19 de Novembro de 2016
Organização do Lions
Clube da Figueira da Foz
Saímos
pelas 07H45 de Tavarede, do Largo da Igreja.
O autocarro dirigiu-se para a Figueira e das
Abadias saímos cerca das 08H00, em direção a Lisboa.
Eram perto das 10H30, quando chegámos à Praça
do Comércio, para fazer uma visita ao Museu
do Dinheiro na antiga Igreja de S. Julião, Largo de S. Julião, junto à Câmara de
Lisboa. Visita que não realizamos pois já o tínhamos feito há pouco tempo.
Optamos assim, eu e a minha esposa, na companhia do Rui, Isabel, Edite e Teresa
por conhecer outros eventos.
Dirigimo-nos
para a Avenida da Ribeira das Naus,
para podermos ver e tirar umas fotos ao “Pop Galo”, um galo de Barcelos à
beira Tejo plantado. Este "Pop Galo", é o novo projeto da artista Joana Vasconcelos, obra com
dez metros de altura, que pesa quase quatro toneladas, está forrado com 17 mil
azulejos da fábrica Viúva Lamego, fundada em 1849. À noite é iluminado por 16
mil leds com nove metros de cabos elétricos.
É um galo
tradicional durante o dia, com azulejos e que canta, e à noite é um galo do
futuro, com luz e música com composições de Jonas Runa,
compositor, intérprete e musicólogo Lisboeta. Este galo está na Ribeira das Naus até ao final
deste mês e será depois em Janeiro levado para Pequim para as comemorações do
novo ano chinês. Gostei deste
símbolo português, que não é muito da minha simpatia, mas que agora neste
projeto junta a tradição e a modernidade. Para mim foi uma agradável surpresa,
que me deixou muito satisfeito e orgulhoso por esta obra da nossa artista
portuguesa.
Regressamos
novamente para o Terreiro do paço, percorrendo o passeio da Ribeira das Naus e
deparámo-nos com dois homens que ali junto ao rio, na pequena língua de areia
repleta de pedras de todos os tamanhos e feitios, construíam formações com as
mesmas.
Ficamos
com curiosidade e ali ficamos a contemplar as dezenas de esculturas coloridas construídas à beira-rio, pela dupla autodidata “Miró Pédro”, que utilizam as pedras ali
existentes junto ao Tejo. Ali paramos
para apreciar e fotografar esta arte ao ar livre. O trabalho daqueles artistas “Miró Pédro”, com sessenta e tal anos, consiste em sobrepor várias
pedras - parte delas pintadas - com equilíbrio, formando esculturas com
diferentes dimensões, formas e cores.
A
sobreposição equilibrada das pedras está nas mãos de Miró, enquanto a pintura das peças é feita por Pédro, que utiliza verniz de pintar as unhas. O trabalho de um
complementa o trabalho do outro. Todos os dias, os artistas “Miró Pédro” juntam-se à beira-rio para
construir novas esculturas e para reparar aquelas que à noite, com a ondulação,
se desmoronaram.
Mais uma
agradável surpresa que tivemos neste breve passeio pela beira rio.
Continuamos
o nosso passeio agora pela Rua Augusta.
Eis
que já com alguma necessidade de aconchegar a barriga chegamos à Casa Portuguesa do Pastel de Bacalhau,
um espaço tradicional, onde podemos de saborear o famoso Pastel de Bacalhau, que une as duas tradições históricas nacionais:
a terra e o mar. Mas aqui também podemos encontrar em simbiose outras duas
tradições gastronómicas: o pastel de bacalhau e o queijo Serra da Estrela.
Logo
ali tratamos de adquirir o dito pastel, servido
ainda morno onde o queijo está totalmente derretido no interior e que se torna irresistível
provar. Esta experiência não fica completa, se a iguaria não for acompanhada
pelo néctar produzido nos socalcos do rio Douro: o Vinho
do Porto, neste caso branco e seco. Divinal.
Apreciado
e digerido o petisco, continuamos o nosso passeio até à Praça D. Pedro IV,
também conhecido pelo Rossio.
Era
neste local que tínhamos de aguardar pelos nossos companheiros de viagem que
foram visitar o Museu do Dinheiro, para apanhar o autocarro que ia levar até ao
local do almoço.
Como
ainda tínhamos algum tempo fomos até à Rua das Portas de Santo Antão, onde vende a célebre ”Ginjinha
Sem Rival”, que por não haver dados concretos sobre a data de fundação da
casa, muito por culpa das cheias que têm ocorrido na rua ao longo dos anos, que
destruíram a quase totalidade da documentação existente, tudo aponta para que a
Ginjinha Sem Rival já existisse em 1890, graças a um álbum de fotografias.
Mas à parte a história a que dou muita importância, ali
procedemos a uma prova da ginjinha “com elas”.
Novamente
no Rossio e ao dar mais uma volta por ali, saltou-nos à vista uma casa
comercial que desconhecíamos e que visualmente tinha algum aparato, era “O Mundo Fantástico da Sardinha Portuguesa”,
decorada com temática circense. Os empregados
estão vestidos a preceito: como se de um circo se tratasse.
Entramos para ver a loja cheia de atrativos: uma roda gigante,
muita música, carrosséis e cor, um ambiente que encontramos à volta das
conservas de sardinha.
Por fora parecem diferentes pelas 100 datas que as decora,
mas por dentro as latas são todas iguais: 160 gramas de sardinha em azeite.
Cada lata custa 5€.
Estas
conservas são numeradas de 1916 a 2016 e decoradas sobre o ano em questão. Optamos
por comprar duas latas, por uma razão especial que aqui não vou mencionar, mas
o acontecimento assinalado em cada uma delas é o seguinte:
1952 - Alfred Sauvy inventa o termo “Terceiro
Mundo”;
1955 - Inicia-se
a campanha pelos direitos dos negros Americanos.
Nota: Esta fantástica loja é dos mesmos donos do polémico
Pastel de Bacalhau com Queijo da Serra.
Passava
pouco das12H30, quando embarcamos no nosso autocarro para nos levar para Restaurante Churrasqueira “A Valenciana”,
para almoçarmos.
Chegados
ao restaurante ocupamos as mesas disponibilizadas para o nosso grupo.
Situado
no Alto de Campolide,
numa zona privilegiada e central (próximo do Parque Eduardo VII, Marquês de
Pombal e Amoreiras), podemos desfrutar de uma refeição agradável, constituída
por: sopa de legumes, bacalhau à Brás e como sobremesa gelado; o repasto foi
regado com vinho verde tinto e para fechar café.
Usufruímos
de um bom atendimento por parte da funcionária Amália, que nos satisfez não só
pelo serviço como pela sua simpatia. E quando na brincadeira perguntámos à Amália
se também cantava, ela respondeu com graça: “Não
canto, mas encanto”. E foi verdade!
Depois
do almoço levaram-nos novamente até à Baixa, onde tivemos algum tempo livre,
antes de recebermos os bilhetes para assistirmos ao espetáculo no Politeama.
Como
não podíamos deixar de fazer fomos à Residencial
Florescente cumprimentar o(s) rececionista(s), que estivesse(m) de serviço.
Quem encontramos foi o já nosso amigo senhor Carlos, que ficou muito satisfeito
com surpresa e nós muito contentes por deste modo matarmos saudades deste local
que ao longo dos anos tão bem nos tem recebido com um serviço sempre prestável
e cheio de simpatia. Fica um grande abraço para o senhor Carlos, extensível
também aos outros senhores rececionistas: António, João e Nuno.
Em
seguida fomos à Casa do Alentejo comprar
umas sandes para comermos depois do espetáculo e antes de partirmos para a
Figueira. Aproveitamos assim este momento para fugir
da demora das filas.
Pelas
16H30, fomos receber os ingressos para às 17H00 assistirmos no Politeama “Ás Árvores Morrem de Pé”.
A SINOPSE desta peça de teatro que tanto diz ao
Teatro de Tavarede, é a seguinte: "Morta por dentro, mas de pé como as
árvores" é a frase que ainda ecoa no imaginário do Teatro em Portugal. A
frase pertence ao clássico texto de Alejandro Casona e é dita no final da peça
pela lendária atriz Palmira Bastos que a interpreta e protagonista (no Teatro de
Tavarede era a atriz Violinda Medina).
Tudo começa numa organização que
pretende tornar as pessoas mais felizes com poesia e criatividade. Um velho
senhor chega um dia ao escritório dessa estranha organização com um pedido
surpreendente: o seu neto tornou-se um perigoso delinquente, mas ele quer
esconder a verdade à sua mulher. Ao longo de vários anos enganou-a
escrevendo-lhe cartas fictícias, supostamente do neto, criando a imagem de um
famoso arquiteto que vivia no estrangeiro. Um dia o verdadeiro neto envia um
telegrama anunciando a sua chegada. Porém, o navio em que viajava sofre um
naufrágio e todos os passageiros morrem. O velho senhor propõe então à
organização que coloque em sua casa um casal fingindo ser o neto e a sua mulher
para tornar real a ilusão da avó.
Filipe La
Féria reuniu um
elenco de grandes atores, que nos proporcionaram representações de alta
qualidade: Manuela Maria, Carlos Paulo, João D’Ávila, Hugo Rendas, Ricardo
Castro, Paula Fonseca, Rosa Areia, Patrícia Resende e o jovem ator João Sá
Coelho.
Mais uma vez estes atores mostraram serem
grandes nomes do teatro português e tal como no texto desta peça, estão firmes como as árvores.
Eram
19H00, quando acabou o espetáculo.
Tivemos
algum tempo para comermos umas sandes, na Casa do Alentejo.
Às
19H30, partimos para a Figueira da Foz.
A chegada ao nosso destino deu-se por volta das 22H10.
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