sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Passeio Histórico a Sintra

16 a 18 de Setembro de 2016
Dia 16 - Sexta
Manhã
08H00 - Novamente Rui, Isabel, Vítor, Madalena, Zé Manel e Mirita, saímos para este passeio de Tavarede até Sintra, optando pela autoestrada para chegarmos o mais cedo possível a Mem Martins, ao Hotel.
Fizemos o Chek-in no Hotel IBIS Lisboa Sintra, Mem Martins perto das 12H30.
A receção foi excelente, com pessoas muito simpáticas. Alugamos 3 quartos porque éramos seis e todos eles estavam em excelente estado.
Chegada a hora do almoço, escolhemos o Restaurante O Trilho, por já levarmos na nossa lista de restaurantes e também por sugestão da simpática rececionista do Hotel. O Restaurante O Trilho, em Abrunheira, foi fundado em 28 de Fevereiro de 1988 sendo reconhecido como uma referência regional no sector, pautado por um serviço de qualidade superior e com localização privilegiada nas imediações de Sintra.

De entre as várias especialidades gastronómicas que constam do cardápio como as Grelhadas Mistas à Trilho, escolhemos a Grelhada Ibérica (Javali, Lombinhos Pata Negra, Secretos e Plumas) e a Grelhada de Peixes (Tamboril, Lulas, Garoupa e Camarão). Este restaurante tem uma agradável decoração rústica e acolhedora num espaço amplo. Um restaurante com uma diversidade muito grande de pratos de caça e de espetadas e com uma excelente confeção de comida. A comida estava fantástica. Uma delícia. Salientamos o bom atendimento, rápido e profissional, onde destacamos a simpatia por parte de toda a equipa. Bastante atenciosos com todos os nossos pedidos e bastante disponíveis. Recomendamos vivamente uma visita a este restaurante.

Tarde
Após o almoço dirigimo-nos de imediato para o Palácio Nacional e Jardins de Queluz para uma visita integrada no espaço Happy Hour Palácio + Jardins, a partir das 15h30, com entradas mais económicas.
Achamos importante aqui deixar um pouco de história do Palácio Nacional de Queluz.
Era a residência real de duas gerações de monarcas, o Palácio Nacional de Queluz constitui um conjunto patrimonial de referência na arquitetura e no paisagismo portugueses, e contém um importante acervo que reflete o gosto da corte nos séculos XVIII e XIX, percorrendo o Barroco, o Rocaille e o Neoclássico. A sobriedade das fachadas exteriores do palácio contrasta com as fachadas de aparato, voltadas para o interior, prolongadas por parterres de broderie em buxo num enquadramento de dezasseis hectares de jardins. Os jardins desenvolvem-se ao longo de eixos, animados por jogos de água e pontuados por estatuária inspirada na mitologia clássica. No interior destacam-se as salas de aparato, tais como a Sala do Trono, a Sala da Música e a Sala dos Embaixadores, os aposentos reais e a capela cuja obra de talha dourada de inspiração Rococó viria a tornar-se uma importante referência na região de Lisboa. O Palácio Nacional de Queluz foi concebido como palácio de verão, entre 1747 e 1789, por iniciativa do segundo filho de D. João V, D. Pedro de Bragança, a quem pertencia a Casa de Campo de Queluz, antiga residência dos Marqueses de Castelo Rodrigo. Esta quinta integrava a Casa do Infantado, de que D. Pedro de Bragança era 3º Senhor, criada em 1654 por alvará do Rei D. João IV a favor dos segundos filhos dos Reis de Portugal, que reunia património confiscado a partidários dos Filipes após a Restauração da independência em 1640. Com o casamento de D. Pedro com a sobrinha, que veio a subir ao trono em 1777 como D. Maria I, D. Pedro tomou o título de Rei D. Pedro III, passando o Palácio de Queluz a residência real. Este faustoso Paço, marcado por influências francesas e italianas nos interiores e nos jardins era, então, palco de sofisticados festejos estivais a que acorria a corte de D. Pedro III e D. Maria I. Após a morte de D. Pedro III em 1786 e do Príncipe Herdeiro D. José dois anos depois, D. João VI é aclamado Príncipe Regente em 1792, devido à débil saúde mental de sua mãe, D. Maria I. Aquando da invasão de Portugal pelas tropas napoleónicas, a capital de Portugal foi transferida para o Rio de Janeiro em 1807. Quando D. João VI regressa a Portugal em 1821, realoja-se em Queluz, deixando no Rio de Janeiro, como regente, o seu filho mais velho D. Pedro o qual, em 1822, proclamou a independência do Brasil, de que foi aclamado Imperador com o título de D. Pedro I. Com a morte de D. João VI em 1826, D. Pedro é proclamado Rei de Portugal (como D. Pedro IV) mas abdica deste trono na sua filha mais velha D. Maria da Glória. D. Miguel, irmão mais novo de D. Pedro, com o apoio da mãe, vem a acusá-lo de traição por ter separado o Brasil de Portugal e proclama-se Rei de Portugal. D. Pedro IV, abdica então do império do Brasil no seu filho mais novo (o imperador D. Pedro II do Brasil) e volta a Portugal para lutar pelos direitos da sua filha ao trono. Seguiu-se uma trágica guerra civil que terminou em 1834 com a ascensão de D. Maria II ao trono e o exílio de D. Miguel na Alemanha. D. Pedro IV morreu quatro dias depois, a 24 de Setembro, no Palácio de Queluz, no mesmo quarto (o chamado Quarto de D. Quixote) e na mesma cama onde havia nascido 36 anos antes.
A nossa visita ao Palácio começou pela entrada A, com acesso à bilheteira B.
Aqui o desenho esquemático do palácio e jardins, onde se pode ver o percurso da visita no interior do palácio

Passámos em seguida para 1, a Sala do Trono, também chamada Casa Grande, é a maior das três salas de aparato do Palácio de Queluz. A sua construção iniciou-se em 1768, quando o casamento de D. Pedro com a sobrinha, futura rainha D. Maria I, justificou a criação de um grande espaço destinado às audiências oficiais. Atualmente esta sala é cenário de banquetes oferecidos pela Presidência da República, Presidência de Conselho de Ministros e outras entidades públicas e privadas, bem como de  inúmeros concertos.

A nossa visita continuou para 2, a Sala da Música, também conhecida por Sala das Serenatas, foi muitas vezes armada em casa da ópera e cenário de inúmeros serões musicais, sendo uma das mais antigas salas do Palácio. A sua decoração é em talha dourada no estilo regência-rococó, recorrendo a motivos alusivos à música.
Continuamos para 3, a Capela Real, que compreende uma só nave, tendo diferenciados os espaços da capela-mor, de planta oitavada e o do coro.  A obra de talha dourada de inspiração rococó, encontrava-se concluída já em 1752.
Foi então a vez de 3, a Sala do Lanternim, que comunica com a Capela Real, a Sala da Música e a Sala do Trono. Esta sala era conhecida por Sala Escura, tendo a abertura  que hoje se vê no teto  sido aberta por ordem do general francês Junot, aquando da primeira invasão francesa. D. Miguel nunca chegou a habitar este espaço, mas o seu imponente retrato, o maior do Palácio, continua a dominar a sala.
Entrámos em 4, os Aposentos da Princesa D. Maria Francisca Benedita, de que fazem parte a Saleta, o Quarto Estilo D. Maria, o Quarto Estilo Império e o Oratório. Esta ala de dependências de pequenas dimensões e caráter intimista é referenciada numa planta do Palácio de 1795 como “Quarto da Princesa D.  Maria Benedita”, habitado pela princesa depois de ficar viúva do Príncipe herdeiro D. José, seu sobrinho.


Os 5, 6 e 7, são as Salas da Escultura, de FumoSala de Café, respetivamente, devendo os seus nomes às funções que tinham na segunda metade do século XIX, aquando das curtas estadias no Palácio do rei D. Luís e da rainha D. Maria Pia de Saboia. No primeiro espaço a rainha instalou o seu ateliê de escultura, enquanto as outras duas serviam para beber o café (sala contígua à Sala de Jantar) e para fumar.
No 8, a Sala de Jantar, apreciamos a sua nomenclatura que é recente, decorrente da função que lhe foi dada pelos últimos monarcas que a utilizaram. Com efeito, a própria noção de Sala de Jantar como espaço pré-definido é relativamente tardia. À exceção da Sala das Merendas, espaço mais íntimo situado no Pavilhão Robillion, no âmago dos aposentos privados do rei, o local onde era literalmente posta a mesa variava segundo a ocasião, o gosto pessoal dos monarcas e a própria localização dos seus apartamentos privados.
Referente ao 9, é a Sala de Porcelanas e Faianças e vista do Pátio da Lontra, o 10. Esta sala anexa à Sala de Jantar, apresenta um arranjo museográfico para exposição da coleção de faianças e porcelanas europeias e orientais provenientes, na sua maioria, das coleções reais, incluindo peças de serviços de mesa da Casa Real utilizados no Palácio. Podemos ver um pequeno pátio interior (Pátio da Lontra) com um lago, provavelmente relacionado com a presença aqui, em determinada época, de semelhante animal.
Assim, admirando estas maravilhosas salas chegamos ao 11, o Corredor das Mangas ou dos Azulejos, não menos espetacular. O nome deste espaço evoca as mangas de vidro que protegiam as velas e presume-se que aqui seriam guardadas. Os painéis de azulejos que revestem a parte superior das paredes, datáveis de 1784, de grande qualidade técnica e efeito decorativo, compõem painéis policromos neoclássicos. Representam as quatro estações, os quatro continentes, singeries echinoiseries com figuras orientais e cenas da mitologia clássica. Encontra-se aqui exposto um exemplar dos vários carrinhos “descobertos para andar nas quintas”, encomendados em 1767 por D. Pedro, com decoração pompeiana e varais e rodas de madeira delicadamente entalhadas. Uma pequena obra de arte.


Os nossos olhos maravilhados com tanta arte nunca se cansaram e esperávamos sempre por outras surpresas que não tardaram a surgir com o 12, a Sala da Tocha. Localizada na parte central da Fachada de Cerimónia, integra o núcleo que corresponde à primeira fase de construção da Casa de Campo do príncipe D. Pedro, de ampliação e adaptação do antigo palácio dos Marqueses de Castelo Rodrigo. Na Sala da Tocha, mobilada e decorada no estilo D. José, é notória a influência europeia e oriental, próprias dos ambientes de corte portugueses de meados do século XVIII.
Eis que entramos num espaço mais íntimo, o 13, no Quarto Estilo D. José, que é a reconstituição de um quarto de dormir no estilo D. José, ilustrando as influências europeias e orientais próprias dos ambientes aristocráticos portugueses de meados do século XVIII, nos quais os vermelhos dos damascos e das lacas contrastavam com as madeiras escuras e exóticas de origem brasileira.
E as salas continuam a suceder com o 14, a Sala dos Archeiros, era a entrada nobre do Palácio, dando acesso à Sala dos Embaixadores, também denominada de Corpo da Guarda. Aberta diretamente para o Jardim Pênsil, era aqui que os archeiros montavam a sua guarda.
E com o 15, entramos na Sala dos Particulares, onde esperavam os camaristas no tempo de D. João, situando-se os apartamentos do Príncipe Regente no andar superior.
Mas já de seguida o 16, a Sala dos Embaixadores, originalmente designada por Barraca Rica, Sala das Colunas, das Serenatas, dos Serenins e Galeria, esta dependência passou a ser conhecida, desde 1794, altura em que Queluz passou a ser a residência permanente da Família Real, até 1807, ano da partida para o Brasil, esta sala foi utilizada pelo Príncipe Regente para o seu Beija-Mão e audiências do corpo diplomático e ministros estrangeiros, que aqui apresentavam credenciais, pelo que passou a ser conhecida por Sala das Talhas e Sala dos Embaixadores. Na Ala Poente desta Sala, situa-se o Pavilhão Robillion, erigido após o casamento de D. Pedro com D. Maria. Aqui se situaram os aposentos privados de muitos monarcas que habitaram o Palácio (D. Pedro III, D. João VI, D. Carlota Joaquina, D. Miguel, D. Pedro IV). Trata-se da única zona revestida com soalhos em parquet de madeiras exóticas brasileiras, com predominância de pau-santo e pau-cetim, e com decorações em pasta de papel dourada e policromada (papier maché). Do Pavilhão Robillion fazem parte a Sala do Despacho, a Sala das Açafatas, a Sala das Merendas, o Quarto D. Quixote, o Oratório, o Quarto da Rainha e o Toucador da Rainha.
E foi por ali que continuamos para o 17, a Sala do Despacho, apresenta as paredes revestidas com painéis a óleo sobre tela representando ruínas italianas da Antiguidade Clássica. No tempo de D. Pedro III, esta dependência serviu de sala de espera aos camaristas do monarca, igualmente se armando para banquetes e ceias durante as festas de verão, de São João e de São Pedro. O Príncipe Regente D. João usou-a para reuniões ministeriais, audiências e despacho, para o que nela mandou armar um dossel. Mais tarde, respetivamente em 1830 e 1874, foi quarto de dormir dos reis D. Miguel e D. Luís.
Então seguiu-se o 18, a Sala das Açafatas, espaço que servia de antecâmara onde aguardavam ordens as damas e açafatas ao serviço da rainha. Tem paredes forradas a tela, com pintura a têmpera ao estilo de Pillement.

Surge o 19, a Sala das Merendas, decoração rococó em pasta de papel dourada enquadra quatro grandes telas – integradas nas paredes – que representam merendas de caça, em que damas e cavaleiros, sentados informalmente no chão e rodeados das suas armas e cães, se entregam, numa pausa de caça, aos prazeres da conversação e da gastronomia.

Passamos ao 20, o Quarto D. Quixote, construído no terceiro quartel do século XVIII, a sua decoração de gosto rococó emoldura pinturas com episódios da obra de Cervantes El Ingenioso Hidalgo Don Quixote de la Mancha. Este é o quarto de aparato mais conhecido do Palácio, onde nasceu a maioria dos filhos de D. João VI e de D. Carlota Joaquina, entre os quais se destaca o infante D. Pedro – Imperador do Brasil e Rei de Portugal – que aqui morreu também em 1834, vítima de tuberculose, contando apenas trinta e seis anos.
O Oratório, comum ao Quarto D. Quixote e ao Quarto da Rainha, exibe-se uma maquineta de delicado e rico trabalho de talha dourada. Decorada com os temas da Paixão de Cristo, apresenta no seu interior um Cristo na Cruz acompanhado pelas Santas Mulheres.
Quase a acabar a visita eis o 21, o Quarto da Rainha, única sala do Palácio com ornatos em pasta de papel prateados. Esta divisão, atualmente reduzida relativamente ao seu espaço original,  teria servido de quarto de dormir, em diferentes épocas, a D. Pedro III, ao Príncipe Regente D. João e à rainha D. Carlota Joaquina.
Agora que foi o fim da visita ao interior do Palácio chegamos ao 22, o Toucador da Rainha, este espaço de boudoir ou toucador conserva a sua decoração rococó em pasta de papel dourada e policromada (papier maché), emoldurando onze painéis de telas pintadas sobre espelhos com cenas infantis, proporcionando um interessante percurso iconográfico sobre as diversas fases da toilette masculina e feminina do século XVIII.

Antes da saída para os Jardins, passamos por uma cafetaria, onde numa repousante esplanada/terraço, resguardados do sol quente que se fazia sentir, nos refrescamos com umas bebidas.


Depois descemos para os Jardins pela monumental Escadaria Robillion, para iniciarmos a visita.
Os Jardins de inspiração francesa, dividem-se em dois espaços distintos: o Jardim Grande ou Jardim de Neptuno e o Jardim Novo ou Jardim de Malta.
São jardins de buxo geométricos, marcados pelos conjuntos escultóricos ornamentados por estátuas, por cascatas e tanques de água, pelas gaiolas com pássaros exóticos e pelos azulejos.
No rio Jamor, que passa nos jardins do palácio, foi construído o Canal dos Azulejos, com cerca de 130 metros de comprimento, onde era possível passear de barco entre as paredes azulejadas, com representações de portos, palácios e outros temas.
A visita só ficou completa com o passeio por aqueles jardins exuberantes. Lindíssimos!





Um passeio imprescindível! Logo que tivemos acesso aos jardins do palácio sentimos uma sensação maravilhosa de encantamento, diante dum conjunto arquitetónico e paisagístico enriquecido de uma beleza cénica.
A visita aquele local onde nasceu e morreu D. Pedro e foi uma experiência incrível. Os jardins são realmente muito bonitos. Este é um local cheio de história do nosso País.

Acabada a visita e já no exterior do Palácio, assistimos ao descerrar da Bandeira no Regimento de Artilharia Antiaérea Nº1.
Estava na hora de reconfortar a barriga e ali ao lado estava o Restaurante D’El Rei, mesmo a convidar para uma entrada. Foi isso que fizemos.


Após o repasto fomos até ao nosso Hotel Ibis, onde o descanso já era desejado. Hoje o dia foi grande e amanhã também não será menos cansativo.

Dia 17 - Sábado
Manhã
Eram 08H30, quando nos encontramos para tomar o nosso pequeno-almoço.
Dali saímos na direção de Sintra onde iríamos começar as visitas desejadas.
Sintra estava cheia de gente. Estacionamos o carro com alguma dificuldade.
Ali perto avistámos o Chafariz do Sabugo, na Rua Marechal Saldanha, construído no reinado de D. João V, no ano de 1782, começamos aqui a subida ao Castelo dos Mouros.
Este chafariz constituía um ponto de passagem dos nossos reis a caminho de Mafra. Logo depois deste símbolo de história de outros tempos, cortamos para a Calçada dos Clérigos à direita. Um novo ambiente nos esperava com a calçada e uma vegetação abundante que brotava das grandes formações de pedra na berma direita da calçada. Este era o anúncio duma subida que na realidade nunca pensámos ter.


Continuando o nosso caminho encontramos do lado esquerdo a Igreja de Santa Maria, na qual entramos é a principal edificação em estilo gótico existente atualmente na vila de Sintra e é classificada como Monumento Nacional desde 1922.
Logo a seguir encontramos a casa onde viveu Ans Christian Andersen, durante a sua viagem a Portugal em 1866.
Continuámos a subida pela Rampa do Castelo que já adivinhávamos ser dura, ainda mais porque a frescura habitual da Serra de Sintra não se sentia, pois estava calor. A subida empedrada aumentava a dificuldade do caminho, mas a vista panorâmica sobre Sintra e arredores, suavizava-nos de algum modo o esforço.
A subida em direção ao Castelo era implacável mas pelo meio de alguns pedaços das muralhas circundantes do Castelo, íamo-nos maravilhando com a paisagem de perder de vista.




O Castelo já se adivinhava por ali perto, mas a subida já se estava a tornar dolorosa. Parámos junto a uma Cafetaria da Casa do Guarda inserida nas Segundas Muralhas. Refrescamo-nos e descansamos um pouco neste local antes de continuarmos a subida.
Continuamos entretanto a subida até encontrarmos a Igreja de São Pedro de Canaferrim, a primeira igreja paroquial de Sintra que foi edificada após a conquista de D. Afonso Henriques, em 1147, constituindo atualmente o Centro de Interpretação do Castelo.
Todos nós já estávamos super cansados, mas fui eu que rebentei primeiro. Tive que me sentar e refrescar pois senti-me desfalecer. Após algum descanso lá consegui seguir com os meus companheiros até finalmente encontrarmos a entrada do Castelo dos Mouros.

O Castelo dos Mouros é uma fortificação militar que remonta ao séc. IX, período de ocupação muçulmana do território. A sua função seria de atalaia, pela sua posição privilegiada face à vigilância da linha da costa de Lisboa.
O Castelo dos Mouros foi classificado como Monumento Nacional em 1910 e integra-se na Paisagem Cultural de Sintra, classificada pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade desde 1995.

Decidimos então fazer a viagem de regresso à vila de Sintra. Segundo informações o Percurso da Vila Sassetti oferecia uma alternativa para ligar o Centro Histórico de Sintra, com uma extensão de 1850 m.


Passamos pela Floresta de Loureiros característica do local, com degraus de madeira e passadiços, na Tapada dos Bichos. Na segunda parte do caminho, já fora da propriedade, o percurso passa pelo Penedo da Amizade, local emblemático para os amantes de escalada, onde encontramos grupos de jovens a praticar aquele desporto.




A descida continua nos jardins da Vila Sassetti com piso regular, passamos pela Casa do Caseiro e pelo edifício principal. O jardim procura obedecer a uma estética naturalista, sendo estruturado por um caminho sinuoso que é atravessado por uma linha de água artificial. O jardim expressa a relação de harmonia entre a arquitetura e a paisagem, que assim parecem fundir-se naturalmente. Este trajeto é adequado a todas as idades, mas requer um bom nível de preparação física. Fomos uns heróis!

Era hora do almoço. Ali perto havia o restaurante Dona Maria, foi o escolhido.
O restaurante está inserido num antigo hotel, bem localizado e com uma esplanada com uma vista maravilhosa sobre a vila de Sintra.
A sala de refeições está bem decorada com um toque clássico e requintado e logo nos salta à vistam as pinturas que enchem as paredes. Mas infelizmente o serviço e a comida não corresponde à beleza do lugar. Apesar dos preços serem para turistas, entramos sabendo que era caro (média de 18€ p/prato), pensando que sairíamos satisfeitos mas infelizmente tal não aconteceu. Começou pelas entradas onde nos serviram pão, azeitonas, manteiga e 6 pastéis de bacalhau, cada um deles do tamanho de uma amêndoa. Ainda estou para saber se chegou algum vestígio daquele que comi ao estômago?!

Pedimos: 2 pratos dourada grelhada, que ainda não sabemos bem o que era. A apresentação era vulgar e o peixe (um) em cada prato era tão pequeno (cerca de 15cm) e espalmado que pouco ou nada tinha que comer; 4 Tornedós ao Molho de Champignons: lombinho de novilho ao molho de cogumelos com batata frita e arroz (19,50€ cada), com uma carne de qualidade medíocre, a batata frita era de pacote de supermercado... uma vergonha. Pessoalmente mais de metade da carne ficou no prato, porque para além de gordura estava cheia de nervo. Intragável!
É claro que com tal serviço já não pedimos sobremesas. Quanto aos funcionários que eram 2 (um senhor e uma senhora), qualquer um deles com falta de simpatia e um péssimo serviço. O serviço foi super lento, com um tempo de espera entre os pratos e até em trazer a conta, exagerado. O local merecia melhor e a nossa decisão foi logo a de não voltar. É para esquecer este restaurante!

As sobremesas esperavam-nos no centro histórico onde existem belas ruas calcetadas, repletas com lojas e cafés tradicionais. Sintra estava lotada com visitantes. Não podemos deixar de dar uma volta pelas ruas do centro de Sintra, visitar  e conhecer a “Piriquita II” uma tradicional doceria local  e que é um atentado a qualquer regime.
Ali provamos o célebre Travesseiro, que tem a forma de um travesseiro e é feito à base de massa folhada, creme de ovo e amêndoa, associado a um ingrediente secreto, que o torna tão especial e que está escondido num livro de receitas da família. E já que estávamos numa de provar por que não também uma Queijada? Estas provas fizeram esquecer o almoço!
“A Piriquita nasceu em 1862, no centro da vila de Sintra. É um negócio familiar que já vai na sétima geração. Foi fundada por Constância Gomes, uma senhora baixinha, a quem o Rei D. Carlos batizou de "Piriquita". A Monarquia caiu, mas a Piriquita cresceu e é muito afamada nos dias de hoje! A antiga fábrica de queijadas, iniciou a sua atividade com o fabrico de pão, mas anos mais tarde começou a confecionar bolos. Primeiro surgiram as Queijadas para satisfazer a gula do rei D. Carlos, que gostava de passar férias em Sintra e "encomendou" à Piriquita a iguaria. Os travesseiros (a gulodice mor do local) apareceram anos mais tarde. Corria o ano de 1940, quando Constança Cunha, neta da "Piriquita", sentiu a necessidade de inovar e criou o doce que hoje dá nome e que torna obrigatória a passagem pela Piriquita.”

Quase em frente a esta Piriquita II, mesmo ao lado do “Cantinho do Lord Byron”, encontra-se uma loja a vender o licor de Ginjinha, onde foi possível tomar uma dose do licor, servida em um pequeno copo de chocolate.


Tarde
Segundo se aconselha é nunca tentar conduzir em Sintra, uma vez que as ruas são estreitas e não existe estacionamento. Entretanto fomos buscar o carro para o podermos estacionar mais perto da Quinta da Regaleira, mas fizemos mal pois agora ficou a cerca de 2km de distância deste lugar. Quase em frente da Regaleira fica o Palácio de Seteais, que é um elegante palácio cor-de-rosa, construído entre 1783 e 1787, em cujo edifício principal funciona agora um hotel e o acesso ao público em geral está limitado. Mas o exterior e parte dos jardins podem ser visitados, o que não aconteceu pois neste dia ali estar a decorrer um casamento.
É nos dias que correm um dos mais famosos e requintados hotéis de Portugal, pertence desde 1954 à empresa hoteleira Tivoli Hotels & Resorts.

Finalmente fomos visitar o Palácio e Quinta da Regaleira que é um dos palacetes mais especiais de Sintra, sendo considerado Património da Humanidade pela UNESCO. Construído no meio da floresta, o prédio foi projetado pelo arquiteto italiano Luigi Manini, a pedido do seu dono, Antônio Augusto Carvalho Monteiro, o Milionário. O palácio é cercado por jardins luxuosos que têm poços, fontes e várias edificações interessantes. Dizem que várias partes dos jardins têm símbolos enigmáticos relacionados à alquimia, Maçonaria e até à Ordem dos Cavaleiros Templários.
Entramos pelo Portão Superior, onde se tiraram os bilhetes.
Quando entramos na Quinta da Regaleira, sentimo-nos por momentos como uma personagem de um de magia.

Munidos de mapas para uma visita autoguiada, caminhamos, apreciando cada detalhe da quinta: árvores diversas as sequoias, os sobreiros, os pinheiros, cedrus, etc., torres, grutas, lagos e os poços. Há recantos onde a magia e o mistério se cruzam num mundo real. Visitamos galerias subterrâneas, fantásticas e misteriosas.

Chegamos à Torre da Regaleira, que foi construída para dar a quem a sobe a ilusão de se encontrar no eixo do mundo.
Passamos por um aglomerado de castanheiros e encontramos a Fonte da Regaleira.
Subimos um pouco e encontramos a Gruta do Oriente, que é a entrada para os percursos subterrâneos com ligação ao portal inferior do Poço Iniciático. Do teto vão caindo gotas de água.

É outro mundo aquele onde estamos, envolvidos no escuro apenas guiados por umas gambiarras de luz muito fraca que serpenteavam no chão. Procuramos algum sinal de luz ao fundo da galeria subterrânea e foi para lá que nos encaminhamos. Eis que estamos no centro do Poço Iniciário, uma “Torre Invertida” que se afunda cerca de 27m no interior da terra e com acesso através de uma grande escadaria em espiral. Configura-se como um espaço de sagração, de conotações herméticas e alquímicas, onde se intensifica a relação entre a Terra e o Céu. No fundo do poço está embutida em mármore, uma rosa-dos-ventos (estrela de oito pontas: 4 maiores ou cardeais, 4 menores ou colaterais) sobre uma cruz templária, que é o emblema heráldico de Carvalho Monteiro e, simultaneamente, indicativo da Ordem Rosa-cruz.
O poço diz-se iniciático porque se acredita que era usado em rituais de iniciação à maçonaria e a explicação do simbolismo dos mesmos nove patamares diz-se que poderá ser encontrada na obra Conceito Rosacruz do Cosmos. A simbologia do local está relacionada com a crença que a terra é o útero materno de onde provém a vida, mas também a sepultura para onde voltará. Muitos ritos de iniciação aludem a aspetos do nascimento e morte ligados à terra, ou renascimento. O poço está ligado por várias galerias ou túneis a outros pontos da quinta, a Entrada dos Guardiães, o Lago da Cascata e o Poço Imperfeito.



Estes túneis estão cobertos com pedra importada da orla marítima da região de Peniche, pedra que dá a sugestão de um mundo submerso.
Continuamos o nosso percurso iconológico, cheio de recantos cheios de magia e lendas que conformam quatro hectares de pura beleza.



Passamos novamente pela Torre da Regaleira e um pouco mais à frente encontramos a Capela da Regaleira que foi construída segundo o estilo Neomanuelino e para quem gosta dos significados iconológicos, vai ficar deliciado com o ciclo mariano e crístico, as cenas da Anunciação e da Coroação de Maria. Nela estão representados Santa Teresa d'Ávila e Santo António. No altar-mor vê-se Jesus depois de ressuscitar a coroar uma mulher que pode ser Maria ou Madalena. Podemos também apreciar um vitral com a representação do milagre de Nossa Senhora da Nazaré a D. Fuas Roupinho. No chão estão representados a Esfera Armilar ou Globo Celeste e a Cruz da Ordem de Cristo, herdeira da missão Templária. A cripta tem um acesso subterrâneo com ligação ao Palácio. Continuando por este jardim misterioso cheio de pequenos monumentos, escadarias, cascatas, fontes, grutas subterrâneas e misteriosos poços, uma capela, casas de apoio e cavalariças e um extraordinário palácio, o Palácio da Regaleira.
Palácio da Regaleira é também conhecido como o "Palácio do Monteiro dos Milhões" devido à alcunha do seu principal proprietário e mentor da obra, António Augusto Carvalho Monteiro.


Este ilustre luso-brasileiro nasceu no Rio de Janeiro no seio de uma abastada família portuguesa. Veio estudar para Portugal, nomeadamente cursou Direito na Universidade de Coimbra.
Foi na cidade "dos estudantes" onde terá ganho o amor à cultura e conhecimento, tornando-se um grande colecionador de livros, obras de arte e de espécies botânicas. O Palácio da Quinta da Regaleira tem forte influências neogóticas e é uma joia arquitetónica. Este é o edifício principal da quinta e é marcado pela presença de uma torre octogonal.
Descemos do Palácio para os jardins e encontramos à nossa frente o Patamar dos Deuses e é composto por 9 estátuas dos deuses greco-romanos.
A mitologia clássica foi uma das inspirações de Carvalho Monteiro para os jardins da Regaleira.

Chegamos ao fim da visita à Quinta da Regaleira desta joia arquitetónica e natural mais enigmática de Sintra. Saímos deste lugar absolutamente mágico e enigmático.
Já no exterior fomos tomar um refresco no Terraço das Quimeras, que fica integrado na Fundação Cultursintra, sede da instituição de utilidade pública que tem como objetivo criar, acolher, divulgar e acessibilizar a cultura no concelho de Sintra. Este edifício está integrado na Quinta da Regaleira.

Neste final da visita e da tarde ainda tivemos de andar cerca de 2km até junto ao nosso carro, para irmos até ao nosso Hotel onde jantámos.
O nosso jantar começou com 2 tábuas de queijo e carnes frias; depois os 2º pratos eram pré-cozinhados: arroz de pato (muito fraco), bacalhau com natas (+ ou -) e pizas; depois tarde de maçã (muito boa), mousse de chocolate e pastéis de nata como sobremesa.

Findo o repasto não muito substancial como convinha, recolhemos aos nossos quartos para descansarmos o corpinho que bem merecíamos.

Dia 18 - Domingo
Manhã
Eram 09H00, quando fizemos o Chek-out no Hotel IBIS Lisboa Sintra, em seguida fomos tomar o nosso pequeno-almoço.
O nosso destino hoje era o regresso a casa. Dali saímos na direção de Mafra.
Fizemos a primeira paragem no Sobreiro, entre a Ericeira e Mafra, para uma visita rápida à Aldeia-Museu José Franco, Aldeia Típica de José Franco, Aldeia Típica do Sobreiro ou simplesmente Aldeia.
“A história da pequena aldeia remonta ao nascimento do oleiro José Franco, em 1920. O seu pai era sapateiro e a mãe, vendedeira de loiça, fazendo a venda de barros de porta em porta, bem como por muitas feiras e mercados. Visto que o Sobreiro era um importante centro oleiro, desde cedo José Franco conviveu com o ofício e, ainda criança, ao deixar a escola primária, aprendeu o ofício com dois mestres oleiros locais, antes de trabalhar por conta própria, aos 17 anos de idade. Nessa época, reabilitou a olaria que tinha pertencido ao avô.
Em início dos anos 60, José Franco deu asas a um sonho, de recriar uma aldeia de caráter etnográfico, onde as suas memórias de infância se cristalizassem, testemunho do modo de viver das gentes locais, em homenagem à sua terra. A sua aldeia teria dois componentes: seria uma réplica das antigas oficinas e lojas, dos espaços vividos, decorados e apetrechados por objetos reais, onde se reproduziam os costumes e atividades laborais intrínsecas à sua infância e à vida camponesa da região de Mafra; em simultâneo, a aldeia compreendia uma área lúdica, dedicada às crianças, repleta de miniaturas de casas e habitantes que retratavam as atividades exercidas à época: trabalhos no campo, carpintarias, moinhos de vento, capelas, mercearias, escolas, adegas, camponeses e até uma reprodução da vila piscatória da Ericeira e dos ofícios ligados ao mar. Hoje, o pequeno mundo moldado pelas mãos de José Franco (falecido em 2009) é visitado anualmente por milhares de pessoas. E, para além da exposição das figuras, no museu que lhe foi dedicado, os visitantes encontram réplicas à escala humana de muralhas de castelos, moinhos de vento, um parque infantil, uma pequena adega onde podem provar o vinho da região ou ainda a padaria, onde podem comprar o afamado pão com chouriço, entre outros. Na Aldeia de José Franco cabe a dedicação de uma vida à nobre atividade tradicional da olaria, expondo ainda a rica cultura artesanal do Concelho de Mafra.”

A visita teve de ser um pouco feita à pressa pois tínhamos o almoço marcado para as 13H30, no Restaurante Bateira, em Atouguia da Baleia, Peniche.
À hora lá estávamos, mas para nos sentarmos numa das mesas das duas salas e uma esplanada existentes tivemos que esperar até às 14H00. O ambiente era acolhedor mas um pouco barulhento. Os pratos escolhidos foram: Caldeirada à pescador, Arroz de Tamboril e Polvo à lagareiro. A tachada de caldeirada estava excelente com vários tipos de peixe, era muito saborosa e a dose estava muito bem servida.
Os funcionários eram bastante simpáticos. As sobremesas tinham um ótimo aspeto mas a barriga não dava para mais. Recomendamos.

Tarde
No final do almoço seguimos o nosso caminho na direção da Batalha onde fizemos uma breve paragem para um pequeno descanso e nos refrescarmos.
Seguimos para Tavarede onde chegámos por volta das 20H00.

Isto é um até breve, Musketeiros. A nossa vontade de fazer outra viagem é imensa. Neste país não faltam locais de sonho para fazermos brevemente um outro passeio.

Até à próxima!

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