Li artigo do projeto 'Vive Mais Portugal', nome do grande movimento nacional criado pela VISÃO, com o
objetivo de animar os coretos de Portugal, cujos objetivos são “Querer reavivar as
suas memórias, contar as suas histórias e assim ajudar a preservar um
património único”.
Lembrei-me com saudade do CORETO existente no
Jardim Municipal da Figueira da Foz.
Já em Junho
de 2010, publiquei neste mesmo local, a descrição de um passeio que fiz, onde
passeávamos pelos
frondosos e frescos
jardins ao longo do rio Nabão, em Tomar, onde juntamente com outros
companheiros de viagem comentávamos esse meio ambiente que todos desejávamos
repetido em inúmeros locais deste país e mais concretamente na nossa cidade da
Figueira da Foz.
Transcrevo de seguida o que escrevi
nesse trabalho o que me vinha na alma:
“Que
triste fiquei ao percorrer aquele jardim, que até tem um CORETO. Lindo! Triste
porque me lembrou do CORETO do jardim da Figueira. O CORETO da minha juventude.
O CORETO que foi também da minha filha. O CORETO que gostava que fosse também
do meu neto. Que saudades do CORETO da Figueira! Onde estará o dito? Quando é
que é cumprida a promessa de o recolocar no lugar de onde nunca deveria ter
saído? Porque é que na Figueira só se fazem asneiras?”
Quando
era muito mais novo, adorava ir ao Jardim da Figueira ver o coreto e dar de
comer aos peixes que habitavam o lago que circundava o mesmo.
Ainda hoje na presença de qualquer coreto fico
deslumbrado com a sua arquitetura, seja ela singela ou requintada e não me
canso de tirar fotografias como que embriagado com a magia que dele emana.
Ainda me recordo da banda a tocar, dos ranchos
folclóricos a redopiar e das pessoas que dançavam, dançavam felizes…
Recordações que me perseguem sempre que atravesso o
Jardim da Figueira. Saudades que teimam em não me largar e uma revolta
impotente que me assalta quando vejo aquela “tenda” (já esburacada) que não sei para que serve e que apareceu
ali como um OVNI após intervenções de remodelação, que
fizeram com que o coreto deixasse de existir.
Uma das promessas feitas
durante uma certa campanha eleitoral foi a reposição do famigerado CORETO
do jardim…
O CORETO era para fazer! Afirmava-se então.
Os figueirenses continuam com essa promessa na memória.
Estão à espera que ela seja cumprida!
Na ata n.º 9/2010, da Reunião Ordinária de 20-04-2010, da Assembleia Municipal
da Figueira da Foz, está escrito:
“O Vereador ----------, ainda falando das prioridades estabelecidas em
relação a algumas obras, mencionou a profunda intervenção a ser efetuada no
Jardim Municipal pelo Município.
------------------------------------------------ A Vereadora ----------
questionou se a intervenção profunda apontada pelo Vereador ----------, só tem
a ver com a parte da reflorestação ou se inclui um projeto de alteração do
jardim, propriamente dito, com a inclusão do coreto, que neste momento ali não
se encontra e cuja reposição foi promessa do atual executivo.
---------------------------------------------------------------------- O
Vereador ---------- respondeu que essa intervenção contempla a instalação do
coreto, incluindo também um coberto florestal por forma a garantir alguma
intimidade, sem prejuízo da segurança a quem procura o jardim, no sentido de
ali obter algum descanso ou um momento de lazer.”
Até hoje o coreto continua no espaço da mentira das
promessas e assim no campo do imaginário.
E
o dito coberto florestal que garantia alguma intimidade, está cada vez mais
descoberto.
A saudade do CORETO que existia no Jardim
Municipal da Figueira da Foz continua localizada nas minhas memórias.
Termino recordando,
mais uma vez, o projeto “Vive Mais
Portugal” que li na VISÃO com o
objetivo de animar os coretos de Portugal, para reavivar as nossas memórias e
as histórias sobre aquele património e que já não existe na Figueira da Foz.
E cá fico eu
reavivando a história e as minhas memórias no interior do meu imaginário.
Pois o CORETO já foi!