terça-feira, 10 de dezembro de 2019

André Rieu em Portugal

André Rieu

André Léon Marie Nicolas Rieu (Maastricht, Países Baixos, 1 de Outubro de 1949) é um violinista, regente e empresário holandês. Ativo desde 1978, André Rieu é essencialmente orientado para uma forma de música easy listening, com um repertório baseado em peças de música ligeira e valsas vienenses muito conhecidas do público e fortemente ancoradas na memória popular.
A sua Maastricht Salon Orchestra, depois renomeada Johann Strauss Orchestra, é também a base de um lucrativo negócio que emprega uma centena de pessoas e fatura anualmente dezenas de milhões de euros, provenientes de discos e turnês.
A PORTUGAL
Conhecido como o “Embaixador das valsas”, divide o topo das paradas da Alemanha, França e Holanda com grandes nomes da música pop. Além disso, suas performances valeram-lhe os melhores postos das paradas clássicas da Billboard, dez milhões de discos vendidos e uma carreira de sucesso em mais de trinta países.
Pertencente a uma família de origem francesa, André Rieu cresceu ouvindo música erudita: sinfonias, música de câmara e óperas. André Rieu nasceu em 1 de Outubro de 1949 na cidade de Maastricht (Holanda), onde viviam seus pais e duas irmãs, desde a mudança de Amesterdão. Seu pai, André Rieu Sr., foi regente da Orquestra Sinfónica de Limburg, na época ainda chamada de Orquestra Sinfónica de Maastricht e da Opera em Leipzig, fez dos seis filhos músicos.
PORTUGAL
Seu pai morreu em 1992 devido a um acidente vascular cerebral que o deixou paralisado, André, entretanto, já desde os cinco anos, começara a ter aulas de violino, mas foi só quando tocou a sua primeira valsa, enquanto estudante no conservatório, que a paixão pela música surgiu.
Em 1967, depois de deixar a escola secundária, André Rieu continua a estudar violino no Conservatório de Liège e mais tarde no Conservatório de Maastricht até 1973. Entre os seus professores estavam Jude e Jo Herman Krebbers. Em 1974 junta-se ao corpo de músicos do Conservatório Real de Bruxelas, onde teve aulas com o professor André Gertier.
Concluiu s seus estudos em 1977 e recebeu a distinção do “Premier Prix”, e para os concluir neste mesmo ano ele foi para a Academia de Música de Bruxelas. Aí desenvolve uma maior ligação, mais afetiva, com a música de salão e, especialmente, a valsa.


ANDRÉ RIEU - Amor a Portugal (Dulce Pontes)






sexta-feira, 18 de outubro de 2019

PASSEIO A SETÚBAL ENTRE GASTRONOMIA, DOCES E VINHOS

24 a 26 de Setembro de 2019

3º Dia - 26

Após uma ótima noite de sono, numas camas muito confortáveis, acordamos muito bem-dispostos no Hotel River Inn By AC Hospitality Management e começamos a nossa preparação para a viagem de regresso fazendo o Check-out pelas 08H30, arrumar as nossas bagagens na carrinha e tomar o pequeno-almoço.

Adorámos fazer um passeio pela área circundante, ao mesmo tempo que escolhemos o “Doce Paparoca - Sanduicheira”, para tomarmos o nosso pequeno-almoço.

Este estabelecimento “Paparoca”, situa-se no Largo Brito Pais, foi um excelente lugar que descobrimos por acaso, onde a comida foi deliciosa. O atendimento é muito tipo caseiro, atencioso e com simpatia. Fomos encaminhados para uma sala do 1º andar, decorado como se fosse uma casa rústica, com umas mesas pequenas e decoradas nos seus tampos com elementos naturais.
A ementa que escolhemos deu-nos a noção de que estávamos em nossa casa: torradas com manteiga, pequenas baguetes com manteiga e queijo, sumos naturais, galões e cafés.
Depois deste belo e simples pequeno-almoço, continuamos no Largo Brito Pais, onde se recordam dois dos mais importantes momentos da história de Milfontes:

- Um deles é a fortaleza (atualmente uma unidade hoteleira) o Forte de São Clemente ou Castelo de Vila Nova de Milfontes.
- O outro monumento homenageia os aviadores Brito Pais, Sarmento de Beires e Manuel Gouveia, que em 1924, arriscaram um voo que os levaria a Macau.
Depois desta última visita decidimos ir visitar a zona do Farol, um dos locais mais emblemáticos de Vila Nova de Milfontes, onde já tínhamos estado ontem à noite para jantámos no Restaurante “A Choupana”. Devido ao adiantado da hora decidimos então hoje durante o dia fazer este passeio para apreciarmos a paisagem que é maravilhosa.

A condução da carrinha esteve entregue ao Zé Manel.

Seguimos então já em ritmo de viagem pela Avenida Marginal e no final encontramos o farol de Milfontes.
Daquele local foi-nos possível desfrutar de uma vista panorâmica, que abrange a Foz do Mira, a praia das Furnas, o imponente Atlântico, a Praia do Farol e claro, Vila Nova de Milfontes. A Foz do Rio Mira está em constante em transformação e quem por ali vive pode constatar essas diferenças que surgem de um dia para o outro, que como é de acreditar transmite mais beleza àquele cenário fascinante.
A frente mar é caraterizada pela presença de rochas e pela formação de grandes lagoas. Neste local, situa-se também o tal restaurante com uma vista privilegiada, a Choupana, com uma vista fantástica e de que ontem à noite não tínhamos tido essa noção.
No miradouro do Farol de Vila Nova de Milfontes foi erguida, em 2009, a estátua “Arcanjo”, uma estrutura que pretende transmitir uma mensagem ecológica e que foi galardoada com o prémio “Utopia”.
A obra “Arcanjo”, do escultor Aureliano de Aguiar venceu o Prémio Utopia de Arte Fantástica, na Categoria Escultura, promovido pelo Núcleo Português de Arte Fantástica. Esta escultura foi adquirida, recentemente, pelo Município de Odemira e colocada junto à Praia do Farol. O “Arcanjo”, em ferro de ferro reutilizado, com 3,5 m de altura e realizada entre 2007 e 2008, encerra uma mensagem ecológica de alerta. O artista plástico descreve a obra como “Um grito, um alerta ao planeta que se desfaz, derrete... A dor ou a raiva e o desejo de salvar o planeta que se degradou pela mão de humanos. Um apelo ecológico.

Depois de termos feito esta paragem obrigatória, mas no bom sentido, novamente já em andamento o nosso passeio continuou por Cercal e estrada fora fomos até a Santiago do Cacém, cidade sede de um dos maiores municípios de Portugal, onde parámos para visitar um pouco esta localidade e também para almoçar.

Como não conhecíamos esta cidade e após alguns contatos com habitantes locais foi-nos recomendado para almoçar neste Restaurante Cervejaria Covas, situado na Rua Cidade de Setúbal, desde 1940 e que não nos desiludiu.
É gerido pela família do seu fundador Armando Covas, que mantem a tradição e o ambiente caloroso e acolhedor próprio das casas familiares.
Escolhemos para o nosso almoço: iscas de porco preto, acompanhadas com batatas cozidas ou fritas, conforme o gosto e uma salada fresca;
polvo à lagareiro com batatas a murro;
ensopado de borrego;
carapaus fritos com arroz de tomate.
Salientamos que estes pratos regionais notava-se terem sido confecionados com cuidado e carinho. A comida estava ótima e o atendimento foi impecável e rápido.
Gostamos bastante e recomendamos para quem gosta de restaurantes tradicionais. As sobremesas foram diversas e muito saborosas.

Santiago do Cacém é uma cidade com origens remotas, durante o período romano era local de passagem na via que ligava Lisboa ao Algarve, o que contribuiu para o seu desenvolvimento. A conquista definitiva cristã deu-se no séc. XIII, em 1217, por D. Afonso II, apesar de ter havido uma primeira conquista em 1157 pelos Templários. Nessa altura foi então reconstruído o castelo de fundação árabe. Com interesse histórico e artístico, destacam-se a Igreja Matriz com fundação no séc. XIII e a Capela de São Pedro do séc. XVII. O seu centro histórico convida a um passeio pelas suas ruas íngremes que ladeiam casas senhoriais, brasonadas, com outras habitações mais modestas e igualmente típicas.
Nós fizemos esse tal passeio e da pouca coisa que vimos, gostámos. Saliento os murais por onde passámos, como por exemplo:
- Mural - “Habitar o que está Desabitado
- Mural da “Rua Padre António Macedo
 
Saliento pela negativa outro “Mural” da Rua Machado dos Santos – antiga Rua do Algarve, que infelizmente também encontramos “murais” idênticos pelo nosso país, inclusive na minha cidade da Figueira da Foz.
Depois desta curta visita a Santiago do Cacém, de que gostámos muito, chegou a hora de nos pormos a caminho na direção norte, ou seja, de regresso às nossas casas.

Aqui acabou a condução da carrinha pelo Zé Manel, para ele o descanso.
Começo então a condução do Vítor Azenha, e assim foi até à Figueira.

Foram três dias aproveitados ao máximo para conhecer e visitar muitos lugares bonitos. Foi uma grande aventura, com muitos quilómetros percorridos, muito próximo dos 1000 km, durante a qual nos divertimos, confraternizamos e fortalecemos ainda mais as nossas amizades.
Fizemos o nosso regresso, parando num local o mais adequado possível para esticar as pernas e… enfim.

E Vila Franca de Xira aproximou-se, estávamos já assim na província do Ribatejo. Estava à vista a Ponte de Vila Franca de Xira, então Ponte Marechal Carmona, cuja construção teve início em 1947, em 30 de Dezembro de 1951, foi inaugurada.
Atravessamos a Ponte de Vila Franca de Xira, sinal de que os quilómetros estavam a diminuir para chegarmos a casa. Parámos, no entanto, na área de serviço de Aveiras, já no concelho de Azambuja, para uma última preparação para fazermos o que restava da nossa viagem. Estacionámos numa zona reservada, perto do Parque de Merendas, onde petiscámos alguns artigos alimentares que ainda tínhamos reservado para esta altura.
Outros serviços obrigatórios também foram utilizados…
Voltámos à estrada agora muito mais simples pois caminho, foi quase direto passando ao lado de Leiria e apanhando a estrada já nossa conhecida até à Figueira da Foz, onde chegámos cerca das 21H30.

O Vítor Azenha acabou a sua condução. O descanso chegou e bem merecido.
Obrigado Vítor pelo teu esforço.

No regresso a casa todos estávamos felizes pelos dias bem passados e animados pela partilha de ideias e opiniões só possível pelo bom entendimento e respeito entre o nosso grupo.

Até ao próximo passeio!

PASSEIO A SETÚBAL ENTRE GASTRONOMIA, DOCES E VINHOS

24 a 26 de Setembro de 2019

2º Dia - 25

Os quartos modernos e climatizados do Hotel Ibis Setúbal têm uma decoração simples e contemporânea que nos ofereceram uma noite descansada e relaxada. Decidimos fazer às 08H00 o check-out no Hotel IBIS Setúbal e depois tomar o pequeno-almoço num supermercado existente ali perto.
O Zé Manel teve que se agarrar ao volante da carrinha.

Iniciámos o nosso passeio passando pela rotunda das Fontaínhas, onde podemos encontrar outra das esculturas o “Choco Pessoa”, inspirada na escultura evocativa de Fernando Pessoa existente no café “A Brasileira”, em Lisboa. Aproveitamos para tirar umas fotos sentados na cadeira junto ao dito choco.
Como Setúbal é uma cidade de pescadores, nada melhor do que um passeio pelo Mercado do Livramento, na Avenida Luísa Todi, para podermos sentir o ADN da cidade.
Este mercado é muito movimentado e até já foi considerado dos melhores do mundo. Por lá encontramos peixe, fruta, queijos, pão, flores… que enchem as bancas e são um espetáculo digno de olhar. Valeu apena visitar este Mercado do Livramento não só pelo comércio variado que ali se realiza, mas também pelo edifício, inaugurado em 1930, com colunas em ferro fundido, enormes painéis de azulejos no interior das décadas de 30 e 40. Se a fachada não deixa ninguém indiferente o interior impressiona ainda mais, sobretudo pela riqueza dos retábulos trazidos do Convento de Jesus.
Também ficamos muito admirados com algumas esculturas de figuras típicas do Mercado, representado o descarregador de peixe, a vendedeira de galinhas e de ovos, o homem do talho e a vendedeira de flores, peças oferecidas pela Fundação Buehler-Brockhaus.
Mais uns motivos para umas fotografias.
Depois desta interessante e original visita, dirigimo-nos para o porto de Setúbal para fazermos a travessia de ferry entre Setúbal e a península de Tróia, onde a nossa carrinha entrou e foi divertido.
Durante o trajeto podemos sair dos veículos, percorrendo quase todos os locais do barco, incluindo até à zona mais alta para apreciar a paisagem. Durante o percurso, podemos apreciar o Rio Sado, finalmente a Serra da Arrábida, embora ao longe, já que ontem por impossibilidade atmosférica não nos foi possível e os contornos citadinos de Setúbal ou Tróia. A península de Tróia com cerca de 17 quilómetros de comprimento e 1,5 de largura, situa-se no litoral da freguesia de Carvalhal, no concelho de Grândola, entre o oceano Atlântico (a oeste) e o estuário do rio Sado (a leste).
 
O desembarque foi feito perto do Pestana Tróia Eco-Resort. Já dentro da nossa carrinha fizemos um passeio por alguns dos locais mais procurados nesta península: a marina, o campo de golfe, o casino, alojamentos e restauração, praias e na parte norte as ruínas romanas de Tróia.
Deixo aqui um pouco da história deste local, apesar de termos decidido não o fazer nesta altura. “Era conhecida por Ilha de Ácala, como era conhecida na Roma antiga, a poucos minutos da zona central de Troia. É uma viagem no tempo até às ruínas do maior centro industrial de salgas de peixe do Império Romano, ocupado até ao séc. VI. Percam-se pelas habitações, túmulos e pelos banhos quentes e frios. São seis séculos de história, entre o séc. I e o séc. VI d. C., num espaço abençoado pela natureza. Troia, a “Pompeia de Setúbal”, conforme foi referida por Hans Christian Andersen, foi pensada à escala do Império. Todos os anos são descobertos vestígios, que podem conhecer nas exposições arqueológicas, visitas guiadas e eventos temáticos que as Ruínas organizam. Comecem por se deixar levar pela beleza natural do sítio, por entre dunas junto a uma laguna e se prolonga ao longo da orla do estuário do Sado. O percurso de visita (podem optar por ir sozinhos ou com guia) convida-vos a recuar até ao séc. I d.C. e a conhecer um monumento nacional que sobreviveu mais de 2000 anos. As casas, fábricas, termas, mausoléu e necrópole, construídas à imagem de Roma e que identificam claramente a cidadania e forma de pensar romanas, são impressionantes e estão muito bem conservadas. É impossível ficar indiferente à presença dominante das oficinas e dos seus tanques onde era salgado o peixe e se faziam os emblemáticos molhos de peixe vendidos por todo o Império. A sua quantidade faz-nos pensar na imensidão de pessoas que trabalhavam o peixe, desde os pescadores aos escravos e seus senhores.”
Aqui fica um pouco da história sobre as ruínas romanas de Tróia.
Mas foi neste cenário idílico e complementado por zonas naturais de excelência como a Reserva Botânica das Dunas da Península de Tróia e o fantástico Estuário do Rio Sado, que fizemos uma paragem para um ”lanche”, constituído por artigos adquiridos na região.
A nossa mesa foi na traseira da carrinha que era enorme e ali dispusemos as nossas iguarias: Queijo de Azeitão, pão e vinho setubalense…
E como servir o Queijo de Azeitão?
Segundo informação adquirida:
Deve ser servido à temperatura ambiente. Colocar o queijo numa base. O corte deve ser feito ao meio, para que possa apreciar a pasta untuosa a deformar lentamente. Partir em pequenas fatias e servir.
Acompanhar com um bom vinho tinto da região e pão caseiro.”
Garanto termos seguido a informação à risca!

De seguida iniciamos o nosso passeio pela Costa Alentejana.
Passamos pela região da Comporta, freguesia do concelho de Alcácer do Sal. A Comporta é famosa pelas suas praias de enorme qualidade e pelo clima ameno durante o verão. A praia da Comporta tem areia branca e um mar azul, conferindo-lhe um aspeto paradisíaco. Esta praia tem sido galardoada com a Bandeira Azul ao longo dos anos, símbolo da qualidade que por aqui poderá encontrar. A Comporta está integrada na Reserva Natural do Estuário do Sado, conferindo-lhe as condições necessárias para o desenvolvimento das mais de 200 espécies de aves que por aqui existem.

Seguimos para sul pelo litoral alentejano.

Com uma localização privilegiada, depois de passarmos pela Comporta viramos em direção a Melides e depois de passar Pinheiro da Cruz e alguns parques, existe um lugar excelente para se desfrutar de uma boa refeição, à esquerda, Restaurante Tia Rosa, em Fontainhas Do Mar.
Os pratos principais são de confeção caseira e raízes alentejanas. Iniciámos por:
- uma Canja de Pato com um raminho de hortelã, que lhe deu um sabor rústico e bastante agradável;
- um dos pratos principais que destaco é o Pato Assado no Forno, com laranja e batata assada com cebola; o pato era macio por dentro e crocante por fora, uma verdadeira delícia; a acompanhar o prato, pois fazia parte do mesmo, veio um Arroz de Miúdos de Cabidela, com uma crosta de ovo que também foi ao forno, simplesmente divinal;
- outro dos pratos escolhidos foi o Borrego no Forno, acompanhado com legumes salteados com batata doce, uma boa combinação;
- tudo acompanhado por um bom vinho da casa, Breijinho da Costa;
- uma refeição desta qualidade nunca estaria completa sem o degustar de uma boa sobremesa alentejana: a Sericaia, claro acompanhada com uma boa e generosa ameixa em calda, sem palavras… 
Este é um conceito de casa típica e modesta. O ambiente é muito acolhedor, com um staff muito simpático e com serviço agradável e bastante eficiente.

Estávamos na freguesia de Melides, uma freguesia do concelho de Grândola.
Decidimos conhecer a Praia de Melides, situada no litoral alentejano é considerada a praia com a maior extensão do país.
Fizemos apenas uma visita, melhor ainda, uma passagem em andamento lento pois era nossa intensão visitarmos e demorarmos mais um pouco na Praia e Lagoa da Costa de Santo André, onde poderíamos fazer a nossa digestão ao saboroso almoço que tínhamos acabado de fazer.
Lá fomos até junto à Lagoa de Santo André, integrada na área de Reserva Natural, a Praia da Costa de Santo André é um longo areal simultaneamente banhado pelo Oceano Atlântico e pelas águas tranquilas da lagoa.
Estacionámos a carrinha num parque de estacionamento que aquela hora se encontrava praticamente vazio, mas rodeado por dunas, uma praia de mar agitado mas muito procurada pelos veraneantes, pois podem optar pelas águas mais calmas da lagoa, onde se pode praticar windsurf e canoagem ou simplesmente para passear e observar uma belíssima paisagem, que foi aquilo que fizemos.

Confraternizamos em alegre cavaqueira e amizade e não deixamos de tirar mais algumas (muitas) fotografias e também as selfies da moda.
Voltamos à nossa carrinha a caminho de Sines, no litoral do sudoeste alentejano. Só por curiosidade e também com o intuito de aprender ou recordar sempre alguma coisa, foi por volta de 1469, que nasceu em Sines, Vasco da Gama, uma das maiores figuras da história portuguesa e europeia, o descobridor do caminho marítimo para a Índia. É atualmente um importante centro de comércio e serviços, com portos, produção de polímeros, produção elétrica, combustível, pesca e turismo. Tem como principais monumentos e edifícios de interesse: o Castelo de Sines, Museu de Sines/ casa de Vasco da Gama, Igreja de Nossa Senhora das Salas, Igreja Matriz e o Centro de Artes de Sines.
A nossa proximidade desta cidade, desta fez teve de ficar mesmo apenas pela passagem e uma pequena e curta paragem na zona do porto. Ficará para outra altura uma visita que de certeza não nos arrependeremos.

Continuamos o nosso passeio para sul pois que a cerca de 16 km, encontra-se Porto Covo, um dos nossos objetivos para o dia de hoje. É uma encantadora aldeia de pescadores, como confirmámos, com um largo geométrico e regular das suas casas brancas com barras azuis, sendo um testemunho vivo da arquitetura popular do século XVIII.
Podemos admirar as suas imponentes falésias, as diversas praias de águas cristalinas e a Ilha do Pessegueiro ou a Albufeira de Morgavel. Daqui podemos olhar para norte e vislumbrar ainda a Reserva Natural da Lagoa de Santo André, onde tínhamos estado alguns minutos antes. Para Sul é já parte do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.
Encontramos uma enseada em forma de concha, a praia dos Buizinhos, que se chama assim, dizem, porque o seu pequeníssimo areal está cheio de búzios.
Finalmente estivemos a olhar, admirados, muito felizes e pela primeira vez A Ilha do Pessegueiro (situada ao largo de Porto Covo), é um importante local a nível paisagístico e histórico. Foi local onde na época romana existiu um centro portuário e produtor de conserva de peixe, e refúgio de piratas durante séculos. No século XVII foi construído um forte na época de D. Pedro II, onde são visíveis à data atual o seu fosso e muralhas quase intactas.
Haverá algum texto sobre Porto Covo e a Ilha do Pessegueiro que não faça referência à canção de Rui Veloso? Em Portugal, a ilha ficou ainda mais conhecida através do sucesso desta música:
“Roendo uma laranja na falésia
Olhando o mundo azul à minha frente,
Ouvindo um rouxinol na redondeza,
No calmo improviso do poente

Em baixo fogos trémulos nas tendas
Ao largo as águas brilham como pratas
E a brisa vai contando velhas lendas
De portos e baías de piratas

Havia um pessegueiro na ilha
Plantado por um Vizir de Odemira
Que dizem que por amor se matou novo
Aqui, no lugar de Porto Côvo”


A lua já desceu sobre esta paz
E reina sobre todo este luzeiro
Á volta toda a vida se compraz
Enquanto um sargo assa no braseiro


Ao longe a cidadela de um navio
Acende-se no mar como um desejo
Por trás de mim o bafo do destino
Devolve-me à lembrança do Alentejo

Havia um pessegueiro na ilha
Plantado por um Vizir de Odemira
Que dizem que por amor se matou novo
Aqui, no lugar de Porto Côvo

Roendo uma laranja na falésia
Olhando à minha frente o azul escuro
Podia ser um peixe na maré
Nadando sem passado nem futuro

Havia um pessegueiro na ilha
Plantado por um Vizir de Odemira
Que dizem que por amor se matou novo
Aqui, no lugar de Porto Côvo

A seguir ainda parámos na povoação de Porto Covo num café para nos refrescarmos, antes de nos deslocarmos até Vila Nova de Milfontes.

Chegámos a Vila Nova de Milfontes, vila do concelho de Odemira, distrito de Beja, situada na margem norte da foz do rio Mira. Encontra-se inserida no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina. É conhecida por Princesa do Alentejo é uma pequena vila pesqueira com uma forte ligação ao mar. No final da reconquista cristã, o litoral alentejano era um território escassamente povoado e desorganizado, como tal, o rei de Portugal D. Afonso III fez largas doações à Ordem de Santiago como recompensas pelo seu importante papel na guerra contra os mouros. Por se situar na costa, esta região era frequentemente assolada por piratas, que pilhavam e assaltavam a população e as embarcações. Para sua defesa no final do século XVI foi mandado edificar o Forte de São Clemente ou Castelo de Vila Nova de Milfontes. Esta localidade está ligada ao grande feito da aviação portuguesa que foi a primeira travessia área entre Portugal e Macau, realizada por Brito Paes, Sarmento Beires e Manuel Gouveia. Foi a 7 de Abril de 1924 que os pilotos partiram do Campo dos Coitos, junto a Milfontes, rumo ao Oriente. Em homenagem aos aviadores e ao seu feito histórico, foi erguido na Praça da Barbacã, junto ao forte, um monumento que recorda a heroica viagem. Note-se que o Comandante Brito Paes era natural do concelho de Odemira, mais concretamente de Colos.

O nosso primeiro passo foi fazermos o check-in no Hotel Pátios da Vila, Rua Eira da Pedra Lote 1, situado a 50 metros do River Inn, hotel onde tínhamos reservado os nossos quartos com varandas privadas.
Após recolhermos as chaves dos aposentos, levamos as nossas bagagens para o River Inn by AC Hospitality Management, situado na Rua D. João II. Situado numa área com uma excelente localização: Foz do Rio Mira - 200 m; Forte de São Clemente - 200 m; Praia das Furnas - 800 m; Praia do Farol Mar/oceano - 400 m; restaurantes entre os 200 e os 600 m.
Depois de já estarmos instalados e das informações recebidas pela simpática e muito competente rececionista do Hotel Pátios da Vila, decidimos por sua sugestão irmos jantar ao Restaurante A Choupana, que ficava a cerca de 600 m, mesmo junto à Praia do Farol. Como já tinha anoitecido e a temperatura tinha arrefecido um pouco, decidimos ir na carrinha.
O Restaurante A Choupana está instalado numa cabana de madeira, montada em cima da areia, com janelas abertas para o mar e uma grelha sempre acesa onde entram e saem peixes e carnes. Dali segundo informação pode-se apreciar um espetacular pôr-do-sol do litoral alentejano. O espaço é rústico. O menu é composto de peixes, bom bacalhau e ótimos frangos assados. Como a noite já estava um pouco avançada já havia pouca variedade de pratos. Mas ainda podemos apreciar uns bons robalos e sardinhas grelhadas na brasa, mesmo ali à nossa frente.
Os pratos são bem confecionados. Como o Sol já se tinha posto achei a iluminação insuficiente no interior do restaurante. Os funcionários foram simpáticos q.b.
Aconchegados, mas um pouco desiludidos, pela fama que o restaurante tinha, ficamos com um sentimento de que soube a pouco, que poderia ter sido melhor.
Entramos novamente na carrinha para a estacionarmos junto ao nosso hotel.

Acabou a condução do Zé Manel, finalmente o descanso.

Como ainda tínhamos algum folgo e vontade de conhecer Vila nova de Milfontes, fomos dar uma pequena volta pela vila. Mas estava tudo fechado e a pouca iluminação das ruas não nos deixava ver nada de interesse.

Pensamos, então, ir tomar um drink num estabelecimento hoteleiro que ainda se encontrava aberto e tinha uma esplanada, o HS Milfontes Beach - Duna Parque Hotel Group, na Avenida Marginal de Vila Nova de Milfontes, junto à Baía do rio Mira, e que mesmo de noite tinha uma vista lindíssima da sua foz. O HS Gin Bar foi uma excelente escolha para desfrutarmos de uma bebida e conversarmos um pouco. Fizemos um apanhado do nosso dia de viagem e combinámos o início do dia seguinte.
Mas o cansaço já pedia para nos recolhermos ao Hotel River Inn By AC Hospitality Management para um descanso bem merecido, ou seja, dormir.