Auto da Serração da Velha
ou
“Auto do Violador no Telhado”
11 de Abril de 2014
Mais uma vez se cumpriu a tradição!
Realizou-se no dia 11 de Abril de 2014, pelas 21.30
horas, a tradicional Serração da Velha ou o “Auto do Violador no Telhado”, que como o nome indica, foi
inspirado no musical ainda em cena “O Violinista no Telhado”.
Nota: Agradecemos aos
artistas desta peça, a sua presença, os quais se disponibilizaram graciosamente
(porque foram bem pagos), para abrilhantarem com grande “profissionalismo” este
espectáculo muito cultural.
Como
toda a tradição, esta actividade realiza-se em Tavarede, já há muitos anos. Mais
uma vez notei que a comunicação social não esteve presente, para assim dar notícia
à comunidade. Pode ser que para o ano…
Mas como somos teimosos mais uma vez cumprimos a
tradição e a velha foi serrada. A
freguesia de Tavarede voltou a reunir-se, para ouvir o que este ano a “menina Tevyelina Castanha Pilada deixou em testamento”, aquecendo com o
calor do convívio, esta noite já de Primavera. Aqueceu principalmente os ânimos
das muitas pessoas que ouviram os “pertences”
que a velha lhes deixou. É de recordar a essas pessoas que isto tudo não passa
de uma brincadeira e que ao se sentirem “ofendidas”,
mostram que a carapuça lhes assentou na perfeição.
Mas, como se costuma dizer: Siga o Cortejo!
Iniciámos esta função no Pavilhão da SIT (como todos os anos acontece) tendo
seguido pela rua A Voz da Justiça, até ao Largo do Igreja Palácio de Tavarede, onde
ali muito perto fica o “Retiro do Alfacevich”,
onde se foi buscar (para passear!?) a
“Menina Tevyelina” e foi terminar na
Sala de “Audiências” do Teatro da
SIT.
“EDITAL DE CONVOCAÇÃO DE TEVYELINA CASTANHA PILADA
Vimos através do
presente edital,
……………………………………
Convocar Tevyelina
Castanha Pilada,
…………………………………….
Rapariga,
entraste na porta errada,
Mordahavik,
o juiz vai dá-te sermão!
És uma
“menina” chanfrada
Tens de
tomar uma decisão…
O “palácio
da justiça” não é aqui
Alfacevich,
diz-se um grande amigo,
…………………………………….
Nesta noite em
primeira convocação
Vens à bruta e de
livre vontade,
Visando este passeio
com abnegação
Até à nossa querida
colectividade.”
O
cortejo foi acompanhado com uma salada musical executada pela desafinadíssima
Orquestra Sinfónica da Outra Banda, que se fez ouvir em dois minutos de
silêncio, com a Mula da Cooperativa, em desrespeito da gozada “menina Tevyelina”.
Durante
o tribunal as personagens foram desfilando, acusando ou defendendo a “menina”, sempre com a intenção de
levarem alguma coisa…
Yentevina (Contra-Regra): João “Alface” Bastos
Mordahavik (Juiz): António Dinis
Mordechaivik (Regedor): José Alberto Cardoso
Tevyelina (Velha):
João Miguel Amorim
Chavalehkina (Médica):
Manuel Lontro
Hodelina (Enfermeira): Rui Branco
Goldeína (Sobrinha): Miguel Feteira
Mendelina (1ª Criança): Rafael Cardoso
Tzeitelina (2ª Criança): José Nuno Rodrigues
Bielkina
(3ª
Criança): Tiago Feteira
Avrahmovik (Advogado de Acusação): António Simões
Lazar Wolfinovik (Testemunha): António Barbosa
Perchikovik (Advogado de Defesa): António Bento
Fruma Sarahov (Primo de Cortegaça): Daniel Santos
Cossavich (Primo de Cortegaça): Mário Viana
Rabinovik (Escrivão): José Manuel
Motelovik (Ajudante de Escrivão): Vítor Azenha
Enrebanavik (1º Carrasco):
Artur Correia
Fyedkavik (2º Carrasco):
Luís Pires
Já perto do final o Mordahavik - Juiz dá a última palavra
à Velha:
…………………..
MORDAHAVIK
TEVYELINA CASTANHA
PILADA,
Julgada por avareza,
Antes de ser
condenada,
Quer fazer a sua
defesa?
TEVYELINA
Peço perdão, senhor
Juiz.
Eu já estou
arrependida
Pois durante a vida
nada fiz
Mas tenho saudades da
vida.
Antes da condenação,
Só peço mais um
momento,
Para que Robinovik, o
escrivão,
Leia o meu
TESTAMENTO.”
No
seu TESTAMENTO, a desditosa velhinha, espalhou pelas pessoas da sua "amizade"
o seu “riquíssimo” espólio, esperando
assim satisfazer (ou não) os desejos de alguns herdeiros. Assim e finalmente o
Escrivão e o seu Ajudante leram o tão aguardado Testamento:
“Aos 11 dias do mês de Abril,
Na presença do
Mordahavik, o Juiz,
Eu, TEVYELINA
CASTANHA PILADA,
Meu Testamento assim
fiz:”
…………………….
Acabado de ler o testamento, então o Regedor pergunta,
roncando, já meio fatigado de voz:
“Que castigo ela merece
Dizei-me, senhores, meus?
Rifamo-la na quermesse,
Ó pomo-la a encher pneus?
(Dizem todos os participantes:)
Serre-se a velha
Força no serrote
Serre-se a velha
Dentro do caixote!”
Na
execução da infortunada menina, foi visto esta, heroicamente fazer a entrega do
seu tão maravilhoso e apetecível corpo, às mãos mimosas dos piedosos e bondosos
carrascos, que serraram a RÉ, LÁ ao SOL, sem DÓ, nem outra nota de qualquer
piedade.
E assim
mais um ano foi cumprida esta tradição já muito antiga em Tavarede.
Após o “Julgamento, morte e fuga… da menina TEVYELINA”,
todos os participantes se reuniram para conviver num animado repasto composto
de um variado e abundante conjunto de artigos especialmente confeccionados para
dar ao dente e regado com algumas bebidas vigorosas.
Só nos resta
fazer desejos de para o ano cá estarmos para cumprir mais uma vez a tradição.
Esperamos
por todos o que cá estiveram e também por quem esteve ausente.
ATÉ PARA O ANO!
PS: As fotos foram
retiradas da net, mais precisamente do facebook. Quero agradecer ao autor, que
pode e deve comentar aqui neste sítio…
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