sábado, 25 de abril de 2009


Já nasceu!
Já nasceu o Tiago! Um rapagão com 4,140 kg.
Aconteceu na quarta-feira, dia 22 de Abril de 2009, pelas 20 horas e 5 minutos,
A minha filha, a Vanda, foi mãe e foi uma mulher de coragem. Não foi fácil, mas portou-se como se deve portar uma mulher, …uma MÃE!
O pai, o Miguel, era um homem feliz, orgulhoso… via-se nos olhos!
Os Avós não tinham palavras… embevecidos… extasiados…

Dizem que o Natal é (devia) ser todos os dias.
Neste dia de facto foi Natal!

O BRINDE:
Queremos brindar a Vida
Com uma taça da esperança.
Nasceu a Primavera!
Nasceu uma criança!

Mas antes dela nascer
Nós já desejávamos:
Que a beleza fosse a da mãe,
Que o humor fosse o do pai,
Em suma que fosse perfeito.

Depois dela nascer os nossos desejos continuam…
Desejos:
Do primeiro sorriso,
Da primeira palavra,
Do primeiro passo.
Tantos desejos!

Mas um dia ele há-de descobrir
Que há muita gente que deseja de maneira diferente dele.
E nesse dia ele vai desejar mais que nunca ter também os seus desejos…
Vai desejar ter a sua liberdade,
Desejar ter o seu futuro,
Desejar ter os seus sonhos…

Enquanto isso não acontece,
Brindamos pelo nascimento do Tiago!
Brindamos para o ajudar a que um dia possa ter os seus desejos!
Brindamos para que ele um dia consiga todos os seus desejos!
Brindamos…

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Correcção

CORRECÇÃO


Por lapso, não incluí nos dois apontamentos que coloquei anteriormente sobre a cidade de Catanzaro e a representação de “La Nonna”, uma fotografia do autor desta peça o que julgo ser fundamental, pois no fundo ele é o “culpado” destes dois artigos existirem.

Assim, aqui vai a fotografia de Roberto Cossa, o autor da peça “La Nonna”.

CATANZARO

O porquê deste apontamento sobre CATANZARO
Muitas pessoas me foram perguntando, depois de terem visto a peça “La Nonna”, onde ficava essa estranha até então cidade de Catanzaro.
Confesso que até a mim no início me soava estranho e até tive alguma dificuldade em pronunciar esta “estranha” palavra Catanzaro.
Hoje a palavra Catanzaro já não soa assim tão estranhamente, pelo contrário já é muito popular. Até os meus alunos e alguns colegas meus que já tiveram o gosto e a satisfação de ver a peça, conhecem o nome desta cidade, chegando a dizer quando passam por mim: Catanzaro… Catanzaro…
Assim foi crescendo a minha curiosidade e senti-me na obrigação de fazer uma pesquisa na net, não só para ficar com mais alguns conhecimentos como também com eles satisfazer a curiosidade das pessoas.
Então aqui vai o que encontrei e preparei para vos apresentar.


Calábria
É uma região no sul da Itália, ao sul de Nápoles, situado no "pé" da península itálica. É delimitada a norte pela região do Basilicata, a sul-oeste, pela região da Sicília, a oeste pelo Mar Tirreno, a leste e pelo mar Jónico. A capital regional é a cidade de Catanzaro. As outras duas principais cidades são Reggio Calabria e Cosenza. Calábria é uma pequena península, que prorroga para o Mediterrâneo a trezentos quilómetros. Ela está localizada no pé do "boot" entre o Mar Tirreno a oeste e pelo mar Jónico e Golfo de Taranto para o leste. Está separada Sicília pelo Estreito de Messina, onde o ponto mais estreito entre Capo Peloro Punta Pezzo, na Sicília e na Calábria é de apenas 3,2 quilómetros. Embora o mar parece ser sempre presente na Calábria, que é principalmente uma região montanhosa. Três serras estão presentes: Pollino, a Sila, e Aspromonte. Calábria é dividido em cinco províncias: Reggio Di Calabria, Vibo Valentia, Catanzaro, Crotone e Cosenza.


Catanzaro
Catanzaro é uma comuna italiana da região da Calábria, província de Catanzaro, com cerca de 93.540 habitantes. Estende-se por uma área de 111 km2. Faz fronteira com Borgia, Caraffa di Catanzaro, Gimigliano, Pentone, San Floro, Sellia, Settingiano, Simeri Crichi, Tiriolo.

Esta antiga cidade cresce sobre uma rocha e é dividida em duas partes pela Fiumarella vale íngreme, os dois pontos sejam ligados por uma enorme ponte de aço concreto (o Viadotto Morandi), entre as mais elevadas da Europa, construído em 1960 em um projecto do arquitecto Riccardo Morandi. A praia vila Catanzaro Lido é uma pequena cidade localizada a cerca de 5 km a sul. Tem um pequeno porto de pesca e embarcações de recreio. Chamada a cidade dos 3 V's de Vitaliano (o patrono), veludos (era um centro têxtil desde Norman vezes) e "Venti" (= ventos) para a forma da brisa Sila montanhas e o mar.


História
As origens do nome são muito debatidos. Alguns dizem que é derivada de dois bizantino generais, Kattaro e Zaro, enquanto uma outra teoria é que Zaro foi o nome original do rio (Zarapotamo), para que kata Zaro significaria para além do rio. De acordo com Luigi Settembrini, o nome também poderia ser obtido pelas palavras gregas kata'-antheros "sobre o florido (serras)". A antiga cidade foi construída ao longo de três morros (St. Trifone ou St. Rocco Hill; Episcopado's Hill, St. John's Hill).
No século XV, sob a dominação do sul da Itália aragonês, Catanzaro foi a capital da seda produz o mundo que criou sedas e rendas para o mundo da justiça e do Vaticano. Comerciantes muitas vezes vinham de toda a Europa para adquirir a seda no porto de Reggio Calabria.
Durante a revolta da Calábria barões de 1528, o vice-rei espanhol Pedro de Mendoza Alarcon com 11.000 tropas leais resistiram a um longo cerco, ganhando o título para a cidade de magnifica em fidelíssima pelo imperador Charles V, o direito de cunhar moeda.
Um devastador terramoto em 1783 terá apagado igrejas, palácios e uma grande parte da população, e um segundo terramoto em 1832 completou a destruição da maioria dos antigos edifícios históricos.
Catanzaro foi outrora um florescente bizantinas centro, bem como um posto avançado o antigo castelo Norman existente até hoje.


Principais pontos turísticos
- Duomo (Catedral). Construída sobre uma catedral normanda, em 1121, no século XVI que recebeu uma fachada renascentista que foi, porém, destruída em 1638. A igreja foi quase inteiramente destruída pelos bombardeios de 1943, e mais tarde foi reconstruída.
- Basílica dell'Immacolata.
- Igreja do Santíssimo Rosário (século XV ou XVI), com uma fachada renascentista e uma única nave interior.
- Igreja de Sant'Omobono (século XI ou XII).
- Pequena igreja bizantina de Sant'Omobono (11th century).
- Chiesa dell'Osservanza, ou Santa Teresa. No interior é o século XVI. Capela do Santo Sepulcro e uma estátua de "Madonna delle Grazie” por Antonello Gagini.
- Restos do Castelo Norman.
- Porta di S. Agostino e Porta di STRATO, duas portas, que são os últimos vestígios da muralha medieval, demolida em 1805.
- Palazzo de 'Nobili (século XV), actual Câmara Municipal.




Província de Catanzaro


# Origem deste pequeno resumo foi a Wikipédia, a enciclopédia livre.

domingo, 5 de abril de 2009

“La Nonna”
Foi com esta peça levada à cena, no dia 17 de Janeiro, pelas 21h30, no Teatro da Sociedade de Instrução Tavaredense, integrada nas comemorações dos seus 105 anos, que o elo das representações ininterruptas da nossa associação não foi quebrado, desde a sua fundação em 1904.

A peça La Nonna é mais uma aposta da nossa secção dramática, e a expectativa foi grande, até à estreia, pois trata-se do trabalho mais famoso do autor argentino Roberto Cossa.

Sinopse
Uma família de raízes italianas, numa qualquer cidade que pode muito bem ser a Figueira da Foz, ou até, porque não, Tavarede, confrontada com a miséria e culpa a sua avó centenária pelo facto dela comer desmesuradamente. A avó, a Nonninha, fala uma mistura hilariante de italiano e de português, mas é fácil de compreender, pois cada palavra é sobre comida e não faz mais nada a não ser comer. Os esforços da sua família para evitar a ruína transformam-se em esquemas com vista a livrarem-se da Nonna. Mas as qualidades de uma luta pela sobrevivência prevalecem e acaba por ser um outro membro da família a ficar apanhado em cada armadilha que engendra e empreende. O escasso espólio que a família possui acaba por ser vendido ou penhorado, mas a Nonna ainda assim persiste na sua voracidade.

O senhor Agostinho! Não quero deixar cair no esquecimento o meu personagem, o senhor Agostinho. Que é um velhinho com cerca de 80 anos, que em tempos passados esteve apaixonado pela Lúcia, filha da Nonna, mas que esta tratou de acabar com eventuais desejos. Agora aparece com a intenção de casar com a bisneta Vanessa, mas propõem-lhe “quase obrigado” a ficar com a “Nonna”, a avó que devora tudo, pelo que a família faz os possíveis e impossíveis para se desfazer dela. O senhor Agostinho perde o pouco que tem e até o juízo, com a convicção que vai arranjar fortuna na cidade de Catanzaro, na Itália, onde supostamente a sua Nonna tem uma fortuna. Até as três mulheres que se cruzam na sua vida: a mãe, a filha e a neta, acaba também por as perder… Pobre senhor Agostinho… Catanzaro… Catanzaro… Catanzaro…

O texto é extraordinário e desenrola-se num ritmo cénico estonteante, em que o suspense prende do primeiro ao último minuto do espectáculo os espectadores e os actores que compõem este ELENCO:
EUSÉBIO – António Barbosa, o Tónis;
MARIA – Carla Fonseca;
CHICO – Fernando Romeiro;
NONNA – Helena Rodrigues;
SENHOR AGOSTINHO – José Manuel Cordeiro, que sou eu;
LÚCIA – Manuela Mendes;
VANESSA – Raquel Rodrigues.

A Encenação é da responsabilidade de:
- Ilda Simões – aquela que nos diz para ir à Merda antes de começar a representação.
A Caracterização, ela pinta, pincela, espaneja, risca, cola pêlos e tira pêlos, inventa uma verruga, imagina uma cicatriz, põe bigode, põe pêra, ajeita a sobrancelha, esborrata os beiços, e põe-nos velhos (a mim) e põe-nos novos e lindos e feios e…
E o Ponto, que ponto a ponto, vírgula a vírgula, nos vai “soprando” os papéis sem falhas, facto que nos alivia a alma e descansa os sentidos, ufaaa… se não fosse ela…
- Otília Medina – a Lita, a nossa (minha) salvação!!!!
A Luz, ele faz o desenho de luz das cenas, tira e mete projectores e afins, muda-lhes a cor, troca uma lâmpada que se funde, acarta e desarruma todo o material eléctrico necessário, mas nunca mais o arruma, também não é essa a missão dele…Só não dá é à “luz”!
E o Som, e que som… põe alto, põe baixo, grava ali, corta acolá, usa cassetes, cd’s, dvd’s, mini-disc, disquetes… e que música! Agora é música italiana… depois logo se verá… ele é o
- Nuno Pinto – o Nuninho.
A Cenografia ficaram com a responsabilidade os:
- José Manuel Cordeiro – que sou eu… que cena meu… pensei num cenário para podermos representar em salas sem condições para fazer teatro. O resultado não foi aquele que queria, pois por vezes faltam condições materiais e mais importante ainda é a falta de tempo para se poder experimentar outras soluções… Mesmo assim, com este cenário já fomos representar num palco que não tinha o mínimo de condições. Qual foi a solução? Inventou-se outro cenário!
- José Alberto Cardoso – o tal carpinteiro de Brenha que nos veio ajudar e muito! É ele que nos tem feito todo o trabalho de carpinteiro de cena!
A Montagem de Cena os:
- José Alberto Cardoso, aqui está ele novamente, o tal de Brenha.
- José Maltez, o nosso carpinteiro-mor, aquele que serviu a SIT, tal como penso que deve ser um sócio, sempre ali, lá e acolá, seja onde for. Sempre a saber onde está tudo. Agora está um bocado esquecido. Agora já não tem aquela agilidade, aquela actividade, mas é sempre um incentivo, um exemplo vê-lo. Sempre aquela vontade de fazer, de estar presente. E depois qual a admiração? O Ti Zé Maltez também tem direito a descanso! Ou não se lembram de que ele está reformado?


Sobre o Autor
Roberto Cossa, um dos dramaturgos chave da literatura argentina, nasceu o 30 de Novembro de 1934 no Bairro Villa del Parque, em Buenos Aires. Começou a actuar aos 17 anos num teatro em San Isidro, mas cedo abandonou a representação, e em lugar disso desenvolveu uma extensa obra como dramaturgo e crítico de teatro.
Descreve-se como actor frustrado: “Muitas vezes perguntei-me que me aconteceu a mim com a actuação. Acho que não me sentia seguro, e não tive a intuição ou a lucidez de me por a estudar” – diz o autor. Como jornalista, passou por Clarín, O Cronista Comercial e A opinião. Correspondente clandestino durante dez anos do Prensa Latina, a agência de notícias cubana. O próprio define-se como socialista e admirador da Revolução Cubana.
A realidade social e a história política da Argentina marca presença constante na sua obra. “Poucos autores tem alcançado tão perfeito grau de lucidez na interpretação da realidade social e no comportamento da classe média como Roberto Cossa” – diz Osvaldo Soriano, no prólogo de Teatro/1, o primeiro volume das obras completas de Cossa.
De entre elas destaca-se uma obra-mestra: "El viejo criado" (1980). “Toda a miséria argentina está ali: o autoritarismo, a mentira, a cegueira histórica, a estupidez, a ignorância, a prostituição dos valores éticos e morais. Com uma lucidez implacável, através de um bela metáfora, Cossa passa revista à Argentina do último quartel do século XX e mostra o fim e passividade que incumbe o germe da tragédia hoje.” Cossa é o autor de outras obras de grande êxito como La Nona (1977), Gris de ausencia (1981), Yepeto (1987), várias delas levadas ao cinema.
Impôs-se desde a sua primeira peça, em 1964, representando a classe média argentina à procura da felicidade feita simplesmente de alegrias quotidianas. Ele encarna as frustrações de uma sociedade sem êxito e em busca da sua identidade. Toda essa plebe de classes médias baixas que continuam a acreditar em dias melhores. Cossa conhece-os e ama-os, essas pessoas do seu bairro, filhos dos emigrantes italianos, como ele, mas também os argentinos de origem. O que os faz mover, os seus sonhos, as suas ambições, as suas ilusões, é também a força das peças de Roberto Cossa.