa
Verde. Conta então a lenda, que os dois foram separados, mas as suas
sentidas lágrimas para sempre ficaram lado a lado, na Lagoa das Sete Cidades.
Continuamos
o passeio até Fajã de Baixo e visitamos
às Estufas de Ananás, onde conhecemos
o processo de cultivo do ananás açoriano que é produzido em estufas de vidro
utilizando-se técnicas tradicionais.
Fajã de
Baixo é obrigatoriamente um ponto de
paragem, pois é lá que se encontra uma emblemática instituição turística, que a
plantação de ananases “A. Arruda”, onde é dado a conhecer ao visitante
todas as fases da cultura do ananás em estufas de vidro, única no mundo e
típica da Ilha de São Miguel. Ao fim de um período de dois anos, desde a
plantação até à colheita, obtém-se um fruto de qualidades ímpares de aroma e
sabor. Num bonito prédio, instalado junto ao Solar da Família de Augusto Rebelo
Arruda, para além da visita às estufas, os turistas são brindados com uma prova
de licor de ananás, de receita tradicional, tendo para além disso oportunidade
de adquirir ananases, doces, compotas e rebuçados de ananás, tudo de fabrico
caseiro, a que juntaram agora o serviço de distribuição de sumo natural do
fruto, feito na hora, bem como uma quantidade admirável do mais bonito e
diverso artesanato. A introdução do ananás nos
Açores, mais propriamente na ilha de S. Miguel, verificou-se em meados do
século passado, por volta de 1848-1850, consequência do porfiado esforço do
escritor António Feliciano de Castilho, que por ocasião do seu desterro em São
Miguel escreveu um artigo em "O agricultor Micaelense", referindo o
ananás como o "Rei da Fruta". Em 1864, é construída a primeira estufa
de dimensão industrial com capacidade para 800 plantas, chegando a atingir na
época áurea de cultura, um património de 4300 estufas de produção.
Atendendo à reduzida produção (cerca de 1.900 toneladas), sobretudo às caraterísticas
técnicas e ao modo tradicional de cultivo, em estufas de vidro e em "camas
quentes" à base de matéria vegetal, sem necessidade de recorrer a
fertilizantes químicos e pesticidas, o Ananás de S. Miguel é considerado como
fruto Rei.
Pelas
16H30, chegamos e acomodamo-nos no Hotel
Vip Executivo **** - O hotel
situa-se apenas a cerca de 5 minutos de automóvel do centro histórico e da
Marina de Ponta Delgada. O Aeroporto de Ponta Delgada está a 10 minutos de
carro. O Hotel encontra-se próximo de vários lugares emblemáticos, incluindo Universidade dos Açores, Porto de
Ponta Delgada e Museu Carlos Machado. Com um design moderno e arrojado,
dispõe de 229 quartos.
Oferece
vistas magníficas sobre a cidade de Ponta Delgada e as serras circundantes, bem
como uma piscina localizada no topo de edifico.
Dispõe
de 1 Restaurante com 2 pisos, Grill no 8º piso com vista panorâmica sobre a cidade
e o mar.
No
Hotel podemos usufruir de Bar, Health-Club com um excelente ginásio e piscina interior aquecida, Parque Estacionamento
Privativo e Coberto e Salão de Beleza/ Cabeleireiro. Todos os quartos estão
decorados com camas confortáveis e
possuem uma televisão e mini-bar na área de estar. Cada quarto tem ar
condicionado e uma secretária bem iluminada. As instalações de relaxamento no
Vip Executive incluem banho turco e solário.
Às
07H30, fomos jantar no Grill do 8º piso, onde um buffet retemperador nos
esperava.
2º DIA – Sábado - 09 de
Maio de 2015
Pelas
08H00, fomos tomar o pequeno-almoço.
Às
09H00, partimos no autocarro para visitar a cidade de Ribeira Grande.
Ribeira
Grande, cidade sede de
um município e é o
concelho mais plano de toda a Ilha de São Miguel, aqui se encontrando o maciço
vulcânico da Serra de Água de Pau, situando-se o ponto mais alto no Pico da
Barrosa a 947 metros de altitude. O
povoamento de Ribeira Grande terá tido lugar em finais do século XV, muito devido
à ribeira que lhe dá o nome, e auxilia à fertilidade e beleza destes terrenos.
Foi já no século XX que Ribeira Grande ganha uma maior importância, tornando-se
no centro económico mais importante do norte da Ilha, com novas unidades
agrícolas, comerciais e também industriais. Esta é uma região
de grande legado natural e também arquitetónico, apresentando o centro urbano
de Ribeira Grande uma graciosidade de grande encanto, com o seu típico casario,
a sua herança gótica/manuelina e também monumentos como o bonito e típico
edifício dos Paços do Concelho do século XVII, a fantástica Igreja do Espírito
Santo, ou Igreja da Misericórdia ou do Senhor dos Passos, provavelmente do
século XVIII, a Igreja da Estrela ou mesmo o popular Aqueduto. Pela região
encontram-se algumas notáveis casas apalaçadas e senhoriais, que atestam o
poderio económico deste território, como é o caso da atual Casa da Cultura,
sita no belo Solar de São Vicente. A Reserva Natural do Vale das Lombadas demonstra a beleza
única destas paragens, onde se situam as nascentes das muito apreciadas águas. A nível de
artesanato destacam-se as flores de escamas de peixe, de papel, de penas ou de
pano, os capachos de folhas de milho e espadana, os trabalhos de vime, os
bordados de linho, os bonecos de folhelho de milho com trajes tradicionais, as
colchas coloridas tecidas manualmente e os barretes de lã. Ainda no aspeto
cultural, são de referir o museu etnográfico, com uma exposição de obras em
basalto, e a casa da cultura, que se encontra no edifício restaurado do Solar
de S. Vicente (século XVII), com azulejos dos séculos XVI a XX, artesanato da
ilha e uma velha barbearia.
Câmara Municipal da Ribeira Grande apresenta-se como um imóvel de grandes dimensões com uma data de
construção que se estendeu do século
XVI ao século XVII. E apresenta uma escadaria exterior e uma alta torre do relógio,
elementos característicos às construções municipais dessa época, sendo
atravessado pela via publica que lhe passa por debaixo através de uma arcada. No interior deste edifício é
possível observar-se a antiga pedra do Pelourinho,
bem como uma coleção de retratos dos Chefes-de-Estado de Portugal que se inicia com a rainha D. Maria II de Portugal e vem até ao
presente. A fundação desta câmara data de 4
de Agosto de 1507 e
a primeira ata de sessão camarária conservada no arquivo municipal data de 5 de Janeiro de 1555.
Igreja do
Espírito Santo, foi em 1522 que
se levantou a Casa do Espírito Santo junto da qual se instalaria depois o Hospital da Santa Casa da Misericórdia
da Ribeira Grande. A Misericórdia foi fundada em 1592, com base nessa capela junto à praça, por iniciativa da
Câmara Municipal e do povo, instituição que seria confirmada pelo bispo de
Angra e por Alvará Régio em
fevereiro de 1593. O Hospital da
Santa Casa ocuparia a casa anexa, onde atualmente se encontra a Repartição das
Finanças, até ao ano de 1834,
época em que o Convento de São Francisco daquela vila ficou vago com a extinção
das ordens religiosas masculinas no país. Em meados do século XVII o primitivo templo foi objeto de
reconstrução, de que resultou a atual Igreja
da Misericórdia, a qual ainda hoje se encontra de pé como um belo exemplo da arquitetura
regional dessa época, principalmente no que toca à sua fachada, muito
valorizada por obra de cantaria executada por canteiros do próprio concelho.
Praia dos Moinhos e as Termas
das Caldeiras da Ribeira Grande são
um conjunto termal tendo como data de construção o séc. XIX. Apresentam-se como um
conjunto paisagístico formado num vale atravessado
por uma ribeira e envolvido por vegetação de espécies típicas das florestas da Laurissilva.
Na zona central do vale encontra-se uma caldeira de águas ferventes de grandes
dimensões, cujas águas em tons azul claro estão em contínua ebulição com a
consequente desgaseificação para o meio ambiente. No edifício termal do séc.
XIX e no outro lado da via, existe uma "fumarola" junto à qual foi
construído de três tanques de pedra para receberem água quente natural e
grelhadores para refeições ao ar livre. No ponto mais elevado deste conjunto arquitetónico
existe uma ermida que foi rodeada de um adro, local de
onde é possível avistar todo o conjunto termal. As construções existentes foram
edificadas em alvenaria de pedra rebocada e pintada a branco.
No edifício principal das termas é possível ler-se a inscrição:
"1811". No frontão da
ermida: "1850". Numa das casas habitadas lê-se a inscrição:
"1879".
Entretanto
chegamos à Fábrica dos Licores
conhecida como “Mulher de Capote”, representando hoje em dia uma das maiores indústrias
do ramo, premiada já com cinco medalhas de ouro. Durante a visita tivemos o
prazer de degustar os seus licores e fazer compras.
Fundada em 1993, a Fábrica
de Licores Eduardo Ferreira & Filhos Lda., dedica-se ao
fabrico e comercialização de bebidas alcoólicas, ou seja a produção de licores
de frutos naturais, aguardentes e outros produtos
alcoólicos. As marcas Ezequiel, Mulher de Capote, Queen of
the Islands, entre outras, são propriedade registada desta empresa. Destacamos
o Licor de Maracujá Ezequiel, Licor
de Natas, Licor de Anis e os
variados Licores de frutos naturais.
Em
seguida saímos em direção à Maia.
Chegados
à entrada da Fábrica de Chá Gorreana,
tiramos uma fotografia de grupo.
Visitamos
a Fábrica e as suas plantações (únicas na Europa), onde a nossa guia Daniela explicou tudo sobre a mesma.
A Fábrica de Chá Gorreana localiza-se no lugar de Gorreana,
freguesia da Maia, concelho de Ribeira Grande. Alguns estudiosos
sustentam que a "Camellia sinensis", planta que está na origem
do chá verde e do chá
preto, foi introduzida nos Açores, em 1750,
transportada pelas naus que retornavam do Oriente. Na área da
Gorreana, o solo argiloso e ácido permitiu a obtenção de um chá perfumado e de
travo agradável. O chá ali produzido, numa propriedade de 75 hectares, é
valorizado por ser um produto ecológico, livre de pesticidas, herbicidas e
fungicidas. A Gorreana detém o título de mais antiga fábrica de chá da Europa,
já que começou a produzi-lo em 1883.
Provamos os diversos chás que aqui são produzidos. Estão servidos em máquinas –
de quente e frio – e chávenas para todos os visitantes usarem.
À
saída da fábrica, podemos admirar os campos de chá e, ao passar pela loja,
compramos os pacotes de chá. Na fábrica da Gorreana são produzidos o chá preto
(mais estimulante) e o chá verde (mais relaxante). Dentro do chá preto: tem o
Pekoe (com maior teor de teína); o aromático Orange Pekoe, com menos teína; e o
Broken Leaf, que é o que tem menos de teína de todos. Nos chás verdes, a
Gorreana tem o chá verde tradicional e o chá verde especial (mais aromático).
Seguimos
para o miradouro Pico de Ferro, para
podermos observar a enorme cratera vulcânica onde se encontra a Lagoa das Furnas.
Miradouro
do Pico do Ferro, encontra-se
a uma cota de altitude que ronda os 570 metros. Oferece uma imensa vista sobre
a vasta cratera vulcânica do Vale das Furnas, a Lagoa das Furnas destaca-se a direita do miradouro e o vale abra-se
a esquerda. É ainda possível observar toda a área montanhosa circundante.
Lagoa das
Furnas está relacionada com a formação
vulcânica das Furnas. Encontra-se
a uma cota de altitude que ronda os 600 metros. Encontra-se rodeada um
abundante vegetação macaronésica,
além de igualmente abundantes manifestações vulcânicas do tipo Fumarola, sulfatara e caldeiras de águas ferventes.
Nas
margens desta lagoa e devido às águas ferventes vulcânicas fazem-se os
tradicionais Cozidos. Assistimos ao desenterro do cozido,
que esteve a cozer debaixo da terra durante 6 horas.
Em
seguida tivemos o almoço – Cozido Açoriano – no Restaurante
Vale das Furnas.
O Cozido das
Furnas é um dos pratos tradicionais mais emblemáticos da ilha de S. Miguel,
sendo cozido nas caldeiras naturais da Lagoa das Furnas. Para o confecionar, os
vários ingredientes são colocados numa panela, que é submersa na terra junto às
caldeiras, sendo cozinhado pelo calor natural emanado da atividade vulcânica.
Este cozido fica com o sabor característico, pois que sobressai um certo paladar a enxofre, próprio das matérias vulcânicas, mas não deixará de ser um cozido à moda das Furnas…
Este cozido fica com o sabor característico, pois que sobressai um certo paladar a enxofre, próprio das matérias vulcânicas, mas não deixará de ser um cozido à moda das Furnas…
E o
cozido estava tão bom, tão bom, que houve quem utilizasse 2 garfos para comer
mais depressa…
Após
o almoço seguimos para o Vale das Furnas,
uma das regiões hidrológicas mais ricas da Europa. Conhecemos algumas das fontes
termais e as suas caldeiras que estão numa área vulcânica que tem diversas
manifestações, onde brotam geiseres de água a ferver e lamas medicinais.
Em
seguida visitamos o Parque Terra Nostra,
onde existe uma grande variedade de espécies botânicas e uma piscina termal.
Parque Terra Nostra é um jardim botânico localizado no Vale das Furnas, que encerra uma das
maiores coleções do mundo de camélias, tendo mais de 600 genros diferentes e
também a maior coleção da Europa de Cicas.
Ali se pode visitar a
Casa do Parque e a piscina de água férrea vulcânica e natural de cor castanha e cuja
temperatura ronda os 25 graus, sendo a piscina forrada a pedra de cantaria e plantas novas plantas exóticas de
forma a aumentar o número de espécies existentes.
Este parque foi
considerado um dos mais bonitos do mundo pela revista Condé Nast Travel das Condé Nast Publications.
Enquanto
estávamos à espera do autocarro deparamo-nos com um painel de azulejos com a
inscrição do Hino do Vale das Furnas, que por curiosidade a seguir transcrevo:
Hino do Vale das Furnas
Entre montanhas cavada
Sorri a Pátria das flores
Terra nossa muito amada
Ninho dos nossos amores
Sorri a Pátria das flores
Terra nossa muito amada
Ninho dos nossos amores
Coro
Ò Furnas! Terra de encanto
Ò Furnas! Terra de encanto
Onde vivemos tão bem!
Temos-lhe um afecto santo
Que os bons filhos Têm à mãe
Temos-lhe um afecto santo
Que os bons filhos Têm à mãe
Linda estância presenteira
Florido berço mimoso
O Senhor te faça herdeira
De um provir mais venturoso
Florido berço mimoso
O Senhor te faça herdeira
De um provir mais venturoso
Se algum dia ao teu enleio
Negra sorte me arrancar
Negra sorte me arrancar
Permita Deus que ao teu seio
Possa em breve regressar
Possa em breve regressar
A nossa terra piedosa
De Santa Ana se nomeia
Mãe de Deus bondosa
Abençoa a nossa aldeia
De Santa Ana se nomeia
Mãe de Deus bondosa
Abençoa a nossa aldeia
Letra do
padre José Jacinto Botelho
Regressamos
então ao hotel, maravilhados com tanta beleza que nos foi dado a desfrutar. Às
07H30 foi-nos servido o jantar em buffet e em seguida os nossos quartos esperavam-nos
para uma noite de descanso merecido.
3º DIA – Domingo - 10 de Maio de 2015
O pequeno-almoço foi a partir das
07H45 para que a saída fosse às 09H00. Saímos do hotel, a pé, em direção a Ponta Delgada, capital da ilha e cidade
moderna com uma vasta história rodeada pela sua esplêndida natureza.
Acompanhou-nos a nossa guia, que nos
deixou perto das Portas da Cidade. A
manhã ficava até ao almoço por nossa conta para podermos visitar algum do
património histórico.
Ponta Delgada é a cidade capital da ilha de São Miguel, com mais de
cinco séculos de existência. A primeira capital foi Vila Franca do Campo, que
perdeu essa condição após ter sido soterrada na sequência de um violento
terramoto sentido em 1522. Recentemente (2008), a sua linha de costa foi
ampliada com a inauguração das "Portas do Mar", projeto
composto por um amplo parque de
estacionamento subterrâneo; vários espaços comerciais, diversos restaurantes e esplanadas; um porto para cruzeiros e uma gare marítima;
um pavilhão multiusos; uma marina; um anfiteatro ao ar livre; piscinas
naturais; variados locais para
diversão noturna.
Pelo caminho encontramos um grupo de homens a preparar a decoração da rua
por onde a procissão iria passar.
Iniciamos a
nossa visita em direção ao Convento de Nossa
Senhora da Esperança, onde estava acontecer uma missa campal integrada nas festas do Senhor Santo
Cristo dos Milagres.
O Convento de Nossa Senhora da Esperança, de fundação quinhentista,
com um rico retábulo em talha dourada em
estilo barroco e o coro baixo, decorado com um conjunto
de azulejos, mantém as suas atividades religiosas até aos nossos dias.
Aqui se encontra o Santuário
do Senhor Santo Cristo dos Milagres, da mais elevada devoção para o
povo açoriano, e um tesouro de arte sacra dos mais importantes do
País. A construção da Igreja de Nossa Senhora da Esperança, bem como a do
Convento que lhe está anexo, foi iniciada antes de 1535. Quando
ingressaram neste convento as primeiras freiras, vindas do Convento da
Caloura, de Água de Pau, trouxeram consigo a imagem do Senhor Santo
Cristo dos Milagres. Esta imagem, na segunda metade do séc. XVII, seria
revelada ao culto, por iniciativa de Madre Teresa da Anunciada.
Aproveitamos para apreciar as decorações, dar uma volta pelo Campo de São Francisco e ver as
tasquinhas e outras barracas existentes.
Estivemos junto ao Forte de São Brás, também referido como Castelo
de São Brás, é considerado o mais importante exemplar de arquitetura
militar do séc. XVI e a mais poderosa fortificação da ilha, foi
erguido sobre uma ponta no primitivo ancoradouro de Ponta Delgada, com a
função de sua defesa contra os ataques de
piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do Oceano
Atlântico. Atualmente serve de quartel-general da Zona Militar dos
Açores e foi destinado a abrigar um Museu Militar, instalado em 1999.
Regressamos na direção das Portas da Cidade, verdadeiro ex-libris de Ponta Delgada com os seus três imponentes
arcos construídos no século XVIII.
Ali numas
das ruas refrescamo-nos pois que o dia estava quente.
Visitamos a Igreja Matriz de São Sebastião, padroeiro da cidade, erguida após uma grande peste.
Ao longo dos séculos a edificação sofreu profundas transformações, típico
do estilo gótico, com detalhes manuelinos e, posteriormente, barrocos.
No séc. XVI, a torre sineira erguia-se no ângulo Nordeste. O altar-mor era
inteiramente em talha dourada, havendo nele riquíssimos panos de azulejos.
Entre as capelas, destacam-se a de Nossa Senhora do Rosário.
Em seguida fomos
na direção da marina onde foi o nosso almoço no Restaurante “Convés” com uma decoração que faz lembrar o mar, que
está ali mesmo ao lado. Este espaço de cozinha regional está situado nas Portas
do Mar, com especialidades de peixes e mariscos locais, grelhados, mas também
não esquecendo as carnes. O nosso grupo teve direito a um serviço de buffet.
A seguir ao
almoço tivemos a tarde livre para desfrutar das Festas
de Santo Cristo, mais precisamente
da procissão.
Festas do Senhor Santo Cristo
As Festas do Santo Cristo realizam-se desde 1700 no quinto domingo
depois da Páscoa. A procissão de domingo percorre as ruas da cidade com uma
imagem do “Ecce Homo” com mais de 400 anos, oferecida às freiras clarissas pelo
Papa Paulo III.
Trata-se de uma imagem entalhada em madeira sob a forma de relicário/sacrário, de autor
desconhecido, em estilo
renascentista, representando o "Ecce Homo", isto é o episódio
do martírio de Jesus Cristo em que este é apresentado à multidão,
na varanda do Pretório, acabado
de flagelar, de punhos atados e
torso despido, com a coroa de espinhos e
os ombros cobertos pelo manto púrpura. O autor representou, com grande senso
artístico, o contraste entre a violência infligida ao corpo de Cristo (matéria)
e a serenidade do rosto, nomeadamente do olhar (espírito). As festas em honra
do Senhor Santo Cristo dos Milagres, constituem a maior e mais antiga devoção que se realiza no país, e que só
encontra paralelo com a devoção popular expressa no Santuário da Mãe Soberana, em Loulé, e, a partir do séc. XX, nas celebrações em honra de Nossa Senhora de Fátima.
A devoção atrai, anualmente, milhares de açorianos e seus
descendentes, de todas as ilhas e do exterior, uma vez que é um momento
escolhido por muitos emigrantes para visitarem a sua terra natal. O tesouro do Senhor Santo Cristo compreende um
vasto conjunto de peças de joalharia e ourivesaria que adornam a imagem, bem como as suas
múltiplas capas, decoradas com
fios de ouro e prata, e adornadas com inúmeras joias. Trata-se de um dos maiores
tesouros da península Ibérica,
que conta com magníficos exemplares de joalharia portuguesa da segunda metade
do séc. XVIII, e para o qual contribuíram, ao longo dos séculos, os donativos
de muitos crentes, de elementos da fidalguia e mesmo da Coroa portuguesa, muitas vezes como
cumprimento de promessas feitas. As capas, de cor vermelha, que cobrem a imagem
são, em grande número, oferta dos crentes, alguns deles já emigrados.
Acredita-se no poder milagroso das mesmas ao cobrirem uma pessoa enferma.
Regressamos ao hotel onde o jantar
nos foi servido novamente em buffet. Como estavamos cansados por todo o dia
andarmos a pé decidimos ir descansar.
4º DIA – Segunda-Feira - 11 de Maio de
2015
Depois
do pequeno-almoço, realizamos uma panorâmica pela costa norte (Nordeste),
região agreste da ilha, na qual podemos admirar os seus encantos: a Ribeira dos
Caldeirões, Ponta do Sossego, Ponta da Madrugada, etc…
O Miradouro da Ponta da Madrugada de onde se obtém uma vista imensa
sobre a costa norte da ilha e
sobre parte das montanhas. Daqui,
avista-se na distância a Fajã do
Lombo Gordo e a Ponta da
Marquesa. Toda esta área encontra-se povoada por uma rica cobertura florestal onde predomina a Laurissilva típica da Macaronésia.
Foi
pena não podermos apreciar esta paisagem pois estava a chover com bastante
intensidade.
Seguimos
para a Ribeira dos Caldeirões que é um curso de água que tem um grande número de afluentes, na sua maioria com início a
uma cota de altitude que ronda os 900 metros no Planalto
dos Graminhais. A sua bacia hidrográfica drena além de parte dos contrafortes
do Planalto dos Graminhais, parte das encostas da elevação Espigão da Festa. Nesta ribeira
encontra-se o Parque Natural dos
Caldeirões.
Estava
a chover com alguma intensidade, mas não deixamos de fazer uma visita e tirar
fotografias.
O Miradouro da Ponta do Sossego oferece uma vista ampla sobre a costa norte da ilha bem como sobre parte das montanhas do Nordeste. Daqui avista-se a Fajã do Araújo, a Ponta da Madrugada e a Ponta da Marquesa. Este miradouro
é em parte ajardinado não só com plantas de flor mas também com flora endémica típica da Macaronésia. Sendo possível merendar à
sombra de telheiros de colmo.
Foi
aqui debaixo destes telheiros que nos recolhemos da chuva que ainda teimosamente
caía, para apreciarmos de alguma forma a paisagem e tirar fotografias.
Seguiu-se
a visita a Nordeste, uma vila
onde existem muitos pontos turísticos que permitem avistar paisagens
panorâmicas para o mar. O Nordeste é muito conhecido pela sua vegetação e
pelas lindas flores como as hortênsias ou as azáleas que
enfeitam as estradas do concelho. Aqui se localiza o Pico da Vara, ponto
mais alto da ilha de São Miguel, com cerca de 1100 metros de altitude. O seu
relevo é de carácter montanhoso, recortado por ribeiras que deslizam por entre
a vegetação. Com uma extensão aproximada de 1982 hectares, incorpora uma grande
quantidade de vegetação endémica e típica da Macaronésia, assim
como todo um conjunto de flora rara e de grande valor. Do Pico
da Vara, miradouro natural, daqui se consegue ter uma impressionante panorâmica
sobre grande parte da ilha, com destaque para o Planalto dos Graminhais,
o Pico Verde e a Serra da Tronqueira, a sul, e as encostas
da caldeira das Furnas e as serras de Água de Pau e Devassa,
a oeste.
Depois
da visita a Nordeste fomos almoçar em regime de buffet, a comida era ótima.
Seguiu-se
a visita à Lagoa do Fogo, onde apreciamos uma das panorâmicas mais
impressionantes da costa norte e sul da ilha.
A Lagoa
do Fogo é uma das maiores lagoas dos Açores e a
segunda maior da Ilha de São Miguel, e é classificada
desde 1974 como reserva natural. Faz parte integrante
da Rede Natura 2000, pelo facto de ter sido classificada como zona
especial de conservação, aprovado por Decisão da Comissão Europeia no dia
28 de Dezembro de 2001. O vulcão do Fogo dá forma ao grande maciço
vulcânico da Serra de Água de Pau, localizado na zona central da Ilha
de São Miguel. Toda esta zona é rodeado por uma densa e exuberante vegetação
endémica. A caldeira vulcânica, tal como o vulcão, que lhe deu forma, é a
mais jovem da Ilha de São Miguel e ter-se-á formado há cerca de 15 000 anos.
Esta lagoa, é também a mais alta da Ilha de São Miguel, facto que se deve a se
encontrar no cimo de uma montanha cujo ponto mais alto se eleva a 949
metros. Localiza-se no topo do grande vulcão do Fogo, também conhecido
como vulcão de Água de Pau.
A seguir
fizemos a visita à Cascata da Caldeira
Velha, uma reserva da biosfera de grande importância
para a botânica e faunas típicas das Florestas da Laurisilva,
dada a grande diversidade de espécies e
a elevada abundância de fetos
arbóreos que povoam este Monumento natural, principalmente devido ao clima
muito próprio que estimulou o aparecimento de associações de vegetação natural
e floresta de espécies exóticas. Caracteriza-se também pelas suas caraterísticas
geológicas uma vez que que forças telúricas se
fizeram sentir aqui em tempos geologicamente recentes com grande intensidade. O
seu relevo acidentado profundamente encaixado na montanha do Pico do Fogo,
aliado a uma ribeira com pequenos açudes e
abundantes caudais em determinadas épocas do ano.
Os Açudes,
devido à temperatura da água e a suas características medicinais são utilizadas
há séculos para banhos. Esta ribeira é alimentada por nascentes de água quente
de origem
termal que caem formando cascatas com
água acastanhada devido à grande abundância de ferro existente na
água. É de salientar a abundância de caldeiras, fumarolas e afloramentos
rochosos de cores variadas. O seu ponto de maior altitude encontra-se nos
628 metros e
faz parte dos contrafortes do Vulcão
do Fogo, cuja cratera se encontra alojada a Lagoa
do Fogo.
Regressamos então a Ponta Delgada onde tivemos a
oportunidade de ainda poder visitar o Convento de Nossa Senhora da Esperança e o Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres com toda a
espetacular iluminação que ainda naquele dia estava acesa, com mais
de 166 mil lâmpadas, mais duas mil do que em 2014.
Ali tiramos fotografias ainda de dia e com as
luzes apagadas, mas mesmo assim com uma decoração maravilhosa.
Decidimos ainda ali voltar depois do jantar já
com as iluminações acesas.
O jantar deste dia era livre. Sabíamos que alguns dos nossos companheiros de
viagem estavam a pensar ir jantar às tasquinhas. Decidimos não ir às
tasquinhas. Pensamos ir jantar ao Restaurante “Tasca”. Outros dos nossos
companheiros de viagem optaram por outros locais. Disseram-nos entretanto que
tínhamos abandonado o espírito de grupo. Não sei porquê. Anteriormente alguém
nos perguntou se queríamos ir jantar às tasquinhas? Afinal o jantar era livre
ou não?
Nós fomos jantar ao Restaurante “Tasca”, que
tem comida tradicional das ilhas e é um
bom local para beber um bom vinho na companhia dos amigos. Mais do que um
restaurante, A Tasca assume-se como um espaço de mistura de sabores e gerações.
A aposta recai numa ementa caseira e à base de produtos regionais. Tasca está localizado na Rua do
Aljube, junto à rua principal da Rua da Misericórdia, no coração do centro da
cidade de Ponta Delgada.
Finamente as lapas…
E o atum…
E a costela grelhada…
E os maracujás
O interior tem um pouco de um bar com um chão de pedra, muitas
mesas de madeira e cadeiras e prateleiras exibindo dezenas de garrafas de vinho
local. O menu apresenta uma extensa
seleção de pratos de tapas, especialidades locais, frutos do mar e pratos de
carne.
Depois do jantar, tal como tínhamos combinado, voltamos ao Campo de São Francisco, para tirarmos as fotografias às iluminações.
O
reflexo…
Regressamos ao hotel
pelas 23H30.
5º
DIA – Terça-Feira - 12 de Maio de 2015
Depois
do pequeno-almoço, saímos para uma visita pelas redondezas do hotel e fazer
umas compras.
O
almoço novamente foi livre e fizemo-lo junto aos companheiros que estavam por
perto.
Às 18H30
saímos em direção ao aeroporto para formalidades de embarque. Às 20H00
iniciámos a nossa viagem de regresso a PORTUGAL CONTINENTAL. Chegada ao
aeroporto às 23H20, hora do continente, mais uma que nos Açores. Continuação da
viagem em autocarro, em direção aos nossos lugares de origem. Chegada perto das
02H30.
FIM
DA VIAGEM…