quarta-feira, 1 de agosto de 2012

PASSEIO A COIMBRA

À DESCOBERTA DO SEU PASSADO HISTÓRICO


Foi no dia 29 de Julho de 2012, domingo, pelas 9H00 que partimos do Largo da Igreja de Tavarede com destino a Coimbra.

E foi pelas 10H00 que fizemos uma visita guiada ao Mosteiro de Santa Clara de Coimbra, popularmente conhecido como Convento de Santa Clara-a-Velha, localiza-se na margem esquerda do rio Mondego, perto da Baixa da cidade e implantado a uma cota muito baixa, é um templo gótico mendicante, construído no final do séc. XIII, que foi abandonado no séc. XVII devido às constantes inundações provocadas pelo rio. A operação de recuperação e de valorização da igreja em ruínas, tem envolvido escavações arqueológicas no terreno adjacente que têm permitido, para além do desenterramento da igreja, trazer à luz o remanescente do claustro principal, conhecido apenas através de descrições antigas. O templo ruiu devido à força das águas, e as cantarias, inacessíveis, mantiveram-se no local, pelo que este trabalho constitui um verdadeiro "puzzle" de grandes dimensões para os arqueólogos.


Em 1991 foi iniciado um ambicioso projeto de recuperação e valorização deste sítio, uma campanha arqueológica que se estendeu entre 1995 e 2000, colocando a descoberto a parte inferior da igreja e o claustro, permitindo recolher um espólio significativo, testemunho material do passado conventual. O projeto de valorização do antigo Mosteiro, lançado em 2004 compreendeu a construção de um edifício destinado a albergar o Centro Interpretativo. Concluído em 2008, foi aberto ao público a 18 de Abril de 2009. O Mosteiro acolheu durante muito tempo as freiras clarissas, que viviam em clausura. Essas religiosas deixaram um importante espólio de porcelanas e faianças, rosários, anéis e muitos outros objetos que permitem reconstruir o seu dia-a-dia, patente numa exposição instalada no centro interpretativo, que acolhe "a história do sítio”.


O Mosteiro de Santa Clara-a-Velha foi contemplado com o prémio Europa Nostra 2010, um dos mais importantes galardões europeus.


O almoço, entretanto, esperava-nos já um pouco mais tarde em relação à hora marcada, visto termos demorado mais um pouco na visita ao Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, a qual foi muito interessante, assim como as explicações do nosso guia.
Assim, cerca das 13H00, o almoço aconteceu na Liga dos Combatentes, com uma ementa simples mas bem confecionada, o que muito agradou a todos os companheiros.
Depois do almoço o autocarro da AVIC levou-nos até junto da Universidade, conduzido pelo motorista Magalhães, um profissional muito competente já muito habitual acompanhar-nos desde há muitos anos a esta parte aos passeios que temos realizado.


Cerca das 14H00, fizemos a visita guiada ao Criptopórtico - séc. II - estrutura em que assentava o fórum romano da cidade de Coimbra (Aeminium). Na antiga arquitetura romana, um criptopórtico é uma galeria abobadada subterrânea ou semi-subterrânea. Os arcos de um criptopórtico serviam para sustentar estruturas localizadas na superfície, como um forum ou uma villa, muitas vezes compensando um declive no terreno. Além da função estrutural, os criptopórticos podiam ser utilizados como armazéns de alimentos como carne e trigo, uma vez que eram espaços frescos e abrigados da luz. O criptopórtico de (Aeminium), de dois andares, foi construído sob o fórum da cidade para vencer o desnível do terreno. Na Idade Média o fórum foi substituído pelo palácio episcopal da cidade, convertido no séc. XX no Museu Nacional Machado de Castro. Atualmente o criptopórtico pode ser visitado sob o museu.


Esta visita foi muito interessante, devido ao seu valor histórico e cultural, pois é uma importante obra da engenharia romana em Portugal, constitui um enorme conjunto de galerias em cantarias, com as estruturas em arco, as quais nos deixou espantados e maravilhados.


Em seguida estavam previstas visitas às Biblioteca Joanina e Capela da Universidade, que por motivo de obras, não nos foi possível cumprir a nossa intenção.
E como se costuma dizer, “não há duas sem três”, também a visita à Sé Velha não se pode realizar visto esta se encontrar encerrada.


Mas felizmente o Mosteiro e Igreja de Santa Cruz não estava encerrada e fizemos a visita como estava prevista. Este Mosteiro foi fundado em 1131 pela Ordem dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, com o apoio de D. Afonso Henriques e de D. Sancho I, que nele se encontram sepultados. A qualidade das intervenções artísticas no Mosteiro, particularmente na época manuelina, fazem deste um dos principais monumentos históricos e artísticos do país. O primitivo edifício do mosteiro e igreja de Santa Cruz foi erguido entre 1132 e 1223, com projeto de mestre Roberto, conceituado artista do estilo românico. Ainda na Idade Média, o mais famoso estudante de Santa Cruz foi Fernando Martins de Bulhões, o futuro Santo António de Lisboa (ou Santo António de Pádua). Em 1220, o religioso aí assistiu à chegada dos restos mortais de cinco frades franciscanos martirizados no Marrocos, tendo então decidido fazer-se missionário e partir de Portugal.


A partir de 1507, o rei Manuel I de Portugal ordenou uma extensa reforma, reconstruindo e redecorando o mosteiro e a sua igreja. Na capela-mor encontram-se os túmulos dos dois primeiros reis de Portugal.


Os túmulos originais encontravam-se no nartex da igreja, junto à torre central da fachada românica, mas D. Manuel I não achou condignas as antigas arcas tumulares e ordenou a realização de novas. Estas, concluídas por volta de 1520, são das mais belas realizações da arte tumular portuguesa. Ambos os túmulos estão decorados com muitas estátuas e elementos gótico-renascentistas, além dos símbolos de D. Manuel I, a esfera armilar e a cruz da Ordem de Cristo. É possível que o poeta Luís de Camões tenha estudado em Santa Cruz, uma vez que um parente seu, D. Bento de Camões, foi prior do mosteiro à época, e que há evidências, em sua poesia, de uma estadia em Coimbra. Embora quase nada mais reste da fase românica do conjunto, a fachada da igreja era semelhante à da Sé Velha de Coimbra, com uma torre central avançada, dotada de um portal encimado por um janelão.
O estatuto de Panteão Nacional foi reconhecido ao Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra em Agosto de 2003, pela presença tumular dos dois primeiros reis de Portugal, D. Afonso Henriques e D. Sancho I. Esse estatuto é repartido com a Igreja de Santa Engrácia, em Lisboa.

Como algumas das visitas programadas não se realizaram, como já descrevi anteriormente, a tarde ainda estava a meio havendo ainda alguma folga para ocuparmos o tempo.
O nosso organizador Tó Simões, propôs fazermos uma visita ao “Fórum Coimbra”, para ali se poder fazer algumas compras, descansar e lanchar pois que as horas já estavam a pedir um aconchegar do estômago.


O regresso foi pelas 18H30, havendo ainda uma breve paragem em Tentúgal.


Pelas 20H00, chegámos ao Largo da Igreja de Tavarede.


Houve alegria, boa disposição, amizade e muita camaradagem, por isso foi um ótimo passeio e um domingo bem passado.
Que venha o próximo passeio, foi o desejo de todos!

PS: Textos e algumas fotos da net.

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