terça-feira, 17 de maio de 2016

Os MosKeteiros na Região da Costa de Prata

14 de Maio de 2016

Ovar e Figueira da Foz: 81,36 km - Distância em linha reta; 106 km - Distância de condução; 1 hora 11 min. - Tempo de condução estimado.

Saída às 09H30 para o itinerário: Mira; Aveiro - Eixo: “Lugar dos Afetos”; Pateira de Fermentelos (Águeda); Estarreja; Válega (Ovar); Murtosa; Costa Nova; Vagos; Tavarede.
A Costa de Prata fica situada entre as cidades de Lisboa e do Porto e atravessada pela maior auto-estrada do país (A1) quer em direção ao sul, quer em direção ao norte. As suas temperaturas amenas e as suas praias de areia branca proporcionam ao visitante a oportunidade de escolher entre os desportos aquáticos e o sossego de viver perto do mar. As suas primaveras e a abundante vegetação das suas florestas seculares tem preservado toda a sua natureza. Os mosteiros, os conventos, os castelos, as igrejas e os museus são a prova viva da sua preciosa herança histórica e artística de valor reconhecido universalmente. Como uma das regiões mais desenvolvidas do país, a Costa de Prata alberga tesouros famosos da arte tradicional, como a porcelana e os cristais. A gastronomia reflete a riqueza cultural e a biodiversidade da Região, o que se traduz em pratos como a sopa, caldeirada de enguias e de peixe e uma variedade de receitas de bacalhau. Também a carne tem o seu lugar à mesa, com o afamado leitão à Bairrada, a chanfana (de borrego ou de cabrito), entre outras iguarias. Uma doçaria rica pode encontrar-se na Região de Aveiro, onde os ovos-moles há muito conquistaram a preferência dos visitantes.

Passagem por Mira que é uma vila do distrito de Coimbra, antigamente designada por Palheiros de Mira, por causa das casas típicas dos pescadores: uma simples construção de madeira sobre grandes estacas para a proteger das inundações e da erosão da areia.

Em seguida chegamos a Aveiro, cidade com paisagens atraentes e recursos naturais, possuindo um turismo balnear, de natureza e termalismo. A região é composta pelos concelhos de Águeda, Albergaria-a-Velha, Anadia, Aveiro, Estarreja, Ílhavo, Murtosa, Oliveira do Bairro, Ovar, Sever do Vouga e Vagos. Aqui podemos apreciar as suas tradições regionais, o património arquitetónico e a gastronomia. A Ria de Aveiro, é única no género no nosso país, proporcionando momentos de prazer e de uma agradável integração na Natureza.

O nosso objetivo era o de visitar a Pateira e Fermentelos.
Mas pelo caminho passamos pela localidade de Eixo, onde existe o Lugar dos Afetos, que decidimos visitar.
Este é um lugar mágico e onde se pretende dar continuidade à mensagem dos livros e Jogos de Afetos concebidos por Graça Gonçalves, mentora e autora deste projeto inovador. O objetivo é que "todos, em qualquer idade, possam descobrir um caminho para chegar ao coração de si próprios e dos outros". Pensado e construído de modo a comportar várias casas temáticas, inclui também caminhos, jardins e recantos muito especiais.”

Estivemos na entrada deste espaço mas infelizmente não o pudemos visitar. O horário de abertura era às 15H00. Eram 11H00 quando lá chegámos e o nosso passeio seria prejudicado se tivéssemos de alterar o itinerário. Este é um espaço muito interessante e agradável que pessoalmente já tenho o prazer de conhecer.
Decidimos visitar este lugar noutra altura.

Seguimos entretanto na direção da Pateira de Fermentelos, que é a maior lagoa natural da Península Ibérica de grande interesse turístico. A Pateira de Fermentelos ou simplesmente Pateira está localizada no triângulo dos concelhos de Águeda, Aveiro e Oliveira do Bairro, antes da confluência do Rio Cértima com o Rio Águeda: “É uma zona muito rica em fauna, flora e espécies aquáticas, incluindo diversas espécies de aves tais como: rabilas, curtos, pica-peixes, e vários tipos de patos. Na flora podemos encontrar desde de nenúfares, canizia e bonhos. A nível piscatório existe machigã, lúcio, carpa, tainha, perca, sendo conhecida pelos seus pimpões existem também grandes quantidades de lagostins-vermelhos e variados tipos de rãs.”
Como já estava a aproximar-se a passos largos a hora do almoço, decidimos seguir o nosso passeio em direção à Gafanha da Nazaré.
Aqui deixo uma curiosidade sobre a origem da palavra Gafanha.
“Há pelo menos 4 versões acerca do nome desta cidade:
1.ª versão: Diz uma que certa mulher, atacada de lepra, viera para aqui habitar por não ser consentida em outros lugares, de onde a população a expulsara em horror do seu miserando estado. Alcunhavam-na de Gafanha, e assim entraram a chamar ao sítio em que ela vivia, isolada e desolada.
2.ª versão: Sendo o sítio bastante afastado de outras terras, veio estabelecer um Hospital de Leprosos (gafaria), não se sabe quem, nem quando, pois que nenhum indício existe de tal Hospital.
3.ª versão: Gafanha - lugar onde se paga o Gafar. Esta palavra é árabe e significa um tributo, que se pagava pela passagem de qualquer ponte do estado, ou rio, em barco para esse fim posto ali. Ora, desde tempos remotos houve aqui 1 ponte de madeira sendo possível que os árabes instituíssem o tributo em questão, visto ser mais que muito averiguado terem eles dominado nestes territórios por bastos anos.
4.ª versão: Nessa zona, havia a proliferação de canas, pelo que, as populações vizinhas vinham à actual zona das Gafanhas para apanhar canas com uma "gadanha". Daí a palavra evoluiu até se tornar Gafanha.”

Chegados à Gafanha da Nazaré, procuramos um restaurante com gastronomia da região. Escolhemos o restaurante “A Traineira”, satisfazendo assim o nosso desejo.

Como entradas vieram: Berbigão à Bolhão Pato, Ovas de bacalhau, Espetadas Línguas de bacalhau; quanto ao segundo prato, optámos por: Línguas de Bacalhau fritas com açorda, Lombinhos de Bacalhau e Feijoada de Sames.
Já nem devia falar das sobremesas que foram soberbas, saliento apenas o doce da casa e o queijo da serra.

O atendimento foi excelente, assim como foi a confeção dos pratos. Recomendamos este restaurante.

Como as horas vão passando rapidamente continuamos o nosso passeio por Estarreja, Ovar até Válega.

Ovar é uma cidade do Distrito de Aveiro. Nas enciclopédias encontramos o nome "Ovar", com dois significados: “verbo transitivo (pôr ovos, criar ovos ou ovas) e verbo transitivo brasileiro (fazer ovação, aplaudir, aclamar, vitoriar) por oposição ao verbo português ovacionar. A etimologia mais popular e citada é a que deriva do verbo "ovar", dado a multidão de aves que desovavam e criavam na região.”


Continuamos até Válega, freguesia localizada no extremo sul do concelho de Ovar, distrito de Aveiro. Visitamos a Igreja Paroquial de Válega, também conhecida por Igreja de Nossa Senhora do Amparo. É uma obra-prima da arte da pintura do azulejo e uma das igrejas de Portugal que mais me impressionou!
O patronato da igreja pertenceu a mãos privadas até ao ano de 1150. Desde essa data até 1288 foi o Mosteiro de São Pedro de Ferreira. De 1583 a 1833 foi propriedade do Bispo e da Sé Catedral do Porto. A Igreja da Válega encontra-se na sua localização atual desde meados do séc. XVIII.  São de destacar no interior da igreja: intervenções do séc. XX, como por exemplo os tetos em madeiras exóticas, patrocinados por la Família Lopes, assim como revestimentos exuberantes em azulejos, produzidos na Fábrica Aleluia de Aveiro; trabalhos em mármore nas paredes interiores da capela-mor, do coro baixo e dos lambris gerais.”
Ficamos maravilhados com esta igreja. Visualmente é um espetáculo por causa dos seus painéis de azulejos que cobrem as paredes interiores e exteriores. Merece ser visitada.

Era a hora de regressarmos.
O nosso passeio continuou pela mesma estrada donde viemos.
Agora o nosso objetivo era chegarmos à Costa Nova, mas sem antes passarmos novamente por Ovar, Estarreja, Aveiro.

Chegamos então à Costa Nova. Esta localidade fica numa península entre a Ria de Aveiro e o mar, onde podemos apreciar as casas com riscas coloridas, uma feliz imitação das originais construções típicas de madeira, utilizadas originalmente pelos pescadores da zona para guardar os materiais de pesca. Hoje, requalificadas foram aproveitadas como casas de férias no Verão. E assim nos deixamos conquistar pela simplicidade piscatória da Costa Nova, nos seus areais, na praia e na povoação. Aqui ainda se pode assistir à Arte Xávega, tal como nas praias vizinhas da Vagueira ou de Mira, representando uma arte antiga de pesca costeira artesanal em que as redes de pesca são puxadas do mar por parelhas de bois.
Estivemos no Mercado da Costa Nova, um excelente exemplo dos mercados tradicionais da Região, possuindo uma cozinha industrial, armazéns frigoríficos e de congelação para peixe e marisco, assim como uma área específica para venda de marisco cozido, lojas e um restaurante.
Não saímos desta localidade sem bebermos uns refrescantes “finos”.

A próxima paragem foi já na Figueira da Foz, mais precisamente em Buarcos.
Acabámos assim o nosso passeio, aconchegando as nossas barrigas com um reconfortante lanche-ajantarado na “Taberna do Teimoso”.


Tal como se diz no site da net: “Um lugar onde se vai sentir em casa, um ambiente acolhedor, bons petiscos e bom vinho!”
O espaço está bem decorado e o pessoal foi muito atencioso. Fomos pedindo os petiscos, partilhando os mesmos. E deu para beber um copo…
Foi um final de tarde muito agradável que se foi prolongando.

Um final de passeio de confraternização entre amigos, que seguramente iremos repetir.

Até à próxima “Mosketeiros”.

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