domingo, 26 de fevereiro de 2012

LAMPREIA

A Lampreia é para quem gosta…

É nesta altura do ano que a lampreia é a rainha das iguarias.
Sou um dos verdadeiros apreciadores que gostam de saborear este prato.
É um petisco português muito controverso, que muitos odeiam e outros adoram, sem uma explicação consensual.
Tal como eu alguns adoram.

Há alguns anos deslocava-me alguns quilómetros para saborear este prato que na altura não era muito fácil de encontrar na região da Figueira.
Felizmente hoje em dia já se pode encontra disponível em alguns restaurantes e pelos arredores este pitéu com muita qualidade.

Este ano não foi preciso degustar este manjar muito longe.

Para isso muito contribuiu o meu grande amigo e colega de profissão Álvaro Azenha, que já há alguns anos se vem a apurar na confeção da lampreia.


Assim, pedi-lhe ajuda a qual foi logo disponibilizada de imediato, e que passou por todos os passos na sua preparação:
- Limpeza;
- Amanhar - retirar a tripa;
- Marinar com o sangue e vinho tinto maduro e verde.


Como o Álvaro não estaria presente na altura da sua preparação, ele deu-me umas dicas que rascunhei num pedaço de papel que me serviu de “bíblia”.

Foi sem dúvida imprescindível.
Foi a minha salvação.
Segundo os convivas que me acompanharam no repasto, a lampreia estava excelente.
Para primeira vez e com ajuda do Álvaro, o prato saiu-me muito bem.
Pois que é um dos pratos típicos portugueses que mais tempo demora a preparar e a cozinhar é de confeção exigente e de algum grau dificuldade.
Obrigado Álvaro!
Os meus companheiros e amigos do repasto são pessoas com muito bom gosto e de exigência muito requintada… e comem (comemos) muito.
Éramos 5 e “atacámos” 3 lampreias (que eram grandinhas) que ao fim de algum (pouco) tempo foram desaparecendo rapidamente.
O “restaurante” escolhido para fazer a lampreia, foi a casa do Carlos e Guida Matoso, que foram ótimos e maravilhosos ao nos receber.




Os outros confrades para além de mim, foram a minha prima Lita Cordeiro e o amigo Tónis Barbosa.

Outras três pessoas estiveram presentes, mas que não gostam e não comeram lampreia, foram: a minha esposa Mirita, a minha tia Otília e a esposa do Tónis, Manuela.


Foi um dia passado em família e que muito apreciámos.



Quanto à Lampreia este ano estamos conversados.
Que venha a próxima!

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

PASSEIO AO PALÁCIO DA BREJOEIRA

11 E 12 DE FEVEREIRO DE 2012


Dia 11
Como é já hábito nestes passeios organizados pelo Tó Simões, a hora marcada para a saída de Tavarede, do Largo da Igreja, foi cumprida pois ainda faltavam alguns minutos para as 07H30 e o autocarro da AVIC, conduzido pelo nosso habitual motorista Magalhães, já se encontrava em andamento.
Perto das 09H30, fizemos a habitual e necessária paragem para o café, para o primeiro contacto com os nossos companheiros de viagem e outras necessidades…
A nossa viagem continuou então na direção do norte, na direção de Valença, para uma visita a esta cidade raiana.

Valença do Minho, cidade do Distrito de Viana do Castelo, sede de município. Recebeu foral de D. Sancho I, sendo então designada de Contrasta. Mudou para o atual nome em 1262. Foi elevada a cidade em 12 de Junho de 2009.
A fortificação de Valença, povoação na margem esquerda do rio Minho, na raia portuguesa com a Galiza, remonta à transição do século XII para o XIII. Destinava-se à defesa da povoação e da travessia daquele trecho do rio. No contexto da Guerra da Restauração da independência portuguesa, essa fortificação lindeira foi inteiramente reformada com projeto do francês Miguel de l'Ècole, sendo reconstruídos os muros para abraçar o perímetro estendido da vila, e erguidas novas estruturas abaluartadas. As estruturas que chegaram até nós encontram-se em bom estado de conservação, abertas à visitação pública.Com a reconstrução das defesas que transformaram Valença numa Praça-forte, a povoação ficou separada do rio por uma expressiva rede de baluartes e de patamares que se comunicam entre si por meio de fossos e de passagens superiores. Planimetricamente, a Praça-forte, ao abrigo de um intrincado conjunto de baluartes, revelins e fossos, ficou dividida em duas grandes áreas que se comunicavam pela chamada Porta do Meio: o sector Norte, que abrange a antiga vila medieval, e o setor Sul, uma área menor e mais aberta: a chamada Coroada.

Após esta visita viajamos então na direção de Monção, vila do distrito de Viana do Castelo, sede de município. Povoação rural rodeada de verdejantes campos, recortados por encostas cultivadas de vinhas. Erguida na margem esquerda do rio Minho, fazendo fronteira à povoação galega de Salvaterra e a proximidade com Castela, levou D. Dinis a ordenar a edificação do castelo com uma torre de menagem.
Aqui come-se um bom cabrito e bebe-se o divinal Alvarinho da sub-Região Demarcada. Poderá causar admiração quando disser que o almoço que nos estava reservado foi constituído para além de uma boa sopa de legumes, de carne de porco à alentejana, que apesar de ser um prato não típico desta região, estava no entanto muito agradável. É claro que foi regado, como seria obrigatório, de um bom vinho verde tinto e branco.

Fizemos então uma visita ao Palácio da Brejoeira que se localiza na freguesia de Pinheiros, na vila e concelho de Monção. A seis quilómetros a sul de Monção, inscreve-se uma vasta propriedade rural, dividida entre 18 hectares de vinha, 8 de bosque e 3 de jardim. Este sumptuoso palácio constitui-se num expoente das moradias fidalgas no país.Foi erguido nos primeiros anos do século XIX, tendo as obras se prolongado até 1834. Pertenceu inicialmente a Luís Pereira Velho de Moscoso, nascido em 1767. Não pertencendo à nobreza, Luís de Moscoso não podia construir um palácio com quatro torres e, para esse fim, pediu autorização ao rei para construir a terceira torre. Em estilo neoclássico, apresenta planta em forma de "L". As obras prosseguiram sob a direção do seu segundo filho, Simão (1805-1881). Por volta de 1901, o palácio foi vendido a Pedro Maria da Fonseca Araújo, presidente da Associação Comercial do Porto, que lhe realizou amplas obras de restauro, quando enriqueceu o imóvel com uma capela palatina e um teatro, e empreendeu o revestimento das paredes do átrio e da escadaria com azulejos, a reforma dos jardins e do bosque, além da construção de um lago. Está rodeado de frondosa mata e encantadores jardins com magnólias, cameleiras e japoneiras.Encontra-se classificado como Monumento Nacional desde 23 de junho de 1910. Em 1937, o imóvel foi vendido a Francisco de Oliveira Pais, de Lisboa. Na década de 1960, por falência deste, o palácio foi adquirido pelo companheiro de sua filha, Feliciano dos Anjos Pereira, que fez construir uma moderna adega e, em 1977, lançou no mercado, com grande sucesso, uma marca própria, o vinho Alvarinho "Palácio da Brejoeira".Atualmente o Palácio pertence a Maria Hermínia Oliveira Paes, em conjunto com os herdeiros de seu falecido marido Feliciano Pereira. Alvarinho e Palácio da Brejoeira são quase sinónimos. É a marca com mais história e tradição na produção de vinhos desta casta, quase se podendo dizer que foi por causa dela que o vinho Alvarinho se tornou conhecido e tem hoje o estatuto que tem.A Quinta da Brejoeira, é uma propriedade com 40 hectares, dos quais 18,5 de vinha exclusivamente plantada com Alvarinho. A visita a este palácio e à sua propriedade foi muito rica e muito interessante quanto aos conhecimentos adquiridos e riqueza arquitetónica. Fizemos uma prova do vinho verde Alvarinho.O nosso passeio teve continuidade com a visita a Arcos de Valdevez, vila no distrito de Viana do Castelo. O ponto mais alto do concelho situa-se na Pedrada, com a altitude de 1.416 metros, na Serra da Peneda.Deparamo-nos com monumentos de diferentes épocas, onde as igrejas, cinco ao todo são de longe a principal atração das quais visitámos: a Igreja de Nossa Senhora da Lapa, a Igreja do Espírito Santo, a Igreja de Arcos de Valdevez. É incontornável a passagem pelo Pelourinho, um dos mais notáveis de Portugal, constituído por uma única estrutura na forma de um colunade torcida, encimado pela esfera militar Português e escudo nacional.Já perto do final desta visita descobrimos a Tasca do Delfim, considerada a Tasca mais Típica do Norte de Portugal, situada na parte antiga da vila. É um autêntico museu de Concertinas, pois Delfim é um homem com grande amor às concertinas, tendo colecionado muitas (70) de todos os tamanhos e feitios, ali mesmo à mão de quem as quiser tocar, de diferentes origens e modelos: da Rússia, de França, de madeira e de metal, recentes e com mais de 100 anos!Delfim Pereiras Amorim, foi o maior tocador de concertina e cantador ao desafio, de Portugal. Como o confirmam as taças ganhas por esse país fora e no estrangeiro; e a enorme quantidade de fotos que estão expostas pelas paredes da 'tasca', ilustrando os seus grandes momentos de espetáculo e as com outras pessoas famosas, como Amália Rodrigues, Eusébio, Jorge Sampaio e muitas outras. Duas pessoas aqueciam-se numa lareira. Um deles parece que se chamava Zé Manel, também cantador e desafiador; a outra pessoa era uma mulher de nome Maria, esposa do Delfim.Ficámos espantados com tudo o que nos rodeava ao olharmos as paredes e teto, totalmente cobertos com os mais variados objetos, lembrando a rica tradição popular portuguesa. As malguinhas de vinho de verde tinto começaram a aparecer como por encanto, molhando as goelas que iam secando ao logo da conversa e cantoria que se proporcionou.Delfim acompanhado com a sua concertina, iniciou as suas cantigas ao desafio. Posso dizer cantigas ao desafio pois alguns dos nossos companheiros de viagem, ousaram responder a este famoso cantador e até se saíram bem.Mas como tínhamos horas a cumprir tivemos, com pena, de partir mas prometendo num outro passeio por estas bandas voltar a visitar a Tasca do Delfim.

Chegados a Braga fomos tomar conta dos respetivos quartos no Hotel Íbis. Esta é a mais antiga cidade portuguesa e uma das cidades cristãs mais antigas do mundo; fundada no tempo dos romanos como Bracara Augusta, conta com mais de 2.000 anos de História como cidade. Situada no Norte de Portugal, mais propriamente no Vale do Cávado.Escolhida pelo Fórum Europeu da Juventude para Capital Europeia da Juventude em 2012, é uma cidade cheia de cultura e tradições, onde a História e a religião vivem lado a lado com a indústria tecnológica e com o ensino universitário. Braga, como o resto do Minho tem uma gastronomia riquíssima. A cidade de Braga, por ser uma das cidades cristãs mais antigas do mundo, possui um vasto património religioso, para o qual é quase obrigatório uma visita cuidada. Após o jantar que decorreu no Hotel Íbis, fomos passear um pouco pela cidade. Estava muito frio o que fez com que nos demorássemos pouco neste passeio noturno.

Dia 12
Pelas 09H00 da manhã deixámos a cidade de Braga na direção do Mosteiro de São Martinho de Tibães, onde fizemos uma (longa) visita, pois que para além do Mosteiro ser muito grande e grandioso, também o nosso guia foi muito minucioso nas suas explicações. Esta visita demorou cerca de 2,30 horas. O Mosteiro de S. Martinho de Tibães, antiga Casa-Mãe da Congregação Beneditina Portuguesa, situa-se a 6 km de Braga. Fundado em finais do século X, inícios do XI, foi reconstruído no último terço do século XI, transformando-se, com o apoio real e a concessão de Cartas de Couto, num dos mais ricos e poderosos mosteiros do norte de Portugal.A missão do Mosteiro de São Martinho de Tibães é a de fomentar e ampliar o conhecimento do Mosteiro de Tibães e da Ordem Beneditina e das suas relações históricas, artísticas, socioculturais e socioeconómicas com a região em que está inserido, nomeadamente com a criação de um centro de estudos históricos e de um centro para estudo e recuperação de jardins e sítios históricos, bem como a sua dinamização cultural.O Mosteiro de Tibães está subdividido em divididos espaços: o Coro Alto, o Salão Ouvidoria, a Galeria dos Gerais, a Hospedaria, o Passadiço, a Barbearia e Botica, a Sala do Taco, a Sala do Capítulo, a Livraria, o Pátio do Galo, o Refeitório, a Cozinha, o Claustro Refeitório, a Cerca Conventual, a Sala do Recibo, a Portaria Sra. do Pilar, o Claustro Cemitério, a Igreja e a Sacristia.Este mosteiro, pelas suas características singulares, foi o palco escolhido para a XXIII Cimeira Ibérica que se realizou nos dias 18 e 19 de Janeiro de 2008.Nessa cimeira participaram 11 ministros portugueses, 10 espanhóis e os respetivos chefes do governo. Esse encontro ficou também marcado pelo lançamento da construção do Laboratório Internacional Ibérico de Nanotecnologia na cidade de Braga.Já estávamos perto do meio-dia e meia hora, quando saímos do Mosteiro em direção ao restaurante Florêncio onde nos esperava uma ementa regional: entradas (presunto, bolos de bacalhau e carnes cozidas), sopa de legumes, rojões à minhota e doce. Tudo regado com bom vinho verde. Uma excelente refeição na minha opinião.

O nosso destino era agora Guimarães, uma cidade situada no Distrito de Braga.É uma cidade histórica, com um papel crucial na formação de Portugal, e que conta já com mais de um milénio desde a sua formação, altura em que era designada como Vimaranes. Guimarães é uma das mais importantes cidades históricas do país, sendo o seu centro histórico considerado Património Cultural da Humanidade.As suas ruas e monumentos respiram história e encantam quem a visita. A Guimarães atual soube conciliar, da melhor forma, a história e consequente manutenção do património com o dinamismo e empreendedorismo que caracterizam as cidades modernas, que se manifestou na nomeação para Capital Europeia da Cultura em 2012, fatores que levaram Guimarães a ser eleita pelo New York Times como um dos 41 locais a visitar em 2011 e a considerá-la um dos emergentes pontos culturais da Península Ibérica.Guimarães é muitas vezes designada como "Cidade Berço", devido ao facto aí ter sido estabelecido o centro administrativo do Condado Portucalense por D. Henrique e por seu filho D. Afonso Henriques poder ter nascido nesta cidade e fundamentalmente pela importância histórica que a Batalha de São Mamede, travada na periferia da cidade em 24 de Junho de 1128, teve para a formação da nacionalidade. Após a nossa chegada a Guimarães, a tarde livre deu a iniciativa a cada um para visitar o muito que a cidade nos oferece.Começamos pela visita ao Paço dos Duques de Bragança (séc. XV); o Castelo de Guimarães (Séc. X), estava ali perto para uma olhada rápida, assim como também a estátua de D. Afonso Henriques. Depois descemos as ruas caraterísticas até à baixa passando pelas praças mais conhecidas.Pelas 18H00, cansados, deixámos a cidade Guimarães rumo a Tavarede.
Pelo caminho parámos na Mealhada onde nos aguardavam umas sandes de leitão e um bom vinho frisado para o acompanhar.
Chegámos a Tavarede perto das 21H30.