Diogo Alves
Diogo Alves foi um espanhol nascido em 1810 em
Santa Gertrudes de Samos, bispado de Lugo, na Galiza e morto em 1841 em Cais do
Tejo, Lisboa.
Sendo ainda muito novo veio viver para Portugal, em Lisboa.
Ficou conhecido sob o pseudónimo do Assassino do Aqueduto
das Águas Livres devido a que foi neste lugar onde cometeu numerosos crimes dentre os anos
1836 até 1839, crimes que em primeira instância foram atribuídos como suicídios
seriais.
Foi descoberto em 1840 pelo assassinato de quatro
pessoas de uma mesma família cuja casa assaltou.
Também conhecido com “O Pancada”, Alves se escondia no
Aqueduto na espera de pessoas para assaltar no passeio ao ar livre localizado
sobre a Ribeira de Alcântara.
Logo do roubo, o galego atirava suas vítimas do topo
do Arco Grande com 65 metros de altura, com o objectivo de não ser denunciado.
Por causa dos crimes praticados por Alves, o caminho
do Aqueduto permaneceu fechado ao público desde 1853. Na actualidade é
possível fazer o percurso deste trajecto através de passeios guiados.
Percurso
criminal de Diogo Alves
Segundo as pesquisas da justiça, Diogo Alves começou a
onda de delitos instigado pelas exigências de dinheiro feitas pela sua namorada
Gertrudes Maria, natural de Mafra, taberneira de profissão e
conhecida como “a Parreirinha”.
Com o fim de satisfazer os pedidos de sua companheira,
Alves que até então atuava sozinho no mesmo local em horários de pouco
movimento, decidiu conformar um bando de criminosos para atacar as pessoas que
frequentavam o Aqueduto entre as seis horas da manhã até às dez da noite.
Cabeça de Diogo Alves (Autor: Luisa,
L*)
O bando foi formado por cinco bandidos conhecidos por
seus pseudónimos como Beiço Rachado, Pé de Dança, Enterrador, Apalpador e
Pancada, sendo este último o próprio Alves, chefe do grupo de
salteadores. A partir da formação da quadrilha o método de homicídio
mudou da queda nos arcos para a asfixia.
Ao longo desse tempo os criminosos não foram
descobertos cobrando a vida de mais de setenta pessoas, até que um deles, o
Beiço Rachado foi preso, denunciando aos outros cúmplices, mas sem conseguir
apresá-los.
A banda teve
de mudar de local para os seus atos criminosos devido ao fechamento do Aqueduto
e só em 1841 Diogo Alves é capturado pelo assalto e a massacre de quatro
pessoas de uma mesma família. Diogo Alves foi condenado à pena de morte e
os outros companheiros foram condenados a degredo perpétuo, só o bandido
conhecido como Pé de Dança recebeu uma pena menor de dez anos.
Interesse
Científico e Literário na História de Diogo Alves
Logo de realizado o enforcamento de Alves, o professor
José Lourenço da Luz Gomes médico português que estudava a ciência da
Frenologia, interessou-se pela história do criminoso, solicitou o pedido formal
à justiça portuguesa para que concedesse a autorização da decapitação do corpo
e o posterior estudo de sua cabeça decepada outorgando a permissão desta
pesquisa para o Gabinete de Frenologia da Escola Médica-Cirúrgica de Lisboa.
Logo obteria também a cabeça de outro célebre
criminoso, a de Matos Lobo, para os mesmos fins de análise científica sobre a
origem da maldade, mas sem conseguir resultados definitivos.
Actualmente sua cabeça se encontra no Teatro Anatómico
da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.
A sociedade de Portugal ficou profundamente
impressionada com esta ocorrência, fato que originou a escrita do livro Os
crimes de Diogo Alves, do jornalista e escritor de textos de ficção, Francisco
Leite Bastos, nascido em Lisboa no ano de 1841 e falecido em 1886 na
mesma cidade.
Publicado em 1877 com grande sucesso, demonstrou que o
público em geral ainda estava interessado no caso. Tempo depois em 1911
se estrearia no Porto o primeiro filme mudo de ficção titulado igualmente
“Os crimes de Diogo Alves” pelo realizador João Tavares. Este filme foi
perdido e só recentemente recuperado.
Desde o ano de 1846, a pena capital começou a ser
transformada em prisão perpétua. Já para o ano de 1852, seria totalmente
abolida.
Nota: Artigo retirado
da net do site acima descrito.
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