19, 20 e 21 de Maio de
2017
1º Dia:
Saímos
de Tavarede pelas 07H00, em direção
ao Norte, à região do Minho, numa carrinha preta conduzida pelo “musketeyru” experiente e profissional
Rui.
Porque
queríamos chegar a Viana do Castelo
o mais cedo possível para ali almoçarmos, optamos por viajar nestas primeiras
horas pela autoestrada.
Assim,
passamos pelo Porto que é a segunda
cidade mais importante de Portugal. É a cidade que deu o nome a Portugal -
desde muito cedo (c. 200 a.C.), quando se designava de Portus Cale,
vindo mais tarde a tornar-se a capital do Condado Portucalense, de onde se
formou Portugal. É ainda uma cidade conhecida mundialmente pelo seu vinho,
pelas suas pontes e arquitetura contemporânea e antiga, o seu centro histórico,
classificado como Património Mundial pela UNESCO.
Foi
pela ponte da Arrábida que continuamos
o nosso passeio sempre pelo litoral e o concelho de Esposende foi o próximo destino por ser "um privilégio da natureza", visto que confina com o oceano, o
rio, a planície e o Monte de Faro. Grande
parte do território do concelho encontra-se na planície.
Entretanto
o calor começou a apertar e a sede fez com que procurássemos alguma “fonte” de verdinho para ser bebido numa
“malguinha”. O nosso intento foi em
parte um fiasco, conseguimos apenas beber um simples copo de vinho verde branco
engarrafado igual ao que existe por este país fora no Café Quim, nas imediações de Castelo
de Neiva.
Seguimos
um bocado desconsolados, mas com a sede apaziguada, até Castelo de Neiva uma freguesia do concelho de Viana do Castelo, núcleo piscatório tradicional, onde ainda se
pratica a apanha do sargaço. A sua praia está situada num ambiente rural, limitada
por campos de cultivo. Ali junto à praia tiramos umas fotografias com os barcos
a rodearem-nos e junto a um conhecido restaurante.
Mas
a nossa intenção era almoçar em Viana do
Castelo e a hora para o fazer estava a aproximar-se. Viana do Castelo
é uma cidade limitada a norte pelo município de Caminha, a leste por Ponte de
Lima, a sul por Barcelos e Esposende.
Atravessamos
Viana do Castelo apanhamos a Estrada
Nacional 202 e na rua de Santa Marta nº 119, encontramos o nosso objetivo, o Restaurante “O Camelo”.
Entramos
num pátio com uma casa avarandada com alvenarias e ferros forjados e uma escadaria
com trepadeiras, entramos assim no Restaurante
Camelo, num edifício situado em Santa
Marta de Portuzelo que é também residência da família Camelo. Encaminharam-nos
para a Sala Empresa para almoçarmos. Da
dieta minhota iniciámos com as entradas: alheira de carne caseira em regalo e
mexilhões.
E
finalmente o vinho verde tinto em malga…
A
nossa escolha nos pratos principais foi: o bacalhau à camelo frito em azeite e
rojões à moda do Minho com arroz no Forno e também com arroz de sarrabulho à
moda de Ponte Lima numa boa calda de carnes caseiras. Para finalizarmos
este nosso “banquete” optamos por café e um saboroso digestivo
amarelinho e fresco.
Fizemos ainda um breve passeio pela
maravilhosa quinta deste restaurante e algum tempo depois reiniciámos o nosso
passeio até à cidade de Viana do Castelo.
A
origem da toponímia
de Viana do Castelo vem de uma das muitas lendas locais que
o nome da cidade se deve a uma "estória" sobre uma linda rapariga
chamada Ana que vivia no território que atualmente integra a cidade, mais
precisamente num castelo feito de pedra. Este era um castelo grande, famoso e
admirado por muita gente, que por este costumava passar para poder observá-lo.
Quando por este passavam, algumas pessoas começaram a reparar que uma princesa
por vezes aparecia numa das janelas do castelo; uma linda rapariga de longos
cabelos louros, com duas tranças, faces rosadas e olhos claros - a princesa Ana.
Contudo, esta princesa também era extremamente tímida, razão pela qual ela
escondia-se do olhar das pessoas que passavam para contemplar o castelo. Um dia
esta princesa apaixonou-se por um rapaz que vivia no outro lado do rio, o qual
também gostava muito dela. Ele ficava tão contente por vê-la que - sempre que
voltava à outra margem - dizia contente: “VI A ANA! VI A ANA DO CASTELO!”. Ele
repetiu-o tantas vezes que passaram a chamar “Viana do Castelo” à cidade onde a
princesa morava.
Chegados a Viana do Castelo e depois de estacionarmos o carro fizemos uma
visita pelo centro histórico.
No caminho passamos pela bonita estação
de caminho de ferro assim como pela nova Estação Viana com terminal de
autocarros e centro comercial.
Continuamos o nosso passeio pelo Passeio das Mordomas da Romaria, Casa da Carreira, Chafariz da Praça de República, Navio-Hospital
Gil Eannes, Lojas de recordações e por todas aquelas ruas históricas.
Saímos
de Viana do Castelo na direção norte
para Caminha, uma vila limitada a
nordeste pelo município de Vila Nova de Cerveira e a norte pela Galiza. Após
estacionarmos o carro encaminhamo-nos para o Terreiro de Caminha ou Praça
Conselheiro Silva Torres que é uma praça com grande influência na vida da vila.
Com o tempo o terreiro foi ganhando o estatuto até se tornar no verdadeiro
centro da vila e é ali que se encontram: a Igreja
da Misericórdia, os Paços do Concelho,
o Chafariz do Terreiro, a Torre de
Menagem, substituindo por Torre do
Relógio, a Casa dos Pittas de
entre outros edifícios históricos.
No
Terreiro encontramos alguns cafés e restaurantes com esplanadas muito
acolhedoras aonde decidimos refrescarmos e petiscar qualquer coisa. Optamos por
uma paragem na esplanada fantástica, em frente da Torre do Relógio e do
Chafariz, do restaurante .noterreiro.
Entramos
e apreciamos uma decoração vintage e no 1º andar admiramos uma sala de jantar
da década de 80.
Informaram-nos
que naquele dia tínhamos à nossa disposição, ou seja, grátis, uma mesa com
pratos de tapas e outros pratos confecionados tais como favas ou grão que
poderíamos escolher sem restrição, um conceito perfeito! Em troca só se pagava
as bebidas consumidas.
Nós
escolhemos um excelente vinho verde tinto fresquinho que tanto ansiávamos beber
nestas terras minhotas.
A
tarde já se encaminhava para o final e foi com o sol a desaparecer que saímos
de Caminha agora na direção de Vila Nova de Cerveira, para irmos tomar
conta dos nossos aposentos no INATEL
Cerveira Hotel (4 estrelas), onde iriamos dormir nas próximas duas noites.
Era já noite quando chegamos à pitoresca Vila Nova de Cerveira, próxima das margens do Rio Minho e no lugar
Lovelhe. O INATEL Cerveira Hotel dispõe de quartos modernos e climatizados
com vistas para a montanha ou para o rio, apresentam uma decoração contemporânea
com varanda ou terraço; buffet de pequeno-almoço é servido diariamente na sala
de refeições; piscina exterior; campos de ténis; mesas de bilhar; ténis de
mesa; biblioteca; estacionamento privado;
entre outros benefícios.
Após o chek-in saímos para jantarmos na Vila Nova de Cerveira, vila limitada
a nordeste por Valença, a leste por Paredes de Coura, a sueste por Ponte de
Lima, a sudoeste por Caminha e a noroeste pela Espanha. A localização central
coloca Vila Nova de Cerveira num
ponto estratégico com acesso rápido a vários pontos turísticos, como a praia de
Moledo, Caminha, Viana do Castelo, Barcelos, e a Tuy e Baiona, na vizinha
Galiza. Estacionamos junto ao Parque de
Lazer do Castelinho na zona ribeirinha de Vila Nova de Cerveira, onde um extenso jardim promove momentos de
descanso e contemplação e a prática de atividades ao ar-livre.
Após
uma ligeira refeição e um passeio, com uma temperatura muito amena, pelas ruas
históricas da vila, regressamos ao hotel para assim fazermos um descanso
retemperador para continuarmos o passeio no dia seguinte.
2º Dia:
Após
o pequeno-almoço no INATEL Cerveira
Hotel deixamos a Vila Nova de
Cerveira, na nossa carrinha conduzida neste dia pelo “musketeyru” pouco experiente e nada profissional Zé Manel.
Mas
lá fomos rumo a Valença, cidade raiana limitada a leste por Monção, a
sul por Paredes de Coura, a oeste por Vila Nova de Cerveira e a noroeste e
norte pela Galiza. É designada por vezes por Valença do Minho. Nasceu
aqui o santo São Teotónio, o primeiro santo Português, hoje padroeiro desta
Cidade, e que foi um dos principais aliados do então jovem Dom Afonso Henriques
na altura em que este proclamou a independência de Portugal.
Percorrer a Fortaleza de Valença, é recordar as memórias de 2000 anos da
história de Portugal e Espanha. Uma joia da arquitetura militar abaluartada,
com 5 Km de muralha, uma Fortaleza Viva e multicultural. O casario, as
construções militares, as igrejas, as vistas para o rio Minho, a antiga ponte
metálica e Tui medieval completam-se num quadro singular. Valença, bastião militar da defesa da independência de Portugal é,
hoje, um espaço aberto ao mundo e símbolo das relações entre Portugal e
Espanha. Ali passamos algum tempo percorrendo as ruas estreitas cheias de
história e cheia casas comerciais a venderem produtos turísticos aos muitos
visitantes que por ali andavam, principalmente espanhóis.
Mas por mais que nos sentíssemos bem
neste local não podemos deixar-nos navegar ao sabor desse prazer pois tínhamos
outras visitas planeadas que queríamos no mínimo cumprir.
Assim, com o sentimento da descoberta
dirigimo-nos para Monção onde nos
esperava uma vila raiana limitada a norte por Salvaterra do Minho (Galiza) e Arbo
(Galiza), a leste por Melgaço, a sul por Arcos de Valdevez, a sudoeste por Paredes
de Coura e a oeste por Valença. Está localizado a dois quilómetros do município
galego de Salvaterra do Minho, ao qual está ligado por uma ponte sobre o rio
Minho.
Depois de estacionarmos a carrinha fomos
na direção do centro histórico por onde caminhamos pelas ruas estreitas e
cheias de história.
Na altura visitamos a Igreja da Misericórdia de Monção
construída no séc. XVII. Com elementos maneiristas e barrocos, é um edifício
modesto onde o granito se combina com o branco das paredes caiadas. Ao centro
da fachada, num nicho por cima do portal, a imagem de Nossa Senhora.
No interior, rebocado e caiado,
sobressai a decoração barroca do altar mor, onde se pode admirar um retábulo de
talha dourada, e o teto de caixotões de madeira pintada, com cenas da vida da
Virgem. De notar ainda o púlpito lateral e o singelo órgão de tubos. Ao centro
do arco triunfal da capela-mor podemos ver as armas da Santa Casa da
Misericórdia. Ficamos maravilhados com a beleza singela desta igreja. Mas um
objeto religioso estava exposto, um terço
gigante, que nos deixou com uma certa curiosidade, a qual nos foi
satisfeita por duas senhoras que ali se encontravam em trabalhos de decoração.
Esta igreja encontra-se situada na Praça Deu-la-Deu e foi após esta visita
que continuamos o nosso passeio com o objetivo de encontrarmos um restaurante
para almoçar.
Foi numa ruela simpática que descobrimos
o Restaurante Grill Cabral. Um
restaurante rústico, com paredes em pedra, tão característico
da região minhota, tal como a sua ementa.
Comemos um excelente cordeiro
assado no forno com
um divinal arroz e sável.
A sobremesa não podia
deixar de ser as
barrigas de freira, que estavam divinais.
Monção é uma daquelas terras onde se come
muito bem e bebe do melhor e o vinho verde alvarinho de Monção/Melgaço que foi
servido foi perfeito.
Com a formação do Reino
Português, Monção torna-se num
importante ponto defensivo, pela proximidade com a fronteira Espanhola, como se
pode constatar pelo que ainda resta das Muralhas do seu Castelo, que nós visitamos.
De facto, durante toda a Idade Média e em épocas posteriores, Monção foi palco de variadas lutas,
curiosamente muitas delas tendo como protagonistas Mulheres, como é o caso de
Deu-La-Deu Martins, D. Mariana de Lencastre Condessa de Castelo Melhor e o de
Helena Peres.
Após o almoço
fomos à descoberta de alguns monumentos que mostram a rica
história desta vila, como a Românica
Igreja Matriz do século XII. Num dos largos do núcleo medieval ergue-se a
singela e vetusta Igreja Matriz,
classificada como Monumento Nacional. A fachada do templo é rasgada por um
portal românico composto por três arquivoltas, decoradas por elegantes botões
florais e motivos geometrizantes, assentes em seis colunelos com capitéis
vegetalistas e dourados.
Sobrepujando
o portal rasga-se um óculo circular. Lateralmente, eleva-se uma quadrangular
torre sineira, com cobertura posterior do século XVIII.
Ao
continuarmos a nossa visita deparamo-nos com muitas Casas Senhoriais e Brasonadas
que pululam na região.
Chegamos
então à magnífica Fortaleza Militar, muralhas medievais de Monção, construídas no tempo de D.
Dinis.
Devido à
intensificação das guerras à mão armada, construíram-se outras mais extensas
que compreendiam quatro portas principais: a da Salvaterra, do Rosal, da Fonte
e finalmente a de S. Bento. As atuais muralhas resultam de uma modificação
ocorrida no começo do séc. XVIII. Entretanto, estas foram rompidas em três
lados para assento da via férrea, para abertura da estrada das Caldas e para a
construção da estrada em direção a Melgaço. Estas Muralhas estão consideradas
como Monumento Nacional desde 1910.
Muito
gratificados pelas visitas feitas na vila de Monção partimos para visitarmos o Palácio da Brejoeira, uma grandiosa construção em estilo
neoclássico tendo sido uma das moradias fidalgas no país, situada em Pinheiros,
estando classificada como
Monumento Nacional desde 1910.
Realizamos uma
visita guiada ao interior e jardins do palácio, onde nos foi descrita parte da
história deste monumento nacional. Este palácio foi construído no início do
século XIX, tendo continuidade até 1834. O seu primeiro proprietário foi Luís
Pereira Velho de Moscoso. Porque este senhor não era nobre não lhe era
permitido construir um palácio com quatro torres teve que pedir autorização ao
rei para o fazer. Cerca do ano de 1901, o palácio passou para a posse de Pedro
Maria da Fonseca Araújo, presidente da Associação Comercial do Porto, no qual
fez obras de restauro, enriquecendo o imóvel com uma capela palatina e um teatro,
revestiu as paredes do átrio e da escadaria com azulejos, arranjou os jardins,
o bosque e construiu um lago. Foi já em 1937, que o palácio foi vendido a Francisco
de Oliveira Pais. Já no início dos anos de 1960, este proprietário faliu e o
palácio foi comprado pelo companheiro de sua filha, Feliciano dos Anjos
Pereira, que mandou construir uma adega moderna, tendo então lançado no mercado
em 1977, com grande sucesso, o vinho Alvarinho "Palácio da
Brejoeira". Atualmente o Palácio pertence a Maria Hermínia Oliveira Paes,
juntamente com os herdeiros de seu falecido marido Feliciano Pereira.
Visitamos o seu
interior onde nos podemos deslumbrar com os faustosos salões com valiosas
pinturas e frescos, azulejos figurativos, pratas, loiças
do oriente, mobiliário de madre pérola e pau-preto numa decoração soberba e de bom gosto. A
visita também nos levou a apreciar a capela e a sala de teatro.
Sempre com um
guia a acompanhar-nos visitamos os jardins rodeados de uma frondosa mata com
soberbas magnólias e encantadoras japoneiras.
O exterior propicia caminhadas inspiradoras pelos jardins e plantações de
Alvarinho.
Após
esta maravilhosa visita continuamos o nosso passeio até Paredes de Coura, uma vila situada na verdejante
região do interior norte do Alto Minho, limitado a norte por Valença e
Monção, a leste por Arcos de Valdevez, a sul por Ponte de Lima e a oeste por
Vila Nova de Cerveira, banhada pelo cristalino Rio Coura.
Já há muito
tempo que não fazia tantos quilómetros de curvas, e foi o que aconteceu até
chegarmos a Paredes de Coura,
localidade onde paramos para descansar e também para nos refrescarmos. Esta
última intensão não foi muito bem concretizada porque no estabelecimento onde
entramos apenas havia água e minis, não existindo qualquer tipo de petisco.
Enfim, um bocado
desconsolados partimos na direção de Arcos
de Valdevez, mas para chegarmos lá apanhamos um caminho muito sinuoso, com demasiadas
curvas e contracurvas, cortadas por entre cabeços e aldeolas. Foi muito
cansativo.
Mas finalmente
chegamos a vila raiana de Arcos de
Valdevez é uma vila raiana limitada a norte por Monção, a nordeste por
Melgaço, a leste pela Galiza, a sul por Ponte da Barca, a sudoeste e a oeste
por Ponte de Lima e a oeste por Paredes de Coura. Esta lindíssima vila está
rodeada de natureza verdejante e banhada pelo bonito Rio Vez e está inserida no
Parque Nacional da Peneda-Gerês.
Já era quase final de tarde, mas ainda
conseguimos visitar a Igreja da Lapa
que se localiza na freguesia de União das Freguesias de Jolda (Madalena) e Rio
Cabrão. Sob a invocação de Nossa Senhora da Lapa, tendo sido concluída em 1767.
Exemplar de arquitetura religiosa, em estilos Barroco e Rococó. O templo
apresenta planta oval, com a torre sineira por trás da capela-mor. O interior
apresenta planta octogonal recoberto por uma cúpula. Mais uma maravilhosa
igreja que nos encheu os olhos de prazer.
Situa-se no Largo da Lapa no qual faz conjunto com o relógio de água com vários chafarizes que ornamenta a praça. O relógio de água foi um dos primeiros sistemas de medição do tempo
criado pelo Homem. São dois recipientes colocados em níveis diferentes, onde um
líquido passa do nível superior para o inferior.
Por de trás da igreja
da Lapa encontra-se uma ruela onde existe uma tasca tipicamente portuguesa, a Tasca do Delfim, onde se pode
provar o seu vinho e comer o que de melhor se faz no Alto Minho.
Mas não nos
podemos demorar muito mais nesta vila pois que tínhamos ainda o propósito de
chegarmos para jantar à vila de Ponte de
Lima situada a leste por Arcos de Valdevez e Ponte da Barca, a sueste por
Vila Verde, a sul por Barcelos, a oeste por Viana do Castelo e Caminha e a
noroeste por Vila Nova de Cerveira. É caracterizada pela sua arquitetura
medieval e pela área envolvente, banhada pelo Rio Lima. É a vila mais antiga de
Portugal. É daqui originário o queijo Limiano.
Devido ao
adiantado da hora já não foi possível visitar alguns dos monumentos existentes.
Mas porque ainda estava dia deu para fazermos um pequeno passeio pela zona
histórica e turística e para tirarmos umas fotografias. Depois escolhermos um
restaurante para jantar.
Foi na Taberna Cadeia Velha que caiu a
nossa escolha.
Neste espaço
moderno esperava-nos um ambiente acolhedor e agradável, aliado à muita simpatia
dos colaboradores e rapidez no atendimento.
Optamos, com
a ajuda do colaborador que nos atendeu, por umas tapas & petiscos
variados para entradas, que nos satisfizeram e surpreenderam, criando-nos
boas expectativas para os pratos que escolhemos de seguida.
E não
ficamos defraudados pelo “atum marcado e legumes glaciados com molho de soja
e mel” e pelas “Postas no Bolo Lêvedo dos Açores”; a apresentação
foi fantástica, os sabores eram surpreendentes e a qualidade excelente - boa comida
na mesa.
As
sobremesas eram de sonho. A vontade de as provar era enorme, mas o apetite já
faltava. Apesar disso e por sugestão do colaborador que nos assistiu, fizemos
uma “vaquinha” entre nós com 3 sobremesas. O resultado paliativo não
podia ter sido melhor: divinal e inesquecível.
Deixo para o
fim o néctar servido - um vinho verde tinto “Vinhão” da Adega de Ponte de
Lima.
Desfrutamos
este vinho com prazer tanto pela sua expressão aromática como pela temperatura
a que nos foi servido. Foi dos melhores vinhos, senão o melhor de todos os que
nos deram a beber durante esta nossa estadia em terras do Minho. Surpreendente este vinho composto por três
castas: Vinhão, – casta predominante, Borraçal e Espadeiro. Apesar deste jantar
tardio, tudo foi fantástico: ambiente de classe, serviço impecável, pratos de
muito bom gosto e confeção superior, por tudo isto apreciamos e com grande convicção
recomendamos.
Saímos do
restaurante eram já 22H00 e ainda tínhamos de percorrer mais de 40 km até Vila Nova de Cerveira, o qual fizemos
pela autoestrada. Andava perto das 23H30, quando chegamos ao Inatel Cerveira Hotel, acabando
assim um longo dia bem passado.
3º Dia:
Após
a última noite bem dormida no INATEL
Cerveira Hotel e tomarmos o pequeno-almoço fizemos o chek-out e
preparamo-nos para deixar Vila Nova de
Cerveira.
Neste
dia o a nossa carrinha foi conduzida pelo “musketeyru”,
competente e sempre disponível Vítor Azenha.
Atravessamos
a Ponte da Amizade que liga diretamente
Vila Nova de Cerveira a Goián, no concelho galego de Tomiño. Assim podemos dizer que este
nosso passeio também passou por Espanha.
Nesta
nossa pequena incursão passamos pelo Forte
de San Lourenzo, uma fortaleza que fica de fronte à vila portuguesa de Vila Nova de Cerveira e estão separadas
pelo Rio Minho. Apeamo-nos
junto às margens deste rio no cais de
Goián para apreciarmos a paisagem maravilhosa do antigo cais de Vila Nova de Cerveira e a serra da Gávea.
Satisfeitos
com o que vimos e depois de tirar umas fotografias regressamos ao nosso Portugal, novamente pela Ponte da Amizade.
Saímos
de Vila Nova de Cerveira pela
autoestrada a caminho de Braga, cidade
com uma história bi-milenar que se iniciou na Roma Antiga, quando foi fundada
em 16 a.C. como Bracara Augusta em homenagem ao imperador romano Augusto (r. 27
a.C.–14 d.C.)
Chegados
à cidade e depois de estacionarmos fomos passear pela zona histórica.
Passamos
pela Praça do Município onde
se encontra o Edifício da Câmara
Municipal de Braga.
Chegou
a hora do almoço. Optamos pelo restaurante Frigideiras
do Cantinho, que tem o piso todo de vidro e permite observar ruínas
de uma antiga habitação romana.
“Casa fundada em finais do
séc. XVIII, no ano de1796, é o estabelecimento comercial, no género, mais
antigo cidade. Criado para a confeção e comercialização das afamadas
“FRIGIDEIRAS”, este peculiar estabelecimento mantém, na atualidade e segundo as
antiquíssimas normas do séc. XVII, a original receita desta secular
especialidade, a qual constitui o segredo da sua reputação em todo o país. Esta
casa confeciona as autênticas, verdadeiras e genuínas "FRIGIDEIRAS".
Já o célebre escritor Júlio Dinis fez referência a este delicioso pastel de
carne no seu “Os serões da Província”. Ao longo dos séculos, este
estabelecimento sofreu várias remodelações, destacando-se a ocorrida no ano de
1953, com a reconstrução total do edifício. A última, que aconteceu 1997,
permitiu a descoberta de importantes achados arqueológicos da época romana -
séc. II e III, que formavam uma parte da Bracara Augusta, que podem, hoje, ser
vistos e admirados no interior das Frigideiras do Cantinho.
Esta casa, ex-libris da cidade de Braga, é
motivo de regozijo para os Bracarenses e para todos os visitantes. Pela sua
notoriedade, as Frigideiras do Cantinho foram
premiadas com o prémio “Os Galardões da Nossa Terra”, no ano de 1999.”
Ao
escolhermos os pratos para o nosso almoço pedimos para experimentar entre todos
nós uma Frigideira simples - não apreciamos esta especialidade.
Decidimos
por “Língua estufada” e “Bacalhau Escondido”, estes pratos estavam apetitosos.
A
seguir ao almoço ainda tivemos a tarde para visitar alguns monumentos.
Estávamos
no Largo São João Souto, uma
praça triangular no centro histórico rodeada por edifícios típicos e o centro é
ocupado por uma fonte ornamental moderna. Nesta praça estão dois importantes
edifícios, declarados monumento nacional: A Igreja
São João do Souto, a Capela e
Casa dos Coimbras e o monumento
a Francisco Sánchez.
Visitamos
a Igreja de S. João Souto, construída
no final do século XVIII. A atual igreja está ligada à Capela dos Coimbras. O
orago da igreja é S. João Baptista e foi aqui que nasceram aquelas que são hoje
as grandiosas Festas do S. João de Braga.
O Largo
Carlos Amarante está localizado no centro da cidade. Neste largo
podemos encontrar a Fonte Seiscentista, “assente sobre uma
plataforma com três degraus. Para além do tanque, destaque para um alto
obelisco constituído por quatro registos um dos quais com quatro peixes de cuja
boca jorra água. Originalmente, estava localizado no Campo da Vinha, sendo
transferido para este local no início do século XX.”
Neste
largo visitamos a Igreja de Santa Cruz
foi “construída no século XVII, em estilo
barroco maneirista, e possui no seu interior talha dourada invulgar. A nave,
muito alta, é formada por uma abóbada de pedra esquartelada. É de notar a talha
dourada do órgão e dos púlpitos. O exterior é todo em pedra trabalhada com
simetria central.”
A
Igreja de São Marcos fica
também neste largo, mas não nos foi possível fazer uma visita pois estava
fechada. Apesar disso não podemos deixar de referi-la, pois, a sua fachada é
lindíssima. “O edifício do Hospital e da
Igreja de São Marcos datam do séc. XVIII. Em estilo barroco, a verticalidade da
Igreja, com as suas duas torres, contrasta com a horizontalidade das
dependências hospitalares que se desenvolvem simetricamente, criando um
conjunto harmonioso. Na sua decoração exterior destacam-se as estátuas dos
apóstolos em tamanho natural que marcam o ritmo da balaustrada superior. A meio
da fachada da Igreja, num nicho, podemos ver a imagem de São Marcos. O hospital
destinava-se a assistir os pobres, peregrinos e viajantes que pernoitavam na cidade
de Braga. D. Diogo de Sousa está sepultado na capela-mor da Igreja, num túmulo
de jaspe branco trabalhado em mosaico.”
Não
poderíamos deixar Braga sem visitar
a sua Sé, concretamente a Catedral, o
Tesouro e o Museu. Esta é a catedral mais antiga do país, ainda Portugal não
era país e já havia uma Sé de Braga. Localiza-se no centro histórico tendo
a cidade nascido e crescido em seu redor.
A
Sé foi projetada no final do séc. XI pelo Bispo D. Pedro e as suas fundações
assentam em cima de um antigo mercado ou templo romano dedicado a Ísis.
A
sua construção aconteceu ao longo dos anos e em diferentes períodos, por isso a
Sé de Braga ergue-se numa mistura de estilos arquitetónicos que vai desde o
românico, ao gótico e ao barroco. Um dos grandes pontos de interesse da Sé são
os túmulos dos pais de D. Afonso Henriques, o primeiro Rei de Portugal, situados
na capela dos Reis, D. Henrique de Borgonha e D. Teresa de Leão.
Após
o final desta visita chegou a hora da nossa saída de Braga e o regresso à nossa terra, que aconteceu através da
autoestrada.
Já
na Figueira da Foz e após 800 quilómetros
de viagem, acabámos em confraternização no JET
7,5.
E
em modo de rescaldo tirámos conclusões destes 3 dias bem passados.
O Minho com certeza ficará marcado como uma das
viagens maravilhosas que fizemos juntos!
O
passeio foi extremamente agradável.
Ficou
a vontade e saudade para um próximo passeio.
Nota: alguns apontamentos ligados aos monumentos e à nossa história foram
retirados da net.