sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Uma Noite em Casa de Amália

27 de Setembro de 2012
Cerca das13H30 saímos do Largo da Igreja de Tavarede em direção a Lisboa com o objetivo principal de assistirmos a mais um espetáculo no Politeama.
Antes porém tivemos uma visita marcada às 16H00 à Casa-Museu da Fundação Medeiros de Almeida, o que aconteceu até às 18H00, com muita satisfação de todos os companheiros de viagem.
“A Fundação Medeiros e Almeida desempenha um papel muito importante ao facultar o usufruto da coleção de obras de arte reunida na Casa que foi a residência de António Medeiros e Almeida (1895-1986), desde o início dos anos 40 do século XX e ainda pelo apoio significativo à arte através da cedência de bolsas de estudo a estudantes de belas artes. A Casa Museu engloba duas áreas museográficas únicas, a primeira habitada pelo instituidor (1940-1970) e em que foi mantido o ambiente original, a outra construída nos terrenos do antigo jardim da casa, utilizando peças originais adquiridas pelo colecionador, reconstituindo ambientes barrocos “à francesa”. Esta casa conta uma história ao longo de 25 salas que apresentam coleções europeias de pintura, mobiliário, tapeçaria, arte sacra, vidro e joalharia com adereços e peças avulsas do séc. XVII até à atualidade. Destaca-se duas coleções únicas expostas em salas próprias: A coleção de relógios com cerca de 225 peças, é considerada uma das maiores da Europa é apresentada cronologicamente e inclui especialmente relógios de bolso desde 1620 a 1968, dos mais conceituados fabricantes europeus. A coleção de Cerâmica Chinesa com peças de terracota e porcelana desde 220 a.C. até ao século XIX.”
Às 21h30 teve início o espetáculo "Uma Noite em Casa de Amália" no Politeama, onde tivemos a oportunidade de assistir a mais esta peça de Filipe La Féria, onde a criatividade, a emoção e o talento esteve presente. É excelente o elenco de atores que tivemos o prazer ver no palco durante cerca de duas horas, com interpretações acima da média. Saliento a Vanessa, com uma interpretação que me espantou, maravilhosa; mas também não posso deixar de enaltecer o “boneco” criado pelo Ricardo Castro, no papel de Ary dos Santos, simplesmente fantástico, uma pequena obra de arte. Parabéns a todos!
“Este novo original de La Féria, trata de um musical que se debruça sobre as fabulosas tertúlias que Amália fazia na sua casa e que contavam sempre com a participação poetas e músicas deste jardim à beira-mar plantado e de terras de Vera Cruz.
Apesar de estarmos na época do Verão, o público que for ao Politeama será levado até ao frio Inverno de 1968, nos começos do marcelismo e a escassos anos da revolução, e será recebido com um enorme sorriso pela rainha do fado, Amália (Vanessa), porque “a vida é a arte do encontro”, segundo Vinicius. E a ela vão-se juntar o poeta brasileiro Vinicius de Morais (Marcos de Góis), a lendária Natália Correia (Paula Fonseca), o grande e incontornável Ary dos Santos (Ricardo Castro), o poeta David Mourão Ferreira (Nuno Guerreiro), o inesquecível Alain Oulman (Hugo Rendas), a genial Maluda (Cláudia Soares), e ainda um Militar (Rui Andrade), o técnico de som da Valentim de Carvalho (Pedro Martinho) e a fiel amiga e confidente de Amália, Casimira (Rosa Areia). E durante essa noite pré-Natalícia e que antecede a partida de Vinicius para uma viagem, Amália recorda-nos os seus mais famosos fados e as músicas brasileiras que imortalizou, numa comunhão perfeita entre o fado, o folclore, a bossa-nova, a poesia, o samba e o humor. Lá Féria regressa assim à encenação dos seus próprios textos com este encontro entre a cultura portuguesa e a brasileira ocorrido na casa mais famosa da Rua de São Bento, com um elenco de luxo e numa produção que promete ser mais um êxito como “Passa Por Mim no Rossio”, “Maldita Cocaína”, “Amália”, “My Fair Lady” ou “A Canção de Lisboa”. Um espetáculo que não deixará ninguém indiferente e com o pano a cair num mais que imperativo final feliz, onde pulula a alegria de viver e de estar vivo!”

PS: Os textos foram retirados da net, assim como as fotografias, já que nos locais referidos não ser permitidas a recolha das mesmas.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Regresso a Lisboa

11 a 14 de Setembro de 2012
Mais uma vez e sempre um regresso a Lisboa é desejado por mim e minha esposa. Lisboa é sempre novidade, é sempre surpresa.
Terça-feira 11,pelas 07H00 da manhã saímos da Figueira da Foz, a caminho de Lisboa, onde chegámos pelas 09H45, ao terminal de autocarros de Sete Rios. Pelas 10H00, demos entrada na nossa já habitual Residencial Florescente, situada nas Portas de Santo Antão, onde fomos calorosamente recebidos pelo senhor António, e mais tarde pelo seu colega senhor Carlos, o que acontece sempre que faço uma visita a Lisboa. São dois funcionários da receção que mostram sempre uma grande cordialidade e sempre disponíveis para uma agradável conversa. É o nosso hotel de eleição! Ali sentimo-nos como em casa.
Como a hora do almoço estava a chegar, optámos por comer no restaurante “Pérola”, que pertence a esta residencial Florescente. O seu menú apresenta um conjunto de sabores Portugueses, num ambiente agradável e requintado e uma equipa muito simpática e profissional. Escolhemos Filetes de Pescada Dourados com Arroz e Frutos do Mar e Salmão Grelhado com um acompanhamento diversos legumes. Estavam os dois pratos excelentes. As sobremesas com uma apresentação muito especial, não deixam ter sabores extravagantes e muito agradáveis, as escolhas foram crepes de chocolate e gelado – divinal.
Estava muito quente a temperatura (33ºC), mas com os devidos cuidados começamos o nosso “regresso” a Lisboa fazendo algumas visitas a alguns locais que para nós são quase obrigatórios. As novidades são sempre constantes. Ainda não conhecíamos o renovado Terreiro do Paço, com alguns dos ministérios transformados em restaurantes, esplanadas, lojas e a “casa de banho mais sexy do mundo” a praça nobre de Lisboa mudou. E os novos espaços do Terreiro do Paço são:
Ginginha do Carmo: pequeno quiosque na entrada da praça, em frente ao histórico café Martinho da Arcada. A ginjinha é a marca, mas também há café, licores, chocolate quente, chá gelado e refrescos de laranja ou limão.
Museu da Cerveja: no início das arcadas fica o primeiro restaurante que é também um museu com a história da cerveja em Portugal. As são especialidades: bifes, petiscos e marisco. Há visitas guiadas ao museu e provas de cerveja. Ministerium: é um espaço de comida rápida, bar e café. NoSolo Itália: é um dos restaurantes italianos mais conhecidos do país com uma espaçosa sala interior e esplanada onde poderá saborear uma pasta ou uma pizza de inspiração italiana. Can the Can: restaurante onde se servem conservas e enlatados de alta qualidade, interpretados de forma gourmet e associados as receitas tipicamente portuguesas. Não faltam as sardinhas e a cavala e há noites de fado! Populi: restaurante onde se servem pratos internacionais inspirados na tradição portuguesa, tendo o risotto uma das especialidades mais conhecidas. Como sobremesa dizem que tem o "Melhor Gelado de Chocolate do Mundo"? Lust: é a discoteca Lust Lisbon. Charme, com festas temáticas e DJ’s de renome. E a casa de banho mais sexy do mundo: é agradável de se visitar e foi a Renova criou esta melhor casa de banho pública que alguma vez se viu, que é também é uma loja da marca. É aberta a todos os que passam pelo Terreiro de Paço, os compartimentos não têm distinção de sexo, são todos adequados a pessoas com mobilidade reduzida, são insonorizados e limpos sempre depois de cada utilização. O lavatório é comunitário e… amarelo! Já a decoração é marcada por muitos rolos de papel higiénico colorido e exposições flash de artistas nacionais. A utilização tem um valor simbólico mas pode-se levar um rolo colorido para casa!
Como se pode ver Lisboa tem sempre coisas novas para se ver.
Assim chegou o jantar que nos levou até a um restaurante churrasqueira, muito conhecido, económico e com muitos variados e saborosos pratos, ali também nas Portas de Santo Antão. Aproveitamos a ótima temperatura para um passeio noturno pela Baixa até ao Chiado.
O dia seguinte chegou e que começou com reconfortante duche logo seguido de um excelente café-da-manhã, em regime de buffet, com uma grande variedade de comida. A manhã já estava a meio e o calor já se fazia sentir, cerca 34ºC era a previsão para hoje, quarta-feira 12. O nosso objetivo hoje era a visita a dois museus.
A primeira foi à Casa dos Bicos ou Casa de Brás de Albuquerque, casa construída em 1523, a mando de D. Brás de Albuquerque, filho natural legitimado do segundo governador da Índia portuguesa. A fachada está revestida de pedra aparelhada em forma de ponta de diamante, os "bicos", sendo um exemplo único de arquitetura civil. Os "bicos" demonstram uma clara influência renascentista italiana. Com o terramoto de 1755 destruiu tendo desaparecido algumas partes deste edifício. A família Albuquerque vendeu-a em 1973, tendo até então sido utilizada como armazém e como sede de comércio de bacalhau. Na Casa dos Bicos funciona hoje a Sede da Fundação José Saramago, acolhendo a biblioteca do escritor prémio Nobel da Literatura.
A Fundação José Saramago pretende que este emblemático edifício seja um espaço público em que se celebrem exposições, recitais, conferências, cursos, seminários, de modo que as suas dependências sejam colocadas ao serviço da cultura. A Casa está aberta ao público, pondo assim termo a um largo período em que nem os lisboetas nem os turistas podiam apreciar os vestígios de épocas passadas que se albergam no piso térreo: um conjunto de estruturas que remonta às primeiras ocupações do espaço, um troço importante da muralha fernandina, tanques romanos de base quadrangular, destinados à salga e conserva de peixes. O edifício é de propriedade municipal, cedido, mediante protocolo assinado em Julho de 2008, à Fundação por um período de 10 anos. A fundação vai viver dos direitos de autor da obra do escritor, que morreu a 18 de Junho de 2010, e do trabalho que se for fazendo nesta instituição. Parte da biblioteca pessoal de Saramago está agora guardada neste edifício, e será possível aceder ao resto dos seus livros (o essencial continua na sua biblioteca em Lanzarote), a partir de equipamento eletrónico. A Casa dos Bicos tem ainda disponíveis áreas de trabalho para investigadores que estejam a estudar e a organizar o espólio. No terceiro andar, além da biblioteca e do auditório existe um espaço dedicado ao político e ex-primeiro-ministro português Vasco Gonçalves (1922-2005). Saramago e Vasco Gonçalves eram amigos e o escritor respeitava muito o político e não queria que a sua biblioteca se dispersasse depois da sua morte.
Na Fundação José Saramago, assinalando o centenário do nascimento de Jorge Amado, visitámos uma exposição dedicada ao escritor brasileiro e a relação de amizade entre o Nobel português e o autor brasileiro.
Nesta nossa visita adorámos ver os livros todos pelas paredes, ver as fotos, os rascunhos, a medalha do Nobel e sentir José Saramago.
Seguimos o nosso caminho para uma visita ao Museu do Fado.
Mas como a hora do almoço tinha chegado, foi isso que fizemos num restaurante com esplanada que encontrámos pelo caminho. O nosso prato principal foram uns “choquinhos grelhados”, que estavam uma delícia. Acabado o repasto lá seguimos para a visita ao Museu do Fado, inaugurado a 25 de Setembro de 1998, e consagrado ao universo do fado e da guitarra. O museu localiza-se no bairro de Alfama. O edifício do museu foi outrora uma estação elevatória de águas, a Estação Elevatória do Recinto da Praia. Este espaço cultural é atualmente uma referência entre os espaços culturais de Lisboa. Conta com uma exposição permanente, um espaço de exposições temporárias, um centro de documentação, uma loja temática, um auditório, um restaurante e a Escola do Museu, onde são ministrados cursos de guitarra portuguesa e de viola de Fado, e onde é possível frequentar um seminário para letristas. A Escola disponibiliza igualmente um gabinete de ensaios para intérpretes. Na exposição encontramos objetos ligados à canção de Lisboa (instrumentos, troféus, discos, partituras), o célebre quadro “O Fado”, de José Malhoa bem como obras de Rafael Bordalo Pinheiro, Constantino Fernandes, Cândido Costa Pinto, João Rodrigues Vieira, Júlio Pomar, entre outros artistas portugueses. Durante a visita existe um conjunto de postos de consulta interativa documentando a história do Fado, que nos possibilitou a consulta das biografias de centenas de personalidades ligadas ao Fado. Tivemos também a ajuda ao longo do percurso museológico, de um áudio-guia que nos permitiu a audição de várias dezenas de fados, cantados pelos respetivos fadistas.
Gostámos. É um museu que se deve visitar, ali é-nos oferecido a histórica do nascimento, desenvolvimento e renascimento e a expansão do Fado que é Património Imaterial da Humanidade.
A tarde já ia adiantada e o calor ainda apertava, mas no caminho ainda deu para uma passagem pelo porto de Lisboa onde 3 cruzeiros estavam ancorados, só para tirar umas fotografias. Tivemos a sorte de ali mesmo à nossa frente estar o “Celebrity Eclipse”, considerado por alguns profissionais dos cruzeiros como “um dos navios mais bonitos” do mundo. Está caraterizado como “uma verdadeira obra de arte flutuante”, em que “o luxo, o design espetacular e o serviço excecional são os pilares a bordo”. É de salientar que começou a operar apenas há cerca de um mês. O Celebrity Eclipse é um navio de 315 metros de comprimento e 37 metros de largura, com uma ocupação máxima de 2850 hóspedes e 1450 tripulantes. Prima pela animação, pela relva natural no último deck aparada diariamente, pela garrafeira, pela biblioteca, até ao ginásio e Spa (onde podem ser realizados tratamentos de acupunctura, únicos em navios de cruzeiros).
Depois de termos desfrutado os olhos com esta maravilha, só restava refrescarmo-nos e ter um pouco de descanso antes do jantar. Depois mais um pequeno passeio pela Baixa foi a nossa opção, antes de nos irmos deitar.
Quinta-feira 13, começou com um refrescante duche, seguido de reconfortante pequeno-almoço. Decidimos neste dia tirar um bilhete diário no metro, para nos podermos movimentar à vontade. Visitámos o Centro Comercial Colombo, onde almoçámos, seguimos depois até ao Centro Comercial Vasco da Gama. Antes porém fomos até à nova estação do metro do Aeroporto, que ainda não conhecíamos. É sem dúvida muito bonita, com uma decoração constituída por algumas figuras de Portugal do século XX, criadas pelo cartoonista António. Gostámos!
E assim, estava a chegar ao fim o nosso dia. Mais um dia com muito calor, mas que não nos apoquentou por termos optado por passá-lo prioritariamente em locais frescos. O jantar chegou e depois o passeio pela Baixa e Chiado foi a opção, pois esta seria a última noite neste regresso a Lisboa.
Assim, após uma noite descansada o dia seguinte, sexta-feira 14, iniciou com o duche matinal habitual, para depois o pequeno-almoço bastante reforçado nos preparar para o resto dia que iria acabar já em casa. Antes porém lá fomos arrumar a mala para abandonarmos o quarto 211, da Residencial Florescente.
O restante da manhã foi gasta em pequenas visitas que ainda nos faltava fazer.
Visitámos a Exposição “A Sardinha é nossa!”, na Fundação Millennium BCP - Núcleo Arqueológico, na Rua Augusta. Ali está exposta uma seleção de quase duzentas sardinhas que participaram no concurso Sardinhas Festas de Lisboa’12, lançado no âmbito das Festas pela EGEAC. Participei também neste concurso com duas sardinhas, mas infelizmente não tive a sorte de ter nenhum dos meus trabalhos expostos. Sim, é preciso sorte! Sorte e talvez mais alguma coisa… Sou suspeito para dizer que qualquer das minhas sardinhas poderiam estar junto às outras e porque não, no lugar de outras que por ali estavam. Mas… Diz a organização que “O sucesso deste evento pode medir-se pelas 3526 propostas recebidas no concurso deste ano, que consagram a sardinha como ícone das Festas de Lisboa e o talento de todos os que vivem intensamente a cidade e as suas festas populares.”
A seguir, também na Rua Augusta, visitámos o MUDE – Museu do Design e da Moda. A exposição permanente dá a conhecer a evolução do design ao longo do século XX, formada por mobiliário, moda e pequenos objetos, coloca em diálogo as várias expressões existentes na coleção, permitindo uma perspetiva histórica. O programa de exposições temporárias fomenta uma dinâmica cultural geradora de fluxos de públicos diversificados, promovendo ainda a co-produção com outras instituições congéneres. Sendo assim, o tema desta exposição é “Tesouros da Feira da Ladra”, que apresenta cerca de 250 artefactos em nove grandes categorias, que correspondem às principais ações e necessidades do Homem, como bater, agarrar, cortar, moldar, espalhar, proteger... Ao ver estes artefactos sentimos curiosidade, interesse, fascínio e surpresa, até que consigamos reconhecer a sua finalidade.
As horas passaram e a hora do almoço mais uma vez chegou.
Chegou também a hora da partida. Às 15H45, do terminal de autocarros de Sete Rios, saímos na direção da Figueira da Foz onde chegámos pelas 18H45.
Até ao próximo regresso a Lisboa!

Criação de nova interface

A equipe do Blogger parece que teve muito trabalho para criar uma nova interface do serviço, com um painel totalmente reformulado, novos menus e mais recursos.
No meu caso fui obrigado a usar o antigo painel do Blogger para acessar aos recursos mínimos necessários para os meus trabalhos terem alguma qualidade. Simplesmente estava impossibilitado de ter acesso a todos os ícones da barra de ferramentas desta interface.
Enviei entretanto um comentário à equipe do Blogger, lamentando terem retirado a interface antiga do painel do blogger, que eu utilizava no lugar da nova.
Não sei se foi por este motivo que entretanto a nova interface completamente recuperada me foi dada a usar.

Agradeço a solução do problema que já mantinha há algum tempo, pois que a partir de agora já posso trabalhar corretamente e em pleno no meu Blogue.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Luís Góis

Perdeu-se uma das vozes mais marcantes de sempre do fado de Coimbra!


Luís Goes, uma das mais famosas vozes do fado de Coimbra, morreu esta terça-feira em Mafra, aos 79 anos.
Luiz Fernando de Sousa Pires de Goes, nasceu em Coimbra a 5 de Janeiro de 1933 e faleceu em Mafra a 18 de Setembro de 2012, foi médico e músico, considerado um dos expoentes máximos da canção de Coimbra.
Luís Goes começou a cantar fado aos 19 anos, é um dos autores do álbum Serenata de Coimbra, gravado na década de 1950 com António Portugal, Carlos Paredes e João Bagão, e é ainda hoje o álbum português mais vendido, com 15 edições internacionais.
Na sua carreira no mundo do fado, Goes foi autor de obras icónicas como "É Preciso Acreditar", "Balada da Distância", "Meu Irmão" ou "Fado da Despedida", de entre as 18 baladas e 25 fados que assinou.
Esta quarta-feira está prevista a chegada do corpo de Luiz Goes à Igreja de Santa Cruz, às 15 horas, em Coimbra.
O cortejo fúnebre deverá sair pelas 16 horas para o cemitério da Conchada.



E hoje mais que nunca o seu fado “É preciso acreditar”, é atual.
Aqui vai a letra:




É preciso acreditar

É preciso acreditar,

É preciso acreditar

que o sorriso de quem passa

é um bem para se guardar

que é luar ou sol de graça

que nos vem alumiar...

com amor alumiar

É preciso acreditar,

É preciso acreditar

que a canção de quem trabalha

é um bem para se guardar

E não há nada que valha

a vontade de cantar...
a qualquer hora cantar


É preciso acreditar,

É preciso acreditar

que uma vela ao longe solta

é um bem para se guardar

que se um barco parte ou volta

passará no alto mar...

e é livre o alto mar


É preciso acreditar,

É preciso acreditar

Que esta chuva que nos molha

é um bem para se guardar

que há sempre terra que colha

um ribeiro a despertar...

para um pão por despertar.


O Homem desaparece mas a Voz fica...

É Preciso Acreditar - Luiz Goes


quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Os meus Trabalhos Manuais

Comecei a minha profissão de professor no ano letivo de 1976/1977, lecionando a disciplina de Trabalhos Manuais (TM), disciplina que se extinguiu fundindo-se com a Educação Visual (EV), surgindo assim a Educação Visual e Tecnológica (EVT), em 1989.


A Reorganização Curricular do Ensino Básico, que já vem desde 2001/2002, atinge agora outro patamar no qual continua o percurso para a extinção da área artística e tecnológica, já em 2012/2013. Esta é a minha opinião.


A importância dos trabalhos manuais na sala de aula contribuem para o desenvolvimento motor, o raciocínio, a criatividade, as relações sociais e os talentos dos alunos.
EVT tem sido o ponto de encontro das tendências do ensino artístico, onde se trabalha a ideia integradora para a exploração sensorial das possibilidades físicas do material e sua transformação.

Com efeito, os trabalhos manuais são de extrema importância no desenvolvimento das habilidades psicomotoras e criativas, no desenvolvimento das competências e no descobrir dos talentos, a ter e a mostrar valor.


Hoje encontro-me aposentado e tal como durante os 40 anos de vida profissional, nunca deixei de fazer os meus trabalhos manuais.

A seguir alguns dos trabalhos que executo. Os materiais que utilizo/transformo são prioritariamente reciclados e/ou naturais.
O Gepeto e o Pinóquio, é um trabalho de recortes em madeira. Aproveitei pedaços de pinho e contraplacado; utilizei restos de sisal, fio dourado, folhas plásticas, musgo seco e um pedaço seco de um ramo de laranjeira.

A Galinha “Alface”, teve origem de uma cabaça. Os elementos decorativos são fragmentos de cabaça, bolotas e materiais de mostruários diversos que reutilizo.