27 de Julho de 2013
Às 08H00, partimos do Largo da Igreja de Tavarede, num autocarro da AVIC com cerca de 60 lugares, conduzido pelo motorista habitual, Magalhães. A primeira paragem foi feita em Carriço, para comprar pão para o almoço. Foram feitos também os primeiros contatos entre os companheiros de viagem, tomar o pequeno-almoço para quem ainda não tivesse feito e fazer outras necessidades urgentes…
Por volta das 09H00, chegámos ao Mosteiro de Santa Maria da Vitória, conhecido como Mosteiro da Batalha situa-se na Batalha e foi mandado edificar em 1386 por D. João I como agradecimento à Virgem Maria pela vitória na Batalha de Aljubarrota.
Este mosteiro dominicano foi construído ao longo de dois séculos até cerca de 1517, durante o reinado de sete reis de Portugal, embora desde 1388 já ali vivessem os primeiros dominicanos.
Exemplo da arquitetura gótica tardia portuguesa, ou estilo manuelino, é considerado património mundial pela UNESCO, e em 7 de Julho de 2007 foi eleito como uma das sete maravilhas de Portugal.
O IPPAR o classifica como Monumento Nacional, desde 1910. Fizemos uma visita ao Mosteiro.
Após um pequeno percurso no autocarro, chegámos cerca das 11H00 à PIA DO URSO, onde fizemos a visita ao local. Localizada na freguesia de São Mamede, esta aldeia recuperada mostra aos visitantes as habitações em pedra típicas desta região serrana.
Envolvida por uma bela paisagem, tem o primeiro Ecoparque Sensorial de Portugal, destinado a invisuais, dando-lhes a conhecer o local através dos restantes sentidos, nomeadamente o tato e o olfato. Ao longo do percurso podem observar-se as formações geológicas - as chamadas pias - onde antigamente os ursos bebiam água, daí a origem do nome deste local. Além da paisagem atrativa e da calma envolvente, o parque é composto por diversas estações interativas e lúdicas. No tempo dos Romanos, o lugar de Pia do Urso era utilizado como ponto de passagem, restando ainda na localidade de Alqueidão da Serra (Porto de Mós), um troço da via então existente e que servia os grandes povoados, nomeadamente Olissipo (Lisboa), Collipo (Batalha/Leiria) vindo a cruzar-se depois na direção de Bracara Augusta (Braga) a Mérida, então capital da Lusitânia. Na Idade Média, mais precisamente em 1385, a Pia do Urso foi local de passagem das tropas comandadas por D. Nuno Álvares Pereira, na caminhada efetuada de Ourém a Porto de Mós com destino a Aljubarrota onde, nesse local, decorreu uma das batalhas mais decisivas para a afirmação da independência de Portugal.
O Condestável, de acordo com os relatos de então, terá aproveitado este local paradisíaco para efetuar uma paragem e, assim, descansar. As tropas lusas terão aqui recolhido algumas pedras lascadas utilizadas na Batalha de Aljubarrota. Cerca de 500 anos mais tarde, o Concelho da Batalha, a Freguesia de São Mamede, e em particular o lugar da Pia do Urso, foi também ponto de passagem dos militares das invasões francesas, que por entre pilhagens e massacres efetuados, dizimaram populações e património.
Dada a singularidade do espaço natural onde está inserido, o lugar de Pia do Urso carrega em si um misto de fábula e magia, prevalecendo duas lendas em redor deste lugar, que a seguir se dão conta de forma sumária. 1. Começando pela provável origem do nome desta localidade, dizem os mais antigos que a designação se ficou a dever ao facto de um urso (provavelmente um Urso Ibérico) aproveitar uma das pias existentes no maciço rochoso e aí beber água com frequência; a pia em questão está devidamente assinalada no local. 2. Outra lenda aborda a existência, há alguns anos, de uma oliveira diferente das demais, em virtude desta apresentar a rama preta e ao longo da sua vida nunca ter produzido azeitona. A explicação para estes factos bizarros, apontavam os mais idosos, relacionava-se com a hipótese de, aquando da permanência naquele local dos exércitos franceses, a oliveira ter servido de esconderijo de armas, munições e pólvora.
Após a visita, percorrendo o percurso descrito no folheto oferecido no local, num dos parques de merendas existentes, tivemos o nosso almoço: frango assado, batatas fritas, pão, fruta, vinho, água e refrigerantes. O repasto não foi 100% satisfatório pois que alguns dos companheiros se queixaram da reduzida comida a que tiveram acesso: frango e fruta. Será que foi mal calculada a quantidade de frango? Será que a fruta foi mal calculada também? Será que houve companheiros que comeram mais que a dose individual prevista? Também os guardanapos de papel que chegaram em dose suficiente, não chegaram para todos. Mas neste caso eu pessoalmente e também o nosso organizador, vimos pessoas com maços de guardanapos debaixo dos pratos. De futuro convém arranjar estratégia para estas situações não sucederem. Convinha no entanto que as pessoas aprendam a viver em comunidade. Grande parte dos companheiros de viagem eram os mesmos de outros passeios onde também houve almoço ambulante. Nunca tinham sucedido estes percalços… mas desta vez… Após bebermos as bicas e algumas ginjinhas, seguimos na direção das Grutas da Moeda, para uma visita prevista para as 14H30.
As Grutas da Moeda localizam-se na freguesia de São Mamede, concelho de Batalha, distrito de Leiria. As grutas foram descobertas em 1971 por dois caçadores que andavam a perseguir uma raposa.
A curiosidade levou-os a explorar o algar em toda a sua extensão, logo uma sala - a "Sala do Pastor", repleta de formações calcárias. Durante perto de dois meses, os dois homens continuaram a escavar as estreitas fendas que se seguiram à primeira caverna, desvendando pouco a pouco as demais salas e galerias que hoje se incluem no percurso visitável.
A beleza da gruta é assegurada pela diversidade de materiais argilosos e de calcites. Os nomes das salas sugerem as imagens que cada uma evoca ao visitante: "Presépio", "Pastor", "Cascata", "Virgem", "Cúpula Vermelha", "Marítima", "Capela Imperfeita", "Bolo de Noiva", "Abóbada Vermelha" e "Fonte das Lágrimas". A extensão visitável da gruta é de 350 metros, atingindo-se uma profundidade de 45 metros. A temperatura interior da gruta é, em média, de 18º C. A entrada e saída da gruta é feita em locais diferentes, envolvidos por uma característica paisagem serrana.
Lenda da Gruta: segundo a tradição local, um homem abastado das redondezas, ao passar por um matagal em torno de um covão, foi atacado e saqueado por um bando de malfeitores que o assassinaram, como era frequente em tempos idos. O corpo sem vida foi atirado para o precipício cavernoso e, na pressa, os assaltantes deixaram cair, com o corpo da vítima, o saco das moedas que esta transportava e cujo roubo fora o móvel do crime. As moedas se espalharam pelo precipício, perdendo-se irremediavelmente, o que deu ao algar o nome pelo qual ainda hoje é conhecido.
Após a visita às Grutas e à loja de recordações, dirigimo-nos no autocarro para Ourém. Onde tínhamos visita guiada marcada para as 17H00. Entretanto a nossa viagem estava a correr tão bem e sem percalços que o horário previsto estava cerca de uma hora avançado. O Tó Simões contatou com o local da visita para se poder assim antecipar a hora da dita visita, o que aconteceu.
O Castelo de Ourém, também conhecido como Paço dos Condes de Ourém, localiza-se na cidade de mesmo nome, freguesia de Nossa Senhora das Misericórdias, concelho de Ourém, distrito de Santarém, em posição dominante sobre a vila medieval e a ribeira de Seiça. O castelo ergue-se no topo de uma colina, na cota de 330 metros acima do nível do mar. Apresenta planta no formato triangular irregular, com torres nos vértices.
Ao centro da sua praça de armas abre-se uma cisterna de planta ogival, alimentada por uma fonte. A torre Noroeste é conhecida como Torre de D. Mécia, por ali ter sido confinada aquela infortunada esposa de D. Sancho II. No lado Norte do castelo abre-se o Terreiro de Santiago, com uma estátua do Condestável D. Nuno Álvares Pereira ao centro.
Pelas 18H00 chegámos a Fátima é uma cidade do concelho de Ourém, Distrito de Santarém. Sua fama mundial se deve ao fato de que, em 13 de maio de 1917, a Virgem Maria apareceu aos pastorinhos, na forma de Nossa Senhora de Fátima. Existe o conto não confirmado que a topónimo deriva de uma princesa moura local de nome Fátima que, depois de haver sido capturada pelo exército cristão durante a Reconquista, foi dada em casamento a um conde de Ourém. Aceitando o cristianismo, foi batizada recebendo o nome de Oriana em 1158.
Às terras serranas o conde deu o nome de Terras de Fátima, em memória dos seus ancestrais, e ao condado o nome de Oriana, depois Ourém. Tornou-se mundialmente conhecida pelas aparições marianas aos três pastorinhos (Lúcia, e seus primos Francisco Marto e Jacinta Marto), que aí tiveram lugar entre 13 de Maio e 13 de Outubro de 1917, no lugar da Cova da Iria. A construção do Santuário de Fátima, é um dos mais importantes santuários marianos do Mundo. O Santuário é composto principalmente pela Capelinha das Aparições, o Recinto do Rosário, a Basílica de Nossa Senhora do Rosário e colunatas, a azinheira grande, casa de retiros de Nossa Senhora do Carmo e Reitoria, casa de retiros de Nossa Senhora das Dores e albergue para doentes, praça Pio XII e Centro Pastoral Paulo VI, e também a vasta Basílica da Santíssima Trindade, inaugurada a 13 de Outubro de 2007. Destacam-se ainda a Capela do Lausperene (onde está permanentemente exposto o Santíssimo Corpo de Cristo na Hóstia Consagrada) e a Capela da Reconciliação, dedicada à celebração do Sacramento da Reconciliação.
A visita a este local de culto era livre. Cada um poderia fazer o que queria. Enquanto alguns se deslocaram para o Santuário, outros escolheram petiscar qualquer coisa e matar a sede, pois o calor era grande.
Às 19H45, saímos de Fátima para Tavarede, onde chegámos por volta das 21H00.
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