segunda-feira, 25 de março de 2019

FOMOS AO TEATRO A LISBOA

“A SEVERA” DE FILIPE LA FÉRIA
TEATRO POLITEAMA
21 de Março de 2019

Olhar Preambular ao Passeio
“Segundo o programa deste passeio, o autocarro sairia do largo da Igreja de Tavarede. Segundo a minha ótica, desde que se deu a requalificação da rua A Voz da Justiça, o largo da Igreja deixou de existir como tal, passando a ser uma simples via rodoviária, com estacionamento de automóveis em local proibido que as autoridades permitem. E repito, que permitem, porque diariamente esta situação acontece aos olhos de todos, inclusive das próprias autoridades que por ali passam, julgo eu. A não ser que ninguém com autoridade por ali não circule?!”

Sendo assim, a partir de agora a minha redação será a seguinte:
Pelas 13H00 deveríamos partir junto à Igreja de Tavarede, em autocarro em direção a Lisboa (o que só aconteceu pelas 13H20), para assistirmos ao novo espetáculo de Filipe La Féria, o musical “A Severa”.

Por volta das 16H00 deveríamos ter tido uma visita ao Museu de Lisboa / Teatro Romano.
Já não faltava muito das 16H30, quando o autocarro nos deixou em frente ao Museu do Fado, no Largo do Chafariz de Dentro. Dali iniciámos a subida até ao princípio da Rua de São Mamede, que já não tem o significado religioso nem espiritual que então significava uma ida ao teatro. Mas certamente é um bom local para descobrir algumas das páginas da história da cidade, ali apresentadas em camadas (como se fosse uma cebola), tal como disse a guia que nos acompanhou na visita.
Localizado na zona histórica da cidade, na colina do Castelo, este núcleo do Museu de Lisboa pretende revelar o que foi um dos monumentos mais importantes de Olisipo.
A visita a este espaço proporcionou-nos uma viagem no tempo até ao início do século I d.C., tentando descobrir e compreender as ruínas do Teatro Romano abandonado no século IV d.C., e descoberto após o terramoto de 1755 durante a reconstrução pombalina. A visita iniciou-se com o percurso descendente que nos foi revelando as ruínas romanas e outros espaços, como um edifício do século XVII e um espaço industrial dos finais do século XIX. A seguir fizemos a visita ascendente e terminamos num terraço com uma vista surpreendente da cidade ribeirinha, com o rio em todo o seu esplendor.
O museu encontra-se assim instalado em dois edifícios de distintas épocas, um setecentista e outro dos finais do séc. XIX, exemplar da arquitetura industrial e onde funcionou uma tipografia e uma fábrica de malas.
Esta construção foi recuperada e adaptada para a instalação do anterior Museu do Teatro Romano. O Museu de LisboaTeatro Romano compreende área de exposição de longa duração e campo arqueológico.
Depois desta visita regressamos pelas mesmas ruelas do bairro de Alfama, onde podemos apreciar as caraterísticas deste local com os seus muitos restaurantes e casas de fado. O autocarro estava à nossa espera perto do Museu do Fado.
Dali fomos até aos Restauradores onde nos apeámos. Dirigimo-nos até junto ao Politeama onde foram distribuídos os bilhetes para assistirmos ao espetáculo “A Severa”.

Como ainda faltava algum tempo para o jantar, fomos até Confeitaria Nacional, um estabelecimento muito antigo no centro histórico da cidade, na Praça da Figueira, com uma fantástica arquitetura e design interior. Ali podemos encontrar uma grande variedade de pastelaria. Optámos por comer um salgadinho e beber uma imperial, para aconchegar o estômago.
Voltámos nas calmas às Portas de Santo Antão, onde escolhemos jantar no Restaurante O Churrasco, com um ambiente rústico e simples, onde se pode apreciar o melhor franguinho da capital. Escolhemos umas batatas às rodelas, sempre quentes e acabadas de fritar, e uma salada mista muito bem temperada, foram o acompanhamento perfeito. Regámos este repasto com um bom vinho branco João Pires Região da Península de Setúbal. Para terminar a opção foram saladinhas de fruta, cafés e as célebres ginjinhas.

Estávamos prontos para assistir ao espetáculo que nos trouxe a Lisboa. Mas antes ainda tivemos tempo de dar um pequeno passeio até à Praça do Rossio, Restauradores, terminando novamente nas Portas de Santo Antão, em frente ao Teatro Politeama. Eram 21H15, hora de entrarmos para assistirmos ao espetáculo.
Às 21H30, começou o Musical Severa, “sobre a mítica fundadora da Canção Nacional, a fadista que ficou na História como a primeira cantadeira de Fado narrativa imortal de amor e paixão entre o Conde de Marialva e a célebre fadista, Maria Severa Onofriana (1820-1840), meretriz, cigana e cantadeira, marginal e transgressora, unanimemente considerada a criadora e fundadora do fado. Vinda com o seu cantar das ruas e vielas, das tabernas, das esperas de touros, das casas de meia-porta, das esferas mais desfavorecidas da Lisboa oitocentista, a sua história evoca os amores do Conde Vimioso, aristocrata marialva e boémio, com a célebre cantadeira, referência e símbolo da mitologia fadista cantada em poema de fados, no Teatro, no Cinema, nas artes visuais.

Severa, transportou-nos ao século XIX em Portugal, às esperas de touros, às tabernas da Mouraria, aos salões da aristocracia, à guerra entre liberais e absolutistas e à vida da criadora do Fado, num espetáculo glamoroso, romântico e pleno de emoção e aventura. Severa, é a alegoria perfeita do labirinto de paixões e conflitos que marcou o Fado.

Assistimos a um espantoso espetáculo com um grande elenco de artistas, cujos protagonistas foram Carlos Quintas, Filipa Cardoso e Dora, entre mais de 30 atores, cantores e bailarinos.
Saliento ainda as interpretações fantásticas dos artistas menos conhecidos, mas não menos importantes no desenrolar desta história, que Carlos Quintas, o Almeida Garrett, nos conta cantando.
É-nos permitido descobrir o amor de Custódia, um mendigo da Mouraria, por Severa, interpretado por Filipe de Albuquerque. Quero aqui destacar este jovem que foi simplesmente espantoso. A sua expressão corporal e facial, aleadas a uma bonita voz, levou-nos a sentir emoções intensas.
Sem dúvida não me vou esquecer tão depressa desta extraordinária interpretação.

A Severa e o Conde de Vimioso destacam-se como personagens desta história:
Mas não podemos esquecer de Mangerona e da Marcolina, os donos da taberna:
Romão, um alentejano negociador de cavalos:
Malhada e Gabriel, ela uma empregada com tuberculose e ele um escravo negro:
Timpanas, o cocheiro mais famoso de Lisboa:
D. José, amigo das noites boémias do Conde de Vimioso:
Marquesa de Seide, que tem adúltero caso com o Conde de Vimioso:
D. Maria II, rainha de Portugal:
Marquês de Seide e Cónego:
Personagens e elenco:
Severa – Anabela e Filipa Cardoso;
Marialva – Bruno Xavier;
Custódia – Filipe de Albuquerque;
Almeida Garrett – Carlos Quintas;
Mangerona – João Frizza;
Marcolina e Rainha – Yola Dinis e Carla Vasconcelos;
Marquesa de Seide – Dora;
Marquês de Seide e Cónego – Fernando Gomes;
Tia Macheta – Cristina Oliveira;
Romão – Francisco Sobral;
Timpanas: Rui Vaz;
D. José – Ricardo Soler;
Malhada – Carina Leitão;
Gabriel-David Gomes;
Chica Russa e Baronesa – Rosa Areia;
Intendente e Cego – Paulo Ferreira;
Cabo e Faia – João Albuquerque Alves;
Camareira e Dama – Catarina Pereira, Paula Ribas, Catarina David, Fabiana Sousa e Leida Fernandes;
Faia, Cigano e Fidalgo – Augusto Gonçalves, Hanler Gutierrez, Jorge Michael e Luís Silvestre;
João Ninguém: João Pereira, Salvador Pires, Santiago André e Tomás Esteves.
Direção Musical e Orquestração: Miguel Amorim; Músicos: Miguel Amorim, Jorge Fernando, André Dias, Miguel Camilo, António Barbosa, Sofia Azevedo, Guilherme Banza, Rogério Ferreira, Pedro Azevedo, João Núncio e colaboração do Mestre Arménio Melo. Produção Musical Miguel Camilo; Direção Vocal: Tiago Isidro, com colaboração de Dale Chappel;
Música: Miguel Amorim e Filipe La Féria. Dois Fados de Jorge Fernando.
Figurinos: José Costa Reis; Coreografia: Marco Mercier;
Dramaturgia: Helena Rocha, João Frizza e Filipe Albuquerque; Desenho Cenográfico: Bruno Guerra; Desenho de Luz: João Fontes; Desenho de Som: Jorge Pires.
Reportagem webtvp realizada por Nunes Forte para divulgação promocional na internet.


Por ser proibido tirar fotos durante o espetáculo, e para enriquecer esta minha publicação utilizei as Fotografias da Severa: Arlindo Homem - https://infocul.pt/

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