19 e 21 de Fevereiro de 2013
Alguém me questionou um dia, porque gostava tanto de ir a Lisboa?
De facto, há já muitos anos até hoje que eu e a minha esposa adoramos ir a Lisboa.
Em Lisboa há sempre coisas novas para se ver. Para se visitar. Para se sentir. Para…
Terça-feira 19: 15ºC - 9ºC »»» O dia estava soalheiro, ameno e sem chuva.
Ficámos como sempre acontece na Residencial Florescente, situada na rua Portas de Santo Antão, onde se encontra a grande sala de espetáculos Coliseu dos Recreios e o teatro Politeama; em pleno centro da cidade na Baixa Pombalina, centro histórico e comercial de Lisboa junto à Praça dos Restauradores e à Praça do Rossio. Os rececionistas Carlos e António são muito educados e atenciosos, para além de os considerarmos amigos, pela continuidade dos encontros que temos tido com eles ao logo de bastantes anos. Aproveito para postar aqui uma fotografia que o amigo Fadigas da Silva me enviou, onde se pode ver o senhor Carlos, no seu posto de trabalho.
Enfim, mais uma vez dei um breve pulo a Lisboa e como sempre não fui lá em vão.
Como a manhã já ia adiantada, só após o almoço começámos de facto a nossa visita.
É claro que a baixa lisboeta é um local obrigatório para nós visitarmos.
Ali podemos sentir a cidade e também começamos a saber as novidades.
A Rua Augusta é um pulsar constante de pessoas de diversos lugares do mundo.
Ao fundo o Arco da Rua Augusta. Sempre que olho para ele é um fascínio. Mas neste dia só se viam andaimes, tapados com uma rede de proteção. Foi nessa altura que nos lembramos que a Câmara Municipal de Lisboa estava a realizar uma operação de “limpeza e restauro”, que iria prolongar-se por cinco meses. Segundo ficamos a saber também, estava-se a proceder à instalação de um elevador para facilitar o acesso ao salão de abóbadas que alberga a maquinaria do relógio monumental, para ali ser criada uma sala de exposições e desfrutar da magnífica vista do topo do arco. Toda esta obra está prevista demorar um ano, mas pode ser que a porta se abra já neste verão.
A construção do Arco Triunfal da Rua Augusta começou 20 anos depois do terramoto de 1755. A primeira versão do arco seria demolida em 1777 logo após o início do reinado de D. Maria I e a demissão do Marquês de Pombal. A reconstrução do arco começa em 1873, de acordo com o projeto do arquiteto Veríssimo José da Costa e acaba no ano 1875. No topo do arco é possível ver as esculturas de Calmels, representado a Glória a coroar o Génio e o Valor. No plano inferior estão presentes as esculturas de Vítor Bastos, Nuno Álvares Pereira, Viriato, Marquês de Pombal e Vasco da Gama. No arco estão inscritas as palavras “VIRTVTIBVS MAIORVM VT SIT OMNIBVS DOCVMENTO.PPD” que remontam à grandiosidade da nação portuguesa na altura dos descobrimentos e das descobertas de novas culturas e mundos. O significado destas palavras é “Às Virtudes dos Maiores, para que sirva a todos de ensinamento. Dedicado a expensas públicas”.
Achamos que deve valer bem a espera! Nós esperamos com ansiedade poder visitar muito brevemente este grande monumento português.
Ao chegarmos à Praça do Comércio é sempre como um abrir de horizontes, com os olhos perdidos naquele rio Tejo, sempre grandioso e de águas tranquilas, oferecendo uma vista inigualável.
Aqui a Estátua Equestre de D. José I havia desaparecido num emaranhado de andaimes, pois também está a ser alvo de um restauro total, que deverá estar terminado em agosto de 2013.
Após o devastador terramoto de 1755, Lisboa estava empenhada em renascer das cinzas e dos escombros, que sob a direção do Marquês de Pombal tomou os contornos que hoje conhecemos e que na altura fora considerada a cidade mais moderna do Mundo. A coroar toda esta obra megalómana está o Terreiro do Paço como a porta triunfal da cidade que sempre esteve ligada ao mar. Em 1775 é inaugurada a estátua equestre de D. José I, rei na altura do Terramoto sobe o cinzel de Machado e Castro. Apesar do rei se ter negado a pousar para a escultura e esta ter sido feito com base em retratos é um dos grandes símbolos desta praça gigantesca, que está repleta de alegorias que devem ser exploradas.
Sem nunca perder o seu porte ao longo destes quase 3 séculos, bronze foi ficando verde e esta estátua já urgia de um enorme restauro. O cavalo era dourado? Parece que aquelas 35 toneladas de metal tinham coloração dourada após a colocação no pedestal, há 236 anos. Não há certezas, apenas indícios, contudo fortes. Afinal, de que cor é a estátua de D. José I? Quando forem retirados os tapumes que ocultam a estátua de D. José I, o tom com que o tempo a marcou voltará a brilhar. Dourada, na imaginação popular, negra, segundo relatos de viajantes ingleses, e verde, graças à erosão do tempo, a obra é peça-chave para entender a reconstrução da cidade à luz dos poderes da época e da destruição causada pelo terramoto.
Para reduzir o impacto visual dos trabalhos, foi feita uma decoração em painéis que estão a cercar a obra, com ilustrações que contam a história da estátua do escultor Machado de Castro e da praça envolvente, a maior da Europa com 36 000 metros quadrados. Constitui uma comunicação informativa para lisboetas e turistas, onde podemos ler a história do projeto e instalação da estátua e do seu enquadramento histórico, desde o Terramoto de 1 de novembro de 1755 à sua inauguração a 6 de junho de 1775, data do aniversário do rei D. José I. Nos painéis, com 2,5 metros de altura e um perímetro de 96 metros, os textos em português e inglês, e as ilustrações de Bernardo Carvalho, foram pintadas diretamente a spray, sobre stencil para os textos, e sobre desenho prévio para as imagens, que deverão ter uma grande leitura a qualquer distância.
Como podem calcular, apesar da sala de visitas de Lisboa estar em obras não deixam de haver motivos para visita-la!
Nós já a visitámos!
Assim passou o nosso primeiro dia de visita a Lisboa, sem antes ainda termos tempo de fazer uma visita ao Chiado. O Chiado que é um dos bairros mais emblemáticos e tradicionais da cidade de Lisboa. Localiza-se entre o Bairro Alto e a Baixa Pombalina.
Quarta-feira 20: 16ºC - 6ºC »»» O dia adivinhava-se com temperatura agradável.
A manhã acordou com ótima temperatura que nos animou para fazermos as visitas que tínhamos programado.
Após o pequeno-almoço, encaminhamo-nos para a entrada do metro dos Restauradores. Ali carregamos os nossos cartões 7 colinas, com um bilhete de 1 dia.
Assim, a nossa primeira paragem foi na estação de Picoas. Ali perto na Avenida 5 de Outubro, encontra-se a Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves ou Casa de Malhoa, onde fizemos a visita. Foi projetada pelo arquiteto Norte Júnior nos anos 1904 - 1905. Foi construída com a finalidade de servir de habitação e atelier de trabalho, ao pintor José Malhoa. Esta edificação foi agraciada com o Prémio Valmor em 1905, devido à sua beleza arquitetural. É uma casa constituída na sua fachada por três corpos bem distintos, mas que se integram de uma forma harmoniosa no seu conjunto. Destaca-se na zona central um grande janelão, correspondente à zona que servia de atelier ao pintor. À esquerda desse janelão pode-se ver um pequeno alpendre sobre a escada que dá acesso à porta de entrada. O lado direito da fachada corresponde à zona da sala de jantar. O vitral na sala de jantar e sala anexa ao atelier do pintor é de origem francesa. De destacar também, no exterior do edifício, o portão em ferro forjado, estilo Arte Nova.
O Dr. Anastácio Gonçalves adquiriu a Casa de Malhoa em 1932 utilizando-a como sua residência e principalmente como arquivo da sua vasta coleção de arte. A estrutura da casa nessa altura foi alvo de algumas alterações, como a mudança da cozinha para a cave. Com o falecimento do Dr. Anastácio em 1965, a Casa-Museu passa, por vontade expressa do falecido, para o estado português em 1969. O edifício abre as suas portas ao público, já como museu, em 1980, depois de ter sofrido algumas alterações de adaptação às suas novas funções. Entretanto, devido à exiguidade de espaço para o espólio existente, sofreu novas alterações em 1996, de acordo com o projeto arquitetónico elaborado pelos arquitetos Frederico George e Pedro George, em que foi anexado ao museu a moradia que existia ao lado. Esta moradia tinha sido projetada pelo arquiteto Norte Júnior. A Casa Museu Dr. Anastácio Gonçalves, está classificada pelo IGESPAR, como Imóvel de Interesse Público (Dec. 28/82 Diário da República de 26 de Fevereiro de 1982).
A Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves é um lugar onde se lembra o colecionador Anastácio Gonçalves através das diversas obras aí expostas. Esta coleção reunida pelo Dr. Anastácio Gonçalves compreende cerca de 2000 obras de arte que se distribuem por três grandes núcleos: pintura portuguesa dos séculos XIX e XX, porcelana chinesa e mobiliário português e estrangeiro. Existem ainda importantes secções de ourivesaria civil, pintura europeia, escultura portuguesa, cerâmica europeia e oriental, têxteis, numismática, medalhística, vidros e relógios de bolso de fabrico suíço e francês. Para além das obras reunidas pelo colecionador, a Casa-Museu encerra ainda um núcleo de pintura contemporânea portuguesa e um número significativo de objetos pertencentes ao espólio do pintor Silva Porto.
Aconselhamos uma visita a esta Casa-Museu!
Em seguida fomos novamente para a estação de metro de Picoas, apesar de se poder optar também pela estação do metro do Saldanha, que não fica muito longe deste local. A próxima paragem foi na gare da estação do metro do Oriente, no Parque das Nações. Depois do almoço, o que aconteceu no Centro Comercial Vasco da Gama, fomos para o Pavilhão do Conhecimento, onde visitámos a exposição: “T. Rex: quando as galinhas tinham dentes”, que estará ali até Agosto de 2013.
Tendo sido um sucesso no Museu de História Natural de Londres, foi adaptada à realidade portuguesa pelo Pavilhão do Conhecimento com a colaboração do Museu Nacional de História Natural e da Ciência, do Museu da Lourinhã e do Museu Geológico. Nesta exposição podemos olhar nos olhos de um T. rex em tamanho real, com mais de cinco metros de comprimento. Podemos tocar num fóssil de pegada de saurópode, sentir como era a sua pele e conhecer um dos maiores e mais antigos ninhos de dinossauro do mundo. Ali sentimos o realismo nos vários animais robotizados dos quais o T. rex, que se alimenta ao vivo, ou nos movimentos que faz para se defender. Para além de observar, será possível tocar num fóssil de pegada de saurópode, sentir como era a sua pele e conhecer um dos maiores e mais antigos ninhos de dinossauro do mundo, que pertenceu à espécie portuguesa Lourinhanosaurus.
Esta exposição de dinossauros não é apenas um amontoado de réplicas, aqui conta-se uma história científica onde os visitantes são levados a explorar a ciência.
Esta exposição é extraordinária!
Quinta-feira 21: 17ºC - 11ºC »»» O dia nasceu com sol, mas choveu de noite.
Depois do pequeno-almoço, tivemos que arrumar a mala para podermos deixar o nosso quarto nº 211, livre.
A manhã foi passada percorrendo ainda alguns locais na Baixa: praça da Figueira, Rossio e como não podia deixar de ser, a Rua Augusta até à Praça do Comércio.
Após o almoço, foi só esperar algum tempo pela hora de partida, 15H45, no expresso para a Figueira da Foz.
Sempre, até à próxima Lisboa!
Nota: Algumas dicas dos textos e algumas fotos foram retiradas da net.
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