quinta-feira, 17 de outubro de 2019

PASSEIO A SETÚBAL ENTRE GASTRONOMIA, DOCES E VINHOS

24 a 26 de Setembro de 2019

1º Dia - 24
Oriundos de Tavarede, um grupo de amigos, os “Musketeyrus”, reuniram-se dez minutos antes das 07H00, para iniciarem um passeio que se propuseram realizar até à Península de Setúbal e Parque Natural do Sudoeste Alentejano.
O grupo é constituído por 4 casais: Zé Manuel e Mirita Oliveira; Vítor e Madalena Azenha; Rui e Isabel Monteiro; e Ramiro e Cristina Carvalho.

Este grupo tem seguido sempre o lema: Um por todos e todos por um - é a forma que os mosqueteiros, usavam para mostrar sua união e espírito de equipe. Trabalhar em grupo para que se obtenha um feito com sucesso. Melhor trabalhar em grupo, dividir tarefas para alcançar um objetivo.

O Vítor Azenha iniciou o dia a conduzir a carrinha.
Como o caminho era longo, fizemos uma paragem para pequeno-almoço e outras necessidades que por vezes são obrigatórias…
Seguimos pela autoestrada na direção de Sacavém, onde atravessámos a Ponte Vasco a Gama.
A primeira paragem prevista foi em Palmela, uma pequena vila pertencente a Setúbal que abriga no seu ponto mais alto o Castelo/Pousada de Palmela, grande fortaleza militar erguida no século XII e que funcionou como sede da Ordem de Santiago (de Compostela).
A vila de Palmela é especialmente famosa pelo seu vinho. Quinta do Anjo é uma freguesia do concelho de Palmela, possui uma dimensão rural e de indústrias transformadoras relacionadas com o sector primário - particularmente a queijaria, a padaria e a vinicultura.

A passagem pela vila de Palmela teve como objetivo principal a Quinta do Anjo, onde podemos visitar a Queijaria Artesanal Simões - Simões Azeitão DOP.
Aqui podemos adquirir “um queijo gourmet de elevada qualidade, fabricado artesanalmente, de sabor médio e ligeiramente ácido no final, tem um período mínimo de cura de 20 dias. Durante esse tempo, os queijos são virados todos os dias e lavados, sempre que necessário, para que a crosta se mantenha lisa e limpa. Ideal como entrada em qualquer refeição e uma excelente ideia para servir aos seus convidados e amigos em dias especiais. Foi em 1992 que Rui Simões, aprendeu a arte da cura do Queijo de Azeitão. Desde então o Mestre Simões, como é conhecido, tem vindo a aperfeiçoar os seus conhecimentos, alcançando o mérito que tanto se lhe reconhece. Produzido com leite de ovelha cru, cardo e sal, o Queijo de Azeitão tem valido muitos prémios àquela que é reconhecida como uma queijaria de excelência.”

Depois de já termos os queijinhos devidamente acomodados, para mais tarde degustar, apreciar e recordar, seguimos o nosso passeio até à vila de Azeitão, onde por falta de tempo, não tínhamos marcado uma visita às Caves José Maria da Fonseca, a mais antiga empresa Portuguesa produtora de vinhos de mesa e moscatel, fundada em 1834. São muito conhecidos os vinhos Periquita.
Pelo mesmo motivo, a falta de tempo, também não fizemos a visita à Quinta, Museu e Palácio da Bacalhôa, onde poderíamos descobrir uma paisagem privilegiada com um enquadramento histórico que teve início com os fundadores da Dinastia de Avis. A arquitetura, a decoração e os jardins do Palácio foram influenciados ao longo dos séculos pelos diferentes proprietários inspirados pelas suas viagens através da Europa, da África e do Oriente, contribuindo assim para o transformar numa joia única. Ao longo dos tempos a Quinta foi sendo embelezada com azulejos portugueses do séc. XV e XVI evocando desenhos mouriscos e com uma casa do lago com vista para a Quinta, o destaque vai para o seu famoso vinho JP que é o vinho mais exportado em Portugal. Tivemos muita pena, mas terá de ficar para outra altura esta visita, tivemos de fazer opções.

Azeitão é partilhado pelas freguesias mais conhecidas pelas designações de Vila Nogueira de Azeitão, Brejos de Azeitão, Vendas de Azeitão e Vila Fresca de Azeitão, graças aos extensos olivais que, na época árabe, dominaram aquelas paragens.
Parámos em Azeitão com o seu sossego campestre. Durante séculos, a região foi uma das prediletas da aristocracia portuguesa que deixou um vasto legado de edifícios e monumentos de significativa importância histórica, justificando por si só uma visita a Azeitão. É famosa por suas vinícolas e pela tradicional torta de queijo da região. Parámos na pequena localidade de Azeitão para saborear o famoso vinho moscatel e as deliciosas Tortas de Azeitão. Procuramos a pastelaria regional Cego, no centro da vila, mas por azar ou sorte nossa estava fechada para descanso do pessoal. Mas felizmente e por isso é que referi a sorte, encontramos um outro estabelecimento Café Nuno Miguel, onde não ficámos nada a perder, pois as suas Tortas e o vinho moscatel que nos foi servido, estavam divinais. O sabor era de chorar por mais, a simpatia e o atendimento magnífico e a simplicidade do espaço era acolhedor.
Fizemos ainda um pequeno passeio a pé, por algumas ruas arranjadas com suas as habitações floridas e notar o cheiro das flores e admirar alguns azulejos, marca forte de Azeitão.
São presença constante, sendo possível adquiri-los em lojas ou encontrá-los a revestir as paredes das casas.

O tempo foi passando e chegou a hora para seguirmos o nosso passeio até à pitoresca vila piscatória de Sesimbra. Este foi um sítio ideal para sentirmos o ambiente da faina marítima e saborear um arroz de polvo, a caldeirada de peixe, a açorda de marisco, as sardinhas assadas, um ensopado de lulas, ou diverso peixe fresco grelhado.
Chegados a Sesimbra o nosso primeiro passo foi estacionar a nossa carrinha, o que aconteceu na baixa onde se estende uma bonita e simpática marginal que nos convidou a uma mera contemplação sobre o mar. Foi naquele local que tivemos uma vasta oferta de restaurantes ali bem perto da praia e que também nos permitiu provar o que de melhor a gastronomia nos reservava: um menu de peixe fresco e marisco vindo diretamente da lota.
A nossa escolha foi relativamente fácil de fazer já que alguém do nosso grupo já conhecia o restaurante onde optámos por almoçar “O Velho e o Mar”. Este restaurante é a mais recente obra prima da restauração em Sesimbra. Inaugurado em 2005 é um local de referência com vista sobre a Baía da "Bela Piscósa". Encontra-se num edifício recentemente recuperado em que se mistura, estética rústica com elementos mais contemporâneos. Têm por base a Chancela das Peixarias Zé Camarão para o fornecimento do peixe e mariscos de qualidade única que colocam à disposição dos seus clientes, na sua maioria pescados na costa de Sesimbra pelos seus pescadores.
Este restaurante de luminosidade e localização fabulosas, frente ao mar confere-lhe desde logo nota alta. As salas são confortáveis, com decoração jovem, que proporcionam bem-estar durante todo o tempo de permanência no espaço, usufruindo de uma paisagem para a praia da califórnia e fortaleza magnificas.
Depois de toda esta informação a decisão ficou definitivamente feita.
Entramos e logo fomos acolhidos por uns empregados muito simpáticos e acolhedores, que nos prepararam de imediato a mesa. Quero salientar que o restaurante tinha muito movimento. O tempo de atendimento foi muito rápido, pois os empregados, foram todos muito atenciosos.
O pão, foi-nos servido num saco de papel, achámos original, para além do sabor.
Para entradas vieram uns pratos bem condimentados de fatias (bem finas) de presunto muito saboroso - uma delícia.
Recomendaram e ajudaram-nos na escolha dos nossos pratos:
- Sopa de peixe - estava deliciosa;
- Peixe espada branco - de confeção perfeita e gostosa;
- Choco frito com molho tártaro e arroz malandrinho de tomate - muito saboroso
- Polvo à lagareiro com batata a murro e grelos com broa - estava excelente;
- Raia escalfada, espinafres cebola confitada, alcaparras, puré de aipo e molho de vinagre balsâmico reduzido - o sabor estava fantástico;
- Açorda de gambas - estava deliciosa de comer e chorar por mais; 
- Polvo assado no forno com batata doce caramelizada em mel e limão, cebolinhas no forno - apresentado com umas batatas colocadas tipo “orelhas de porco”, é uma apresentação original e é um prato muito bem confecionado e a batata doce estava excelente;
- Frutas laminadas - destaco pela frescura, qualidade e apresentação.
- Vinho da casa branco da região do Tejo, combinou muito bem com os pratos escolhidos e foi recomendado pela funcionária.
- A sangria recomenda-se, a canela e a hortelã dão-lhe um sabor requintado – as nossas companheiras apreciaram-no tanto que ficaram com muita vontade de falar e rir…
Consideramos este restaurante muito bom, a comida é excelente, os pratos são apresentados com alguns detalhes, de uma forma moderna e bem decorada. O preço é justo, não sendo barato, aceita-se perante a qualidade apresentada.
Ambiente muito acolhedor e alegre! O serviço é atencioso e rápido. A simpatia e afabilidade dos funcionários merecem ser referidas. Bom atendimento, prestáveis e simpáticos, sobretudo a senhora Rosário (?) (aquela que esteve mais presente) que foi absolutamente 5***** connosco, muito atenciosa e gentil.

Voltamos à cidade de Setúbal, situada a nascente da serra da Arrábida, na foz e na margem do rio Sado, em frente a Troia. Abrangendo as esplêndidas paisagens da Serra da Arrábida e dos vinhedos circundantes, estes estuários acolhem uma rica diversidade de aves aquáticas, bem como o golfinho-roaz do Sado. Setúbal foi um movimentado porto durante a ocupação romana e ganhou nova importância quando foi conquistada aos Mouros em 1217 e lhe foi atribuído estatuto protegido através da Ordem de Santiago. O porto de Setúbal, é um dos mais movimentados do País, produzindo atividades ligadas ao tráfego marítimo e fluvial e alberga uma importante frota pesqueira. Setúbal é uma cidade muito acolhedora, com uma orla cheia de restaurantes especializados em frutos do mar. Um dos destaques da culinária da região é o choco empanado frito. O choco é um parente da lula e do polvo e tem sabor bem similar, mas é bem mais carnudo!
Não poderemos esquecer os vinhos tintos, brancos, o Moscatel de Setúbal e o Moscatel Roxo, característicos desta região.
A cultura espreita a cada esquina, alguns edifícios são testemunhos vivos de uma cidade que cresceu, modernizou-se, sem esquecer o seu centro histórico.
A nossa visita não será completa sem um passeio pelo centro histórico de Setúbal onde poderá encontrar alguns monumentos fascinantes.

Após o nosso almoço fizemos o chek-in no Hotel Ibis Setúbal** que fica a cerca de 5 km do centro. Ficámos assim mais descansados pois que teríamos de tomar conta dos nossos quartos até às 18H00 e se por acaso não pudéssemos estar à hora teríamos que telefonar a confirmar a nossa estadia.
Este hotel beneficia de uma localização tranquila nos arredores de Setúbal a 15 minutos de carro do Parque Natural da Arrábida. Este acolhedor hotel em Setúbal está localizado junto a belas paisagens, como a Serra da Arrábida, o estuário do rio Sado e as praias de Troia.

Voltámos novamente ao centro de Setúbal. A primeira ação que fizemos foi ir ao terminal dos Ferry Boats para sabermos dos horários, para o dia de amanhã.
Setúbal é a terceira maior cidade de Portugal e está virada de frente para a Península de Troia. Natureza, história, localização e gastronomia são alguns dos seus principais atrativos.

Era nossa intensão fazer uma visita ao Parque Natural da Arrábida coberta de uma grande variedade de tons de verde que se misturam com outros tons também verdes e azuis do mar. Lá do alto esperávamos apreciar as chamadas praias idílicas, enseadas secretas, praias escondidas no meio da vegetação. Mas o passeio ficou anulado pois que devido ao forte nevoeiro que apareceu não nos deixou contemplar a paisagem e, claro, não poderíamos imortalizar as vistas com as nossas selfies e fotografias.
Decidimos então fazer um belo passeio pela zona histórica cheia de ruas pedonais, que era a melhor forma de descobrir Setúbal, caminhando. Passear por aqui é descobrir a faceta mais bairrista das gentes de Setúbal, tão orgulhosa dos erres que carregam nas palavras. No meio destas ruas um pouco labirínticas descobrimos e visitámos a Catedral de Santa Maria da Graça, atual Sé Catedral.
Originalmente erguida no século XIII, no estilo romano-gótico, foi reconstruída no século XVI. Duas torres, altas e robustas, ladeiam a fachada imponente, com entrada num portal serliano. Dentro do templo destacam-se as colunas da ordem toscana, com frescos de finais do século XVIII, o teto da segunda metade do século XVIII, os altares colaterais, a talha dourada da capela-mor e os azulejos do final do mesmo século. Situada no Largo de Santa Maria.
Depois desta visita chegamos ao largo da Misericórdia onde encontramos a estátua “Dolce Vita”, da autoria do escultor João Duarte e inaugurada em 14 de Maio de 2015.
Seguimos então para a Praça do Bocage, opulenta e vaidosa. Os cafés e as esplanadas são o ponto de encontro preferido dos habitantes locais e turistas, apesar destes preferirem (como nós) fotografar a estátua do poeta, tentar visitar a igreja de São Julião, que aquela hora estava fechada.
Esta cidade do poeta Bocage (1765-1805), tem na praça dedicada a este escritor arrojado um dos seus principais símbolos, para onde confluem várias artérias de comércio da baixa de Setúbal. O monumento que se ergue em sua honra desde 1871 é feito de mármore branco. Bocage, com a cabeça descoberta e levemente inclinada, vestido à sua época, empunha na mão direita uma pena de ave e segura na esquerda algumas folhas de papel.
Mesmo em frente ao monumento ao grande poeta setubalense Bocage, encontra-se a escultura “Ninfa de Bocage”.
Esta escultura em bronze de Charles Correia, escultor setubalense que doou esta peça à cidade em 1988, situada no cruzamento da Av. Luísa Todi com a Praça do Bocage representa a ninfa inspiradora do grande poeta setubalense Manuel Maria Barbosa du Bocage, também conhecido como Elmano Sadino.
A par do poeta, a cantora lírica Luísa Todi (1753 - 1833) é outro dos nomes da cidade e que dá o seu nome à principal avenida de Setúbal. Com uma capacidade invulgar de cantar com a maior perfeição e expressão em português, francês, inglês, italiano e alemão, é considerada a meio-soprano portuguesa mais célebre de todos os tempos. Entramos na Avenida Luísa Todi, mais ou menos a meio onde encontramos o Mercado do Livramento, que pensámos só ir visitar no dia seguinte.
Fizemos um passeio muito agradável até junto à Fonte Luminosa ou Fonte das Ninfas, como é conhecida situada na Av. Luísa Todi. A construção iniciou-se em meados de 1959/60 por altura em que Setúbal celebrava os cem anos de elevação a cidade. Depois de todas a aprovações em Agosto de 1969 foi assinado o contrato com o escultor portuense Arlindo Rocha. Este iria fornecer três estátuas femininas, de três metros de altura, que representavam A Terra, O Mar e A Poesia. Também foram colocados seis elementos de pedra horizontais em redor das estátuas. A taça interior tem na parede exterior os escudos dos 13 concelhos do distrito. Tudo de mármore branco de Estremoz. Achámos esta Fonte muito bonita por isso tirámos algumas fotografias para levarmos como recordação.
Este local onde estávamos é a zona de acesso às praias da Arrábida. Chamou-nos à atenção uma escultura que enaltece um dos símbolos gastronómicos da cidade, o choco, este o denominado “Choco na Frigideira”.
A outra das esculturas é o “Choco Pessoa”, instalada perto a rotunda das Fontaínhas e inspirada na escultura evocativa de Fernando Pessoa existente no café “A Brasileira”, em Lisboa.
Estas esculturas foram idealizadas e concretizadas pelo ilustrador setubalense Zé Nova. Porque o choco frito é um marco de Setúbal foi criado um choco a fugir da frigideira e assim este está situado junto ao “Leo do Petisco”, um dos restaurantes emblemáticos do choco frito. Aqui nos divertimos a tirar algumas fotos para um dia recordar.

Estávamos ainda com esperança de subirmos ainda um pouco à Serra da Arrábida. O nevoeiro esta muito denso e era frustrante se tentássemos ir um pouco mais a cima e não víssemos alguma paisagem que nos proporcionasse alguns momentos de beleza. Decidimos arriscar, pelo menos não nos arrependeríamos de não temos tentado.
Chegámos a um pequeno miradouro, que nos deu a possibilidade de ver o estuário do Sado, embora como já era de prever com muito nevoeiro. Descemos ainda a uma pequena praia, aprazível e sossegada. Ali estivemos um pouco a contemplar e a tentar adivinhar o que devia estar para além da névoa.

Descemos novamente até à cidade, onde naquela altura, o cheiro de peixe grelhado e do choco frito já tomavam conta da cidade. Estacionámos a carrinha e seguimos na direção ao Sado, onde poderíamos escolher com facilidade um restaurante para jantar.
Ainda tivemos tempo para ir até junto à água e aí admirarmos o colorido dos barcos na água e dos golfinhos em terra que ali decoram o passeio pedonal. Este conjunto maravilhoso de golfinhos é conhecido por “Golfinho Parade” é uma exposição na margem ribeirinha do Rio Sado com 20 estátuas pintadas destes magníficos animais, que habitam no Estuário do Sado, que resultou de um concurso a nível nacional, promovido pelo Município de Setúbal.
Aproveitámos para tirar mais umas fotografias, porque para além da recordação que levávamos, também estes trabalhos nos mereceram alguma atenção.

Como estávamos novamente junto à escultura do “Choco na Frigideira”, e este ficava junto ao restaurante Adega Leo do Petisco foi aqui nesta casa uma das mais conhecidas por um pitéu que se tornou ícone da gastronomia setubalense, o famoso choco frito, que escolhemos fazer o nosso jantar.
Frito, envolto por um polme estaladiço com um toque ligeiramente picante, o choco é muito saboroso. Para acompanhar, nada melhor que uma salada, para além das inevitáveis batatas fritas…
… E vinho branco, fresquinho como se quer para acompanhar este pitéu…
… E sangria, que as senhoras gostaram tanto que… não faltou a alegria…
A comida é muito boa; o melhor choco que comemos.
Os empregados são muito atenciosos e o serviço é muito rápido.
O restaurante está sempre cheio.
Saímos do restaurante satisfeitos e muito bem-dispostos, mas cansados.

O Vítor Azenha conduziu a carrinha até ao hotel, finalmente o descanso.

Chegou a hora de nos recolhermos aos aposentos do nosso hotel, onde fizemos o resumo do dia e a preparação para o dia seguinte.
Desejámo-nos uma Boa Noite e Um Bom Descanso.

domingo, 22 de setembro de 2019

Passeio Comemorativo de Aniversários de Casamento

18 de Setembro de 2019

Os 41º Aniversários de Casamento (Bodas de Seda), dos casais: Zé e Mirita - Vítor e Madalena - Rui e Isabel; e o 42º Aniversário de Casamento (Bodas de Prata Dourada ou Platina), do casal, Ramiro e Cristina.

Saímos de Tavarede pelas 10H00, com destino a Fátima.
A primeira paragem aconteceu num café, na zona de Ortigosa, onde se beberam uns saborosos cafés, acompanhados por maravilhosos pastéis de nata, ainda quentinhos, que nos aconchegou as barriguinhas e o espírito.
Seguimos depois até á Batalha, onde contávamos parar um pouco, o que não aconteceu pela grande quantidade de visitantes e consequente dificuldade de encontrar estacionamento.
Decidimos então não parar neste local continuando o nosso passeio na direção de Fátima.

Durante o percurso escolhido e a escassos 12 km de Fátima, através da Estrada Nacional 356, visitamos o Eco-Parque Sensorial da Pia do Urso, uma aldeia típica serrana, cujas habitações em pedra e madeira, se integram na paisagem deslumbrante da serra de S. Mamede. 
A Pia do Urso é um espaço que foi reaproveitado, que consiste num parque temático e sensorial, adaptado a invisuais, acompanhado de um percurso pedestre composto por diversas estações interativa e lúdicas. Ao longo do percurso podem observar-se as formações geológicas - as chamadas "pias" - onde, antigamente, os ursos bebiam água; daí a origem do nome deste local: Pia do Urso.
Este local está situado numa encruzilhada de vias romanas das quais se salienta a que ligava a Olissipo (Lisboa) e Collipo (Batalha/Leiria), por aqui passaram em 1385 os exércitos chefiados por D. Nuno Álvares Pereira, provenientes de Ourém a caminho de Aljubarrota e, quinhentos anos mais tarde, as tropas invasoras de Napoleão Bonaparte que deixaram um rasto de destruição e mortandade.
O lugar da Pia do Urso é rico em lendas das quais se salienta a que explica a origem do topónimo, segundo a qual, em tempos recuados, um urso que vivia naquelas serranias tinha por hábito ir beber a uma pia originada da formação rochosa existente no local e que ainda hoje se encontra assinalada.
Apesar de não passar de uma lenda, existe sempre algo de verdadeiro numa descrição lendária, sendo certo que o urso antigamente habitava o nosso país, tendo esta espécie sido extinta por volta do século XVIII, apenas sobrevivendo na Península Ibérica alguns exemplares na região das Astúrias.
Foi neste ótimo local que demos um passeio e podemos desfrutar duma paisagem calma que nos envolveu num espírito de amizade e confraternização.

Já que a hora do almoço tinha chegado decidimos comemorar os nossos aniversários de casamento no Restaurante Piadussa, neste sítio perfeito para uma refeição romântica a oito, inserido nesta aldeia de Pia do Urso.
Desfrutamos, assim, de uma deliciosa e tranquila refeição desde das: entradas: queijo da região, doce de abóbora e patê; carnes: chanfana, arroz de pato, carne de porco à portuguesa; sobremesas: serradura com frutos, pudim, doce à Piadussa, gelado e salada de frutas.
O serviço prestado pelo pessoal do restaurante foi competente, eficiente e muito cordial.

No final do repasto fizemos a troca de prendas, entre cada um dos casais, para que estes nossos aniversários ficassem perpetuados fisicamente, para além de estarem já gravados nos nossos espíritos.
Desde os tempos antigos, os casamentos são considerados rituais tradicionais de grande importância que celebram o amor entre duas pessoas.
Mas a prenda, talvez a mais esperada, porque é sempre uma surpresa, e marca sempre pela diferença é a que o Zé Manel, acabou por oferecer, apesar de alguns dos presentes já não contarem.
Mas ela lá surgiu como por encanto: Um Postal/Cartão de Recolhimento para uma prenda.
Este nosso evento tem como objetivo fortalecer o sinal de comprometimento entre cada um dos casais, sendo os outros testemunhas desses compromissos. Foram criadas as chamadas bodas de casamento, representando nada mais que festas em comemoração aos aniversários de casamento.
Uma curiosidade interessante é que a palavra “boda” vem do latim “vogum”, que significa “promessa”. Por isso sempre que é celebrada uma boda de casamento, é o mesmo que celebrar também uma promessa; a promessa de reafirmação dos votos de casamento.
Quisemos assim com este encontro: fortalecer essa promessa.

Depois do almoço fizemos uma visita ao recinto e Santuário de Fátima ou Santuário de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, é um santuário mariano dedicado a Nossa Senhora de Fátima, localizado no lugar da Cova da Iria, na cidade de Fátima, concelho de Ourém, distrito de Santarém.
É composto por recinto de oração, espaço aberto que acolhe milhões de peregrinos vindos de todo mundo. Está associado às visões de 3 pastorinhos (Francisco, Jacinta e Lúcia) que no ano de 1917 disseram ter visto Nossa Senhora pela primeira vez, hoje ocupa uma área com o dobro do tamanho da Praça de S. Pedro no Vaticano.

Estivemos no local mais procurado, onde se observam as maiores demonstrações de fé, é a Capela das Aparições, onde nos sentamos durante algum tempo em meditação. Aqui decorrem missas várias vezes ao dia em diferentes idiomas, ao lado encontra-se o “Toucheiro do Santuário” sendo queimadas diariamente centenas de velas pelos peregrinos em cumprimento das suas promessas. Nós também fizemos questão de adquirir algumas velas num ato de fé e de esperança, no atendimento das nossas preces.
Visitámos depois a Basílica de Nossa Senhora do Rosário e a respetiva Colunata. No interior da Basílica tivemos a oportunidade de visitar os túmulos dos três pastorinhos. Olhando para o altar-mor, à direita está o túmulo de Francisco Marto que faleceu em 4 de Abril de 1919, depois de prolongada doença. À esquerda estão os túmulos de Jacinta Marto, que faleceu em 20 de Fevereiro de 1920, também de uma longa e dolorosa doença e Lúcia dos Santos, a única que viveu até sua fase adulta e faleceu em 13 de Fevereiro de 2005. Ali dezenas de peregrinos faziam fila.
Esta nossa visita chegou ao fim.
Saímos com um sentimento de dever cumprido e em paz, regressamos às nossas casas.
Já perto da Figueira decidimos parar em algum lugar para fazermos um pequeno lanche/jantar e aproveitarmos para fazer também um balanço deste passeio.
Fomos então ao Café “Maré Positiva”, Buarcos, onde nos prepararam um cocktail de carnes frias, que nos aconchegou as barrigas.

Acabámos por falar no nosso próximo passeio que será já em breve e que daremos conta a seu tempo.

Até à próxima viagem!