quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Passeio a Barcelona - V

5º DIA - 6ª feira

Neste dia fizemos uma trégua ao levantar muito cedo e ao andar depressa.
Fomos tomar o pequeno-almoço por volta das 09H30.
Em seguida recolhemos aos nossos quartos para acabarmos de arrumar as malas, para que antes de sairmos do hotel deixarmos livres os quartos. As nossas bagagens foram guardadas em lugar próprio pelo hotel, até sairmos ao fim do dia para o aeroporto.
Passámos mais uma vez pela bonita Plaça Reial, para assim fazermos uma despedida deste local.
Posto isto, fomos mais uma vez até às Ramblas, neste dia a partir da manhã, parecendo uma falta de originalidade, mas é sempre um passeio maravilhoso.
Mesmo que a tenhamos percorrido várias vezes, que não é o caso, sempre mantemos uma fascinação igual à primeira vez.

Apesar de ter sido a minha terceira visita a Barcelona, ela me parece mais bonita e mais acolhedora.
Nas Ramblas o ambiente é único pela imensidade de diversidade de pessoas por quem nos cruzamos, pelas tendas de flores, pelos pintores e artistas que ali mostram as suas obras, as barracas de frutas, sumos, doces e gelados e pelas famosas estátuas humanas.
Caminhámos pelas Ramblas até ao seu final, na direção do mar. Chegámos ao Passeig de Colom que é o nome de uma ampla Avenida ladeada de palmeiras, onde podemos apreciar o Monumento a Colom, uma homenagem ao descobridor Cristóvão Colombo.
Medindo sete metros de altura, está situada no alto de uma coluna de ferro de 53 metros. Na estátua o Colombo está com o braço direito estendido e o dedo indicador apontado até o mar.
E foi junto ao mar que atravessamos a ponte chamada La Rambla Del Mar e nos levou até ao shopping Maremagnum.

A Rambla do Mar é uma passarela de madeira sobre o mar que é a continuação da Rambla propriamente dita. Foi projetada pelos arquitetos Helio Piñón e Albert Viapana e foi inaugurada em 1994.
O Maremagnum é um shopping center localizado ao lado do mar, no Port Vell, um lugar bastante bonito e visitado pelos turistas que visitam a cidade, numa zona revitalizada do porto antigo.
Depois de tomarmos um aperitivo, subimos até ao segundo andar do shopping, onde tivemos uma bonita vista da marina com as suas embarcações.

A hora do almoço chegou e decidimos almoçar no Restaurante El Chipiron, que tem vista para o porto, numa localização excelente.
Este restaurante é especializado em frutos do mar. Escolhemos paella de marisco, que estava saborosa.
O serviço foi ótimo e os funcionários simpáticos. Apreciámos o almoço, o local e com um dia bonito, tudo esteve perfeito.
Por tudo aquilo que passámos e com a felicidade de ver e visitar, Barcelona mostrou-se um local incrível, tão somente por andarmos pelas ruas. Voltámos novamente às Ramblas, então na direção da Plaça Catalunya. 
Começámos por encontrar as estátuas humanas, àquela hora ainda estavam poucas, mas eram boas. A seguir os pintores, os desenhistas e os caricaturistas.
Fomos subindo, passámos em frente ao Mercado Boqueria e mais acima chegámos à Pla de l’Ós, onde sobressai uma pintura colorida na calçada, o mosaico de Joan Miró, também conhecido como pavimento Miró. Foi inaugurado em 23 de dezembro de 1976 e pretende dar as boas-vindas aos visitantes de Barcelona.
Um pouco mais a frente, encontramos o Teatro do Liceu, construído no século XIX.
Neste ponto, entramos na rua Nou de la Rambla, onde está o Palau Güel. Uma casa reformada por Gaudí entre 1885 a 1889. Apenas demorámos o suficiente para tirar umas fotografias à fachada, que apresenta portões em arco parabólico com padrões de ferro forjado. 
É parte do Património Mundial da UNESCO "Obras de Antoni Gaudí".

Estava calor e a tarde já começava a cair. Dirigimo-nos para a Carrer Ferran, do lado direito está a Plaza Real, do século XIX, um lugar mais tranquilo durante o dia que à noite. O movimento àquela hora já aumentava. A praça está rodeada de restaurantes, bares, vários hostel e discotescas. No meio da praça, encontramos as duas luminárias feitas por Gaudí. Já tínhamos visitado esta praça no nosso primeiro dia de Barcelona.

Entrámos no Hotel Rialto, para descansarmos um pouco na sala de visitas, antes de nos prepararmos para nos dirigirmos ao local onde o transfer nos iria apanhar.
Estivemos na “Cafeteria Cerveseria Fernando” a comer uma “bucha”, antes de partirmos.

Pelas 19H45, dissemos adeus ao Hotel Rialto e à Carrer Ferran. Dirigimo-nos para as Ramblas, junto ao Teatro Liceu, onde o transfer pelas 20H05, nos haveria de apanhar para nos levar ao aeroporto

Já passava das 20H30, quando optámos por apanhar um táxi que nos transportou para o aeroporto, já que o transfer não apareceu.
Eram cerca das 21H30, estávamos a chegar ao aeroporto, quando recebemos um telefonema do motorista do transfer a avisar-nos de que estava atrasado para nos ir buscar. Nem queríamos acreditar…
Mas estávamos descansados pois já não precisávamos deles.
Em seguida dirigimo-nos a um dos balcões do aeroporto para fazermos o check-in e entregar as nossas malas para o porão. Os números dos nossos lugares no avião foram: 16A - 16B - 16C - 16D - 16E - 16F.
Adeus Barcelona, até um dia!

O nosso voo TP1031, para o Porto, estava previsto para as 23H15 (hora local), o que aconteceu com cerca de 02H00 de atraso. A meio da viagem foi servido uma ligeira refeição. A chegada prevista para as 23H55 (hora local), foi assim perto das 02H00 (hora local).

NOTA FINAL: Esta viagem foi fantástica, apesar de alguns percalços que nos aconteceram, e que foram ultrapassados.
Uma viagem em grupo implica sempre algum comprometimento e tolerância. Pessoas diferentes, significam vontades diferentes. É preciso criar um espírito de grupo e respeitar as diferenças e os desejos de todos. É também importante chegar a consensos relativamente aos locais a visitar, aos restaurantes onde se come e à forma como se organizam os dias.
Agora que regressámos a casa, é bom recordar a viagem, os locais que visitámos, as pessoas com quem contatámos e a sua cultura.
Para manter as memórias dos locais que visitámos, faço sempre um apanhado da viagem, descrevendo-a o mais pormenorizada possível. É o que acontece neste presente relato.
Procuro também trazer algumas recordações, que ajudam a memória, tais como: postais (que coleciono), alguns tickets de restaurantes, de transportes ou entradas em museus e desdobráveis ou guias técnicos dos locais que visito.
É claro que não posso esquecer de tirar muitas fotografias, registando tudo o que vejo e serve também para um dia recordar, os momentos e os lugares inesquecíveis por onde passo.
Desta viagem o que guardo de mais precioso são as recordações de todos os momentos e experiências que vivemos e partilhamos.
Criámos entre nós um ambiente fantástico de amizade, companheirismo e diversão.

Passeio soberbo!

Até à próxima!

Passeio a Barcelona - IV

4º DIA - 5ª feira

O dia começou tranquilo, tomámos o pequeno-almoço pelas 09H00, sem pressa e saímos do hotel cerca das 09H30 na direção da Plaça Sant Jaume.
Iniciámos o nosso passeio pelo bairro gótico, que é o núcleo mais antigo da cidade, parte da Ciutat Vella (Cidade Velha) e o seu centro histórico.
Passamos pelo Arco Gótico, que é uma ponte de pedra em arco localizada na Carrer del Bisbe e une a Casa dos Cónegos e o Palau de la Generalitat.
É um dos ex-libris deste local e pelo seu interesse é bastante fotografada pelos turistas. A arquitetura da ponte e suas esculturas são incríveis. Figuras encapuzadas, anjos e caveiras ornamentam o arco.
Pelo caminho passamos pelo Arcebispado de Barcelona até ao largo onde se situa a Catedral de la Santa Cruz e Santa Eulalia, em estilo gótico e sede do arcebispado. Não visitámos a Catedral porque já o tínhamos feito no nosso primeiro dia em Barcelona.
Embrenhámo-nos por este bairro medieval pitoresco, com suas ruas estreitas.
Foi uma viagem no tempo, um mergulho na história da capital catalã.

Dirigimo-nos então, para a Plaça del Catalunya para comprar bilhetes do autocarro turístico, para o 3º dia de visitas, especialmente para percorrermos a Rute Verde, para visitarmos a Sagrada Família e o Tibidabo.
Eram perto das 11H00 da manhã, quando saímos no autocarro.
Por volta das 12H00, chegámos à paragem da Sagrada Família. Aproveitamos para tirar fotografias, muitas fotografias, ao exterior.

Como tínhamos a entrada marcada para as 15H15/15H30, decidimos procurar um local para almoçarmos.
A nossa escolha recaiu no Restaurante Aitor, na calle Sardenya, bem perto da Sagrada Família.
Tradição basca, no Restaurante Aitor!
Ótimo ambiente com decoração agradável e acolhedora, menu tradicional e boa caña (cerveja). Serviço simpático, rápido e educado. Almoçámos satisfeitos com a escolha.

Um pouco de história
O Temple Expiatori de la Sagrada Família é uma das obras mais emblemáticas do génio do modernismo catalão Antoni Gaudí. O projeto original da Sagrada Família, no estilo neogótico, foi feito pelo arquiteto Francisco de Paula del Villar (1828-1901). Em 1883, aos 31 anos, Gaudí assumiu a obra e esteve a frente dela até a data da sua morte, em 1926. Gaudí não abandonou a obra da Sagrada Família durante 43 anos, nos quais pensou e repensou o projeto do templo. Gaudí queria que o templo fosse um grande monumento a Deus, mas também um ponto de referência em Barcelona. Quando herdou o projeto original, Gaudí construiu a cripta e começou o trabalho na abside e no claustro. Porém, a chegada de uma grande doação anónima levou o arquiteto a abandonar o projeto neogótico para criar um novo projeto, grandioso e inovador. Em 1892 Gaudí começou a trabalhar na fachada do Naixement (Natividade). Muito mais tarde, em 1911, elaborou o projeto da fachada da Passió (Paixão). Em 1923, a solução definitiva para as naves e as cobertas ficou pronta. Na verdade, só a partir de 1914, Gaudí passou a se dedicar por completo ao templo. Essa dedicação total de Gaudí à Sagrada Família está presente no fato de não existirem outras obras importantes de sua autoria nos últimos 12 anos de sua vida. Seu comprometimento com a obra foi tal que passou a morar no templo, durante os últimos meses da sua vida. Gaudí morreu em 10 de junho de 1926, três dias depois de ter sido atropelado por um autocarro. Foi enterrado na capela del Carme, na cripta do templo. Gaudí sabia que não veria a conclusão da Sagrada Família. As obras avançavam muito devagar e o artista já tinha afirmado “outros virão depois de mim. O que é necessário é conservar sempre o espírito da obra.”
Após a morte de Gaudí, a direção da obra foi transferida para Domènec Sugrañes, seu íntimo colaborador, que tocou a construção até 1938. Depois vieram outros colaboradores de Gaudí, que tiveram contato direto com o arquiteto. A partir de 1984 Jordi Bonet Armengol é o responsável pela obra, tentando respeitar sempre a ideia original de Gaudí. Em 7 de novembro de 2010, o papa Bento XVI consagrou o templo, que foi declarado Basílica menor.
Às 15H00, dirigimo-nos para a entrada da Sagrada Família, onde tivemos acesso à hora marcada.
Fomos visitar a Sagrada Família!
Entramos no templo pela Fachada da Natividade, que fica no Carrer de la Marina.
Podemos observar formas orgânicas e também elementos como: folhas, animais e frutas. Nas laterais da porta central, há tartarugas na base das colunas. Esta fachada foi terminada ainda antes da morte de Gaudí e tem tem três portas:
Porta de la Caritat (da Caridade), no meio, estão representadas cenas do nascimento de Jesus. No alto da coluna aparece a estrela do Natal, a Anunciação, e a coroação da virgem em um nível superior;
Porta de l’Esperança, na esquerda, é dedicada a São José e aparece também a matança dos santos inocentes e a fuga para Egito.
Porta de la Fé, na direita, aparece o jovem São José trabalhando, a visita de María a Isabel e a apresentação de Jesus ao templo. A mão com o olho no meio representa a Divina Providência, o Deus que tudo vê.

É emocionante e surpreendente o exterior deste imponente templo da Sagrada Família, mas o seu interior impressiona. Quando entramos ficámos maravilhados com a quantidade, dimensão e colorido dos vitrais.
O principal representa a ressurreição e os laterais simbolizam santos e santuários. As colunas descomunais onde se apoia o templo são como troncos de árvores, por onde os raios de sol se infiltram como numa floresta.
Gaudí novamente se inspirou na natureza combinando harmoniosamente o estético e o funcional. O claustro da Sagrada Família é diferente de todos os outros que já vi.
Podia ficar horas na Catedral e penso que não me cansava de admirar cada recanto, cada pormenor que aparece sempre diferente dos outros. É impossível ver tudo. Tive a sensação que vi muito, mas também que não vi quase nada. Não tive vontade de ir embora. Valeu cada minuto!
Saímos para o exterior, mas ainda dentro do recinto do templo, pela Fachada da Paixão, que fica virada para a Carrer Sardenya. Ela foi toda construída depois da morte de Gaudí, por Josep Maria Subirachs (falecido em abril de 2014), no seu estilo pessoal, mas inspirando em Gaudí.
Nesta fachada podemos ver guerreiros cujas cabeças lembram muito as chaminés de La Pedrera e imagens representando os últimos dias da vida de Jesus. As seis colunas onde se apoia a fachada foram inspiradas nos troncos das gigantescas sequoias americanas. A Fachada da Glória fica no Carrer Mallorca, ainda está em construção. As portas desta fachada já estão no lugar, com frases do Pai Nosso em 50 idiomas diferentes.
Desta zona do exterior podemos contemplar e admirar as torres existentes. Quando o templo estiver acabado haverá 18 torres: uma para cada apóstolo, quatro para cada evangelista e os zimbórios de Jesus e da Virgem Maria. A torre mais alta, a de Jesus, terá 172 metros de altura.
Saímos com muita pena do monumento, com a certeza de que visitar Barcelona e não ver a Sagrada Família, seria um pecado imperdoável.

Apanhamos então o autocarro que nos levou até à paragem do Tibidabo.
Ali atravessamos a Pl. John F. Kennedy, até Av. Tibidabo onde apanhamos o autocarro nº 196, até à entrada do Funicular del Tibidabo, datado de 1901. Já estávamos dentro do funicular quando se começou a ouvir trovoada que trouxe chuva em abundância. Dois funcionários vieram avisar-nos de que só podíamos partir quando a “tormenta” parasse.
Passada cerca da meia hora, lá fomos montanha a cima a bordo do Funicular.

Tibidabo é uma montanha que domina a paisagem de Barcelona, com 512 metros, o ponto mais alto da Serra de Collserola, também conhecido por “montanha mágica”. Tem uma encosta íngreme a noroeste que nos proporciona maravilhosas vistas sobre a cidade e o litoral.
Ali existe um Parque de Diversões, uma Torre de Collserola e uma Igreja Católica, o Templo do Sagrado Coração, no topo da montanha, todos os três visíveis de quase toda Barcelona.
O Parque de Diversões, inaugurado em 1899, é o mais antigo da cidade e tem a maior parte das atrações originais, muitos dos quais datam do início do século XX, como: o Avião, um dos primeiros simuladores de voo impulsionado pela própria hélice, o Museu dos Autômatos, com mais de 40 peças dos séculos XIX e XX, o la Talaia, uma estrutura com mais de 90 anos que eleva seus visitantes a 50 metros de altura e uma montanha-russa.
O Templo do Sagrado Coração é um edifício monumental de estilo neogótico coroado por uma estátua de bronze do Sagrado Coração, que levou 60 anos para ser construída. O templo é um conjunto de duas partes: em baixo fica a capela da cripta e em cima a igreja principal.
Para entrar tivemos que subir umas escadas.
No seu interior podemos ver pinturas e murais decoram as paredes e as capelas, com diversas cenas sobre a vida e morte de Jesus.
Em seguida pela parte de fora do templo subimos mais umas escadas até ao miradouro, onde tivemos uma vista fabulosa de Barcelona, das povoações próximas e da montanha de Montserrat. Neste patamar ainda podemos visitar a Cripta.
A Torre de Collserola forma o “nó” das telecomunicações da Catalunha, reunindo 100% da televisão e 95% das emissoras de rádio de Barcelona.
Concluindo: o Tibidabo é um lugar agradável de visitar e admirar Barcelona, com uma vista espetacular do mar, montanha e cidade.
Acabada a visita dirigimo-nos para o Funicular para fazer o percurso de regresso. Engano nosso. Veio um funcionário avisar-nos de que este meio de transporte se encontrava avariado e para nos dirigirmos à bilheteira para sermos ressarcidos da importância a que tínhamos direito, ou seja, 24,60€. 
Por indicação de umas senhoras que ali trabalhavam, apanhámos um autocarro até à Plaça Catalunya que nos custou 18,00€. Poupámos assim 6,60€.
Da Plaça Catalunya passando pelas Ramblas até à Carrer Ferran onde fica o nosso hotel foi rápido. Depois de descansarmos um pouco, fomos jantar no Restaurante Miró, existente no hotel.
Estava tudo muito bem confecionado e com muito gosto.
O serviço foi muito eficiente e simpático por parte dos dois funcionários presentes.
Em particular o senhor Fernando Fernandez, que foi muito amável e atencioso desde a explicação dos pratos, da escolha do vinho, até a sobremesa. Impecável.
Esta foi a última noite que passámos em Barcelona.
Depois do jantar fomos passear pelas Ramblas, onde milhares de turistas caminhavam, absorvendo a atmosfera e a desfrutar de atividades dinâmicas e animadas. É um lugar muito divertido, com muitos prédios históricos e lugares interessantes. Esta é uma parte de Barcelona que vale muito a pena conhecer.
Entretanto chegou a hora de descansarmos. O dia seguinte previa-se ser muito cansativo. Era o dia da nossa viagem de regresso a casa, onde iríamos chegar, provavelmente a uma tardia.